Comunicação em Enfermagem PDF
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Universidade Católica Portuguesa
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This document explores communication in nursing, highlighting its importance and various aspects. It emphasizes the significance of nonverbal and verbal communication, encompassing elements like gestures, tone of voice, and silence. The document also examines the role of communication in the context of societal interactions and interpersonal relationships. Furthermore, it delves into important considerations for effective healthcare communication.
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Comunicação em Enfermagem Comunicar → COMUNICARE Pôr em comum, entrar em relação com (que é diferente de informar) É através da comunicação que o Homo Sapiens Sapiens assume comportamentos de ser humano, como o autocuidado AUTOCUIDADO- conjunto de...
Comunicação em Enfermagem Comunicar → COMUNICARE Pôr em comum, entrar em relação com (que é diferente de informar) É através da comunicação que o Homo Sapiens Sapiens assume comportamentos de ser humano, como o autocuidado AUTOCUIDADO- conjunto de ações realizadas com vista a preservar a saúde e o bem-estar. Estes comportamentos são aprendidos através da interação entre seres humanos. Importância da comunicação Para a profissão de enfermagem é essencial apreender um conjunto de comportamentos profissionais passados através de várias formas de comunicação (não só verbal). A comunicação esta adaptada para responder às exigências especificas das vivencias/culturas/profissões, sendo eficaz no contexto em que foi desenvolvido, através da comunicação verbal, não verbal e escrita. A forma como nos apresentamos ao mundo resulta de um conjunto de interações que tivemos e afetara o conjunto de interações que teremos no futuro. É fundamental observar a reação das pessoas a quem nos dirigimos e tudo o que as rodeia. É através da consciência do outro que moldamos os nossos comportamentos. É a retroação e a confirmação de que a mensagem enviada chegou ao recetor (mecanismos de feedback) que nos permite decidir continuar, para ou alterar o processo de comunicação que estamos a realizar. É a comunicar que transformamos a subjetividade das coisas que nos rodeiam, em informações significativas, reduzindo o grau de incerteza e ansiedade que o desconhecido provoca no ser humano Estímulos No dia a dia somos bombardeados com múltiplos estímulos, que precisamos de selecionar, organizar, para responder apenas aqueles cujo significado é compreensível para nós. É através da nossa experiência que selecionamos determinados estímulos e atribuímos-lhes significados, catalogando-os. Por exemplo, sabemos que o ananas em lata não está na zona das frutas, apesar de ser fruta. 1 Comunicar é procurar no interior de cada um, as significações para esses estímulos ou acontecimentos. PARA COMUNICARE É IMPORTANTE: − Os nossos gestos − As nossas palavras − As nossas expressões − Os gestos deles − As palavras deles − As expressões deles − O significado que atribuímos às coisas significado que os outros atribuem ás coisas Papel da comunicação na nossa sociedade Fornece a estrutura dos sistemas sociais - Cada pessoa tem um papel na sociedade e aprende a comportar-se para dar á sociedade o que ela espera dele (comportamentos semelhantes) É a sociedade que determina como cada um dos seus membros comunica O conhecimento de um sistema social permite fazer previsões acerca das pessoas, comportamentos e formas de comunicar. 2 Elementos da comunicação Fonte, emissor, recetor, mensagem, canal, feedback, ruido e contexto. Para que haja comunicação eficaz é preciso saber identificar os elementos da comunicação: - Ser capaz de perceber quando e como pode entrar em comunicação com o outro. - Ser capaz de transmitir uma mensagem inteligível para o outro. - Sintonizar com o emissor para entender a mensagem. - A recetividade esta dependente da abertura ao emissor. - É importante que compreenda, capte e aceite a mensagem. - Interpreta a mensagem, dá-lhe significado e descodifica-a. - Partilha dos mesmos códigos. - O emissor é claro e compreensível - O recetor possui as capacidades necessárias para a descodificação. Linguagem não verbal e verbal − VERBAL (palavras): oral e escrita − NÃO VERBAL: gestos, postura corporal, expressões faciais, gestão do silencio, tom de voz, pronuncia das palavras, roupas e adornos Linguagem não verbal Transmitimos as nossas emoções e sentimentos através da linguagem não verbal. Este tipo de linguagem que acompanha a linguagem verbal transmite um significado mais profundo e verdadeiro É importante entender a ambiguidade da linguagem e ser coerentes entre oi verbal e o não verbal. 