Resumo HP - Á Exame - PDF
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Este documento é um resumo de um exame de história, com foco na psicologia. Apresenta uma visão geral do assunto, incluindo eventos importantes na história da psicologia.
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Resumo HP - Exame Introdução A designação psicologia deriva dos radicais gregos psique (alma) e logos (estudo), sendo, portanto, o estudo da alma humana (hoje designada de mente). Esta nomenclatura deve a sua origem a um momento histórico em que os lósofos g...
Resumo HP - Exame Introdução A designação psicologia deriva dos radicais gregos psique (alma) e logos (estudo), sendo, portanto, o estudo da alma humana (hoje designada de mente). Esta nomenclatura deve a sua origem a um momento histórico em que os lósofos gregos acreditavam que o ser humano era constituído por duas essências: material (corpo) e imaterial (alma ou psique). Para além da raiz losó ca, tem também raiz biológica na siologia —> estuda a correlação entre os processos corporais (cérebro, sistema nervosos e hormonas) e os processos mentais. Então, a psicologia consiste no estudo do comportamento e dos processos mentais e bio-neurológicos subjacentes. É tanto uma área de pesquisa - ciência académica - como uma área de atuação - ciência aplicada. A investigação em psicologia tem como objetivo entender e explicar comportamentos, pensamentos e emoções, enquanto que as aplicações práticas são muito variadas, envolvendo diretamente o quotidiano das relações humanas. Para se tornar uma ciência independente, a psicologia teve de procurar afastar-se da loso a, que lhe conferia subjetividade e pouca cienti cidade. Esta ciência do comportamento foi então afastando-se progressivamente da loso a, aproximando-se da biologia, uma vez que era uma forma não só de ser considerada uma ciência como também de se afastar do senso comum. A criação do primeiro laboratório e a realização da primeira experiência cujo objeto de estudo fosse a mente e o comportamento foram marcos importantes para estabelecer a psicologia como uma ciência. A psicologia surge através da interação de 3 grandes domínios: medicina, ciências naturais e loso a (e religião). A medicina, siologia e ciências naturais procuravam, através de métodos empíricos, responder a perguntas como “De onde vem a inteligência?”, enquanto que a loso a e a religião se ocupavam com questões existenciais. Ao longo do tempo, a psicologia deixou de prestar tanta atenção ao estudo da mente, focando- se mais no comportamento - é mais acessível e mais fácil estudar algo observável, como o comportamento. Eventos importantes 1879 - 1º laboratório experimental de psicologia, criado por Wundt 1886 - Freud começa a oferecer terapia a vários pacientes 1892 - Stanley Hall funda a APA 1896 - Freud introduz o conceito de psicanálise 1900 - Publicação do livro “Interpretação dos sonhos” (Freud, 1900) 1905 - Teste de inteligência, QI, criado por Alfred Binet 1912 - Max Wertheimer desenvolve a psicologia Gestalt 1913 - Watson introduz o conceito de behaviorismo/comportamentalismo 1920 - Experiência Little Albert 1920 - Piaget promove o estudo do desenvolvimento cognitivo na criança, assentando na corrente cognitivista 1929 - Invenção do eletroencefalograma 1935 - Fundação dos AA 1936 - Primeira lobotomia 1938 - Skinner introduz o conceito de condicionamento operante, que ressoa com um behaviorismo mais radical fi fi fi fi fi fi fi fi fi fi fi fi fi fi 1942 - Carl Rogers desenvolve o método terapêutico baseado no cliente (humanismo) 1952 - 1ª edição do DSM é publicada 1954 - Maslow, juntamente com Carl Rogers, funda a psicologia humanistica, centrada na consciência e no livre-arbítrio. 1961 - Albert Bandura conduz uma experiência que descreve o comportamento das crianças como sendo um construto de observação, imitação e modelação. 1973 - Homossexualidade é removida do DSM 1974 - Experiências de obediência de Milgram Freud - nasceu em 1856 na Morávia - mudou-se para Viena na infância - médico - interessava-se principalmente pelas doenças nervosas - inventou o método psicanalítico Psicanálise - lida com coisas que não se passam na luz do dia: sonhos, sexualidade e fantasias sexuais, erros que cometemos, pensamentos obscuros e de tudo aquilo que escondemos até de nós próprios. Freud introduz a teoria psicanalítica, que instaura uma revolução na forma como a saúde mental era concebida: oferece uma nova proposta de tratamento - a fala. O método da psicanálise compreende a doença mental como sendo tratável através da conversa e da escuta, exigindo uma maior conexão e relação entre o paciente e o psicanalista. Contexto terapêutico - constituído pelo terapeuta, pelo paciente e pela relação que se estabelece entre os dois através da conversa. Ato terapêutico - criar uma relação pela palavra. A psicanálise procura interpretar: o objetivo de tratar uma doença mental não é a cura, mas sim o auto-conhecimento. Se os pacientes forem capazes de compreender a sua doença mental, é mais fácil viver com ela e aprender a gerir a angústia existente. Modelo da consciência, pré-consciência e inconsciência (1ª tópica) O fundamento da teoria psicoanalítica reside no inconsciente. Consciente - pequena parte da mente constituída por tudo aquilo que estamos cientes num dado momento. É responsável por contactar com o exterior. Pré-consciente - constituído por conteúdos que não estão presentes na consciência mas que são acessíveis à mesma. Organiza informação que retemos que podem ser relembrados