Neurociências - 2025.01.14_Piaget, Almada, Aula 12 - PDF

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Lecture notes on neuroscience, discussing topics like auditory processing, brain deficiencies, and memory, specifically focusing on case studies. Presented by Gina Caetano, D.Sc.

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Gina Caetano, D.Sc. 14.01.2025 NEUROCIÊNCIAS NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 1 BIBLIOGRAFIA PARA A AULA Kandel, E., Schwartz, J., Jessel, T., Siegelbaum, S., Hudspeth, A. (2013). Principles of Neural Science (5ªed.). McGraw Hill. Capítulos 27, 28...

Gina Caetano, D.Sc. 14.01.2025 NEUROCIÊNCIAS NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 1 BIBLIOGRAFIA PARA A AULA Kandel, E., Schwartz, J., Jessel, T., Siegelbaum, S., Hudspeth, A. (2013). Principles of Neural Science (5ªed.). McGraw Hill. Capítulos 27, 28 e 29 Gazzaniga, M., Ivry, R., Mangun, G. (2014). Cognitive Neuroscience: The Biology if the Mind (4th ed.). W.W. Norton & Company Inc. Capítulo 5, 6, 9 Guyton, A., Hall, M. (2021). Textbook of Medical Physiology (14th ed.). Elsevier. Capítulo 52 NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 2 PATOLOGIAS E VIAS DE PROCESSAMENTO AUDITIVO Em pessoas dextras a lateralização da linguagem no hemisfério esquerdo está estimada em 90%. Em pessoas canhotas ou ambidextras a lateralização da linguagem ao hemisfério esquerdo está estimada em ~70-80%, a representação bilateral da linguagem em ~15-20%, e a representação da linguagem no hemisfério direito em ~10-15%. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 3 DÉFICES – VIA VENTRAL DO PROCESSAMENTO AUDITIVO Surdez cortical ou redução da percepção auditiva fina. Hemisfério Esquerdo => Córtex auditivo primário (BA 41) e secundário (BA 42) Incapacidade total de ouvir sons, ou dificuldade em processor sons complexos, respectivamente. Afasia de Wernicke => Área de Wernicke (BA 22 – posterior; via ventral) Compreensão da linguagem severamente prejudicada. A produção de fala é fluente, mas com erros semânticos e parafasias (produção involuntária de sílabas, palavras ou frases). NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 4 DÉFICES – VIA VENTRAL DO PROCESSAMENTO AUDITIVO Anomia Semântica Hemisfério Esquerdo Dificuldade em aceder ao nome de objetos ou conceitos, enquanto a capacidade de descrever as suas características se mantém preservada. Associada a atrofia ou lesões na parte anterior do lobo temporal. Polo Temporal (BA 38) Dificuldade em aceder a representações semânticas e nomear conceitos/palavras. Giros Temporal Médio (BA 21) e Inferior (BA 20): Dificuldade em aceder/associar categorias semânticas específicas (animal, objeto, etc.) NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 5 DÉFICES – VIA VENTRAL DO PROCESSAMENTO AUDITIVO Afasia Semântica Hemisfério Esquerdo Défice mais amplo na linguagem, com dificuldades em aceder, categorizar e integrar informações semânticas tanto na produção da fala como na compreensão. Giro Temporal Médio e Inferior (BA 21 e BA 20): dificuldade em aceder e manipular informações semânticas complexas, categorias e associações contextuais. Giro Temporal Superior Posterior (BA 22): Disrupção do mapeamento audio-semântico. Contribuição indireta. Envolve outras áreas. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 6 DÉFICES – VIA VENTRAL DO PROCESSAMENTO AUDITIVO Afasia de Broca (aspetos ventrais) Hemisfério Esquerdo Dificuldade na compreensão e produção da fala, com défices na integração entre a sintaxe (estrutura gramatical) e a semântica (significado). A produção da fala é nada/pouco fluente, gramaticalmente simples e com erros de sintaxe. A compreensão está preservada para frases simples. Componente motora preservada. Área de Broca Ventral (BA 45): dificuldades na seleção lexical e estrutura sintática. Giros Frontal Inferior Orbital (BA 47): dificuldades na integração semântico-sintática complexa. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 7 DÉFICES – VIA DORSAL DO PROCESSAMENTO AUDITIVO Afasia de condução Fascículo Dificuldade em repetir palavras ou frases, mesmo Arqueado quando a compreensão está intacta. Fluência verbal (produção espontânea) relativamente preservada, com algumas parafasias. Não há um consenso Área de Wernicke absoluto sobre a classificação. Fortemente associada ao Fascículo Arqueado. Lesões específicas na área de Wernicke (BA 22 posterior) ou no giro supramarginal (BA 40) podem causar sintomas semelhantes. