Neurociências Afetivas - Guia de Estudo
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Este documento apresenta uma visão geral sobre o ramo das neurociências que se debruça sobre os processos afetivos no cérebro e o comportamento. Aborda diferentes níveis de processamento emocional, desde os primários até aos terciários, destacando a base biológica e a causalidade bidirecional entre emoções e cognições. Discute os processos emocionais, o modelo psicobiológico de temperamento e caráter e a importância da psicobiologia.
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**PWP\_8\_NEUROCIÊNCIAS AFETIVAS:** Ramo das neurociências que estuda os fenómenos afetivos no cérebro e no comportamento; Os sistemas afetivos centrais dependem de áreas subcorticais do cérebro, são moldados através de pressões evolutivas e podem influenciar a personalidade humana; Podem ser observ...
**PWP\_8\_NEUROCIÊNCIAS AFETIVAS:** Ramo das neurociências que estuda os fenómenos afetivos no cérebro e no comportamento; Os sistemas afetivos centrais dependem de áreas subcorticais do cérebro, são moldados através de pressões evolutivas e podem influenciar a personalidade humana; Podem ser observado em mamíferos e aves, observação através de estudos de ressecção cortical. 7 sistemas neurobiológicos. **Os processos emocionais primários** descrevem os afetos fundamentais associados aos sistemas cerebrais primários (incondicionados), são subcorticais e suportam três aspetos: efeitos emocionais; efeitos homeostáticos; afetos sensoriais. Este nível corresponde aos sistemas emocionais básicos identificados por Panksepp, como: **SEEKING**, **FEAR**, **RAGE**, **CARE**, **PANIC/GRIEF**, **PLAY e LUST**. Foi através da estimulação elétrica de cérebros de aves e mamíferos e de estudos farmacológicos que Panksepp definiu as redes emocionais básicas. Base biológica: Essas emoções são processadas por estruturas subcorticais, como: Amígdala, Hipotálamo e Tronco cerebral. Respondem automaticamente a estímulos incondicionais, ou seja, que não precisam de aprendizado prévio para serem ativados. Função: Geram respostas emocionais instintivas para a sobrevivência, como fugir de um predador (medo) ou buscar alimento (SEEKING) e regulam estados homeostáticos básicos, como fome e sono. Os sistemas primários fornecem a \"matéria-prima emocional\" para os níveis superiores. Embora sejam automáticos e rápidos, suas respostas podem ser reinterpretadas ou moduladas pelos níveis secundário e terciário. Baseados em estruturas subcorticais e influenciam as respostas emocionais e são automáticos e inconscientes (bottom-up). **Os processos emocionais secundários** emergem da aprendizagem emocional e resultam da experiência direta. Os processos secundários dependem da aprendizagem e dos gânglios da base que suportam o condicionamento clássico (associações automáticas), o condicionamento instrumental/operante (reforço) e os hábitos emocionais. Estas estruturas subcorticais armazenam memórias emocionais e padrões comportamentais. Associações entre estímulo e resposta; Tendências comportamentais condicionadas. Baseados no sistema límbico superior. Envolvem aprendizado e respostas condicionadas, como memória emocional. É onde os processos \"bottom-up\" (dos níveis inferiores) começam a integrar-se com funções mais complexas. **Os processos terciário-emocionais** são o conjunto de processos intrapsíquicos (processos que acontecem **dentro da mente**) que nos ajudam a pensar sobre as nossas emoções, regulá-las e decidir como agir, em vez de reagir automaticamente, tendo controlo sobre tendências automáticas de comportamento emocional ou \"livre-arbítrio\". Processos que ocorrem nas regiões medial-frontais (córtex pré-frontal medial) que modulam (controlam ou ajustam) a intensidade e a expressão das emoções (excitação emocional subcortical) que vêm de partes mais \"primitivas\" do cérebro (as regiões subcorticais, como a amígdala e o hipotálamo). Localizados no neocórtex. Envolvem pensamento racional, tomada de decisão e cognições avançadas (top-down). **Causalidade Bidirecional**: Processos cognitivos do nível terciário podem regular emoções mais básicas (top-down). Processos emocionais primários também influenciam as cognições superiores (bottom-up). Base Neurobiológica das Emoções: Emoções estão associadas a neurotransmissores e neuropeptídeos (ex.: dopamina, serotonina). A quantidade de recetores (densidade) influencia a intensidade e a eficácia da transmissão desses sinais. Objetivo evolutivo. SEEKING: Exploração de recursos ambientais. CARE: Cuidado parental. PLAY: Atividades sociais relacionadas à formação de vínculos. LUST/Sistema sexual Identificação de parceiros potenciais e reprodução. RAGE: Competição por e defesa de recursos. FEAR: Fuga e evitamento de ameaças à integridade física GRIEF: Manutenção do contato e vínculos sociais. A personalidade emerge da interação entre predisposições genéticas, mecanismos neurobiológicos e o ambiente, com as emoções básicas desempenhando um papel fundamental. **PSICOBIOLOGIA:** Ramo das neurociências focado na exploração das intersecções entre biologia e comportamento. Estuda