Deficiência Motora - Amputação PDF
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This document is a presentation on motor deficiency, focusing on amputations. It covers definitions, etiologies, and various sports and activities adapted for individuals with amputations. The presentation is from the University of Porto, a Portuguese university.
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Deficiência Motora - Amputação - Disciplina: Desporto e Populações Especiais (componente teórica) Docentes: Tânia Bastos – [email protected] Rui Corredeira - [email protected] Conteúdos da Aula Desporto e Populações Especiais - Amputação (de...
Deficiência Motora - Amputação - Disciplina: Desporto e Populações Especiais (componente teórica) Docentes: Tânia Bastos – [email protected] Rui Corredeira - [email protected] Conteúdos da Aula Desporto e Populações Especiais - Amputação (definição/etiologia) - Prática Desportiva - Classificação Desportiva - Voleibol Sentado 1 Amputação Desporto e Populações Especiais Definição – Ausência definitiva total ou parcial de uma parte de um membro (superior, inferior ou ambas) resultante de problemas congénitos (quando um membro não existe desde a nascença) ou adquiridos (remoção de um membro lesionado ou doente). À parte residual do membro, resultante da amputação designa-se de coto. 2 Etiologia Desporto e Populações Especiais - Congénito: malformações dos membros que podem estar associadas a fatores genéticos ou ambientais (radiações, medicamentos). - Adquirido: 1 – Traumáticas: acidentes de viação, acidentes de trabalho, congelamento por hipotermia, queimaduras, vítimas de conflitos de guerra (minas). 2 – Tumores (crianças e adolescentes) 3 – Infeções, problemas vasculares ao nível das veias, artérias e vasos linfáticos (ex. neuropatia diabética) (adultos e idosos). 3 Próteses Desporto e Populações Especiais A prótese pode ser designada como todo e qualquer sistema composto de peças que substitui uma parte do corpo, constituindo-se como substituto artificial do membro natural suprimido. Pretende substituir um segmento corporal (ou membro) por uma estrutura artificial de uso equivalente, sendo o objetivo principal manter ou substituir a função perdida. 4 Prática Desportiva Desporto e Populações Especiais Atletismo 5 Prática Desportiva Desporto e Populações Especiais Natação 6 Prática Desportiva Desporto e Populações Especiais Basquetebol Futebol em Cadeira de Rodas 7 Prática Desportiva Desporto e Populações Especiais Desportos de Inverno 8 Prática Desportiva Desporto e Populações Especiais Outras Modalidades - 9 Prática Desportiva Desporto e Populações Especiais Outras Modalidades - 10 Classificação Desportiva Desporto e Populações Especiais - As normas foram criadas pela ISOD (Sport Organization for the Disabled) e são atualmente implementadas pela IWAS (International Wheelchair and Amputee Sports Federation). 11 Classificação Desportiva Desporto e Populações Especiais Classe Descrição A1 – dupla amputação AK A2 – um membro amputado AK A3 – dupla amputação BK A4 – um membro amputado BK A5 – dupla amputação AE A6 – um membro amputado AE A7 – dupla amputação BE A8 – um membro amputado BE A9 – combinação de amputações de membros superiores e inferiores AK – acima ou no joelho. BK – abaixo do joelho, mas acima da articulação do tornozelo. AE – acima ou na articulação do cotovelo. BE – abaixo do cotovelo, mas acima da articulação do pulso. 11 Voleibol Sentado (VS) Desporto e Populações Especiais Principais Características - O VS segue praticamente as mesmas regras do voleibol convencional e é tutelado pela WorldParaVolley. Especificidades: - O campo é de menor dimensão, 6x10m. - Uma linha central divide o terreno de jogo em dois campos, 6x5m. - A rede encontra-se a 1,15m para os homens e 1,05m para as mulheres. - Cada campo está dividido por uma linha que se situa a 2 metros da linha central e divide o campo em zona de ataque e zona de defesa. 12 Voleibol Sentado (VS) Desporto e Populações Especiais - É permitido fazer bloco ao serviço adversário. - As posições dos jogadores em campo são definidas pela posição dos seus glúteos. Isto significa que a(s) mão(s) e / ou perna(s) dos jogadores podem estender-se na zona de ataque, de defesa e na zona livre. - Os glúteos são a base de sustentação do atleta, sendo que: 1) No momento do serviço, os glúteos terão que estar atrás da linha final; 2) Os jogadores podem movimentar-se durante o jogo, mas têm que manter sempre os glúteos apoiados no chão no momento de contacto com a bola; 3) Os membros inferiores podem passar, por baixo da rede, para o campo do adversário, desde que não interfiram no jogo. 12 Voleibol Sentado (VS) Desporto e Populações Especiais Especificidades: - Atletas com qualquer tipo de deficiência motor ao nível dos membros inferiores (principalmente amputações) (VS1 – more impaired). - Atletas com incapacidade mínima: atletas com lesões crónicas que impedem a prática do voleibol convencional (VS2 – less impaired). - A equipa é constituída por um máximo de 12 jogadores, incluindo no máximo 2 jogadores com incapacidade mínima. - Os seis jogadores em campo podem incluir no máximo um jogador com incapacidade mínima. 13 Testemunhos Desporto e Populações Especiais 14 Atividade Física Adaptada - Conceitos Fundamentais - Disciplina: Desporto e Populações Especiais (componente teórica) Docentes: Tânia Bastos – [email protected] Rui Corredeira - [email protected] Conteúdos da Aula Desporto e Populações Especiais Terminologia Separação Proteção Emancipação Integração Inclusão 1 Terminologia Desporto e Populações Especiais Reabilitação Termo vasto e abrangente que engloba todos os serviços de apoio ao indivíduo com necessidades especificas. Por reabilitação entende-se tudo o que favorece a inclusão total da pessoa com necessidades especiais na escola, na família e na sociedade. “Processo orientado para um objetivo comum e limitado no tempo, que visa tornar a pessoa com deficiência capaz de atingir o melhor nível intelectual, físico e social possível, fornecendo-lhe, para o efeito, os meios para autónomo e independente na sua vida” (ONU, 1983) 2 Terminologia Desporto e Populações Especiais Reabilitação O processo de Reabilitação inclui, normalmente, os seguintes tipos de serviços: 1 – Deteção precoce, diagnóstico e intervenção ; 2 – Cuidados médicos e tratamento; 3 – Aconselhamento e apoio escolar, social e psicológico, entre outros; 4 – Preparação para a independência (incluindo mobilidade, comunicação e atividades da vida diária (AVD)) acompanhas pelas disposições especiais que se revelarem necessárias; 5 – Fornecimento de ajudas técnicas, auxiliares de locomoção e outros; 6 – Serviços de reabilitação profissional (incluindo orientação profissional), formação profissional e colocação no mercado de emprego ou emprego protegido; e 7 – Acompanhamento. (ONU, 1983) 3 Terminologia Desporto e Populações Especiais Deficiência Termo clássico, mas ultrapassado, que restringe a deficiência a 5 áreas: intelectual, motora, visual, surdez e autismo. Incompleto pois não engloba outras situações como dislexia, epilepsia, sobredotação, comuns no contexto escolar. Limitativo pois remete-nos para a ideia de falha, défice, falha, falta, não englobando os excessos. Carga Necessidades Especiais Negativa (Declaração de Salamanca, 1994) 4 Terminologia Desporto e Populações Especiais Necessidades Educativas Especiais Termo usado para designar os problemas ou dificuldades de aprendizagem, incapacidades, condicionalismos específicos, carências relacionadas com deficiências ou dificuldades