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 8 DÉFICES – VIA DORSAL DO PROCESSAMENTO AUDITIVO Hemisfério Direito Afasia Aprosódica Dificuldade em entender a entonação e a intenção emocional ou o contexto prosódico da fala. Alterações e dificulade em usar prosódia emocional na produção da fala. Compreensão semântica preservada. Giro Temporal Superior Posterior (BA 22): défice no processamento auditivo de prosódia. Giro Supramarginal (BA 40): falhas no reconhecimento de propriedades prosódicas da fala, e na associação audio- somatomotora para produção de prosódia. Giro Frontal Inferior (BA44/45): falhas na análise e produção de prosódia emocional. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 9 DÉFICES – VIA DORSAL DO PROCESSAMENTO AUDITIVO Afasia de Broca (aspectos dorsais) Hemisfério Esquerdo Dificuldade motora na articulação e no planeamento sequencial motor da fala, com sintaxe comprometida, erros gramaticais e produção de frases curtas. Área de Broca Dorsal (BA 44): disrupção no mecanismos de produção motora da fala e na coordenação da articulação, associada à construção sintática da linguagem. Área de Broca (BA 45, aspectos dorsais): processamento sintático e lexical comprometidos. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 10 DÉFICES – VIA DORSAL DO PROCESSAMENTO AUDITIVO Apraxia da fala Hemisfério Esquerdo Incapacidade de planear e coordenar a sequência de movimentos motores necessários para a produção da fala. Associada a erros de articulação e dificuldade em formar palavras. Pode ocorre isoladamente da Afasia de Broca; défice de natureza motora. A força e o control muscular e a compreensão da liguagem falada estão preservadas. Córtex Pré-Motor (BA 6): Disfunção na capacidade de sequenciar planos motores e coordenar movimentos articulatórios para a fala. Córtex pré-frontal (BA 44/45): pode contribuir através de falhas no planeamento motor da fala. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 11 PATOLOGIAS E VIAS DE PROCESSAMENTO AUDITIVO O termo afasia implica que houve uma ruptura grave ou total da capacidade de compreensão (afasia receptiva) ou formação (afasia expressiva) de linguagem. Quando a disfunção na compreensão ou na produção de linguagem é parcial, a patologia é denominada de disfasia receptiva ou disfasia expressiva, respectivamente. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 12 PATOLOGIAS E VIAS DE PROCESSAMENTO AUDITIVO As patologias da fala podem estar presentes no neurodesenvolvimento, mas também podem ser adquiridas através de lesões ou disfunção neuronal (acidente vascular cerebral, infeção cerebral, lesão cerebral traumática, epilepsia, tumor…) Vários tipos de lesões podem coexistir, impactando a função em diferentes pontos. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 13 NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 14 QUIZZ 1. Identifique as áreas corticais envolvidas na surdez cortical (escolha a opção correta): (a) giro temporal superior. (b) córtex auditivo primário e secundário. (c) lobo parietal. (d) colículo inferior. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 15 QUIZZ 2. Que frase melhor descreve a anomia semântica (escolha a opção correta): (a) dificuldade em entender a entonação, emoção e contexto prosódico da linguagem falada. (b) Dificuldade em repetir palavras ou frases, mesmo quando a compreensão está intacta. (c) Dificuldade na compreensão e produção da fala, com défices na integração entre a sintaxe e a semântica. (d) Dificuldade em aceder ao nome de objetos ou conceitos, enquanto a capacidade de descrever as suas características se mantém preservada. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 16 QUIZZ 3. A afasia aprosódica envolve, considerando a lateralização da linguagem no hemisfério esquerdo (escolha a opção correta): (a) áreas cerebrais no hemisfério direito. (b) áreas cerebrais no hemisfério esquerdo. (c) áreas cerebrais nos dois hemisférios. (d) áreas sub-corticais, como os gânglios da base. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 17 PROCESSAMENTO VISUAL ÁREA de BRODMANN 17 (V1) Corresponde ao córtex visual primário V1. Localizado no lobo occipital, medial, ao longo do sulco calcarino. Recebe diretamente a informação visual e mantém a organização retinotópica (espacial) da retina. Deteta propriedades básicas da informação visual: orientação de linhas, contornos, cor, contraste, e frequência especial. Frontiers in Computational Neuroscience 12: 42 (2018) NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 18 Frontiers in Computational Neuroscience 12: 42 (2018) NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 19 PROCESSAMENTO VISUAL ÁREA de BRODMANN 18 (V2) Corresponde ao córtex visual secundário V2. Localizado no lobo occipital, junto a V1, também ao longo do sulco calcarino. Recebe informação diretamente do córtex visual primário. Integra informações básicas (contornos, orientação, movimento…) em padrões mais complexos e formas. Processa contornos para reconhecimento de formas. Processamento mais avançado da cor. Processa informação associada a profundidade e bordas ilusórias. Participa na distinção entre figura e fundo da imagem visual. Frontiers in Computational Neuroscience 12: 42 (2018) NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 20 PROCESSAMENTO VISUAL ÁREA de BRODMANN 19 Inclui em parte ou na integridade várias áreas visuais de associação (V3, V4, V5, V6…) Cada uma das áreas visuais de associação tem uma função no processamento visual, por exemplo: V3 (dorsal): processamento espacial e de movimento V3 (ventral): processamento de objetos e formas. V4: percepção de cores e reconhecimento de formas. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 21 PROCESSAMENTO VISUAL: VIAS VENTRAL E DORSAL A informação proveniente do córtex visual primário (V1) segue por duas vias de processamento. Apesar de processarem informação de forma distinta, trocam e partilham informação entre si. A VIA VENTRAL VISUAL (“ O QUÊ? “) Efetua o reconhecimento de objetos, a percepção de cores e de detalhes finos. Efetua a identificação de formas, texturas, rostos e cenários de fundo. Associa a informação visual à memória e ao significado contextual. A VIA DORSAL VISUAL (“ ONDE? COMO?“) Processa relações espaciais e movimento, permitindo determinar a posição e movimento de um objeto e como interagir com este. Integra informações visuais com funções motoras, permitindo ações guiadas visualmente (navegação, alcance, preensão). NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 22 PROCESSAMENTO VISUAL: VIAS VENTRAL E DORSAL NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 23 PROCESSAMENTO VISUAL: VIAS VENTRAL E DORSAL Via Ventral do Processamento Visual NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 24 PROCESSAMENTO VISUAL: VIAS VENTRAL E DORSAL Via Ventral do Processamento Visual Área V4 ventral (em BA19): percepção de cor, e análise visual detalhada para identificação de objetos. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 25 PROCESSAMENTO VISUAL: VIAS VENTRAL E DORSAL Via Ventral do Processamento Visual Complexo Lateral Occipital LOC (BA37/19): essencial para o reconhecimento de objetos e das suas propriedades. Associação à linguagem NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 26 PROCESSAMENTO VISUAL: VIAS VENTRAL E DORSAL NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 27 PROCESSAMENTO VISUAL: VIAS VENTRAL E DORSAL Via Ventral do Processamento Visual Córtex Temporal Inferior – Giro Fusiform (BA 37): associado ao reconhecimento de faces, de letras/palavras, de objetos, e de lugares. Hemisfério esquerdo: Área de Confirguração Visual das Palavras / Visual Word Form Area especializada no reconhecimento visual de letras e palavras. Desenvolve com a aprendizagem da leitura e escrita. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 28 PROCESSAMENTO VISUAL: VIAS VENTRAL E DORSAL Ressonância Magnética Funcional Esquerdo Direito Corte horizontal na zona do giro fusiform Ativação cerebral representada a cores Palavras Faces Objetos Mapeamento Retinotópico Dehaene S. Cerebrum (2013):7 NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 29 PROCESSAMENTO VISUAL: VIAS VENTRAL E DORSAL Via Ventral do Processamento Visual Córtex Temporal Inferior ventral– Giro Fusiform (BA 37): associado ao reconhecimento de faces, de letras/palavras, de objetos, e de lugares. Hemisfério direito/esquerdo: Área Fusiforme das Faces / Fusiform Face Area (FFA) especializada no reconhecimento de faces, esta área é geralmente maior e mais responsiva no hemisfério direito. Envolvida também no reconhecimento de objetos familiares (piano – pianista, pente – cabeleireiro …) NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 30 PROCESSAMENTO VISUAL: VIAS VENTRAL E DORSAL Via Ventral do Processamento Visual Direito Esquerdo Lobo temporal inferior medial e ventral Área de lugar Para-hipocampal / Parahippocampal Place Area (PPA) reconhecimento da categoria de lugares (biblioteca, jardim, etc.) e disposições espaciais, compreensão não verbal de lugares, navegação espacial e reconhecimento holístico de cenários/locais. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 31 PROCESSAMENTO VISUAL: VIAS VENTRAL E DORSAL Via Ventral do Processamento Visual Córtex Temporal Inferior (BA 20/21): Hemisfério Esquerdo: reconhecimento de objetos, através de integração semântica e ligação da informação visual à memória simbólica e verbal, como objetos ou letras. Hemisfério Direito: maior ênfase no reconhecimento não verbal de objetos, como padrões complexos e formas novas. Contribuiu para a reconstrução de locais/objetos com base na memória visual. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 32 NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 33 NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 34 DÉFICES – VIA VENTRAL DO PROCESSAMENTO VISUAL Défice Principais Área Cerebrais Sintomas/Limitações Envolvidas Agnosia Visual Complexo occipital lateral Incapacidade de reconhecer (LOC) no córtex temporal objetos inferior Prosopagnosia Área Fusiforme Facial (FFA) Incapacidade de reconhecer faces/rostos Alexia pura (sem Área de configuração visual de Incapacidade de ler (reconhecer agrafia) palavras (VWFA) palavras visualmente), mas consegue escrever Desorientação Área de lugar Para-hipocampal Dificuldade na navegação espacial Topográfica (PPA) e no reconhecimento de pontos de referência Direito NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 35 Esquerdo NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 36 QUIZZ 1. Qual a área cortical responsável por detetar e processar propriedades básicas da informação visual [orientação de linhas, contornos, cor, contraste, luminusidade e frequência espacial] (escolha a opção correta): (a) lóbulo parietal inferior. (b) córtex visual secundário V2 (BA18). (c) córtex visual primário V1 (BA17). (d) quiasma óptico. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 37 QUIZZ 2. Identifique a afirmação incorreta sobre a via VENTRAL do processamento visual (escolha a opção que não é correta): (a) efetua o reconhecimento de objetos. (b) permite o reconhecimento de cores. (c) identifica formas e rostos. (d) permite determinar a velocidade de um objeto. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 38 QUIZZ 3. Identifique a afirmação incorreta sobre a via DORSAL do processamento visual (escolha a opção que não é correta): (a) processa o movimento e posição de objetos. (b) responde à pergunta “ O quê? “. (c) processa relações espaciais e movimento. (d) integra informação visual com informação corporal, permitindo o planeamento de ações guiadas visualmente. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 39 QUIZZ 4. Associe cada palavra/termo a uma legenda da figura (escolha a opção correta): (a) lobo frontal. (b) lobo temporal. (c) lobo occipital. (d) lobo parietal. (e) via ventral (d) via dorsal NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 40 QUIZZ 4. Associe cada palavra/termo a uma legenda da figura (escolha a opção correta): (a) lobo frontal. (b) lobo temporal. (c) lobo occipital. (d) lobo parietal. (e) via ventral (d) via dorsal NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 41 QUIZZ 5. Na via ventral de processamento visual a área V4 é central para _______________ e o complexo lateral occipital processa informação visual essencial para o _____________ (escolha a opção correta): (a) discriminação e percepção de cores; reconhecimento de objetos. (b) reconhecimento de objetos; discriminação e percepção de cores. (c) discriminação de cores; percepção de fluxo óptico. (d) nenhuma das afirmações anteriores está correta. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 42 QUIZZ 6. Identifique a área especializada no reconhecimento visual de letras e palavras (escolha a opção correta): (a) o giro fusiforme. (b) o complexo lateral occipital. (c) a área parahipocampal de locais. (d) a área de configuração visual de palavras (VWFA). NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 43 QUIZZ 7. A área fusiforme das faces (FFA) está localizada (escolha a opção correta): (a) no giro fusiforme do hemisfério esquerdo. (b) no giro fusiforme do hemisfério direito. (c) no giro fusiforme em ambos os hemisférios, mas maior e mais responsiva no hemisfério direito. (d) no giro supramarginal do hemisfério esquerdo. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 44 QUIZZ 8. A prosopagnosia corresponde à (escolha a opção correta): (a) incapacidade de reconhecer cores. (b) dificuldade na navegação espacial. (c) incapacidade ou dificuldade em reconhecer faces. (d) incapacidade de ler, mantendo a capacidade de escrita. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 45 QUIZZ 9. Lesões na área de lugar para-hipocampal podem provocar dificuldades (escolha a opção correta): (a) na navegação espacial. (b) no reconhecimento de locais e pontos de referência. (c) no reconhecimento de disposições espaciais. (d) todas as afirmações anteriores estão corretas. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 46 PROCESSAMENTO VISUAL: VIAS VENTRAL E DORSAL Via Dorsal do Processamento Visual NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 47 PROCESSAMENTO VISUAL: VIAS VENTRAL E DORSAL Via Dorsal do Processamento Visual Área Visual V6 (BA 19): processa fluxo óptico na periferia do campo visual e representa padrões de movimento em larga escala, ou seja integrando todo o campo visual. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 48 PROCESSAMENTO VISUAL: VIAS VENTRAL E DORSAL Via Dorsal do Processamento Visual Área Visual Temporal Média (MT/V5): função específica em detecção e análise de movimento local (direção, velocidade, trajetória…), ou seja em pequenas áreas do campo visual. Essencial para identificar objetos em movimento, integrado em um cenário estático. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 49 PROCESSAMENTO VISUAL: VIAS VENTRAL E DORSAL Via Dorsal do Processamento Visual Área Temporal Superior Medial (MST): processa padrões de movimento complexos, como expansão, contração, rotação e translação. Essencial para análise de fluxo óptico, associada à percepção de auto-movimento e rastreamento de objetos. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 50 PROCESSAMENTO VISUAL: VIAS VENTRAL E DORSAL Via Dorsal do Processamento Visual Lóbulo Parietal Inferior (BA 39/40): área cortical de associação. Integra informações sensoriais (visual, auditiva, somatosensorial) e associa a percepção ao planeamento de ações motoras (utilização de utensílios). Na via dorsal visual ajuda na integração visual-motora no context de interação com objetos. Participa na atenção espacial e no raciocínio espacial. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 51 PROCESSAMENTO VISUAL: VIAS VENTRAL E DORSAL Via Dorsal do Processamento Visual Lóbulo Parietal Superior (BA 5/7): área cortical de associação. Foca na coordenação sensorial-motora, na orientação espacial e no mapeamento espacial, e no apoio à coordenação detalhada da orientação de movimentos precisos (ex: agarrar ou manusear um objeto). Integra informação visual com planeamento motor e informação somatossensorial (representação do corpo em relação a uma referência interna/externa no espaço). NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 52 NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 53 DÉFICES – VIA DORSAL DO PROCESSAMENTO VISUAL Acinetopsia => Área visual V5/MT Ocorre principalmente com lesões bilaterais da área visual V5/MT. Incapacidade de detetar movimento. Os objetos são vistos como estáticos. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 54 Esquerdo DÉFICES – VIA DORSAL DO PROCESSAMENTO VISUAL Negligência Hemiespacial/Unilateral => Lóbulo Parietal Inferior (BA 39/40): Após lesão em um dos hemisférios cerebrais, na área do lóbulo parietal inferior. Perda de capacidade de processar, percepcionar, ou ter atenção a estímulos visuais do lado contralesional. É mais comum para lesões no hemisfério direito, que tem dominância nos processos de atenção espacial, resultando na falha de deteção de estímulos do lado esquerdo ao corpo. Dependendo da dimensão da lesão pode afetar outras percepções além da visual. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 55 Esquerdo DÉFICES – VIA DORSAL DO PROCESSAMENTO VISUAL Simultanagnosia => Área parieto-occipital (BA 39/7) Ocorre devido a lesões bilaterais nas regiões parieto- occipitais. Apenas um objeto consegue ser visualizado de cada vez, e não há consciência da existência de outros objetos simultaneamente. Incapacidade de integrar a percepção visual de objetos presentes na mesma sala ou contexto/imagem. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 56 Esquerdo NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 57 NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 58 NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 59 QUIZZ 1. A área visual V6 (escolha a opção correta): (a) processa informação de fluxo óptico na periferia do campo visual. (b) detecta o movimento de objetos em pequenas áreas do campo visual. (c) é uma zona de associação visual com informação somatossensorial. (d) é central para a atenção espacial. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 60 QUIZZ 2. Lesões bilaterais na área visual V5/MT podem causar (escolha a opção correta): (a) perda da capacidade de concentração. (b) incapacidade de percepção de vários objetos em simultâneo. (c) Incapacidade de detetar o movimento de objetos. (d) todas as afirmações anteriores estão corretas. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 61 QUIZZ 1. Na simultanagnosia o paciente consegue ver apenas um objeto de cada vez e não tem capacidade de integrar a percepção visual de vários objetos em simultâneo. Ocorre devido a lesões (escolha a opção correta): (a) Na área visual secundária V2. (b) Na área visual V5/MT. (c) Nas regiões parieto-occipitais. (d) Na área visual V4. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 62 MEMÓRIA: O PACIENTE HENRY MOLAISON (H.M.) Sofria de epilepsia desde a infância, mas a medicação existente não era efetiva no tratamento da patologia. A doença agravou, com várias crises diárias aos 20 anos. As crises eram violentas chegando a provocar inconsciência. Aos 27 anos viu-se com incapacidade de trabalhar (ano 1953). NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 63 Esquerdo MEMÓRIA: O PACIENTE H.M. Os médicos sabiam que as crises de epilepsia tinham origem nas zonas mediais do lobo temporal. Foi removida a porção do cérebro onde as crises de epilepsia originavam na tentativa de controlar a patologia Remoção do lobo temporal medial em ambos os hemisférios, um método ainda experimental na década de 50, e cujos efeitos secundários na função cerebral ainda eram desconhecidos. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 64 Esquerdo MEMÓRIA: O PACIENTE H.M. Lobo Temporal Medial – memória de longo prazo Hipocampo, córtex parahipocampal , córtex entorrinal , córtex perirrinal. Paciente H.M. – houve remoção de até 5 cm caudalmente em relação ao pólo temporal, ou seja, a remoção incluiu hipocampo, córtex perirrinal, e entorrinal, mas não o córtex parahipocampal American Journal of neuroradiology (2015), 36(5): 846–849 NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 65 Esquerdo MEMÓRIA: O PACIENTE H.M. Lobotomia lobo temporal Imagem estrutural do no hemisfério direito paciente H.M. em 1992 Antes Depois NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 66 Esquerdo MEMÓRIA: O PACIENTE H.M. A cirurgia foi bem sucedida no tratamento da epilepsia do paciente H.M. Inesperadamente, para a equipa clínica e familiares, o paciente H.M. demonstrava agora uma amnésia profunda, uma perturbação de memória. O paciente H.M. sabia quem era, conhecia a sua história pessoal e conhecimentos adquiridos ao longo da vida, língua, como fazer as coisas, acontecimentos sociais e pessoas … quase tudo … Porém esqueceu tudo o que tinha acontecido/aprendido na década antes à ocorrência da cirurgia, como se esses anos nunca tivessem existido. Neuron (2009), 61(1): 6–9 NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 67 Esquerdo MEMÓRIA: O PACIENTE H.M. O paciente H.M. deixou de conseguir construir novas memórias de longo prazo. Ao falar com uma pessoa nova (ex: enfermeira), se esta saísse da sala e voltasse passados alguns minutos, o paciente H.M. não se lembrava de ter visto nem falado com essa pessoa. O paciente H.M. mantinha intacta a sua memória de curto-prazo. Conseguia seguir uma conversa e lembrar-se de números durante algum tempo (minutos se por repetição). Se a sua atenção na tarefa fosse interrompida, por uma factor de distraçã, esquecia-se da informação. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 68 Esquerdo MEMÓRIA: O PACIENTE H.M. O paciente H.M. sofria de amnésia anterógrada, ou seja, a perda de capacidade de formar novas memórias de longo prazo, uma incapacidade total ou parcial de relembrar eventos de um passado recente, enquanto as memórias de longo prazo (vários anos) anteriores à cirurgia/lesão permanecem intactas. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 69 Esquerdo MEMÓRIA: O PACIENTE H.M. O paciente H.M. manteve a sua capacidade intelectual e não apresentava défices de percepção sensorial ou de coordenação sensorial-motora. Brenda Millner, uma neuropsicóloga recém-doutorada, estudou o paciente H.M. e remodelou o que até então se sabia sobre a formação e a função da memória. Antes do paciente H.M. acreditava-se que a memória estava amplamente distribuída pelo córtex cerebral, associada a funções perceptivas e cognitivas. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 70 Esquerdo MEMÓRIA: O PACIENTE H.M. O caso do paciente H.M. veio demonstrar que: A memória é uma função distinta, e que há separação entre cognição, percepção e a capacidade de armazenar em memória os registos resultantes da vivência cognitiva e perceptual. Que a memória de longo prazo é afetada por lesões no lobo temporal medial. Que há distinção entre memória de longo-prazo e memória de curto prazo, e que estão localizadas em zonas distintas do cérebro. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 71 Esquerdo MEMÓRIA: O PACIENTE H.M. O caso do paciente H.M. veio demonstrar que: A consolidação da memória (longo prazo) é primeiro efetuada na zona medial do lobo temporal. Uma vez consolidada as memórias são “passadas” do lobo temporal medial para áreas corticais (associações dependents da aprendizagem). NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 72 Esquerdo MEMÓRIA: O PACIENTE H.M. Brenda Milner testou a função cerebral do paciente H.M ao longo de décadas, e descrobriu pela primeira vez que a memória declarativa (nomes, factos, datas) é diferente da memória processual (andar de bicicleta, trancar portas, desenhar etc…). O paciente H.M. era capaz de aprender novas tarefas, e melhorar a performance na sua execução ao longo do tempo, apesar de não se lembrar de as ter efetuado ou treinado anteriormente. Este estudo permitiu evidenciar que diferentes áreas do cérebro deveriam estar associadas a diferentes tipos de memória. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 73 Esquerdo NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 74 QUIZZ 1. O estudo da função cerebral do paciente H.M. permitiu entender várias coisas sobre a memória humana. Identifique a afirmação correta (escolha a opção correta): (a) A zona do lobo temporal medial (hipocampo, e córtices parahipocampal, entorrinal, e perirrinal) é essencial para a formação e consolidação de memórias de longo prazo. (b) A capacidade de formar memórias de longo prazo é uma função distinta da percepção, cognição e intelecto. (c) A memória de curto prazo e a memória de longo prazo são distintas e dependem de zonas diferentes do cérebro. (d) Todas as afirmações anteriores estão corretas. NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024 75 LINKS PARA OS VÍDEOS Developmental Language Disorders –What is it? How the brain learns to read https://www.youtube.com/watch?v=_QkpK9vft_E https://www.youtube.com/watch?v=hPhH5qXWOi4 House: Akinetopsia Fusiform Face Area (FFA) https://www.youtube.com/watch?v=oHCWAjoWRiI https://www.youtube.com/shorts/vz7TfmNQxyY When an Injured Brain Ignores Half the World: Visual Word Form Area (VWFA) Hemineglect Syndrome https://www.youtube.com/shorts/oFQLWxdbGQc https://www.youtube.com/watch?v=_MuG31viTno&t= 16s Face Blindness, part 2 Spatial Neglect Caused By a Stroke https://www.youtube.com/watch?v=q8cXus7SNQY https://www.youtube.com/watch?v=_I3FPUv8Iko Patients H.M. https://www.youtube.com/watch?v=KkaXNvzE4pk 76 NEUROCIÊNCIAS @ GINA CAETANO 2024

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