o impacto das estruturas genéticas nas interações e no comportamento complexo. Ramo que explora as consequências da evolução humana na biologia e na sua expressividade relativamente a diversas variáveis psicológicas. Fundamental para perceber como é que a evolução moldou o código genético por detrás dos processos epigenéticos, em função das pressões ambientais. **MODELO PSICOBIOLÓGICO DE TEMPERAMENTO E CARÁTER:** Os sistemas cerebrais são conceptualizados como substratos neuronais para traços temperamentais; O caráter é influenciado pela aprendizagem sociocultural e amadurece em etapas progressivas ao longo da vida; As dimensões da personalidade envolvem sistemas adaptativos complexos de múltiplas variáveis genéticas e ambientais; Esperam-se interações gene-gene e gene-ambiente para a compreensão do desenvolvimento quantitativo; A personalidade pode ser dividida: em temperamento ( parte inconsciente e de respostas automáticas) e caráter (parte do planeamento consciente). **COMPONENTES CEREBRAIS DA EMOÇÃO:** Periférico, respostas corporais automáticas e musculares que preparam para ação. Processamento emocional, subcortical (emoções automáticas) + cortical (emoções conscientes/reguladas). E experiência subjetiva, o sentimento consciente, organizado pelo córtex cerebral. **Componente Periférico:** Refere-se às respostas físicas do corpo, especialmente as mediadas pelo Sistema Nervoso Autónomo (SNA, responsável pelo aumento da frequência cardíaca, dilatação das pupilas ou liberação de adrenalina) e pelo Sistema Músculo-esquelético (movimentos voluntários ou involuntários usados para reagir ou comunicar emoções, como expressões faciais, postura corporal e gestos). O SNA fornece a base fisiológica (energia e reações automáticas), enquanto o sistema músculo-esquelético realiza a ação física em si. **Processamento Emocional:** Envolve o trabalho de estruturas cerebrais que processam emoções. Estruturas subcorticais (Sistema Límbico), partes do cérebro \"mais antigas\" evolutivamente, como a amígdala, o hipotálamo e o hipocampo, que são responsáveis por reações emocionais automáticas e instintivas. E estruturas Corticais: Incluem o córtex pré-frontal e outras áreas do córtex cerebral, que ajudam a regular as emoções e integrar informações emocionais em um contexto mais complexo e consciente. **Experiência Emocional (Subjetiva):** Refere-se à perceção consciente da emoção, que ocorre no córtex cerebral. **SNA: Simpático e Parassimpático:** O SNA prepara o corpo para reagir a estímulos emocionais e fisiológicos. **Simpático:** Ativado em situações de stresse ou perigo (\"luta ou fuga\"). Aumenta a frequência cardíaca, dilata as pupilas, e redireciona o fluxo sanguíneo para os músculos. **Parassimpático:** Atua em situações de relaxamento e recuperação (\"descansar e digerir\"). Reduz a frequência cardíaca, estimula a digestão, e promove o equilíbrio energético. **Funções Emocionais Cerebrais:** Hipotálamo: Coordena as respostas fisiológicas, como a frequência cardíaca e a libertação de hormonas. Amígdala: Essencial para emoções como o medo e a raiva; também é responsável pela criação de memórias emocionais. Córtex órbito-frontal: Regula o estado de alerta geral (arousal). E Córtex ventral-medial: Controla respostas emocionais e comportamentais. **Eixo HPA (Hipotálamo-Pituitária-Adrenal):** Principal sistema de resposta ao stress. Componentes principais: Hipotálamo, que liberta CRF (fator liberador de corticotropina). Pituitária, que liberta ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) na corrente sanguínea. E as glândulas Adrenais (Supra-renais), que libertam glucocorticoides (como cortisol) para mobilizar energia e regular o estresse. Implicações, a ativação crónica pode levar a problemas como ansiedade, depressão ou doenças relacionadas ao estresse. **Modelos de stresse (Cannon, Selye e Lazarus):** **Cannon:** Introduziu o conceito de \"luta ou fuga\" como resposta adaptativa ao estresse. E enfatizou a ativação do SNA para garantir a sobrevivência. **Selye:** Descreveu a Síndrome Geral de Adaptação, que inclui três fases: 1. Alarme: Reconhecimento do fator de stresse. 2. Resistência: Tentativa de adaptação ao fator de stresse. 3. Exaustão: Desgaste físico e mental após uma exposição prolongada ao stresse. **Lazarus e Folkman:** Apresentaram um modelo centrado na interação entre o indivíduo e o ambiente. O stresse surge quando a situação é avaliada como uma ameaça e os recursos do indivíduo são insuficientes para lidar com ela. **Sistema Límbico:** Primeira Proposta: Circuito de Papez, propôs que o sistema límbico era fundamental para as emoções. O circuito inclui, hipotálamo, tálamo, giro cingulado, hipocampo e fórnix. Este circuito contribui para o processamento emocional, mas o conceito original era limitado. Expansão por Paul MacLean, este incorporou outras áreas no conceito de sistema límbico: Hipotálamo, área septal, núcleo accumbens, amígdala e córtex frontal. Destacou a importância do sistema límbico no controlo das emoções e dos comportamentos sociais. **Modelo de Processamento de Estímulos:** Um estímulo emocional é processado de duas formas: 1. Processamento subcortical: Rápido e automático, como reações instintivas (ex.: medo). 