com facilidade. Inconsciente - experiência de sofrimento e de memória recalcada, constituído por fantasias, sonhos e vontades que não conseguimos manifestar. Este conteúdo do inconsciente vai tentar exteriorizar-se, podendo provocar sintomas (depressão, ansiedade, distúrbios de personalidade,…). O conteúdo da infância suprimido no inconsciente é a base da vida adulta e de sintomas que se possam ter desenvolvido. Através da fala, a psicanálise de Freud procura trazer esses conteúdos do inconsciente, onde não podem ser interpretados, até ao consciente, de modo a serem compreendidos. Exemplo: cadeia de associações - uma palavra dita pelo paciente ou pelo terapeuta traz outra palavra ou até uma memória reprimida no inconsciente até ao consciente. Lapsos verbais e erros que cometemos são exemplos de tentativas do conteúdo do inconsciente a emergir. À luz do conceito de inconsciente, as perturbações mentais são manifestações que resultam da incapacidade de vivermos com as nossas angústias. Os sonhos são uma forma de chegarmos ao inconsciente: são lmes atemporais e dinâmicos que re etem os nossos con itos não resolvidos ou desejos suprimidos. “Os sonhos são uma auto-estrada para o nosso mundo inconsciente.” A sexualidade é essencial para a compreensão da mente humana. Freud considera que a sexualidade humana é intrinsecamente perturbada. Sexualidade - engloba qualquer atividade investida de líbido, não se referindo exclusivamente ao ato sexual em si. Líbido - energia aproveitável para os instintos de vida. A sexualidade é construída através de interações com os nossos cuidadores na infância - a nossa família. Ao longo do nosso desenvolvimento, algumas formas de sexualidade infantil vão sendo reprimidas devido à censura das normas sociais, constituindo assim a sexualidade adulta “normal”. “A sexualidade adulta normal emerge da sexualidade infantil através de uma série de desenvolvimento, combinações, divisões e supressões, que raramente se alcançam de forma perfeita.” Existem 5 fases do desenvolvimento psicossexual: 1- Oral - alimentação 2- Anal - higiene 3- Fálica - obtenção de prazer através de determinadas zonas do corpo - Complexo de Édipo 4- Latência - energia líbido é direcionada para outros interesses (desenvolvimento intelectual, convívio social) —> sublimação 5- Genital - relacionamentos e atividade sexual Por detrás de cada sintoma, existe um con ito ligado à sexualidade. Assim que esse con ito é reconhecido e compreendido, o sintoma atenua-se. As crianças vivenciam intensos desejos sexuais e ansiedades intensas: com o aparecimento de relações, surgem problemas e con itos. Fase Fálica —> Complexo de Édipo Período Epídico: período em que a criança percebe que tem de obedecer a regras, mesmo que não concorde ou que vá contra os seus interesses naquele momento - obediência ; é também o período em que a criança se depara com o facto de não possuir os seus pais. fl fl fl fl fi fl Complexo de Édipo: ocorre durante o estádio fálico do desenvolvimento psicossexual, quando ocorre também a formação da líbido. A criança começa a formar uma identidade sexual (menino ou menina) que altera a dinâmica do relacionamento com os pais —> os pais tornam-se objetos de energia libidinal infantil. A líbido é dirigida ao parente do sexo oposto, e ao do mesmo sexo existe um sentimento de ciúme, sendo visto como seu rival. Apesar de haver uma distinção em relação a qual dos parente é que se dirige a líbido, numa fase inicial onde ainda não existe identidade sexual na criança, o objeto é sempre a mãe. Numa fase inicial, o amor é dirigido à mãe, enquanto que a qualquer rival pela sua atenção o sentimento é ódio. Existe também medo de que esses sentimentos hostis sejam descobertos e castigados, e são portanto reprimidos durante esta fase - guardados no inconsciente. No modelo Freudiano, o pai representa a autoridade, e também o objeto de amor da mãe. Por isso, o pai é o inimigo numa fase inicial, onde a criança ainda depende da mãe para alimentação e sobrevivência. A identi cação sexual da criança decorre da resolução do complexo de Édipo. A forma como lidamos com esta fase do desenvolvimento psicossexual marca-nos para a vida: - relacionamentos no trabalho; - relações amorosas; - pais (família). O complexo de Édipo da infância continua então a operar na vida adulta. Um adulto maduro no sentido psicológico é um adulto que continua a procurar prazer, mas também alguém que compreende que isso nem sempre é possível. Compreende que, por vezes, temos de utilizar mecanismos de defesa (como a sublimação ou a racionalização) para conseguir adiar a grati cação. É um adulto com o complexo de Édipo resolvido. Rutura/divisão do “eu” —> Modelo do ID, ego e superego (2ª tópica) “A nossa vida mental é constantemente perturbada por con itos.” ID - conjunto de impulsos que exigem satisfação imediata; - desejos sexuais infantis suprimidos; - governado pelo Princípio do Prazer: tendência geral do psiquismo em obter prazer; - é a fonte de energia pulsional (líbido); - expressa-se através de sonhos, lapsos verbais, erros que cometemos. Superego - ltro resultante da nossa educação; - restringe a maior parte das pulsões do nosso ID; - censura os nossos desejos ocultos; - é regido por leis e normais sociais exigentes; - governado pelo Princípio da Realidade: regula a satisfação das pulsões. Ego - mediador executivo entre os impulsos e desejos do ID e os valores e normas morais do superego; - é a forma como nos expomos e exprimimos para os outros. Neste modelo do ID, ego e superego, o