escolares, ao longo ou num determinado momento da escolaridade. Necessidades Escola Inclusiva DL Específicas Nº54/2018 Necessidades de Medidas de Suporte à Saúde Especiais Aprendizagem e à Inclusão 5 Conceitos Fundamentais Desporto e Populações Especiais Inclusão Atualmente, as sociedades modernas regem-se pelo princípio da Inclusão. A filosofia inclusiva celebra a diversidade humana, promovendo a aceitação social através da aceitação das diferenças. A sociedade surge como o lugar de concretização de direitos, deveres e potencialidades independentemente da condição de cada cidadão. A sociedade tem que se preparar para lidar com a diversidade humana oferecendo a todos os cidadãos a mesma igualdade de oportunidades em todos os campos de actuação social. (Educação, Trabalho, Lazer, Saúde e Cultura) 6 Conceitos Fundamentais Desporto e Populações Especiais Atividade Física Adaptada (AFA) É um corpo de conhecimentos transdisciplinar dirigido à identificação e solução das diferenças individuais na atividade física. É uma profissão e um campo de estudo académico que está na base de uma atitude de aceitação das diferenças individuais, defende o acesso a um estilo de vida saudável e ao desporto, e promove serviços e programas inovadores e cooperativos assim como sistemas de melhoramento. A Atividade Física Adaptada incluí, embora não se limite a, educação física, desporto, recreação, dança e artes criativas, nutrição, medicina e reabilitação. (Hutzler & Sherrill, 2007) 9 Conceitos Fundamentais Desporto e Populações Especiais Atividade Física Adaptada Contexto Desportivo Contexto Escolar - Competição - Educação Física Especial - Recreação - Desporto Escolar - Terapêutico 10 Etapas Históricas Desporto e Populações Especiais Separação Proteção Emancipação Integração Inclusão 11 Separação Desporto e Populações Especiais Civilizações Antigas (Grega, Romana, Indiana) 1ª Metade da Idade Média (século V ao X) Políticas de extremas de exclusão, separação, segregação, rejeição e ignorância perante o indivíduo com deficiência 12 Proteção Desporto e Populações Especiais 2ª Metade da Idade Média (século XI ao XV) Emergência de sentimentos de compaixão, bondade, caridade e proteção face à pessoa com deficiência Contributo das Religiões Monoteístas - Cristã 13 Emancipação Desporto e Populações Especiais Século XVIII – Filosofias Humanistas e Tolerantes Século XIX – Valorização do Ser Humano “tentativa de recuperação ou remoldagem (física, fisiológica e psíquica) da criança ou jovem, com o objetivo de a/o ajustar à sociedade, num processo de socialização concebido para eliminar alguns dos seus atributos negativos, reais ou imaginários” (Correia e Cabral, 1999, p. 13) 14 Emancipação Desporto e Populações Especiais Consequências - Separação e isolamento das crianças e jovens do grupo maioritário da sociedade. - Crianças rotuladas e segregadas em função da sua deficiência. - Crianças excluídas dos programas de educação públicos, impedidas de interações benéficas para o seu desenvolvimento. - Crescimento em ambientes interpessoais áridos e, muitas vezes, hostis, não existindo serviços que as ajudem ou às suas famílias na tarefa educativa. - Aparecimento das primeiras intervenções e aplicações de caráter educativo, em ambientes segregados. 15 Integração Desporto e Populações Especiais 2ª Metade Século XX Anos 60 apogeu do Renascimento Humanista Grandes transformações sociais e de mentalidades, com o expandir de conceitos relacionados com a igualdade, liberdade e a justiça 16 Integração Desporto e Populações Especiais Anos 50 – Estados Unidos da América Período da Educação Integrada Atendimento educativo específico, prestado a crianças e adolescentes com NE no meio familiar, no jardim-de-infância, na escola regular ou noutras estruturas em que a criança ou o adolescente estejam inseridos. No âmbito da escola, este conceito relaciona-se com a noção de escola como espaço educativo aberto, diversificado e individualizado, em que cada criança e jovem possa encontrar resposta à sua individualidade, à sua diferença. 17 Inclusão Desporto e Populações Especiais Início da década de 80 – Estados Unidos da América Princípio da Inclusão – Escola para Todos Atendimento a alunos com NEE nas escolas das suas residências e, sempre que possível, nas classes regulares dessas mesmas escolas. (Nielsen, 1999) 18 Deficiência Visual - Definição, Etiologia, Caraterísticas - Disciplina: Desporto e Populações Especiais (componente teórica) Docentes: Tânia Bastos – [email protected] Rui Corredeira - [email protected] Conteúdos da Aula Desporto e Populações Especiais - Constituição do Aparelho Visual - Definição e Classificação de Deficiência Visual - Etiologia/causas da Deficiência Visual - Características Gerais 1 Constituição do Aparelho Visual Desporto e Populações Especiais Percurso da Luz: Córnea – Cristalino – Corpo Ciliar – Retina – Nervo Óptico – Centros Nervosos Superiores 2 Definição de Deficiência Visual (DV) Desporto e Populações Especiais Definição DV: incapacidade parcial (baixa visão/ambliopia) ou quase total/total (cegueira) para percecionar a luz, devido a uma lesão no sistema visual. 3 Etiologia Desporto e Populações Especiais Período Pré-Natal (da conceção ao parto) - Hereditariedade - Alterações Genéticas - Infeções maternas (rubéola, toxoplasmose, sífilis) - Medicamentos Tóxicos 4 Etiologia Desporto e Populações Especiais Período Peri-Natal (desde o início do parto ao 30º dia de vida) - Prematuridade - Sofrimento Fetal - Traumatismo de Parto 5 Etiologia Desporto e Populações Especiais Período Pós-Natal (a partir do 30º dia de vida até à idade adulta) - Infeções (meningites, encefalites) - Traumatismo - Afetações Neurológicas -Tumores - Diabetes Causas Desconhecidas 6 Características Gerais Desporto e Populações Especiais Ao nível Motor: - Atraso nos grandes marcos do desenvolvimento motor - Alterações na lateralidade - Equilíbrio insuficiente - Mobilidade restrita - Orientação e noção do espaço comprometidas - Esquema corporal insuficiente - Expressão corporal e facial empobrecidas 7 Características Gerais Desporto e Populações Especiais Ao nível Motor: - Falta de resistência física - Iniciativa pobre para ações motoras - Comportamentos estereotipados (balançar para a frente e para trás, esfregar os olhos, pender a cabeça para a frente) Ao nível Afetivo/Social: - Insegurança - Receio - Desconfiança - Ansiedade - Isolamento 8 Características Gerais Desporto e Populações Especiais Ao nível Afetivo/Social: - Afetividade e comunicação interpessoal complexa Fundamental Estimulação Precoce Oferecer estímulos adequados à condição específica Oportunidades para aprender a expressar as emoções Pais e Família 9 Características Gerais Desporto e Populações Especiais Ao nível Cognitivo: - Dependência dos outros sentidos para adquirir conhecimento e formar imagens mentais. - Falta de ferramentas percetivas (examinar, explorar, verificar a informação) para construir novos esquemas cognitivos. -Dificuldades no desenvolvimento da fala. A perceção dos sons é o suporte para o desenvolvimento da linguagem. - Por vezes, a entrada na escola dá-se mais tarde. 10 Bibliografia Desporto e Populações Especiais - Mauerberg-de-Castro, E. (2005). Actividade Física Adaptada. Tecnomed Editora. Ribeirão Preto. Brasil. - Sherrill, C. (2005) Adapted Physical Activity, Recreation and Sport – Cross Disciplinary and Lifespan. 6th Edition. McGraw-Hill. - Silva, M. (1991). Abordagem à caracterização das diferentes tipos de deficiência. Dissertação de Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica. Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade do Porto. 11 Atividade Física Adaptada - História do Desporto Adaptado - Disciplina: Desporto e Populações Especiais (componente teórica) Docentes: Tânia Bastos – [email protected] Rui Corredeira - [email protected] Conteúdos da Aula Desporto e Populações Especiais Evolução Histórica do Desporto Adaptado Evolução Histórica do Desporto Adaptado em Portugal Organização Internacional do Desporto Adaptado Organização Nacional do Desporto Adaptado Classificação Desportiva 1 Evolução Histórica do Desporto Adaptado Desporto e Populações Especiais Período Pré Guerras Mundiais - Poucos registos apontam para movimentos desportivos para indivíduos com deficiência. - 1924: 1º Campeonato Internacional para Surdos (Jogos do Silêncio), em Berlim. - A maioria das iniciativas desportivas destinavam-se a pessoas surdas. 2 Evolução Histórica do Desporto Adaptado Desporto e Populações Especiais Período Pós Guerras Mundiais - Surgimento de um grande número de pessoas com deficiência em consequência dos ferimentos durante a guerra. - Fim da II Guerra Mundial foi um marco para a evolução do desporto de rendimento para as pessoa com deficiência. - Incorporação do Desporto nos programas de reabilitação dos ex- combatentes (hospitais e centros de reabilitação). - Comunidade médica reconhece a importância do Desporto na reabilitação física, emocional e psicológica dos veteranos de guerra. 3 Evolução Histórica do Desporto Adaptado Desporto e Populações Especiais Período Pós Guerras Mundiais - Dr. Ludwing Guttmann considerado o Pai do Desporto Adaptado - Médico, neuro-cirurgião, defensor do valor psicológico, físico, social e moral do desporto para as pessoas com deficiência. - 1944: Abertura do Hospital de Stoke Mandville, Inglaterra, para lesionados vértebro-medulares. - No contexto hospitalar, o deporto começa a fazer parte das actividades diárias das pessoas com deficiência. Desporto de Recreação 4 Evolução do Desporto Adaptado em Portugal Desporto e Populações Especiais - Grande número de ex-combatentes da Guerra Colonial com deficiência. - Prática de prática desportiva nos centros de reabilitação como forma de ocupação dos tempos livres, à semelhança do desporto adaptado ao nível internacional. - Centro de Medicina de Reabilitação em Alcoitão, Lisboa é a entidade que promove algumas iniciativas neste âmbito, embora de forma pouco sistematizada. - Décadas de 80 e 90 há o surgimento das diferentes associações a nível nacional e uma maior participação nos jogos paralímpicos. 5 Participação Portuguesa nos Jogos Desporto e Populações Especiais - 1972: Primeira participação portuguesa com a equipa de Basquetebol em Cadeira de Rodas. - 1984: Atletismo, Boccia, Ciclismo, Futebol de 7 e Ténis de Mesa: 14 medalhas – 4 Ouro, 3 Prata, 7 Bronze - 1988: Atletismo e Boccia: 14 medalhas – 3 Ouro, 5 Prata, 6 Bronze - 1992: Atletismo, Boccia, Futebol 7 e Natação: 9 medalhas – 3 Ouro, 3 Prata, 3 Bronze -1996: Atletismo, Boccia, Futebol 7 e Natação: 14 Medalhas – 6 Ouro, 4 Prata, 4 Bronze - 2000: Atletismo, Boccia, Basquetebol, Ciclismo, Futebol 7, Ténis de Mesa e Natação: 15 Medalhas – 6 Ouro, 5 Prata, 4 Bronze 6 Participação Portuguesa nos Jogos Desporto e Populações Especiais - 2004: Atletismo, Basquetebol, Boccia, Ciclismo, Equitação e Natação:12 Medalhas – 2 Ouro,5 Prata,5 Bronze - 2008: Atletismo, Boccia, Natação, Ciclismo, Equitação, Remo, Vela: 7 Medalhas – 1 Ouro, 4 Prata, 2 Bronze - 2012: Atletismo, Boccia, Natação, Equitação, Remo: 3 Medalhas – 1 Prata, 2 Bronze - 2016: Atletismo, Boccia, Natação, Ciclismo, Equitação, Tiro, Judo – 4 medalhas Bronze - 2020: Atletismo, Boccia, Natação, Ciclismo, Equitação, Judo, Canoagem, Badminton – 2 medalhas Bronze - 2024: Atletismo, Boccia, Natação, Ciclismo, Judo, Canoagem, Badminton, Tiro, Triatlo e Halterofilismo - 7 medalhas: 2 ouro, 1 prata, 4 bronze. 7 Registos Históricos Desporto e Populações Especiais Histórico das participações portuguesas nos Jogos Paralímpicos 12 Jogos Paralímpicos 340 Atletas 16 Modalidades 101 Medalhas 27 Medalhas de Ouro 31 Medalhas de Prata 43 Medalhas de Bronze Medalhas por modalidades 57 Medalhas no Atletismo 27 Medalhas no Boccia 3 Medalhas no Ciclismo 1 Medalha no Futebol 10 Medalhas na Natação 1 Medalha no Ténis de Mesa 1 Medalha na Canoagem 1 Medalha no Judo 8 Tóquio 2020 Desporto e Populações Especiais - 33 atletas - 8 modalidades - Badminton estreia 9 Paris 2024 Desporto e Populações Especiais - 27 atletas - 10 modalidades - Halterofilismo e Triatlo estreia 10 Organização Internacional do Desporto Adaptado Desporto e Populações Especiais IPC Internacional Paralympic Committee IBSA IWAS Virtus CP-ISRA CISS Internacional International World Cerebral International Blind Sports Wheelchair and Intellectual Palsy – Committee of Association Amputee Sports Impairment Internacional Sports for the Federation Sport Sport and Deaf Recreation Association Deficiência Deficiência Dificuldade Paralisia Surdez Visual Motora Intelectual e do Cerebral Amputação Desenvolvimento Síndrome de Down Autismo 11 Organização Nacional do Desporto Adaptado Desporto e Populações Especiais CPP Comité Paralímpico de Portugal FPDD Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência ANDDVIS ANDDEMOT ANDDI PCAND LPDS Associação Associação Associação Paralisia Liga Nacional de Nacional de Nacional de Cerebral – Portuguesa Desporto para Desporto para Desporto para o Associação de Desporto Pessoas com Deficientes Desenvolvimento Nacional de para Surdos Deficiência Motores Intelectual Desporto Visual Extinta - 2017 Delegações Regionais Clubes 12 Organização Nacional do Desporto Adaptado Desporto e Populações Especiais FPDD (2021) 13 Classificação Desportiva Desporto e Populações Especiais Desporto Rendimento Sistema de Classificação – agrupa os atletas por níveis de capacidade, de forma a permitir uma competição justa e equitativa entre competidores com graus de deficiência similares - Aumento do número de participantes; - Aumento das provas desportivas; - Atletas com graus e tipos variados de deficiência. Critérios de Classificação -Tipo e grau de deficiência. - Deficiência mínima elegível para a competição. 14 Deficiência Motora - Lesões vértebromedulares - Disciplina: Desporto e Populações Especiais (componente teórica) Docentes: Tânia Bastos – [email protected] Rui Corredeira - [email protected] Conteúdos da Aula Desporto e Populações Especiais - Lesões vértebromedulares: definição e etiologia - Nível da lesão: paraplegia e tetraplegia - Implicações na prática desportiva - Basquetebol em cadeira de rodas - Outras desportos em cadeira de rodas 1 Lesões vértebromedulares Desporto e Populações Especiais Definição - Resultam de patologias ou lesões que afetam a espinal medula e podem ser divididas em lesões traumáticas ou lesões não traumáticas. Etiologia Lesões Traumáticas: - O trauma é das causas mais frequentes (80%) da lesão ao nível da espinal medula. - O traumatismo causa destruição mecânica do tecido neurológico e hemorragia intramedular. - As lesões traumáticas podem resultar de: Fraturas e Luxações: acidentes de trânsito, acidentes de trabalho, quedas, prática desportiva. Ferimentos: armas de fogo ou armas brancas. 