2. Processamento neocortical: Mais lento e analítico, associado ao pensamento consciente. As informações processadas levam a ações motoras e reações autonómicas, que têm impacto no corpo. A **noradrenalina** é um neurotransmissor relacionado com a atenção, emoções, vigilidade e aprendizagem. É também libertada como uma hormona na corrente sanguínea onde produz a contração dos vasos sanguíneos e aumentos da frequência cardíaca. Desempenha um papel nas perturbações do humor. **Subsistema neuroquímico Noradrenalina:** Neurónios noradrenérgicos localizam-se em dois grupos principais na protuberância e no bulbo. O principal grupo de neurónios noradrenérgicos é o [Locus Coeruleus] que tem projeções para o córtex cerebral, tálamo e córtex cerebelar. O Locus Coeruleus possui projeções para várias áreas do cérebro, como o córtex cerebral, o tálamo e o córtex cerebelar. Têm também projeções para regiões sensoriais do tronco cerebral e da espinal medula. Desempenha um papel na modulação da atividade cortical e na regulação das aferências sensoriais. No sistema nervoso periférico, a noradrenalina atua como neurotransmissor nos neurónios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático, promovendo ações como a vasoconstrição e o aumento da frequência cardíaca. **Dopamina** é um neurotransmissor envolvido na regulação dos movimentos e da postura. Também modula o humor e desempenha um papel no reforço, motivação e emoções hedónicas. Pode desempenhar uma função na dependência A perda de dopamina em determinadas zonas do cérebro produz alterações motoras e outras características dos s. parkinsónicos. **Subsistema neuroquímico Dopamina:** **Sistema Nigroestriatal:** A dopamina origina-se na substância nigra e termina na porção dorsal do estriado, sistema responsável pelo controlo de movimentos motores. **Sistema Meso-límbico:** Os neurónios dopaminérgicos projetam-se do mesencéfalo para estruturas como o estriado ventral, a amígdala e várias áreas do sistema límbico. A dopamina nesta via é importante para a **recompensa** e para o desenvolvimento de comportamentos motivados, como o reforço positivo. **Sistema tuberoinfundibolar:** Os neurónios dopaminérgicos são produzidos no hipotálamo e projetam-se para a hipófise (glândula pituitária), localizada na base do cérebro. A partir dessa projeção, a dopamina é libertada na eminência média, que é uma região próxima ao hipotálamo, e tem como principal função a regulação da libertação de hormonas pela hipófise. **Hipotálamo e Medula Espinhal:** O hipotálamo também contém neurónios dopaminérgicos que se projetam até à medula espinhal, que é uma parte importante do sistema nervoso central. A medula espinhal é responsável por regular várias funções autonómicas (ou seja, funções involuntárias) do corpo, como a temperatura corporal, funções respiratórias e cardiovasculares. **Serotonina** contribui para diversas funções como regular a temperatura corporal, o humor, a fome, o sono e a dor. Entre outros neurotransmissores e salvaguardando a contribuição complexa de múltiplos fatores de natureza diversa, desequilíbrios da função deste neurotransmissor parecem estar relacionados com: Depressão, comportamento impulsivo e agressividade. **Subsistema Neuroquímico Serotonina**: Núcleos de Rafe: A serotonina é produzida nos núcleos de Rafe, que estão situados na linha média do tronco cerebral. Estes núcleos projetam-se para o cérebro anterior, incluindo áreas como o córtex cerebral, hipotálamo e cerebelo. A atividade desses neurónios aumenta durante o despertar, tendo um papel importante na regulação do estado de alerta e no controlo do humor. **Acetilcolina** ativo na manutenção de padrões electro encefálicos (EEG) de vigília do neocórtex. Desempenha um papel na memória, através da excitação dos neurónios. A morte de neurónios colinérgicos está relacionada com a demência de Alzheimer. **Subsistema Neuroquímico Acetilcolina**: Núcleos Pontinos e Prosencéfalo Basal: A acetilcolina é libertada a partir de neurónios localizados nos núcleos pontinos e no complexo do núcleo basal, que projetam para várias áreas do cérebro, incluindo o hipotálamo, tálamo e córtex cerebral. Estes sistemas estão envolvidos na regulação do estado comportamental e na manutenção da vigília. Sistema Nervoso Periférico: A acetilcolina também é usada pelos neurónios motores da espinal medula e pelos neurónios pré-ganglionares do SNA, controlando funções autonómicas, como a frequência cardíaca e a digestão. **Glutamato** -- o principal neurotransmissor excitador relacionado com a aprendizagem e a memória. O seu papel na doença de Alzheimer, embora não completamente esclarecido tem sido hipotetizado. **Subsistema Neuroquímico Glutamato:** O glutamato é amplamente distribuído em várias regiões do cérebro, promovendo a excitação cortical e o fortalecimento das conexões sinápticas, essencial para a aprendizagem e a memória a longo prazo. **GABA** (ácido gama-aminobutirico) é um neurotransmissor inibidor amplamente distribuído nos neurónios do córtex contribuí para o controle motor, visão e muitas outras funções corticais. MUITO relacionado com a ansiedade e com a epilepsia. **Subsistema Neuroquímico ÁCIDO GAMA AMINOBUTÍRICO GABA:** O GABA está amplamente distribuído no córtex cerebral e em outras áreas do SNC, onde regula a actividade excitatória e previne a hiperactividade neuronal que poderia levar a distúrbios como convulsões ou transtornos emocionais. **Opiáceos endógenos: Endorfinas; Dinorfinas; Encefalinas.