ego tem um lugar de destaque - é aquele que tenta mediar os impulsos e as leis, de forma a criar uma identidade que encaixe nas expectativas e normas sociais. fi fi fi fl O trabalho do ego acaba por ser também censurar alguns dos aspetos mais sombrios da vida de cada pessoa, como os desejos ocultos e imorais, o que pode resultar num distanciamento entre a narrativa contada e a realidade. De forma super cial, o superego é visto como a voz da razão e da consciência, mas na realidade pode ser mais como uma voz odiosa e sádica, que é demasiado exigente e restringe demasiado o ID. “Contrariamente às nossas expectativas, a experiência mostra que o superego pode adquirir um caráter duro e implacável, mesmo quando os nossos pais foram carinhosos e gentis.” Um sintoma, como ansiedade ou uma fobia, seria resultado de um ego colapsado - um ego que falhou em mediar o superego e o ID. Ao olharmos para o nosso ID e superego podemos perceber em que medida é que os valores morais estão a suprimir em demasia os nossos desejos e impulsos. A psicanálise destrói a falsa narrativa do ego - por exemplo quando alguém diz que teve uma infância muito feliz (narrativa do ego) mas não é capaz de dizer uma ou duas memórias felizes. Nós procuramos mecanismos de defesa para lidar com a mediação do nosso superego e ID por parte do ego - mecanismos que nos ajudem a tolerar a frustração de os nossos impulsos estarem a ser reprimidos por normas morais muito exigentes. Em ambos os sexos, o mecanismo de defesa fornece soluções transitórias e temporárias do con ito entre as motivações do ID e as possibilidades do ego. Exemplos de mecanismos: - repressão —> bloqueio de impulsos emocionais - identi cação —> incorporação das características do progenitor do mesmo sexo (modelação e imitação) - sublimação —> desvio da energia líbido da intenção reprodutiva para outros ns, como a realização de outras atividades - racionalização —> perdoar falhas e erros, de modo a preservar a auto-estima NOTA: As duas tópicas não são perfeitamente compatíveis —> Freud considera que existe uma parte do ego que é inconsciente para si próprio. Behaviorismo/Comportamentalismo Em 1913, John B. Watson inaugura o termo behaviorismo ou comportamentalismo, estabelecendo um objeto de estudo observável e mensurável - o comportamento - ao invés da mente e dos processos mentais que, por não serem observáveis, retiravam credibilidade à psicologia. O behaviorismo, formado em contexto de laboratório, pode ser referido como sendo um conjunto de ideias sobre a possibilidade de análise do comportamento - tenta analisar e explicar o comportamento através daquilo que é observável, desvalorizando processos mentais internos. A lógica do behaviorismo em relação ao comportamento assenta naquilo que pode ser observável e medido. Comportamento é o que os organismos fazem. Comportamento é o que os organismos fazem, uma vez que este está diretamente relacionado com o organismo e com a resposta que ele dá ao ambiente que o rodeia. Assumindo que o ser humano possui um organismo que se ajusta ao ambiente em que vive, Watson defende a ideia de que o comportamento deve ser estudado em função de certas variáveis do meio, sob o argumento de que certos estímulos levam o organismo a dar determinadas respostas. fl fi fi fi Ou seja, o behaviorismo clássico assenta na premissa de que um estímulo provoca uma resposta. Essa resposta é um produto de aprendizagem, um processo que está presente desde o nascimento e que acompanha a nossa adaptação ao meio. O nosso comportamento é sempre moldado por estímulos externos, presentes no nosso ambiente envolvente. Estímulos que sejam mais previsíveis em determinados ambientes geram respostas de atenção inferiores a estímulos inesperados ou repentinos (por exemplo, ouvir um grito muito alto quando estamos sozinhos em casa ou ouvir o mesmo grito quando estamos num concerto de heavy metal). O behaviorismo de Watson fundamenta-se no condicionamento clássico, apresentado por Ivan Pavlov. No condicionamento clássico, um estímulo neutro (não produz resposta) é associado a um estímulo não-condicionado (produz resposta involuntária não condicionada) até que se crie uma associação entre os dois estímulos e exista uma resposta condicionada. Podemos observar este tipo de condicionamento quando, por exemplo, o cão das experiências de Pavlov começa a associar o apito à comida, produzindo a resposta habitual à comida tendo apenas ouvido o apito - criou uma associação entre dois estímulos e teve uma resposta condicionada. Skinner - professor e investigador - escreveu diversos livros sobre o comportamento humano - pode ser de nido como um determinista e um ambientalista - determinista: rejeita o conceito de livre-arbítrio - ambientalista: defende que a psicologia deve explicar o comportamento com base nos estímulos ambientais - folha branca: nascemos como uma folha branca que pode ser escrita (quando aprendemos e somos condicionados) e apagada (quando determinadas aprendizagens são “punidas” e passamos a evitá-las) O behaviorismo radical, introduzido por B. F. Skinner, fala do reforço e da punição como sendo os principais fatores de condicionamento do comportamento - condicionamento operante. O condicionamento operante engloba o reforço positivo e o reforço negativo. O reforço positivo ocorre quando a resposta é adequada, e então recompensamos esse comportamento de modo a que seja repetido mais vezes. O reforço negativo ocorre na situação oposta: quando a resposta é inadequada, existe uma punição que procura