2 Lesões vértebromedulares Desporto e Populações Especiais Etiologia Lesões Não-Traumáticas: - São as lesões causados por doenças ou patologias: Tumores Infeções – infeções virais (poliomielite) e bacterianas (tuberculose, abcessos epidurais) Vascular – tromboses, embolia Neurológicas e Sistémicas – esclerose múltipla, doenças reumáticas. Malformação Congénitas Outras – hérnias, estenoses 3 Lesões vértebromedulares Desporto e Populações Especiais A lesão medular é uma das formas mais graves e incapacitantes de deficiência. Importância da Espinal Medula - Meio de comunicação entre diversas partes do corpo e do cérebro. - Centro regulador que controla funções e órgãos importantes: respiração, controlo térmico, circulação sanguínea, a bexiga , o intestino e a atividade sexual. - Centro do controlo motor e do movimento. Figura 1 – Rede neurológica controlada pela espinal medula 4 Lesões vértebromedulares Desporto e Populações Especiais Nível da lesão medular e sua terminologia Tetraplegia: lesões cervicais até à T1 (afetação do 4 membros) Paraplegia: lesões abaixo da T2 (afetação dos 2 MI) - Lesões entre os segmentos medulares C1 e C2 são quase sempre fatais pois causam paralisia da musculatura respiratória. - Dependendo do nível da lesão ocorrerá maior ou menor perda de funcionalidade. - Em termos gerais podemos dizer que quanto mais alta é a lesão, maior será a perda das funções motoras, sensoriais e metabólicas do organismo. Figura 2– Constituição da coluna vertebral 5 Lesões vértebromedulares Desporto e Populações Especiais Consequências das Lesões Medulares e suas implicações na Prática Desportiva 1 – Perda de sensibilidade - Nas lesões medulares, da altura da lesão para baixo, há uma perda de sensibilidade à dor, ao calor, ao tato, à perceção dos membros afetados – proprioceptividade. - Atletas que sofrem quedas da cadeira de rodas que podem originar fraturas e não sentem – quadros graves de infeção. - Em dias muito quentes (praia e piscinas) evitar o contato com os pés descalços diretamente sobre o piso ou materiais quentes – queimaduras. - Perda de sensibilidade proprioceptiva e consequente perceção da posição dos membros pode originar lesões (entorses ou fraturas) pois o atleta perde a noção do posicionamento do seu corpo (ex. pé mal colocado na cadeira de rodas). 6 Lesões vértebromedulares Desporto e Populações Especiais 2 – Redução da capacidade respiratória - Lesões mais altas (C1,C2,C3) afetam nervos responsáveis pelo controlo respiratório o que provoca a morte por paragem respiratória. - Lesões até à altura da T2 provocam redução do volume respiratório. - Abaixo da T2 não provocam alterações na função respiratória. - No entanto, esforço físico intenso em temperaturas muito altas pode provocar dificuldades respiratórias. 7 Lesões vértebromedulares Desporto e Populações Especiais 3 – Alterações no sistema de regulação térmica - Termoregulação afetada na paraplegia e tetraplegia. - Incapacidade do organismo regular a temperatura corporal ficando sensível à temperatura ambiente. - Nível insuficiente de sudorese para compensar os efeitos do calor – aumento da temperatura corporal que em casos extremos pode levar à morte. - Precaução em atividades de esforço intenso em ambientes muito quentes e húmidos. 8 Lesões vértebromedulares Desporto e Populações Especiais Sugestões para a Organização das Atividades Desportivas - Organizar a prática desportiva em horários e em ambientes menos quentes. - Alternar a exposição ao calor com temperaturas mais agradáveis (colocação de compressas de gelo, toalhas húmidas). - Dosear o esforço em função da temperatura do dia, duração da atividade e o estado de preparação cardiovascular do atleta. -Equipamento compatível com a temperatura e a atividade física. -Ingestão preventiva e periódica de líquidos. - Apresentar atestados médicos que atestem a aptidão para a prática desportiva. - Adiar ou cancelar a prática desportiva quando as condições ambientais apresentam risco para o organismo. 9 Lesões vértebromedulares Desporto e Populações Especiais 4 – Úlceras de pressão - As úlceras de decúbito ou de pressão são popularmente conhecidas como escaras. - A perda de sensibilidade agravada pela necessidade de se permanecer sentado, favorece o aparecimento das escaras de decúbito. - Cuidados: Mudança da posição com alteração da região de contato do corpo; Redução da pressão sobre a região de contato (elevação das coxas e nádegas na cadeira de rodas; Uso de materiais adequados (almofadas de espuma). 10 Lesões vértebromedulares Desporto e Populações Especiais 5 – Incontinência urinária e controlo dos esfíncteres - Processos infeciosos que baixam a resistência orgânica, reduzem a capacidade de rendimento desportivo e pressupõem os atletas a outros processos infeciosos e problemas de saúde. - Cuidados: Esvaziar a bexiga antes da prática desportiva (Natação); Habituar o organismo a esvaziar o intestino sempre às mesmas horas dia; Alimentação adequada, rica em fibras e alimentos. 11 Lesões vértebromedulares Desporto e Populações Especiais 6 – Osteoporose - Comprometimento motor e as alterações fisiológicas conduzem ao aumento da porosidade dos ossos. - Maior propensão para fraturas. - Aperfeiçoamento de técnicas de autoproteção e manejo da cadeira de rodas. - Cuidado com o tipo e velocidade de deslocamentos. 12 Basquetebol em Cadeira de Rodas Desporto e Populações Especiais - Desporto mais popular ao nível do desporto adaptado. - É considerado um dos desportos mais atrativos, dinâmicos e emocionantes entre os desportos praticados em cadeira de rodas. - É organizado ao nível nacional pela Federação Portuguesa de Basquetebol – Comité Nacional de Basquetebol em Cadeira de Rodas (CNBCR). - É organizado ao nível internacional pela International Wheelchair Basketeball Federation (IWBF). 13 Basquetebol em Cadeira de Rodas Desporto e Populações Especiais Especificidades - Algumas adaptações foram feitas às regras da FIBA para que os jogadores possam jogar sentados numa cadeira de rodas e não em pé. - A cadeira de rodas é dotada de certos requisitos (medidas) com o intuito de garantir a segurança e a igualdade na competição. - O jogador é considerado fora do campo quando ele ou alguma parte da sua cadeira estiver em contato com o solo sobre ou fora das linhas que delimitam o campo. - O jogador só pode impulsionar as rodas duas vezes antes de driblar, passar ou lançar a bola. 14 Basquetebol em Cadeira de Rodas Desporto e Populações Especiais Especificidades - É assinalada uma falta técnica sempre que um jogador demonstrar deliberadamente conduta antidesportiva: Elevar , perder o contato com o assento da cadeira; Remover os pés do descanso ou usar outra parte do corpo para obter vantagem (travar ou manobrar a cadeira) - Utilização de cadeira de rodas específicas para a prática desportiva de competição. 