** Produzem sensações de bem-estar, tranquilidade e regulam as sensações de dor. **Oxitocina:** Pode se considerada uma neuro hormona, é produzida no hipotálamo e armazena da hipófise anterior. Várias funções como: Facilitar a vinculação; Sentimentos de empatia; Relaxamento muscular; Relações sociais; Orgasmos. **Subsistema Neuroquímico Oxitocina**: A ocitocina é produzida no hipotálamo e armazenada na hipófise posterior, e é libertada para a corrente sanguínea ou para o sistema nervoso central. No SNC, a oxitocina exerce funções moduladoras, principalmente nas interações sociais e na vinculação emocional, promovendo comportamentos de cuidado e aproximação. **QUANTIFICAÇÃO E PARADIGMAS DE INVESTIGAÇÃO** **A) PARADIGMAS EXPERIMENTAIS NO ESTUDO DAS EMOÇÕES** **Paradigma de manipulação da atenção** -- consiste em instruir os participantes a atenderem a certos estímulos visuais em detrimento de outros, que serão percecionados apenas inconscientemente, devido a estarem fora do foco atencional visual do sujeito. **Paradigma de rivalidade binocular** -- consiste na apresentação de dois estímulos em cores diferentes, enquanto os participantes usam óculos que têm uma lente de uma dessas cores, e a outra lente da outra cor, respetivamente. Desta forma, os sujeitos só têm a perceção de um dos dois estímulos, sendo o outro percecionado apenas inconscientemente. **Paradigma de mascaramento visual** - Este consiste na apresentação de um estímulo-alvo por uma duração inferior ao limiar de consciência, e imediatamente a seguir a apresentação de um estímulo supraliminar irrelevante (i.e., estímulo máscara), que encobre a apresentação do estímulo-alvo. O objetivo é investigar o processamento inconsciente do estímulo-alvo. Ferramentas utilizadas em estudos que usam o paradigma de mascaramento visual para investigar reações emocionais: 1\) Eliciação de reações emocionais: Nesses estudos, os estímulos usados (como expressões faciais ou imagens) podem ser escolhidos para provocar reações emocionais específicas (+, - ou neutras). 2\) Valência Emocional: Os estímulos emocionais são categorizados de acordo com sua carga afetiva (+, - ou neutra). A valência emocional influência reações motivacionais, Aproximação (movimento em direção ao estímulo +). E afastamento (movimento para longe de um estímulo -). 3\) EEG e potenciais evocados: Estudos que utilizam EEG (eletroencefalografia) medem a atividade cerebral em resposta à apresentação dos estímulos subliminares. Os potenciais evocados: São respostas elétricas específicas do cérebro que ocorrem após a apresentação de um estímulo. Esses potenciais ajudam a estudar como o cérebro processa informações que estão abaixo do limiar da consciência. 4\) International Affective Picture System (IAPS): banco padronizado de imagens usadas em estudos para elicitar e avaliar reações emocionais com base em valência (+, -, neutra) e excitação emocional (alta, baixa). **B) TAREFAS NEUROPSICOLÓGICAS** **Stroop Emocional:**Teste neuropsicológico adaptado do teste original; Participantes devem nomear a cor da tinta das palavras apresentadas, ignorando o significado das palavras. Efeito de interferência -- Maior dificuldade em inibir a atenção em palavras com valência afetiva vs palavras "neutras". Essa interferência das palavras com valência é medida pela latência da resposta na nomeação da cor das palavras neutras em comparação com as palavras "emocionais". **Tarefa go/no-go emocional**: Teste neuropsicológico adaptado do teste original; Avalia a inibição comportamental, particularmente a modulação emocional. Combinação de respostas motoras "go" e "no-go" emparelhadas com estímulos afetivos; O participante deve rapidamente fazer uma resposta motora, em função do estímulo. A tarefa mede a capacidade de um sujeito de inibir uma resposta sob diferentes condições emocionais. **C) TAREFA DE RECONHECIMENTO FACIAL** **Teste de 60 faces de Ekman 60**: Avaliar o reconhecimento emocional de seis emoções básicas. Fotografias em preto e branco de 10 atores (6 homens, 4 mulheres) -- cada ator expressa uma emoção. Os participantes geralmente são solicitados a responder rapidamente com o nome da emoção expressa; Explorar dificuldades na regulação emocional em pacientes com perturbações neurocognitivas(Demência, Parkinson). Identificação de dificuldades de diferenciação emocional na psicopatologia severa (Esquizofrenia e Perturbação bipolar). **D) EMOÇÕES SOCIAIS** **Tarefa Cyberball** O participante deve decidir para qual dos outros dois jogadores jogar a bola. Numa condição de exclusão social condição, dois dos jogadores sempre enviam a bola um para o outro e nunca para o participante. Uma condição de inclusão social, todos os jogadores