transmitir a ideia de que aquele comportamento é incorreto e não deve ser repetido. Através destes dois mecanismos, na ótica de Skinner, somos capazes de condicionar a resposta de uma pessoa face um determinado estimulo. Condicionamos as pessoas a procurar repetir atividades que são recompensadas e que lhes dão prazer, enquanto evitam aquelas que apresentam consequências punitivas. A utilização destes mecanismos é designada de moldagem. No entanto, a punição pode ter alguns efeitos negativos: - suprimir comportamentos apenas de forma temporária, não eliminando o comportamento; - condicionamento de um sentimento negativo, ou seja, evitar ter determinados comportamentos apenas por estar associado a sentimentos ou sensações negativas; - difusão dos seus efeitos, ou seja, ao invés do comportamento desaparecer, a pessoa afasta- se de situações em que poderia adotar essa resposta de novo (não resolve o problema). fi Apesar de dar ênfase aos estímulos e in uencia do ambiente, Skinner não rejeita a existência de estados mentais e internos: condições como as emoções, crenças, etc. existiam, apenas não eram explicação para o comportamento. O behaviorismo concorda com a psicanálise no facto de que as pessoas procuram prazer, mas prazer para esta corrente possui um signi cado diferente. À luz do behaviorismo, prazer corresponde à apreciação dos outros e da sociedade, ou seja, nós obtemos prazer através do reforço positivo e recompensas que obtemos dos outros quando adotamos um comportamento que seja “correto” do ponto de vista pessoal ou social. Humanismo - surge como uma reação às correntes pré-existentes; - critica o behaviorismo devido à sua abordagem estreita da natureza humana, reduzindo o ser humano ao reforço e condicionamento; - critica a psicanálise devido à ênfase dada ao inconsciente; - foca-se na experiência consciente, no livre-arbítrio, na espontaneidade do ser humano e na capacidade de criação do indivíduo. O humanismo tem uma perspetiva muito otimista em relação aos humanos, atribuindo-lhes um potencial muito grande de evolução com base no seu comportamento. Assenta na premissa de que os seres humanos não são motivados por forças mecânicas, quer sejam estímulos ou reforços (comportamentalismo) ou impulsos instintivos e inconscientes (psicanálise). Principais guras Maslow - americano - pai espiritual do movimento humanista - propõe a hierarquia de necessidades Rogers - americano - inventa a terapia centrada no cliente Maslow acredita que todos temos uma tendência inata para nos tornarmos auto-realizadores - nível mais alto da existência humana, onde a realização do potencial de cada indivíduo seria conquistada. Realização pessoal —> realização dos nossos objetivos de carreira, vida pessoal, vida amorosa etc. A pirâmide de Maslow ou hierarquia de necessidades de Maslow propõe 5 diferentes níveis: - siológicas: respirar, comer, beber água, sexo, sono, homeostasia e excreção; - segurança: corpo, emprego, recursos, moralidade, família, saúde e propriedade; - amor e inclusão: amizades, família e intimidade sexual; - estima: auto-estima, con ança, conquista, respeito dos outros e pelos outros; - auto-atualização: moralidade, criatividade, espontaneidade, resolução de problemas, aceitação de factos e ausência de preconceito. Surge a ideia de que o nosso comportamento é motivado: o comportamento existe e é realizado de modo a satisfazer uma necessidade. Todo o comportamento é dirigido para determinados objetivos e há um desenvolvimento no sentido da obtenção de uma crescente autonomia e auto-controlo. fi fi fi fl fi Para Maslow, uma pessoa auto-organizada: - não sofre de perturbação mental; - tem as necessidades básicas satisfeitas; - explora os seus talentos; - é motivada por valores; - tem uma perceção mais elaborada da realidade; - aceita os outros e aceita-se a si própria; - é genuína e criativa; - tem mais “experiências de ponto máximo” - momentos especiais e marcantes. Rogers acredita essencialmente que o ser humano é um ser livre e é um ser que precisa de condições para desenvolver as suas potencialidades, por exemplo um ambiente social onde as pessoas possam ser genuínas, con antes e sejam capazes de expressar os seus sentimentos e crenças de forma livre. De acordo com Rogers, o comportamento humano deve ser encarado de um ponto de vista de autodeterminação e de liberdade, com diversas potencialidades (inatas ou adquiridas ao longo do tempo). Surge uma nova ideia: o autoconceito - padrão organizado e consistente de características percebidas nos indivíduos desde a sua infância. Através da experiência, este autoconceito pode alterar-se. Esta capacidade do ser humano de alterar, de forma consciente e racional, os seus pensamentos e comportamentos, fornece ao presente uma grande in uência no desenvolvimento da personalidade dos indivíduos. Para Rogers, indivíduos bem ajustados psicologicamente têm autoconceitos realistas, sendo a angústia psicológica resultante do impasse entre o autoconceito real e o ideal. O “eu” ideal é aquilo que desejamos ser, com base em normas da sociedade e na necessidade de nos adaptarmos e nos sentirmos incluídos no nosso ambiente. Este “eu” ideal afasta-nos daquilo que realmente somos, o “eu” real. O “eu” real é o que sentimos, o que fazemos, o que somos e o que pensamos. Os problemas de comportamento surgem quando nos afastamos do nosso “eu” real e genuíno, que sente aquilo que sente e expressa o que pensa. A supressão do nosso “eu” real acontece maioritariamente porque o nosso “eu” ideal tenta guiar-nos a seguir