15 Basquetebol em Cadeira de Rodas Desporto e Populações Especiais Classificação - Os jogadores são classificados no campo, nas suas cadeiras de jogo. - A classificação tem como base as capacidades funcionais do jogador e não a sua deficiência. - A classificação não é uma avaliação das suas qualidades como jogador. - O jogador tem que possuir deficiência mínima permitida para praticar esta modalidade, assim como uma diminuição física permanente ao nível dos membros inferiores. - A base para atribuição de uma classe é a estabilidade do tronco durante os movimentos característicos do jogo. 16 Basquetebol em Cadeira de Rodas Desporto e Populações Especiais Classificação - Os jogadores são agrupados em classes com base na capacidade física para executar os fundamentos técnicos da modalidade: propulsão da cadeira de rodas, drible, lançamento, passe, ressalto e reação ao contato. - As classificações são de 1.0, 1.5, 2.0, 2.5, 3.0, 3.5, 4.0 e 4.5 - Quanto maior for a classificação menor é o grau da lesão. - Cada jogador assume um valor igual à sua classificação. A soma dos pontos dos cinco jogadores em campo constituirá o total de pontos da equipa. - Pontos por equipa em campo: 14 17 Basquetebol em Cadeira de Rodas Desporto e Populações Especiais 18 Outras Modalidades Desporto e Populações Especiais Esgrima em Cadeira de Rodas Ténis em Cadeira de Rodas Rugby em Cadeira de Rodas 19 Deficiência Visual - Orientação e Mobilidade - Disciplina: Desporto e Populações Especiais (componente teórica) Docentes: Tânia Bastos – [email protected] Rui Corredeira - [email protected] Conteúdos da Aula Desporto e Populações Especiais - Conceitos Gerais - Benefícios dos Programas de Orientação e Mobilidade (OM) - Fases de um Programa de OM - Técnicas de Proteção - Técnicas de Guia - Técnicas de Bengala 1 Conceitos Gerais Desporto e Populações Especiais O que é a Orientação e Mobilidade (OM)? - Conjunto de capacidades e técnicas específicas que permitem à pessoa com deficiência visual conhecer, relacionar-se e deslocar- se com independência. Orientação: - processo do uso dos sentidos para estabelecer as posições e todo o relacionamento dos objetos no envolvimento; - capacidade de compreensão da relação que os objetos têm uns com os outros, a criação de um modelo mental do ambiente; - processo de tomada de consciência corporal, espacial e dos objetos assim como um comportamento percetivo-motor eficiente. - a orientação é desenvolvida através de repetidas experiências sensoriais e motoras no meio que rodeia. 2 Conceitos Gerais Desporto e Populações Especiais Mobilidade: - movimento realizado com segurança e eficiência através da utilização de técnicas apropriadas de exploração e proteção; - capacidade de mover-se de um lado para o outro com relativa facilidade, o que implica uma interação com o meio, envolvendo o seu treino e a aquisição de um conjunto de técnicas que tornam o indivíduo com deficiência visual apto para se deslocar facilmente; - está relacionada com os segmentos corporais (pernas e braços) e com a cognição do indivíduo, pois a mobilidade não é somente mover-se de A para B, é como se vai de A para B. 3 Conceitos Gerais Desporto e Populações Especiais Sistemas – Apoios técnicos ao serviço da pessoa com deficiência visual com o objetivo de a tornar independente. Orientação e Mobilidade: - Guia-Humano - Cão-Guia - Bengala Longa - Ajudas Eletrónicas - Técnicas de Proteção 4 Programa de OM Desporto e Populações Especiais 1ª Fase: Pré-orientação e Mobilidade - Desenvolvimento sensorial, cognitivo, motor e afetivo da pessoa com DV. - Desenvolvimento da imagem corporal, equilíbrio, postura, marcha e capacidade física de forma a possibilitar a introdução das técnicas de Mobilidade. - Área cognitiva: adquirir a formação de conceitos (imagem corporal, natureza do ambiente com objetos móveis e fixos, relações espaçotemporais), a atenção, resolução de problemas, poder de decisão, memória e transferência, utilização dos sentidos remanescentes (audição, tato, olfato e paladar). - Área Psicomotora: bom equilíbrio, coordenação, postura, caminhar em linha reta e executar rotações que são pontos importantes para a OM. - Área Afetiva: compreender a atitude, motivação, valores e autoconfiança. Para que o indivíduo seja bem sucedido no seu treino é preciso que esteja bem psicologicamente, esteja motivado e tenha um objetivo a alcançar. 5 Programa de OM Desporto e Populações Especiais 2ª Fase: Orientação e Mobilidade propriamente dita - Compreende todo o conjunto de técnicas de utilização da bengala realizadas em espaço fechado e em espaços exteriores. - Deverá continuar a ser prestada atenção a todos os aspetos de orientação e atividade motora abordados na fase anterior. - Um dos aspetos fundamentais são os pontos de referência e pontos de informação, sendo estes os pilares básicos em que se apoia a capacidade de orientação do aluno. - Um ponto de referência define-se como qualquer objeto, som, cheiro, ou indicador tátil que seja único na zona onde o indivíduo se vai movimentar; este não pode ser móvel; tem que ter uma localização que seja facilmente identificada e acessível ao indivíduo, ou seja, deve ser único, permanente no tempo e no espaço e facilmente localizável. - O ponto de informação é qualquer estímulo auditivo, tátil, cinestésico, visual ou olfativo que pode dar à criança informação útil para se orientar, mesmo que não cumpra as características dos pontos de referência. 6 Programa de OM Desporto e Populações Especiais Ambientes Internos Ambientes Externos Técnicas de exploração do envolvimento Orientações para contatar com o público Técnicas de proteção do próprio corpo Trabalho em zonas de pouco movimento Técnicas para apanhar objetos Técnica para seguir um passeio e detetar a esquina Técnica de Guia ou Técnica Base Treino auditivo para observar e reconhecer o trânsito - em espaços sem desníveis; - troca de braço Técnica para atravessar uma rua - face a face - passagem estreita Técnica para atravessar um cruzamento - portas Técnica para utilizar transportes públicos e privados - técnica de utilização de cadeiras - em escadas Técnica cruzada de bengala (técnica de proteção) Técnica para utilizar o comboio - em espaços sem obstáculos Técnica para utilizar os elevadores - detetar esquinas Técnica para utilizar escadas rolantes - em espaços com obstáculos - em escadas Trabalho em zonas de grande movimento e comércio. Técnica de Hoover ou dos dois toques ou ainda técnica de pêndulo (técnica de proteção e exploração) - Automatização da técnica em espaços sem desníveis; - em escadas. 7 Programa de OM Desporto e Populações Especiais 3ª Fase: Pós Orientação e Mobilidade - Esta fase existe depois de o indivíduo ser completamente independente. - Consiste na atualização das técnicas para não ganhar estilos próprios que o possam prejudicar e causar perigo a si mesmo. 8 Técnicas de Proteção Desporto e Populações Especiais É fundamental que o aluno saiba proteger-se e para tal que técnicas deverá utilizar. Técnica de Proteção Inferior: Esta técnica de proteção é utilizada nos seguintes contextos: - Espaços interiores quando o uso de uma bengala não se justifica. - Quando uma bengala não está disponível; - Em conjunto com a proteção superior. No que respeita à sua execução técnica, devem ser tidos em conta os seguintes aspectos: - Manter o braço estendido, colocar uma mão na linha média do corpo; - Manter a mão na linha média do corpo, avançá-la o máximo. Observações: - Quanto maior a distância entre a mão e o corpo, maior o tempo para poder parar; - Um aluno deve praticar a técnica com ambos os braços; - É preciso alguma concentração para manter a posição e a distância; - É uma postura digna que dá a ideia de que o aluno está a controlar a situação. 9 Técnicas de Proteção Desporto e Populações Especiais Técnica de Proteção Superior: Esta técnica de proteção deve ser utilizada nos seguintes contextos: - Espaços interiores e exteriores quando haja hipótese de encontrar um objeto à altura da cabeça (um extintor colocado numa parede ou ramos de uma árvore, por exemplo); - Em conjunto com a técnica inferior. No que respeita à sua execução técnica, devem ser tidos em conta os seguintes aspectos: - Dobrar o braço a 90º para cruzar o peito; - Levantar o braço até o antebraço atingir o nível da testa; - Rodar o pulso até que a palma da mão esteja virada para a cara. Dobrar os dedos. Observações: - O antebraço não deverá tocar na testa; - O aluno deve praticar a técnica com ambos os braços; - É preciso alguma prática para manter o braço na posição certa; - Alguns alunos com baixa visão não gostam da técnica porque reduz o campo da visão, mas devem usá-la quando não conseguem ver os obstáculos (ex. quando há pouca luz). 