podem jogar. A exclusão social tende a ativar o córtex cingulado anterior que se correlaciona com níveis elevados de desconforto emocional. **E) ESCALAS DE AUTORRELATO E GRELHAS DE OBSERVAÇÃO: Alicerçadas na abordagem dimensional** (único ou multi-item): **1) Self-Assessment Manikin** (SAM; Bradley Lang): Técnica de avaliação pictórica (não verbal) que mede diretamente a valência hedónica, arousal e dominância. Associada com a reação afetiva de um indivíduo a uma grande variedade de estímulos. Dominância está positivamente correlacionada à valência hedónica. **2) Grelha afetiva** (AG; Russell, Weiss, & Mendelsohn): Vantagens, apenas a colocação de um único X em 1 das 81 células da grelha. E minimiza a fadiga respondente. Desvantagem, Formato não-familiar **3) Escala de valência afetiva Feeling scale** (FS; Hardy & Rejeski): O FS é uma escala bipolar de 11 pontos, de um único item, que é utilizada para avaliar respostas afetivas. A escala varia de 5 a + 5. Âncoras semânticas são fornecidos em zero, e em todos os números ímpares (+ 5 = muito bom; + 3 = bom; + 1 = razoavelmente bom; 0 = neutro; -1 = razoavelmente mau; -3 = mau; -5= muito mau). A escala FS está correlacionada com valores entre 0,51 e 0,88 com a escala de valência da SAM (Lang), e 0,41 0,59 com a escala de valência do Grelha afectiva (Van Landuyt et al). **4)** Felt Arousal Scale (FAS; Svebak & Murgatroyd): usada para medir a perceção de ativação. A escala consiste em 6 níveis de ativação, que variam de baixa ativação (1) para alta ativação (6). A alta perceção de ativação pode ser caracterizada das seguintes maneiras: excitação, ansiedade ou raiva. A baixa ativação é observada como relaxamento, tédio ou calma. A FS e FAS foram adaptadas para crianças com a adição de uma série de desenhos estilizados de rostos que vão desde muito feliz até muito triste e de muito calmo até muito alerta. **5)** Positive and Negative Affect Schedule, PANAS (Watson et aI): tornou se uma das mais utilizadas medidas de afeto. É composto de 20 itens, 10 para a escala de AP (por exemplo, interessado, animado) e 10 para a escala AN (por exemplo, afligido, chateado). Cada item é avaliado numa escala de 5 pontos, variando de \"Muito pouco ou nada\" para ". Limitação importante: Parecem representar uma mistura de emoções, humores e afeto **6)** Activation Deactivation Adjective Check list: objetivo de avaliar estados de ativação momentâneo. As dimensões são associadas a características de ativação, como alterações fisiológicas e estados humorais. A sua estrutura é semelhante ao PANAS, mas consegue captar estados de baixa ativação. Abrange duas dimensões bipolares. Uma é denominada Ativação Energética (AE) e a outra Ativação Tensa (AT). Cada um dos 20 itens é composto por uma escala de resposta de 4 pontos, com 1 = "Sinto me definitivamente; \" 2 = \"Sinto me um pouco"; 3 = \"Não é possível decidir \" e 4 = "Definitivamente não me sinto". **F) MEDIDAS ESPECÍFICAS PARA AVALIAÇÃO DA RESPOSTA AFETIVA** **Medidas dimensionais de um único item:** Vantagens, Apenas poucos segundos para administrar; Minimiza a fadiga do respondente; Permite registar um estado afetivo de rápida mudança. Contras, Resposta pode ser errada Menos confiável do que as medidas multi item do mesmo construto. Medidas dimensionais multi-item: Vantagens, Maior amplitude de resposta; Minimiza a fadiga do respondente. Contras, Maior fadiga do respondente; Dispersão face à experiência emocional **G) INDICADORES PSICOFISIOLÓGICOS** **Indicadores da Atividade Fisiológica** Medidas centrais: EEG (electroencefalograma) e MEG (electromagnetoencefalograma). Medidas periféricas: EOG (electrooculografia), EMG (electromiografia), ECG (electrocardiograma), Frequência respiratória e frequência cardíaca. Condutância elétrica da pele. Tamanho da pupila e atividade endócrina. **Medidas Psicofisiológicas** **Representações Mentais:** Representação **mental** refere-se à forma como o mundo exterior é processado na cognição. Representação **neuronal** descreve como o mundo exterior é traduzido em taxas de disparos neuronais. Há dificuldades em conectar diretamente essas ideias. **ELETROENCEFALOGRAFIA (EEG):** Método de exploração do encéfalo através da observação da atividade elétrica cerebral; Método não invasivo onde são colocados vários elétrodos no escalpe que medem as oscilações na corrente elétrica cerebral -- atribuição à atividade cognitiva; Mede a oscilação na corrente dos iões neuronais; Usado como técnica de investigação e diagnóstico médico. Baixa resolução espacial; EEG mede sinais elétricos gerados pelo cérebro através de elétrodos colocados em diferentes pontos do escalpe refentes a enormes populações de neurónios. Procedimento não invasivo e que envolve registo (e não a estimulação). Para que um sinal elétrico seja detetado no escalpe são necessários alguns requisitos em termos de catividade neuronal: (1) toda uma população neuronal deve estar ativa em sincronia para gerar um campo elétrico suficientemente grande, (2) esta população deve estar alinhada em orientação paralela de modo que exista adição da atividade e não cancelamento. É o que se passa no córtex, mas