determinados padrões da sociedade que nem sempre vão de acordo com os nossos princípios e crenças pessoais. Se não houver equilíbrio entre os dois self, surge a doença mental. De acordo com esta corrente, termos medo dos nossos sentimentos e de os expressarmos afasta-nos do nosso verdadeiro eu: os nossos sentimentos, pensamentos e crenças ditam o nosso progresso na vida e é importante lidarmos com eles e sermos capazes de os aceitar. Através do trabalho de Rogers, no âmbito desta corrente humanista, surge também a terapia centrada no cliente. Rogers acreditava que o ser humano possui diversos recursos para atingir o auto-conhecimento e para modi car ao longo da vida o seu auto-conceito. Deste modo, deve ser o cliente a determinar o rumo da terapia, quer no que toca ao conteúdo abordado nas sessões como a direção e os objetivos das mesmas. Este conceito de terapia centrada no cliente muda a forma como a psicoterapia é encarada, dando mais poder ao cliente e deixando o terapeuta numa posição mais auxiliar - apenas guia o paciente ao longo da conversa e tem o dever de garantir que este se sente seguro e confortável para falar. Para Rogers, a melhor forma de ajudar alguém é criar um ambiente seguro e de con ança que permita às pessoas explorar as suas capacidades e potencialidades pessoais, bem como de expressar os seus sentimentos e pensamentos de forma livre. fi fi fl fi Livro “Tornar-se pessoa” (Rogers, 1961): - Rogers apresenta as suas perspectivas sobre o modo como nos tornamos indivíduos únicos e com características distintas entre nós; - acredita que o ser humano não está condenado às lutas e con itos internos que a psicanálise propõe, nem constantemente a lidar com o caos dos estímulos externos a que somos sujeitos. Carl Rogers - in uência da fenomenologia —> a realidade é aquilo que é experienciado num determinado momento - dá grande destaque ao sentimento. Cognitivismo - corrente da psicologia especializada no estudo da cognição - estuda os mecanismos que levam à elaboração de conhecimento O cognitivismo procura perceber de que forma é que as pessoas percepcionam a realidade em que vivem a partir da informação sensorial porque, dependendo da forma como a pessoa processa a informação e entende o mundo que a rodeia, esta desenvolve um determinado tipo de comportamento. Ou seja, os humanos moldam as suas ações a partir da informação que obtêm e da forma como a organizam com conhecimentos prévios. Para o cognitivismo, o conhecimento é funcional —> ao encontrar-se diante de um acontecimento já anteriormente processado na sua mente (isto é, que já conhece), o sujeito pode antecipar comportamentos e resultados. Piaget - teoria de desenvolvimento da inteligência - introduz o cognitivismo - defende que não pode haver compreensão do comportamento humano sem compreendermos a cognição e a sua evolução —> não há emoção sem cognição A teoria de Piaget baseia-se num processo que procura de nir as categorias do pensamento e a origem do mesmo. À luz desta teoria, o desenvolvimento cognitivo é resultante de um processo mental de ajustamento entre o desenvolvimento biológico e a exploração do meio ambiente envolvente, e de um ajustamento cognitivo do que ja é o conhecido e informação nova. Piaget partia do princípio que as pessoas não se limitavam a adquirir conhecimento, mas também a arranjar formas de o aplicar. “Conhecimento é ação.” Desta forma, esta teoria propõe uma visão construtivista do pensamento e da cognição. Esquemas é o nome que Piaget dá às estruturas de conhecimento construídas sobre determinado tema ou objeto. Piaget apresenta 4 fatores que in uenciam o desenvolvimento cognitivo: a maturação do sistema nervoso —> permite a aquisição de novas capacidades de forma gradual; a experiência do mundo exterior —> ação do sujeito em contacto com tudo o que está à sua volta (material); a experiência do mundo social —> interação com outras pessoas através da comunicação verbal ou não-verbal e a equilibração —> mecanismo interno de autoregulação decorrente dos processos de assimilação e acomodação. É com base nesses dois processos (assimilação e acomodação) que o ser humano organiza informação e adquire conhecimento: - assimilação —> incorporação de novas experiências com base em conhecimento pré- existente - acomodação —> mudança das estruturas previamente adquiridas em função de novas experiências fl fl fi fl À medida que a idade avança, estes processos tornam-se mais equilibrados e os esquemas vão- se tornando mais elaborados e complexos. Deste modo, de acordo com a teoria de Piaget, o conhecimento é um processo dinâmico de aplicação de conceitos anteriores, condicionado pelos diferentes estádios de desenvolvimento cognitivo do sujeito. Existem vários tipos de conhecimento, como: - conhecimento físico (conhecer os atributos dos objetos; é concreto e observável) - conhecimento lógico-matemático (construção mental de relações) - conhecimento social (conhecimento adquirido através das interações) Piaget de ne inteligência como sendo uma capacidade de adaptação ao ambiente, a qual é guiada pelo balanço entre assimilação e acomodação de informação, de modo a obtermos conhecimento. A inteligência é, então, desenvolvida ao longo dos estádios de desenvolvimento: - sensório-motor (nascimento - 2 anos) —> os bebés exploram o mundo através dos sentidos e ações motoras e aprendem que os objetos continuam a existir mesmo quando não estão visíveis (permanência do objeto); - pré-operacional (2 - 7 anos) —> as crianças começam a usar a linguagem para expressar