1. Gestão do silêncio o O silencio na comunicação pode ser constrangedor, no entanto pode permitir uma troca de emoções, libertação de emoções e é importante para sabermos ouvir o outro. o É importante saber gerir relações interpessoais e saber respeitar o espaço do outro. o Ser sensível ao silencio dos outros e saber interpretá-los é importante para a performance profissional de um enfermeiro. 2. Ler e controlar os gestos o Os gestos acompanham a linguagem verbal para reforçar o seu poder comunicativo. o GESTOS SIMBÓLICOS: representam o que nos estamos a dizer na frase. o GESTOS ENFÁTICOS: servem para enfatizar o discurso. Não estão associados á palavra 3 o Alguns gestos definem a pessoa que somos ou, por vezes, o que fazemos (exemplo: militares) 3. As expressões na interação pessoal o O sorriso melhora a imagem de quem comunica tornando-o mais propenso a estabelecer uma relação interpessoal. o Olhar por cima dos óculos, franzir o sobrolho, olhar para cima… são expressões que dificultam a inter-relação pessoal. o Ambivalência nas expressões faciais pode bloquear a comunicação. 4. Roupas e adornos o O profissional deve sentir- se bem, mas a forma de vestir, não deve constituir um elemento de distração para a comunicação. o O conforto do outro, a perda de foco e o risco de infeção são fortemente influenciados pela roupa e os adornos dos profissionais de saúde. 5. O toque o Pode ser: - Para transmitir conforto - Destinado a relações íntimas e estar interdito ao profissional - Terapêutico o Estar atento á paralinguagem para saber quando, como e onde podemos usar o toque, para não estarmos a invadir o espaço do outro 6. O tempo o A assertividade temporal no trabalho que fazemos é fundamental. o Respeitar os timings dos outros. o Pontualidade na manutenção da rotina é facilitador o Planear os momentos de interação é importante 7. Espaço e distância o Temos tendência a estar próximos das pessoas que mais gostamos e a manter uma grande margem de segurança das pessoas que não gostamos. o Publicas- 2 a 30m; Sociais- 1 a 1,5m; Íntimas- 20 a 30 cm 8. Movimentos corporais o Deve colocar- se ao nível dos olhos do recetor, inclinar se ligeiramente para o interlocutor e apresentar as mãos visíveis ao interlocutor. 9. Paralinguagem (MODO DE FALAR) o O que é importante? - O tom de voz - Projetar a voz para falar para longe - Adaptar o tom de voz para falar perto - Timbre de voz - Articulação das palavras - Não comer nem arrastar palavras 4 - Adaptar a velocidade da fala á situação Comunicação verbal 1. A base o Pronunciar as palavras de forma clara o Não falar nem muito baixo nem muito alto o Não falar muito depressa nem arrastar a voz o Concentrar- se na mensagem e fazer com que os outros se concentrem tambem o Ser breve e usar palavras simples o Demostrar interesse e sorrir o Falar, olhar sempre o recetor, e colocar- se ao mesmo nível o Manter uma postura simpática o Certificar- se que o recetor está a compreender os termos que está a pronunciar o Acompanhar as palavras de gestos o Evitar calão e gíria o Evitar frases longas com muita informação o Falar de forma positiva evitando a palavra não o Demostrar muita disponibilidade e interesse para ouvir o interlocutor 2. Barreiras á comunicação Barreiras externas Barreiras internas - Distâncias entre o enfermeiro e a pessoa - Falar linguagem que não é compreendida pela pessoa: demasiado técnica, défices de - Ambiente onde a relação se estabelece: consciência e défices ao nível da cognição temperatura, ruido e distrações/estímulos paralelos - Utilizar palavras e frases ambíguas - Ter medo de falar sobre um assunto com a pessoa (problema da estrutura pessoal ou atitude), por exemplo algum assunto tabu - Evocar ideias ou sentimentos (exemplo: vamos morrer todos) - Valores, crenças, filosofias pessoais… (exemplo: porque é que não aceita uma transfusão se vai morrer) - Papeis sociais desempenhados (exemplo: aquele que esta naquela cama é o diretor do hospital) - Estado de saúde da pessoa: cansaço extremo, dor… 5 Conceitos de comunicação Comunicação em saúde: - Contexto de prestação de cuidados de saúde e rege- se por regras próprias, em função dos profissionais em interação e do tipo de intervenção. Estão patentes códigos de ética e deontológicos. Comunicação clínica: - É a comunicação que os profissionais estabelecem num ato clínico, para avaliarem uma situação, realizarem uma intervenção e documentarem os cuidados prestados… Comunicação terapêutica: - Implica intencionalidade terapêutica. Conjunto de tendências utilizadas para um melhor relacionamento consigo mesmo e com os outros A comunicação em saúde engloba os outros dois tipos. Modelos teóricos da comunicação Escola Processual: o Encara a comunicação como uma transmissão de mensagens o Modelo de Shannon e Weaver o Supõe a existência de um emissor, um recetor e de um meio o Consideram a possibilidade de ruido e de interferências na comunicação Escola Semiótica: o Estuda os signos e os significados considerando a comunicação como uma produção e troca de significados o Peirce e Saussure são os autores representativos o Concentram-se no estudo das razoes que levam a que uma mensagem tenha um significado, isto é, no modo como um conjunto de signos se transformam numa mensagem. Comunicação intrapessoal Reflexão, introspeção, comunicação consigo mesmo Esta normalmente associada a uma ação ou reação, surge em consequência de um acontecimento, ou tem como resultado determinada consequência Pensamentos positivos aumentam a probabilidade de sucesso nas ações e o sucesso das ações aumentam a probabilidade de pensamentos positivos Extrema importância na comunicação e pode ser trabalhada É fundamental para o autoconhecimento, autoconceito e autoestima. Estes conceitos, embora distintos, são interdependentes e podem influenciar significativamente o bem-estar psicológico e emocional de uma pessoa. 6 Autoconhecimento - Tem raízes na psicologia humanista - É um processo de autoexploração e compreensão de si próprio - Envolve conhecer os seus valores, motivações, emoções, padrões de comportamento e objetivos - É mais profundo que a autoconsciência e requer uma reflexão constante e honesta - Inclui a capacidade de reconhecer os seus pontos fortes e fracos e saber lidar com emoções e compreender ad suas reações - Está associado ao crescimento pessoal e á tomada de decisão consciente Autoconceito - É um conceito desenvolvido na psicologia social - É a imagem mental que a pessoa tem de si mesma, para a qual contribui as duas crenças, valores, perceções e experiências - Considera características como: habilidades, qualidades, fraquezas e papeis sociais - É construído ao longo do tempo e é influenciado por experiências sociais, contextos culturais e interações sociais - Pode ser positivo ou negativo, dependendo de como a pessoa se avalia Autoestima - É a forma como a pessoa se valoriza e se sente em relação a si própria, envolvendo aspetos como auto valorização, respeito pelo próprio e confiança - A autoestima é frequentemente influenciada pelo autoconceito e pelo autoconhecimento, pois a perceção que temos das nossas qualidades e defeitos impacta diretamente a maneira como nos sentimos e como nos valorizamos - Individuo com boa autoestima tendem a sentir- se mais capazes e satisfeitos com a vida - A autoestima afeta a saúde emocional e os relacionamentos, alem de ser um fator crucial para o bem-estar Autoconsciência - É um tema central na psicologia cognitiva e emocional - É a capacidade de “estar consciente de si mesmo” - Inclui a perceção do que a pessoa sente, pensa e fazer no momento presente - Permite refletir sobre como suas ações afetam os outros e o ambiente ao seu redor - Esta intimamente ligada á capacidade de introspeção Através das relações interpessoais e da convivência em sociedade, o individuo constrói a sua identidade, aprende normas, valores, e desenvolve habilidades que moldam a perceção de si mesmo e do mundo. 