não necessariamente em todas as regiões do cérebro (ex: tálamo) **ONDAS CEREBRAIS** EEG é uma técnica que regista a atividade elétrica do cérebro por meio de eletrodos colocados no couro cabeludo, permitindo capturar as oscilações elétricas que refletem o funcionamento neuronal. três principais tipos de atividade que o EEG regista: (1) a atividade espontânea, que ocorre de forma contínua no cérebro mesmo em estados de repouso ou relaxamento; (2) os potenciais evocados, que são respostas elétricas específicas desencadeadas por estímulos externos, como visuais ou auditivos; e (3) a bioeletricidade gerada por neurônios individuais, que em conjunto formam os sinais detectáveis pelo EEG. Quando estamos **acordados**, as ondas cerebrais mais freq e baixa amplitude. No **sono leve**, a atividade elétrica torna -se mais lenta e regular. No **sono REM** (associado a sonhos), observa-se um padrão mais misto, com atividade elétrica que pode ser semelhante ao estado de vigília, mas ainda assim distinta. No **sono profundo**, as ondas cerebrais são lentas e de alta amplitude. Em casos de **morte cerebral**, não há atividade elétrica detetável. POTENCIAIS EVOCADOS (ERPS) (ERPs) são pequenas oscilações de voltagem geradas cérebro e detetáveis no couro cabeludo, em resposta a eventos específicos ou estímulos. Origem em eventos: sensoriais; cognitivos ou motores. Considera-se que refletem a atividade somada dos potenciais pós-sinápticos produzidos quando um grande número de neurónios piramidais corticais (da ordem de milhares ou milhões) disparam em sincronia ao processar informações. Dividem-se em duas categorias: "sensoriais" ou exógenos, "cognitivos" ou endógenos. As formas de onda são descritas de acordo com a latência e amplitude, reatividade às condições experimentais e origem intracraniana. Relação entre racionalidade "limitada" e emoção; A relação tende a ser mais complexa do que apenas "causalidade linear", pois fatores contextuais influenciam os "produtos" dos processos cognitivos; O facto dos seres humanos funcionarem, em termos motivacionais, num registo hierárquico e hierárquico, associado a variáveis individuais, dificulta a generalização de processos individuais da tomada de decisão; **EMOÇÕES INTEGRAIS INFLUENCIAM A TOMADA DE DECISÕES:** Emoção integral: sentimentos decorrentes de uma decisão em mãos, por exemplo, medo de perder dinheiro ao decidir entre investimentos; um contributo normativamente defensável para a DMJ; Resposta direta e adaptativa face aos desafios do contexto. A raiva, por exemplo, motiva a responder à injustiça (Salomão), e a antecipação do arrependimento fornece uma razão para evitar a expectativa excessiva de riscos. Lesoes (vmPFC), uma área-chave do cérebro para integrar emoção e cognição. Estudos revelam que tais comprometimentos neurológicos reduzem tanto a capacidade dos pacientes de sentir emoções quanto a otimização de suas decisões, reduções que não podem ser explicadas por simples alterações cognitivas; Os participantes com lesões vmPFC selecionam repetidamente uma opção financeira mais arriscada do que uma mais segura, até o ponto de perder um jogo com dinheiro real, apesar de sua compreensão cognitiva da fragilidade das escolhas; Emoção integral como viés. Apesar de surgirem do julgamento ou decisão em questão, as emoções integrais também podem enviesar a tomada de decisão. Por exemplo, pode-se sentir medo de voar e decidir dirigir em vez disso, embora as taxas básicas de morte por condução sejam muito mais altas do que as taxas básicas de morte por voo de quilometragem equivalente (Gigerenzer). As emoções integrais podem ser notavelmente influentes mesmo na presença de informações cognitivas que sugeririam cursos de ação alternativos (para revisão, ver Loewenstein) **EMOÇÕES INCIDENTAIS INFLUENCIAM A TOMADA DE DECISÕES**: Ativação emocional não esperada e/ou normativa face a uma situação; Por exemplo, ficar zangado e culpar alguém que não tem nada a ver com a situação; Afeto incidental (englobando emoção e/ou humor): sentimentos no momento da decisão não normativamente relevantes para decidir, por exemplo, medo de fazer um discurso ao decidir entre investimentos; Participantes que leram histórias "negativas" estimaram maior taxa sobre mortalidade, relativamente a participantes que leram histórias "positivas. Fatores moderadores: Inteligência emocional; nivel de afeto incidental (Forgas). **A VALÊNCIA EMOCIONAL É APENAS UMA DAS VÁRIAS DIMENSÕES QUE MOLDAM A INFLUÊNCIA DAS EMOÇÕES NA TOMADA DE DECISÕES:** Emoções da mesma valência, como raiva e tristeza, estão associadas a diferentes avaliações antecedentes; profundidades de processamento; ativação hemisférica cerebral; expressões faciais (Ekman); respostas autonómicas (Levenson et al.); e atividade do sistema nervoso central; Quadro de avaliação-tendência (ATF): um quadro teórico multidimensional para ligar emoções específicas a resultados específicos da DMJ; proposto por Lerner & Keltner. Tema de avaliação: resumo macro nível de cada emoção de danos/benefícios específicos que podem surgir no ambiente, que influenciam um curso de ação específico; ATF baseia-se em três