10 Técnicas de Guia ou Técnicas de Base Desporto e Populações Especiais - O guia toca levemente com o seu braço ou mão no braço da pessoa, e esta deve procurar com a sua mão o braço do guia logo Pega acima do cotovelo; - O polegar numa parte lateral do braço (exterior) e os outros dois dedos no lado oposto; - O movimento do braço do guia tem de ser descontraído, podendo fazer com o antebraço um ângulo de 90˚ ou então colocar o braço ao longo do corpo; - O importante é o aluno se situar atrás do guia e um pouco para o lado de fora da pega, ou seja, o ombro de um lado do guia está com o ombro contrário do aluno; - Deve conseguir ouvir todas as instruções do guia, sem este ter de parar ou de se virar para trás. Logo, deverá colocar-se aproximadamente 1m atrás do guia; - O aluno deve ainda aprender as duas pegas (esquerda e direita), pois terá necessidade em várias situações de utilizar um lado e outro do guia; - A pessoa com DV deve adaptar a sua marcha à do guia. - Deve ainda não fazer a pega de forma solta ou muito pesada, tem de existir uma optimização; 11 Técnicas de Guia ou Técnicas de Base Desporto e Populações Especiais Passagem Estreita Mudança de Direção ou Face a Face Troca de Braço 12 Técnicas de Bengala Desporto e Populações Especiais Pega No que respeita à sua execução técnica, devem ser tidos em conta os seguintes aspetos: - Polegar em cima da bengala, apontando para baixo; - Indicador ao lado, apontando para baixo; - Os outros dedos enrolados à volta da bengala. Observações: No princípio o aluno precisará de pegar na bengala com os cinco dedos mas com tempo será capaz de segurar a bengala com apenas três: o polegar, o indicador e o médio. 13 Técnicas de Bengala Desporto e Populações Especiais Técnica Cruzada - O objetivo desta técnica é de proteção. - Realiza-se a pega no punho da bengala, este cruza a palma da mão na linha média no sentido do dedo indicador, executando uma rotação da mão de 180º. - A bengala fica cruzada em relação ao corpo protegendo o espaço igual à largura dos ombros da pessoa. 14 Técnicas de Bengala Desporto e Populações Especiais Subir Escadas Descer Escadas 15 Técnicas de Bengala Desporto e Populações Especiais Técnica de Hoover ou Técnica dos Dois Toques - O objetivo desta técnica é de proteção e exploração. - Pega igual à da cruzada. - Depois de realizada a pega deverá projetar a bengala para a frente no plano médio, mantendo o ângulo formado pela bengala e o chão o mais aberto possível. - A bengala pode ainda “varrer” o chão ou então mantê-la a poucos centímetros do mesmo. - O treino do uso das técnicas específicas da bengala pressupõe o treino na utilização de todos os sentidos remanescentes e deve ser ensinado por um técnico especializado. 16 Deficiência Visual - Desportos Paralímpicos- Disciplina: Desporto e Populações Especiais (componente teórica) Docentes: Tânia Bastos – [email protected] Rui Corredeira - [email protected] Conteúdos da Aula Desporto e Populações Especiais - Desporto Nacional e Internacional - Classificação Desportiva - Goalball - Futebol 5 - Natação - Atletismo - Judo 1 Desporto Nacional Desporto e Populações Especiais ANDDVIS - Associação Nacional de Desporto para Deficientes Visuais www.anddvis.org.pt Modalidades promovidas pela ANDDVIS – Goalball Outras Modalidades – Atletismo Judo Futebol 5 Natação 2 Desporto Internacional Desporto e Populações Especiais IBSA – Internacional Blind Sport Association Modalidades promovidas pela IBSA – Goalball Atletismo Ski Alpino Natação Tiro Futebol 5 Natação Entre outros…. Judo Ciclismo Tandem Arco Halterofilismo 3 Classificação Desportiva Desporto e Populações Especiais A classificação desportiva de acordo com a IBSA (2018-2021): - B1: ausência total da perceção de luz em ambos os olhos, ou alguma perceção de luz, mas com incapacidade para reconhecer a forma de uma mão em qualquer distância ou sentido. - B2: da habilidade de reconhecer a forma de uma mão até uma acuidade visual de 2/60 metros e/ou campo visual inferior a 5º de amplitude. - B3: desde uma acuidade visual superior a 2/60 metros até 6/60 metros e/ou campo visual de mais de 5º e menos de 20º de amplitude Todas as classificações devem ser feitas medindo o melhor olho e após correção. Todos os atletas que usam lentes de contacto ou próteses devem decidir se pretendem ou não usá-las durante a competição e a classificação dependerá disso. A letra "B" refere-se ao termo blind, que significa cego, segundo a International Blind Sport Association (2005). 4 Goalball Desporto e Populações Especiais Desporto Específico para a área da Deficiência Visual - Modalidade que integra os Jogos Desportivos Coletivos mas que possui características específicas. - Desporto praticado num recinto coberto no qual o silêncio é a chave para o sucesso no desempenho desportivo. - Cada equipa é constituída por 3 jogadores efetivos e 3 jogadores suplentes. - O recinto tem na sua totalidade 18x9 metros. 20 Goalball Desporto e Populações Especiais Dimensões do Campo de Goalball 21 Goalball Desporto e Populações Especiais - Balizas: 1,30mX9m 22 Goalball Desporto e Populações Especiais Equipamento - A bola contém guizos no seu interior. A superfície exterior é perfurada. - Todos os jogadores utilizam vendas não podendo mexer nelas a partir do momento que o jogo inicia (apito) até ao final da parte respetiva. - O equipamento deve constar uma camisola com número de identificação (frente e costas) e proteções inferiores para proteger do impacto da bola no corpo e deste no solo. 23 Goalball Desporto e Populações Especiais Ações Técnicas e Táticas Ataque - Passe - Receção - Remate (inglês: lançamento) Defesa -Posições Específicas equipa disposta em triângulo 24 Goalball Desporto e Populações Especiais Fases do Lançamento 2 1 3 4 25 Goalball Desporto e Populações Especiais Posição Específica da Defesa Posição Específica da Defesa (em espera) (no contacto) 26 Goalball Desporto e Populações Especiais Regras da Modalidade - Todas as faltas são comunicadas em Inglês. - A equipa de arbitragem é constituída por: 2 árbitros de campo, 4 juízes de baliza, 1 anotador da pontuação, 1 cronometrista (10s). - Jogo com a duração de 24 minutos, com duas partes de 12 minutos cada e 3 minutos de intervalo. -3 substituições por equipa (o mesmo jogador pode ser substituído mais do que uma vez) 27 Goalball Desporto e Populações Especiais Regras da Modalidade - infrações Fora – Out – Quando a bola sai para fora do campo sem ter tocado em nenhum jogador (bola do adversário). Defesa para fora – Block out – O jogador defende e a bola vai para fora (bola sai da equipa que defendeu). Tiro prematuro – Premature throw – O jogador remata a bola antes do permitido (play). 28 Goalball Desporto e Populações Especiais Regras da Modalidade Passe fora – Pass out – Se, ao passar a bola entre os elementos da equipa, esta sai fora de campo, é marcada um infração. Bola do adversário. Retrocesso da bola – Ball over – Se um jogador da equipa defensiva contacta com a bola e esta retorna pela linha central, pertencerá à equipa que fez o remate. Bola Morta – Dead ball – Se o jogador da equipa defensiva tocar na bola e esta ficar imobilizada sem que a equipa possa ter o controle sobre a mesma. Bola do adversário. 