7 A interação social e a formação do EU Perspetiva sociocultural- o desenvolvimento humano ocorre através de interações sociais mediadas pela cultura Psicologia social- o EU é descrito como um produto da interação social, desenvolvido a partir da comunicação e do feedback recebido do meio. Perspetiva humanista- Carl Rogers enfatiza que a formação do EU esta relacionada com a busca de autorrealização e de desenvolvimento da autoestima. Teoria psicanalítica- Sigmund Freud enfatiza o papel das relações familiares na formação do ego. Para Erikson, o desenvolvimento do EU ocorre em estádios psicossociais ao longo da vida, cada um marcado por um conflito que deve ser resolvido. Conexão entre desenvolvimento cognitivo e social- Jean Piaget destaca que o desenvolvimento cognitivo depende de interações ativas com o ambiente. NO entanto, a interação com outros promove a descentralização, permitindo que a criança compreenda diferentes perspetivas, contribuindo para uma visão mais complexa de si mesma. Qual é a importância da interação social? - A interação social não molda apenas as habilidades cognitivas, mas tambem influencia a formação emocional e ética do individuo. - A troca com o outro promove: Autoconhecimento- o reconhecimento de si a partir do outro Empatia- capacidade de compreender e respeitar as perspetivas dos outros Adaptação social- habilidade de se ajustar às normas e contextos culturais - O EU é um constructo dinâmico, influenciado por interações sociais desde os primeiros anos de vida. Essas relações moldam a forma como nos percebemos, como interagimos com o mundo e como evoluímos ao longo da vida. Relação entre o autoconceito, autoestima e performance profissional O que é a performance profissional? Reflete o desempenho e a produtividade no trabalho. Depende de fatores como: habilidades técnicas e emocionais, ambiente organizacional e aspetos psicológicos (autoconceito e autoestima). O equilíbrio entre autoconceito, autoestima e performance profissional é essencial para o desenvolvimento do individuo e o sucesso organizacional. 8 Comunicação interpessoal Mensagem partilhada entre dois ou mais elementos É fundamental para o estabelecimento de relações de trabalho, de amizade e sociais Em contexto clínico, o desenvolvimento de técnicas de comunicação interpessoal, permite ao profissional observar e avaliar o outro e desenvolver a interação com as pessoas alvo dos cuidados de enfermagem É impossível dissociar da comunicação intrapessoal, pois a comunicação intrapessoal condiciona a interpessoal. COMPORTAMENTO- tudo o que fazemos e dizemos PRINCÍPIO: Comportamento gera comportamento Agressividade gera agressividade Simpatia gera simpatia O mesmo comportamento não funciona de forma igual para todas as pessoas. O comportamento adquire- se, não nasce connosco. Ser bom ouvinte e bom observador é fundamental para compreender o comportamento dos outros e trabalhar a empatia. Compreender as reações pessoais e controlar o comportamento impulsivo é fundamental. Que variáveis interpessoais influenciam a comunicação? - Nível de desenvolvimento - Perceções Contingência - Valores Teoria dos sistemas sociais - Emoções Descreve a comunicação como um processo - Cultura autónomo e autorreferencial que ocorre dentro de sistemas sociais. A contingência na - Género comunicação reside no facto das respostas á - Conhecimento comunicação nunca serem garantidas, dependendo de como o recetor interpreta a - Papeis mensagem. - Ambiente - proxémia e territorialidade 9 Confiança É uma qualidade fundamental em interações humanas e contextos sociais, as suas características podem variar dependendo do contexto (interpessoal, profissional ou social). A confiança é a base para relacionamentos saudáveis. Promove cooperação, reduz conflitos e facilita a comunicação aberta. Características na confiança 1. Reciprocidade: quando alguém confia, a outra parte tende a corresponder. A reciprocidade fortalece os laços entre as pessoas. 2. Transparência: a confiança depende de abertura e honestidade. Comunicar de forma clara e sincera reduz a incerteza e constrói credibilidade. 3. Consistência: a previsibilidade no comportamento e na atitude de uma pessoa ou organização é crucial para gerar confiança. Agir de maneira consistente com os valores e objetivos definidos fortalece a perceção. 4. Vulnerabilidade: confiar envolve um certo grau de risco ou vulnerabilidade, pois ao confiar em alguém, há uma expectativa de que não se será prejudicado ou traído. 5. Tempo: a confiança é construída ao longo do tempo, através de experiências positivas repetidas. 6. Empatia: pessoas confiáveis demonstram compreensão e consideração pelos sentimentos e perspetivas dos outros, o que fortalece os laços de confiança. 7. Credibilidade: baseia- se em atributos como competências, habilidades ou conhecimento. 8. Respeito: tratar as pessoas com respeito fortalece a confiança. 