grandes pressupostos: (1) que um conjunto discreto de dimensões cognitivas diferencia a experiência emocional (2) que as emoções desempenham um papel de coordenação, desencadeando automaticamente um conjunto de respostas concomitantes (fisiológicas, comportamentais, experienciais e de comunicação) que permitem ao indivíduo abordar problemas ou oportunidades rapidamente; (3) que as emoções têm propriedades motivacionais que dependem tanto da intensidade de uma emoção como do seu caráter qualitativo. **AS EMOÇÕES MOLDAM AS DECISÕES POR MEIO DO CONTEÚDO DO PENSAMENTO:** Avaliação cognitiva: produção de significado cognitivo que leva às emoções, geralmente ao longo de dimensões de certeza, prazer, atividade atencional, controle, esforço antecipado e autorresponsabilidade; Evidências de que emoções discretas estão associadas a diferentes padrões de avaliação cognitiva (para revisão, ver Keltner & Lerner); Smith & Ellsworth: certeza, prazer, atividade atencional, esforço antecipado, controle e responsabilidade alheia. A raiva pontua alto na certeza, controle e responsabilidade dos outros e baixo na agradabilidade. Essas características sugerem que as pessoas irritadas verão os eventos negativos como previsivelmente causados por, e sob o controle de outros indivíduos. Em contraste, o medo envolve baixa certeza e um baixo senso de controle, provavelmente produzindo uma perceção de eventos negativos como imprevisíveis e determinados situacionalmente; Estas diferenças nas tendências de avaliação são particularmente relevantes para a perceção do risco; pessoas com medo tendem a ver maior risco, e pessoas irritadas tendem a ver menos risco; O orgulho pontua menos do que a surpresa na dimensão da responsabilidade dos outros, enquanto a surpresa pontua menos na certeza. Essas diferenças sugerem que o orgulho produzirá uma tendência de avaliação para atribuir eventos favoráveis aos próprios esforços, enquanto a surpresa produzirá uma tendência de avaliação para ver eventos favoráveis como imprevisíveis e fora do próprio controlo. **AS EMOÇÕES MOLDAM AS DECISÕES POR MEIO DA PROFUNDIDADE DO PENSAMENTO:** Uma escola de pensamento interessante propõe que, se as emoções servem em um papel adaptativo, sinalizando quando uma situação exige atenção adicional, então o humor negativo deve sinalizar ameaça e, assim, aumentar o processamento vigilante e sistemático, e o humor positivo deve sinalizar um ambiente seguro e levar a um processamento mais heurístico. Tiedens e Linton (2001) sugeriram uma explicação alternativa para a diferença entre felicidade e tristeza em profundidade de processamento: a felicidade envolve avaliações de alta certeza, e a tristeza envolve avaliações de baixa certeza. Numa série de quatro estudos, os investigadores mostraram que as emoções de alta certeza (por exemplo, felicidade, raiva, nojo) aumentaram o processamento heurístico aumentando a confiança na experiência de origem de uma mensagem persuasiva em oposição ao seu conteúdo, aumentando o uso de estereótipos e diminuindo a atenção à qualidade do argumento. Além disso, ao manipular as avaliações de certeza independentemente da emoção, eles mostraram que a certeza desempenha um papel causal na determinação se as pessoas se envolvem em processamento heurístico ou sistemático. **AS EMOÇÕES MOLDAM AS DECISÕES POR MEIO DA ATIVAÇÃO DE METAS:** As tendências de ação específicas da emoção mapeiam temas de avaliação. Por exemplo, dado que a ansiedade é caracterizada pelo tema avaliativo de enfrentar ameaças existenciais incertas (Lazarus), ela acompanha a tendência de ação para reduzir a incerteza. A tristeza, ao contrário, caracteriza-se pelo tema avaliativo da experiência da perda irrevogável (Lázaro 1991) e, portanto, acompanha a tendência da ação de mudar as circunstâncias, talvez buscando recompensas. Consistente com esta lógica, um conjunto de estudos contrastou os efeitos da ansiedade incidental e da tristeza nas decisões hipotéticas de jogo e seleção de emprego e descobriu que a tristeza aumentou as tendências para favorecer opções de alto risco e alta recompensa, enquanto a ansiedade aumentou as tendências para favorecer opções de baixo risco e baixa. **AS EMOÇÕES INFLUENCIAM A TOMADA DE DECISÕES INTERPESSOAIS:** As emoções ajudam a navegar de forma otimizada nas decisões sociais. Muitos estudiosos conceituaram as emoções como sistemas de comunicação que ajudam as pessoas a navegar e coordenar as interações sociais, fornecendo informações sobre os motivos e disposições dos outros, permitindo, em última análise, a criação e manutenção de relações sociais saudáveis e produtivas. No caso da psicopatologia (por exemplo, narcisismo), as emoções impedem relações sociais saudáveis e produtivas (Kring). Emoção pode servir a pelo menos três funções na tomada de decisões interpessoais: (a) ajudar os indivíduos a entender as emoções, crenças e intenções uns dos outros; (b) incentivar ou impor um custo ao comportamento dos outros; e (c) evocar emoções complementares, recíprocas ou compartilhadas nos outros. Por exemplo, expressões de raiva levam a concessões de parceiros de negociação a) e estratégias mais cooperativas