pensamentos e ideias, embora ainda apresentando di culdade em ver as coisas a partir da perspetiva dos outros. Começa a desenvolver-se a imaginação, mas o raciocínio lógico ainda é limitado; - operações concretas (7 - 12 anos) —> as crianças começam a pensar de forma mais lógica, mas ainda se baseiam em situações concretas. Conseguem entender conceitos de conservação (por exemplo, que a quantidade de líquido permanece a mesma, mesmo que a forma do recipiente mude) e realizar operações matemáticas simples; - operações formais (a partir dos 12 anos) —> os adolescentes desenvolvem a capacidade de pensar de forma abstrata e formular hipóteses. O raciocínio lógico e a capacidade de pensar sobre ideias complexas e hipotéticas torna-se mais avançado. São capazes de resolver problemas de forma mais sistemática e elaborar planos para o futuro. Efetivamente, a visão de inteligência proposta por Piaget permitiu valorizar o carácter desenvolvimental do conhecimento, algo revolucionário para a época. Esta teoria capta as grandes tendências do pensamento da criança, bem como encara os indivíduos como sujeitos ativos no seu processo de aprendizagem. Teve grandes implicações positivas na aprendizagem, permitindo perceber diferenças individuais entre alunos, adaptar os trabalhos a di culdades cognitivas e a aprendizagem por descoberta (ensino mais dinâmico), permitindo tornar a sala de aula num espaço de exploração. Porém, foi criticado por não considerar diferenças culturais, tendo realizado o seu estudo observando apenas crianças suíças. Para além disso, alguns autores como Vygosky defendem que o desenvolvimento cognitivo não é compartimentado em estádios mas sim um processo contínuo e uído. Abordagem sistémica - visão holísitica - estuda interações e padrões de comunicação dentro de grupos —> sistemas A abordagem sistémica na psicologia é uma perspetiva que enfatiza a interconexão e a interdependência dos indivíduos dentro de um sistema, como grupos, organizações ou comunidades. Esta abordagem vê os indivíduos como seres holísticos que estão integrados numa comunidade, ou seja, não existem de forma individual. fi fl fi fi À luz desta visão holística, a abordagem sistémica, ao invés de olhar para o indivíduo de forma isolada, considera que os comportamentos e problemas de uma pessoa são in uenciados e moldados pelas interações e dinâmicas dos sistemas nos quais se insere. Esta perspectiva surgiu através das teorias de sistemas gerais, que foram aplicadas a diferentes campos como biologia, sociologia e psicologia. Os principais fundamentos da abordagem sistémica são: - a interdependência —> os elementos de um sistema são interdependentes, ou seja, a mudança num componente afeta os restantes. No contexto terapêutico, isso signi ca que um problema individual pode re etir as relações existentes dentro do sistema em que o indivíduo se insere (como a família) ou o contrário - o sistema agravar os problemas individuais; - a causalidade circular —> ao invés de uma relação causa-efeito linear, a abordagem sistémica vê os eventos como parte de um ciclo contínuo de in uências mútuas. Num sistema, a forma como um membro age pode ser in uenciada ou in uenciar outros membros, criando um ciclo de interações; - homeostase —> os sistemas tendem a procurar equilíbrio ou estabilidade interna. Mesmo que um sistema esteja disfuncional, ele tem tendência a resistir à mudança e a tentar manter- se no estado atual. A mudança é então encarada como algo assustador, mas necessário para o sistema evoluir; - padrões de interação —> a abordagem sistémica foca-se não apenas no comportamento individual, mas também nos padrões de interação entre membros do sistema. Muitas vezes, o problema não está em nenhum indivíduo em especí co, mas sim na forma como as interações ocorrem; - enfoque no contexto —> os problemas não são vistos como algo intrínseco ao indivíduo, mas sim como algo que surge dentro de um contexto particular, como o ambiente. A situação social, cultural e histórica de cada pessoa é fundamental para entender as causas e as soluções para os problemas que enfrenta. Algumas aplicações desta abordagem são a terapia familiar —> procura entender as dinâmicas familiares e como estas afetam o comportamento e emoções dos diferentes membros, terapia de casal —> observa as interações e padrões de comunicação entre parceiros, transtornos psicológicos —> procura disfunções em sistemas nos quais a pessoa se insere que possam estar a provocar ansiedade, depressão e outros transtornos e a intervenção em grupos e comunidade —> permite entender os problemas dentro de um grupo e como mudanças num nível pode afetar o sistema de forma unitária. Nas variadas aplicações da abordagem sistémica, existem algumas técnicas: - reestruturação de padrões —> ajudar os membros do sistema a identi car e mudar padrões de interação disfuncionais; - genograma —> ferramenta visual que ajuda a mapear relações familiares e as suas dinâmicas ao longo de várias gerações; - metáforas e narrativas —> usar histórias, metáforas e reconstrução narrativa ajuda os indivíduos e grupo a recon gurarem as suas percepções e o seu comportamento dentro de um sistema. Neuropsicologia - estuda o cérebro e o funcionamento do sistema nervoso - procura encontrar a relação entre o SN e as emoções, comportamento e funções cognitivas humanas. A neuropsicologia, ao estudar a interação entre o cérebro e o comportamento humano, traz uma perspetiva interdisciplinar que integra conhecimento da área da psicologia, medicina e