9. Compromisso: manter compromissos e ser leal às relações ou acordos é uma característica essencial para cultivar e manter a confiança. 10. Resiliência: a confiança pode ser recuperada mesmo apos ser quebrada, perante esforços genuínos para corrigir erros e mostrar compromisso. Estilos de comunicação ✓ Assertivo ✓ Agressivo ✓ Passivo ✓ Manipulador Manipulador 1. Não expressa claramente os seus objetivos 2. Considera- se hábil nas relações interpessoais e apresenta discursos diferentes consoante os interlocutores a que se dirige 3. Exagera a informação transmitida aos outros, manipulando conteúdos 4. Nega factos e inventa histórias para mostrar que as coisas são como pensa 10 5. É mais capaz de criara conflitos do que aliviar tensões 6. Tira partido das leis e das regras, adaptando-as aos seus interesses 7. Usa a culpabilidade dos outros: explora convicções e os escrúpulos de cada um, fazendo chantagem moral. 8. Perde a credibilidade quando desmascarado 9. Quando é confrontado, tende a vingar-se utilizando rodos os seus poderes 10. Dificilmente recupera a confiança dos outros Passivo 1. Dificuldade de expressão de ideias ou necessidades 2. Negação ou restrição dos próprios direitos e quase ausência de comportamentos de desacordo 3. Responsabilização dos outros pelos atos associados á mensagem; resposta neutra; evitar tomar uma decisão 4. Dificuldade em atingir objetivos 5. Revelam sinais de ansiedade com a comunicação e utilizam tom de voz baixo 6. Sentir- se incompreendido, o que pode levar á hostilidade para com os outros 7. Vitimização 8. Possibilidade de originar sentimentos de culpa e baixa autoestima 9. Não se afirmar e raramente se manifestar, pelo que os outros não conhecem os desejos, interesses e necessidades do próprio Agressivo 1. Expressão direta de sentimento e ideias de forma ameaçadora para os outros; procura dominar a relação 2. Indiferença pelos sentimentos e direitos dos outros 3. Ignorar, desvalorizar ou desqualificar sistematicamente o que os outros fazem ou dizem 4. Pretende valorizar- se á custa dos outros 5. Desresponsabilização pelo próprio comportamento 6. Atingir objetivos á custa do desrespeito 7. Agressividade e retaliações nos outros 8. Eventuais sentimentos de culpa Assertivo ou autoafirmativo 1. Expressa diretamente e com firmeza sentimentos, ideias e necessidades respeitando- se a si próprio e aos outros 2. Congruência entre os comportamentos verbal e não- verbal 3. Respeito pelos próprios sentimentos e pelos dos outro 4. Responsabilização pelo próprio comportamento 5. Capacidade de negociação com os outros a partir de objetivos precisos e rigorosamente determinados 6. Capacidade de negociação com base no compromisso 7. Consequências favoráveis para si próprio e para os outros 8. Relações fundadas no respeito, confiança e entendimento mútuo 11 A assertividade significa preocupação com as liberdades do Ser Humano. A assertividade é um estilo de comunicação e comportamento que busca o equilíbrio entre: - Respeitar os próprios direitos, necessidades e opiniões. - Respeitar direitos, necessidades e opiniões dos outros. Uma pessoa assertiva é capaz de se expressar de maneira honesta e direta, sem ser passivo ou agressivo Aceitação incondicional É um conceito central nas teorias humanistas, especialmente no trabalho de Carl Rogers- Terapia Centrada na Pessoa, onde se pretende empoderar e motivar a pessoa ao longo do processo terapêutico A aceitação incondicional promove a compaixão e um senso de conexão humana. Num contexto terapêutico, é essencial para criar um ambiente seguro onde q pessoa possa explorar as suas emoções e desafios sem medo de julgamento. Como se relacionam? A assertividade e a aceitação incondicional não são opostas; pelo contrario, reforçam- se mutuamente. 1. Assertividade com aceitação incondicional Uma pessoa assertiva pode ser franca sobre os seus limites, opiniões e sentimentos, enquanto pratica a aceitação incondicional dos outros. 