em jogos de negociação porque a raiva sinaliza um desejo de ajuste comportamental. Este efeito é qualificado por variáveis contextuais, como a motivação e a capacidade dos parceiros de interação para processar informações emocionais bem como a natureza moralmente carregada de uma negociação. A emoção influencia os processos grupais e as perceções dos grupos. A investigação sobre processos emocionais em nível de grupo é surpreendentemente escassa, dado que tantas decisões de alto risco são tomadas em grupos e que a investigação existente revela efeitos importantes. Por exemplo, a investigação descobriu que, embora os membros da equipe tendam a se sentir felizes e a gostar de grupos que têm uma sensação partilhada da realidade, tais sentimentos estão associados ao pensamento de grupo. Dado que a positividade geral ou negatividade pode se espalhar por grupos e influenciar os resultados de desempenho, é necessária consideravelmente mais investigação nesta área, especialmente no nível de emoções específicas. **OS EFEITOS INDESEJADOS DA EMOÇÃO NA TOMADA DE DECISÕES PODEM SER REDUZIDOS EM CERTAS CIRCUNSTÂNCIAS:** Soluções que Procuram Minimizar a Resposta Emocional Atraso de tempo Supressão Reavaliação \"solução de dupla emoção\" (induzindo um estado emocional neutralizante) Soluções qu A **Teoria do Processo Duplo** enquadra os processos de pensamento humano em dois sistemas distintos, conhecidos como **Sistema 1** e **Sistema 2**. **Sistema 1: Pensamento Automático.** É um modo de pensamento mais antigo em termos evolutivos, automático, rápido, instintivo e inconsciente. **Características**: Processamento espontâneo e automático, respondendo a estímulos internos e externos. Desenvolvimento de **atalhos mentais** (heurísticas) para lidar com desafios sem esforço deliberado. Fundamental para economizar recursos psicológicos e garantir decisões rápidas. **Limitações**: Baseia-se em generalizações, o que pode levar a **erros** e **enviesamentos cognitivos**. A sua eficácia é limitada em situações complexas ou inesperadas. **Sistema 2: Pensamento Controlado.** Um modo de pensamento mais recente em termos evolutivos, deliberado, reflexivo e lógico. **Características**: É ativado em situações novas, inesperadas ou complexas, onde o **Sistema 1** não é suficiente. Requer mais esforço psicológico, sendo mais lento e trabalhoso. Produz respostas mais adequadas e ponderadas, mas consome mais energia mental. **COMPARAÇÃO ENTRE SISTEMAS** **Sistema 1** **Sistema 2** -------------------------------------- ------------------------------------ Automático, rápido Deliberado, lento Baseado em emoções e impulsos Baseado em lógica e factos Baixo esforço e pouca capacidade Alto esforço e exigente Evolutivamente mais antigo Evolutivamente mais recente Instintivo, implícito e inconsciente Controlado, explícito e consciente **INTERAÇÃO ENTRE SISTEMAS** A teoria salienta que **os dois sistemas interagem constantemente**. O Sistema 1 fornece respostas iniciais rápidas e intuitivas, enquanto o Sistema 2 monitoriza, avalia e pode corrigir ou substituir essas respostas. **Citação de Kahneman**: "O Sistema 2 é ativado quando é detetado um evento que viola o modelo do mundo mantido pelo Sistema 1." **Casos em que o Sistema 2 apoia o Sistema 1**: Um especialista pode tomar decisões rápidas e precisas graças à experiência acumulada, mesmo usando processamento intuitivo. **Limitações da dependência do Sistema 1**: Quando heurísticas inadequadas dominam, erros tornam-se mais prováveis. A falta de experiência ou treino prévio impede decisões intuitivas eficazes em situações complexas. **Transição para o Sistema 2**: Quando o Sistema 1 falha, recorremos ao pensamento deliberado, mesmo que seja mais exigente. **HEURÍSTICAS** As heurísticas são atalhos mentais que facilitam a tomada de decisões rápidas. São regras ou métodos baseados na experiência e na intuição para simplificar problemas complexos. **Vantagens das Heurísticas:** - São rápidas e fáceis, permitindo decisões eficazes em situações de tempo limitado. - Reduzem a sobrecarga cognitiva, essencial num mundo cheio de informação. **Desvantagens:** - São muitas vezes imprecisas, podendo causar **enviesamentos sistémicos** ou **erros de julgamento**. **Tipos de Heurísticas** 1. **Heurística da Disponibilidade**: Baseia-se na informação mais acessível na memória para avaliar probabilidades. Exemplo: Após ver notícias de ataques de tubarão, as pessoas podem evitar nadar, apesar de a probabilidade ser extremamente baixa. 2. **Heurística da Representatividade**: Avalia a probabilidade com base na semelhança entre um objeto e o protótipo de uma categoria. Exemplo: "Uma pessoa de fato e gravata é um advogado." (nem sempre será verdade). 3. **Heurística de Ancoragem**: Baseia-se excessivamente na primeira informação recebida (a âncora), afetando julgamentos subsequentes. Exemplo: Ao negociar um salário, a primeira oferta serve como âncora, influenciando as propostas seguintes. 4. **Heurística Afetiva**: Baseia decisões nas emoções associadas a um estímulo. Exemplo: Optar por algo porque \"sente\" que é a melhor escolha, mesmo sem análise lógica.