neurologia, permitindo aos psicólogos ter uma visão mais ampla sobre as causas e manifestações de perturbações mentais. fi fl fl fi fl fl fi fl fi Esta abordagem permite: - uma compreensão integrada do comportamento humano —> ajuda a compreender a relação entre o funcionamento do cérebro e o comportamento humano, devido ao conhecimento acerca das funções das diferentes áreas do cérebro; - diagnóstico de distúrbios cognitivos e emocionais —> muitos distúrbios estão intimamente ligados a determinadas áreas cerebrais e, através de testes neuropsicológicos, os psicólogos podem fazer diagnósticos mais precisos e de nir tratamentos mais adequados face à situação; - a existência de uma base cientí ca para intervenções terapêuticas —> fornece um entendimento detalhado sobre como intervenções psicológicas podem afetar o funcionamento cerebral, como as terapias de reabilitação para pacientes que sofreram de AVCs ou outras lesões cerebrais; - avaliação de funções executivas e cognitivas —> permite avaliar o planeamento, tomada de decisão, resolução de problemas e outras habilidades executivas, fornecendo ferramentas também para tratar qualquer dé ce e identi car as causas subjacentes ao problema; - compreensão e tratamento de distúrbios psicológicos —> patologias como depressão, ansiedade, esquizofrenia e autismo são distúrbios que alteram o normal funcionamento do cérebro e, com a ajuda da neuropsicologia, os psicólogos são capazes de facilmente identi car possíveis causas e mecanismos que possam reverter ou atenuar os sintomas; - reabilitação e intervenções cirúrgicas —> oferece estratégias de reabilitação cognitiva, particularmente importantes para pacientes que sofreram de AVC, as quais ajudam a melhorar as habilidades cognitivas de modo à pessoa se conseguir adaptar às mudanças cerebrais que sofreu e melhorar a qualidade de vida; - prevenção e cuidados a longo prazo —> em muitos casos, a neuropsicologia é capaz de contribuir para a prevenção de distúrbios psicológicos que estejam relacionados com danos em determinadas áreas cerebrais, como lesões ou doenças neurológicas, fornecendo também uma base para cuidados a longo prazo para pacientes com doenças degenerativas; - avanços na psicoterapia —> permite aos psicólogos desenvolver formas de terapia mais ajustadas a diferentes perturbações, aumentando as opções de intervenção terapêutica disponíveis. Métodos Atualmente, a psicologia serve-se de métodos cientí cos e objetivos para entender, explicar e predizer o comportamento humano. Os estudos psicológicos começam com uma hipótese que é, então, empiricamente testada. Na investigação em psicologia são utilizados diferentes métodos, com diferentes técnicas. Os métodos correspondem ao conjunto de procedimentos utilizados na investigação, enquanto que as técnicas são os processos práticos usados por cada método. A escolha de um método depende de várias variáveis, como os objetivos a atingir, o tempo disponível e os recursos aos quais o investigador tem acesso. Introspeção Tem origem em Wundt, como forma de estudar os estados de consciência do indivíduo submetido a certas experiências. O indivíduo faz um relato, revivendo a experiência interior de forma retrospectiva. Este método apresenta o problema da subjetividade: o indivíduo pode não conseguir explicar com precisão e objetividade aquilo que experienciou. A psicanálise serve-se deste método para explorar o inconsciente. Algumas técnicas desenvolvidas e utilizadas por Freud são: - associação livre —> pedir aos pacientes que digam o que lhes ocorrer, sem ltros ou constrangimentos, o que leva ao encadeamento de ideias e formação de associações entre ideias, pensamentos ou até apenas palavras; fi fi fi fi fi fi fi - interpretação de sonhos —> os sonhos, sendo manifestações do inconsciente, são objetos de importante análise da sua simbologia; - atos falhados —> re etem con itos internos e problemas não-resolvidos; - transferência —> devido à relação estabelecida entre paciente e terapeuta, eventualmente o paciente começa a transferir sentimentos do seu passado para o terapeuta, que deve interpretá-los e ajudar o paciente a compreender a origem dos mesmos. Experimental Os psicólogos que utilizam este método centram-se maioritariamente no estudo do comportamento humano em ambientes laboratoriais. O objetivo deste método é estabelecer medidas cientí cas sobre o comportamento dos seres vivos, humanos e animais, determinando as leis gerais pelas quais eles se regem. Estas leis permitem prever o comportamento dos seres vivos em determinados contextos e situações. O estudo experimental centra-se em dados exteriores, maioritariamente quantitativos, de modo a ter um elevado grau de objetividade. O modelo básico de investigação experimental em psicologia é o estudo das variáveis. Entende-se por variável qualquer propriedade ou característica que pode ser quanti cada com rigor. Uma variável independente é uma variável que pode ser modi cada, produzindo uma alteração num dado comportamento observável, e a dependente é aquela de vai ser afetada com base na independente. O objetivo do investigador é comprovar se os efeitos provocados pela variável independente sobre a dependente são aqueles que tinha previsto na sua hipótese. Para além destas variáveis, podem ainda existir outras que podem in uenciar os resultados obtidos, diminuindo a objetividade e a previsão do estudo. Por isso, devem ser identi cados e tidos em conta quando se tiram conclusões. Tendo em conta que, na maioria dos estudos, não é possível estudar todos os