29 Goalball Desporto e Populações Especiais Penalidades Bola alta -High ball (linha 6 metros) Bola longa -Long ball (área neutra) Vendas -Eyeshades Defesa anti-regulamentar - Illegal defense Atraso pessoal de jogo - Personal delay of game Instruções anti-regulamentares do banco - Illegal coaching Barulho -Noise 30 Goalball - Testemunhos Desporto e Populações Especiais (www.youtube.com) 31 Natação Desporto e Populações Especiais Classificação As classes denominadas pela IBSA e pelo IPC são: - S11 que corresponde ao B1 - S12 que corresponde ao B2 - S13 que corresponde ao B3 Regras Partidas - As partidas nas provas de bruços, mariposa e livres (crol) podem ocorrer a partir do bloco de partida, ao lado do bloco ou na água, dentro da piscina. No entanto, um nadador que parte dentro de água tem que estar sempre em contato com o bordo da piscina ou bloco de partida, até que seja dado o sinal de partida. Chegada - Não é obrigatório o toque simultâneo na chegada das técnicas de bruços e mariposa. 5 Natação Desporto e Populações Especiais Regras Viragens - Para indicar ao nadador que este se encontra próximo do bordo da piscina é realizado um movimento de batida – o tapping. - O sujeito que realiza o toque no nadador denomina-se de tapper. - O tapping é o aviso que se dá ao nadador quando este se aproxima da parede da piscina para efetuar uma viragem ou concluir a prova. - O tapper alerta o nadador com um toque na cabeça, costas, peito ou mão, comunicando-lhe que é o momento de parar ou efetuar a viragem. - O tapping permite ao nadador potenciar o seu desempenho na execução da técnica de viragem, garantindo também a sua segurança. 6 Natação Desporto e Populações Especiais Regras Tapping - Equipamento: bastão flexível com uma extremidade coberta de material macio ou esponjoso, que permite o contato firme com o corpo do nadador. - Responsabilidades do Tapper: 1 - dedicar total atenção à sua tarefa; 2 – é responsável não apenas pela performance mas também pela segurança e integridade física do nadador; 3 – o nadador realiza a viragem rapidamente confiando totalmente no seu tapper; 4 – o nadador e o tapper deverão treinar em conjunto, de modo que o tapper tenha plena consciência dos hábitos do nadador e que este esteja habituado aos métodos de toque do tapper. 5 – O tapper deve manter o equipamento de batida sempre pronto, próximo da superfície da água; 6 – O tapper deve tocar sempre no topo da cabeça e nunca ao lado. Caso falhe o toque, o tapper deve rapidamente colocar a extremidade acolchoada entre a cabeça do nadador e a parede da piscina, evitando possíveis ferimentos; 7 – Durante uma competição o tapper pode dar instruções ao nadador sobre a direção do nado mas nunca sobre a técnica pois é proibido. 7 Natação Desporto e Populações Especiais Tapper 8 Futebol 5 Desporto e Populações Especiais - Jogo desportivo coletivo com algumas adaptações específicas para a prática por atletas com DV. - Duas partes de 25 minutos com 10 minutos de intervalo. - A bola tem um sistema de som interno para permitir uma trajetória regular da bola, de modo a que quando esta gira sobre si mesma ou em forma centrífuga, mantém o som e assegure a segurança dos jogadores. 9 Futebol 5 Desporto e Populações Especiais Terreno de Jogo: Na extensão das linhas laterais existem bandas laterais. É obrigatório que sigam toda a sua extensão assim como a 1m das linhas de fundo, nos dois lados do campo. Estas barreiras deverão ter entre 1m e 1,20m de altura. 10 Futebol 5 Desporto e Populações Especiais Constituição das Equipas: Cada equipas é constituída por 5 jogadores : - 4 jogadores da classe B1; - 1 guarda-redes normovisual ou com DV (B2 ou B3); - 1 Guia Terços de orientação em campo: 1º) Terço defensivo (Guarda-Redes) 2º) Terço médio (Treinador) 3º) Terço ofensivo (Guia que se encontra atrás da baliza adversária) 11 Futebol 5 - Testemunhos Desporto e Populações Especiais (www.youtube.com) 12 Judo Desporto e Populações Especiais Regras - As competições seguem as normas da Federação Internacional de Judo aplicando-se as regras de segurança do Subcomité de Judo da IBSA. - Competições: individuais, masculinas e femininas. - Classificação: segue as normas da IBSA: B1, B2 e B3. 13 Judo Desporto e Populações Especiais Regras - Área de Competição: uma fita adesiva azul e uma fita adesiva branca são colocadas no centro da área de luta, distanciadas entre si 1metro, para indicar as posições onde os lutadores devem iniciar e terminar a luta. - Equipamento: todos os atletas classificados como B1 deverão ter um círculo vermelho costurado na parte externa de ambas as mangas do judogi. - Especificidades: a luta é interrompida quando os competidores perdem o contato, os judocas tem que estar sempre em contato. Os judocas não são punidos quando saem da área de combate. 14 Judo - Testemunhos Desporto e Populações Especiais (www.youtube.com) 15 Atletismo Desporto e Populações Especiais Regras - As competições de atletismo na área da deficiência visual são constituídas por todas as provas que compõem as regras oficiais da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), com exceção do salto à vara, lançamento do martelo e corrida de barreiras. - Classificação: segue as normas da IBSA (B1 – T/F11; B2 – T/F12; B3 – T/F13). - Os atletas T/F11 são obrigados a usar óculos opacos, vendas ou pensos oftalmológicos em todas as provas. - Os atletas T/F11 usam guia; - Os atletas T/F12 podem decidir se querem usar guia; -Os atletas T/F13 não podem usar guia e têm que correr autonomamente. 16 Atletismo Desporto e Populações Especiais Regras O atleta guia (normovisual) corre junto com o atleta para o orientar; encontram-se unidos por uma corda presa às mãos; o atleta deve estar sempre à frente. - Funções do Atleta Guia: 1 – No momento de chegada, a cruzar a linha da meta, o atleta- guia deve estar necessariamente atrás do atleta. 2 – O atleta-guia pode dar indicações verbais ao atleta. 3 – Método de condução: guia com corda. 4 – Atleta e guia não deverão estar afastados mais de 50cm de distância, em nenhum momento da prova. 5 – O atleta-guia não pode arrastar ou puxar o atleta. 17 Atletismo Desporto e Populações Especiais Regras - B3: as modalidade seguem as mesmas regras do atletismo das competições normovisuais. 18 Atletismo - Testemunhos Desporto e Populações Especiais (www.youtube.com) 19 Referências Desporto e Populações Especiais - Abrantes, G., Luz, L. & Barreto, M. (2006). Manual de Orientação para Professores de Educação Física – Natação Paraolímpica. Comitê Paraolímpico Brasileiro, Brasília. Brasil. - Castelli, D. & Fontes, M. (2006).Manual de Orientação para Professores de Educação Física – Futebol Paraolímpico. Comitê Paraolímpico Brasileiro, Brasília. Brasil. - International Blind Sport Association (2018-2021). Goalball Rules. On-Line]: http://www.ibsa.es/eng/deportes/goalball/reglamento.htm. - Mauerberg-de-Castro, E. (2005). Actividade Física Adaptada. Tecnomed Editora. Ribeirão Preto. Brasil. - Rodrigues, N. (2002). Goalball: estudo sobre o estado de conhecimento da modalidade e a avaliação desportivo-motora dos atletas. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Desporto do Porto. Porto. -Veríssimo, A. & Ravache, R. (2006) Manual de Orientação para Professores de Educação Física – Atletismo Paraolímpico. Comitê Paraolímpico Brasileiro, Brasília. Brasil. - Vieira, C. & Júnior, W. (2006) Manual de Orientação para Professores de Educação Física – Judô Paraolímpico. Comitê Paraolímpico Brasileiro, Brasília. Brasil. 32 - Paralisia Cerebral - Disciplina: Desporto e Populações Especiais (componente teórica) Docentes: Tânia Bastos – [email protected] Rui Corredeira - [email protected] Conteúdos da Aula Desporto e Populações Especiais - Paralisia Cerebral: definição e etiologia - Tipos de Paralisia Cerebral - Características Gerais (motor/intelectual/social/psicológico) - Produtos Apoio - Boccia (características, regulamentação, classificação) - Outras modalidades desportivas 1 Paralisia Cerebral (PC) Desporto e Populações Especiais Definição - Desordem permanente, não progressiva, que afeta uma ou várias áreas cerebrais em desenvolvimento, originando perturbações no controlo do tónus muscular e da postura, na atividade reflexa e no próprio movimento (estas alterações podem ser ligeiras ou atingirem proporções graves). Etiologia - Pré-natal: infeções maternas, medicamentos tóxicos, ingestão de drogas. - Peri-natal: prematuridade, sofrimento fetal, traumatismo de parto, hemorragia intracraniana, anóxia, baixo peso, infeções. - Pós-natal: infeções cerebrais, traumatismo craniano severo, convulsões prolongadas, AVCs nos primeiros anos de vida. 2 Paralisia Cerebral Desporto e Populações Especiais Classificação/Tipos de PC PC Espástica: - A lesão ocorre no cortéx cerebral e afeta os centros motores. - É o tipo de PC mais frequente. - Caracteriza-se por rigidez muscular (hipertonia) e incapacidade de relaxar voluntariamente os grupos musculares o que produz movimento descontrolado, espástico, e como tal, sem plasticidade. - Geralmente, origina deformidades corporais. 3 Paralisia Cerebral Desporto e Populações Especiais Classificação/Tipos de PC PC Atetose/Disquinética: - A lesão ocorre no gânglio basal. - Têm uma incidência inferior à anterior. - Caracteriza-se por falta de coordenação entre os músculos agonistas e antagonistas o que origina movimento e posturas involuntárias e descoordenadas (sem intenção) e ainda por um tónus muscular “flutuante” (hiper ou hipotónicos). - Geralmente, não origina deformidades corporais. 4 Paralisia Cerebral Desporto e Populações Especiais Classificação/Tipos de PC PC Ataxia : - A lesão ocorre no cerebelo. - Tipo mais raro de PC. - Caracteriza-se por pouco equilíbrio, dificuldades na marcha, coordenação deficiente, alteração da noção espacial e tónus muscular fraco. 5 Paralisia Cerebral Desporto e Populações Especiais Características Gerais Plano Motor: - Alterações posturais. - Atraso significativo no desenvolvimento psicomotor. - Disfunção percetivo-motora Plano Intelectual: - Atraso no desenvolvimento intelectual (cerca de 30% dos casos). - Dificuldades de aprendizagem (cerca de 50% dos casos). - Perturbações da linguagem. 6 Paralisia Cerebral Desporto e Populações Especiais Características Gerais Plano Sensorial: - Perturbações auditivas. - Perturbações visuais. - Epilepsia associada. Plano Afetivo e Social: - Alterações comportamentais: - Instabilidade emocional - Hiperatividade - Falta de atenção - Receio - Impulsividade - Apatia 7 Paralisia Cerebral Desporto e Populações Especiais Ajudas Técnicas/Produtos de Apoio Variam consoante o tipo de lesão: - Todo o tipo de ortóteses: desde os auxiliares de marcha até às cadeiras de rodas elétricas. - Adaptações feitas ao material utilizado pela criança. - Sistemas de comunicação alternativos. - As mesmas ajudas técnicas utilizadas para crianças com problemas visuais, auditivos, de fala e outros, quando presentes na PC. 8 Produtos de Apoio Desporto e Populações Especiais 9 Boccia Desporto e Populações Especiais Caracterização do Jogo: - Jogo em cadeira de rodas cujo objectivo é lançar um conjunto de bolas em relação a um alvo. - É jogado num espaço limitado (modalidade indoor) adaptando-se perfeitamente à reduzida mobilidade dos seus praticantes. - É um desporto específico para atletas com Paralisia Cerebral mas também podem participar outros com incapacidades severas das funções. -Portugal têm-se assumido como uma das principais potências da modalidade, obtendo títulos europeus, mundiais e paralímpicos. - Modalidade muito popular na 3º Idade – Boccia Sénior. 10 Boccia Desporto e Populações Especiais Caracterização do Jogo: - O objetivo é colocar as bolas de cor (azul/vermelho) o mais perto possível da bola alvo (bola branca) que é lançada estrategicamente por um primeiro jogador. - Cada jogador/equipa dispõe de 6 bolas, vermelhas para uma equipa e 6 bolas azuis para a equipa adversária. - Disputam-se 4 parciais no jogo individual e 6 parciais no jogo de equipas. - Os pontos contam-se no final de cada parcial, sendo atribuído um ponto por cada bola que esteja mais próxima da bola branca até ser encontrada a primeira do adversário. - Jogo individual, pares e equipas. 11 Boccia Desporto e Populações Especiais - Modalidade indoor, jogada num campo de 12,5mX6m onde se destacam as seguintes marcações: casas, linhas da casa, linha de lançamento, linha em V, cruz, linhas de campo. 12 Boccia Desporto e Populações Especiais Equipamento dos Jogadores Calha: - Deve ter um tamanho que, quando posta de lado caiba numa área de 2,5mX1m. - Não pode ter qualquer dispositivo que ajude à propulsão da bola e orientação. - O jogador tem que ser o último a contactar com a bola antes de a largar no campo. - Pode ser usada mais do que uma calha. Cadeira de Rodas Conjunto de Bolas 13 Boccia Desporto e Populações Especiais Equipamento da Equipa de Arbitragem - Equipa de arbitragem é constituída por um árbitro, um fiscal de linha e um marcador (tempo e resultado). - Sinalética Específica - Kit de Arbitragem: raquete, compasso e fita-métrica. Outros acessórios: - Quadro de resultados - Equipamento de medida do tempo (placards electrónicos) - Caixa de bolas mortas - Balança - Dispositivo de medição das bolas - Boletim de jogo - Marcadores de campo 14 Boccia Desporto e Populações Especiais Divisão Funcionalidade Individual BC1 Individual BC2 Individual BC3 Individual BC4 Pares BC3 Pares BC4 Equipas BC1 e BC2 15 Boccia Desporto e Populações Especiais Individual BC1 - Podem ser assistidos por 1 auxiliar. - Tetraplégicos com envolvimento severo. - Pouca amplitude de movimento e pouca força funcional. - Preensão e largada da bola extremamente pobre. - Controlo estático e dinâmico do tronco extremamente pobre. - É permitido aos atletas lançar a bola com os membros inferiores. - Incapazes de propulsionar a cadeira de rodas pelos seus próprios meios. 16 Boccia Desporto e Populações Especiais Individual BC2 - Não podem ter auxiliar. - Tetraplégicos com mais funcionalidade no lado menos afetado. - Pouca força em todas as extremidades e tronco. - Conseguem propulsionar a cadeira de rodas. - Razoável controlo estático do tronco. O controlo dinâmico é pobre. - Boa destreza com a bola, mas têm uma pega e largada fraca. 17 Boccia Desporto e Populações Especiais Individual BC3 - Para jogadores que têm que usar calha. - Disfunção motora severa nas 4 extremidades. - São dependentes de 1 auxiliar que tem de estar sempre de costas voltadas para o jogo. - Não têm pega sustentada da bola nem acção de largada. - Podem ter movimento do braço mas este não é suficiente para colocar a bola no campo. 18 Boccia Desporto e Populações Especiais Individual BC4 - Jogadores com disfunção motora severa nas 4 extremidades, combinado com um controlo dinâmico do tronco pobre, de origem não cerebral ou de origem degenerativa. - Tem uma preensão e largada de bola fraca combinada com um tempo de execução lento. - Não podem ser assistidos por um auxiliar. 19 Boccia Desporto e Populações Especiais Abordagem Metodológica - Exercícios de Manipulação da Bola - 1º Etapa: Aprendizagem do Lançamento Tipo de lançamento (por cima, por baixo); Distância ao alvo; Altura do alvo. - 2º Etapa: Aprendizagem da Tática Colocação da bola alvo em diferentes posições e distâncias no campo; Colocação da bola alvo, partindo de diferentes posições de lançamento (casas de lançamento); Controlo da velocidade e força de lançamento (bola alvo junto às linhas do campo); Mudança de alvo. 20