indivíduos, é necessário selecionar um grupo representativo - amostra. Primeiramente, seleciona-se uma amostra que seja representativa da população para a qual se pretende generalizar as conclusões. Esta seleção deve ser realizada de forma aleatória, de modo a todos os indivíduos terem a mesma probabilidade de serem escolhidos. Depois, é necessário dividir a amostra em dois grupos: - o grupo de controlo —> conjunto de indivíduos em que não se alterou nenhuma variável; - o grupo experimental —> conjunto de indivíduos onde será manipulada uma dada variável. O grupo de controlo é essencial, pois permite comparar os resultados obtidos no grupo experimental, con rmando ou não a hipótese inicialmente proposta. Devido à complexidade do comportamento humano, na psicologia este método apresenta limitações, oferecendo uma visão reducionista do mesmo. Método clínico O objetivo da psicologia clínica é estudar o indivíduo em profundidade, na sua complexidade e individualidade. Este método procura compreender a pessoa nas suas relações com o mundo: com os outros, consigo própria, com a imagem que contrói da sua realidade e do mudo que a rodeia, bem como com as suas crenças e valores. O método clínico recorre a técnicas como entrevistas, testes psicológicos, anamnese (reconstrução da vida do paciente pelo próprio) e observação clínica. fi fl fl fi fi fl fi fi Observação Este método procura contrariar as limitações do método experimental - permite observar fora do ambiente laboratorial, ou seja, observa os sujeitos em interação no seu meio natural. Este tipo de observação designa-se de observação natural. Caso o observador participe na vida dos indivíduos, a observação chama-se participante (existe interação entre observador e observado). Uma das principais limitações deste método é não ser possível fazer grandes generalizações, tendo em conta que o meio em que os observados se inserem é um meio pessoal, onde interagem com pessoas da sua vida pessoal. Psicometria Os testes psicológicos são provas destinadas a determinar e avaliar a performance de um indivíduo face uma situação padronizada. Estes testes devem obedecer a determinados critérios: padronização, delidade, validade e sensibilidade. Os inquéritos por questionário. inventários ou escalas são testes aplicados no estudo de grandes grupos de indivíduos, constituídos essencialmente por perguntas rápidas e simples, com várias alternativas de resposta. Domínios de aplicação cientí ca Psicologia do desenvolvimento Estuda as mudanças no comportamento que ocorrem ao longo de todo o ciclo de vida humano. Preocupa-se em identi car as mudanças, bem como perceber o que as motivou e como é que ocorreram. Os psicólogos estudam o desenvolvimento sob vários aspetos, como a cognição, a personalidade, as competências sociais, entre outros. O desenvolvimento da criança e adolescente é privilegiado devido às rápidas e intensas mudanças associadas aos primeiros anos de vida, mas a psicologia do desenvolvimento também abrange o adulto. Psicologia educacional Estuda as variáveis psicológicas associadas a temáticas como aprendizagem, motivação e avaliação que in uenciam o processo ensino-aprendizagem. Inclui-se aqui também o aconselhamento vocacional e a orientação e gestão de carreira. Psicologia clínica e da saúde É um domínio que abrange todos os psicólogos que trabalham na área da saúde física e mental. Consiste na investigação dos princípios da psicologia aplicados à avaliação, prevenção, melhoria e reabilitação de problemáticas psicológicas e do comportamento disfuncional. Contribui também para a melhoria e promoção do bem-estar psicológico dos indivíduos. Psicologia social Sendo o homem um animal social, com pensamentos, sentimentos e comportamentos que decorrem das nossas interações uns com os outros, é necessária uma vertente da psicologia dedicada ao estudo das relações entre indivíduos. fi fl fi fi A psicologia social ocupa-se do estudo dos nossos pensamentos, sentimentos e in uência que temos uma sobre os outros, por exemplo a pressão grupal, a obediência, os estereótipos e o preconceito. Psicologia cognitiva Estuda o conhecimento e, essencialmente, investiga a forma como o ser humano adquire, processa e desenvolve pensamentos e ideias, bem como a forma como utiliza esse conhecimento. Psicologia organizacional / industrial / do trabalho / dos recursos humanos A psicologia organizacional consiste no estudo cientí co do comportamento e processos mentais em contextos organizacionais, bem como do funcionamento da própria organização. A psicologia industrial prende-se com o design cientí co do ambiente de trabalho, em termos físicos e relacionais. Psicologia do desporto Estuda os factores psicológicos e mentais que in uenciam e são in uenciados pela participação e desempenho no desporto, no exercício e na atividade física, bem como a forma como estes podem incrementar o desenvolvimento pessoal e o bem-estar psicológico ao longo da vida. Psicologia forense / da justiça / do comportamento desviante Foca-se no estudo de matérias como a violência e o crime, contribuindo para uma perspetiva de estudo e análise de cariz mais psicológico ou sociopsicológicos no âmbito jurídico. Psicologia comunitária Visa compreender as pessoas dentro dos seus mundos ou esferas sociais, tentando igualmente utilizar este conhecimento para melhorar o bem-estar dos indivíduos. Os investigadores examinam sistematicamente a forma como os indivíduos interagem entre si, com grupos sociais, igrejas, escolas, famílias, entre outros. fl fi fi fl fl