2. Aceitação incondicional com assertividade Estar em aceitação incondicional não significa ser passivo ou permitir que outros violem os seus limites. A assertividade é necessária para equilibrar essa aceitação com autorrespeito. Processo de enfermagem (O MAIS IMPORTANTE PARA O EXAME) Método científico de observar, medir, juntar os dados e analisar os achados. - Enfermagem como disciplina do conhecimento Década de 50- anos XX - Teoria das necessidades humanas básicas: (“a função única do enfermeiro é assistir o individuo, doente ou são…”), ser humano tem apenas 5 áreas de necessidades sensíveis aos cuidados de enfermagem. - Os enfermeiros fazem diagnósticos de necessidades de enfermagem 12 Evolução para um processo de 4 etapas - Conjunto de etapas mentais e sequenciais com vista á tomada de decisão - Apreciação inicial -> Planeamento -> Implementação -> Avaliação FOCO DA ATENÇAO DA DISCIPLINA DE ENFERMAGEM - Estudo da resposta humana á doença e aos processos de vida que influenciam a saúde FOCO DA ATENÇAO DO ENFERMEIRO NO EXERCICIO DA SUA PROFISSÃO - Diagnostico das expostas humanas á doença e aos processos de vida que influenciam a saúde, sensíveis á prescrição dos enfermeiros, que proporciona o desenvolvimento de um plano de cuidados de enfermagem em parceria com a pessoa / cliente. Processo de enfermagem atualmente 1. Recolha de dados/ Apreciação inicial ✓ observação; entrevista- fase preparatória (qual é o momento ideal para recolher os dados), norteadora, execução, final; exame físico e intuição (leitura de padrões) ✓ Respostas Humanas: fisiológica ou comportamental SINAL É DIFERENTE DE SINTOMA SINAL: algo que vou avaliar na pessoa, visível e objetivo SINTOMA: quando a pessoa é que me relata 2. Diagnostico de enfermagem: permite identificar os SINAIS JUÍZO-> A+D= PROBLEMA DE SAÚDE 3. Objetivos: O FOCO NÃO É A DOENÇA (exemplo: o objetivo é o paciente ficar sem tosse, não é tratar da infeção que a provoca) CENTRADOS NO COMPORTAMENTO DA PESSOA FACE Á DOENÇA 4. Prescrição de enfermagem + execução 5. Avaliação 13 Técnicas de recolha de dados (ETAPA 1) o O enfermeiro deve deixar emergir, respeitando os princípios éticos, a sua aptidão e o seu conhecimento - Exame físico: dados objetivos apoiados nas ciências biológicas ▪ Inspeção, palpação, percussão e auscultação -> órgãos dos sentidos - Entrevista clínica: dados subjetivos na experiência da Pessoa ▪ É mais do que um diálogo organizado entre duas pessoas. Exige do enfermeiro: saber ouvir, explorar os dados que a pessoa representa, demostrar interesse, conhecimento e ser recetivo. - Observação: confronto entre o objetivo e o subjetivo. A importância dos órgãos dos sentidos. ▪ Gestos, atitudes, fácies e comportamentos Entrevista clínica NÃO É UMA CONVERSA!!!! o É centrada no utente o Ocupa se dos problemas do utente e de mais ninguém, com tema definido o O enfermeiro estrutura a conversa de modo a ser o mais útil possível para o paciente o Ocorre em local definido e tem um tempo definido OBJETIVOS ✓ Identificar uma necessidade ou problema ✓ Clarificar uma necessidade ou problema ✓ Excluir uma necessidade ou problema ✓ Caracterizar a situação ou contexto relacionados com um ou mais diagnósticos ✓ Contruir uma relação terapêutica ✓ Averiguar factos ✓ Identificar a opinião acerca dos problemas ✓ Identificar sentimentos e os anseios dos indivíduos ✓ Avaliar os planos de ação (comportamentos adotados) ✓ Identificar motivos que sustentam a opinião ✓ Verificar hipóteses ✓ Analisar o sentido que os indivíduos ✓ Analisar determinados problemas ✓ Reconstituir processos de ação ou experiências passadas QUALIDADES do entrevistador Empatia: perceber o estado do outro, reagindo de forma adequada á sua situação. Engloba duas componentes essenciais, a cognitiva (compreender o que o outro pensa) e a emocional (compreender o sentimento do outro). 14 Cordialidade: capacidade de contruir uma proximidade afetiva com a pessoa, através da linguagem não verbal. Assertividade: capacidade de expressar e defender uma determinada ideia de forma clara, sem agressividade e sem contrariar ou violar os princípios da pessoa. Concreção: procura de uma comunicação eficiente, clarificando conceitos abstratos e confusos. Convicção: capacidade de acreditar no que se propõe. Modulação da reatividade: respeitar os silêncios funcionais e atender á comunicação não verbal Como PREPARAR UMA ENTREVISTA Agendamento Preparação do local Preparação do guião Receber a pessoa Apresenta se de forma direta e simples Esclarecer motivos e procedimentos da entrevista Informar sobre a confidencialidade da informação Mostrar interesse sobre aspetos revelantes para a pessoa – tema neutro Gestão do tempo adequada Manter uma atitude atenta e interessada Mostrar se tolerante e paciente Evitar atitudes críticas Fazer uma pergunta de cada vez Ter uma linguagem clara e audível Criara um ambiente agradável e de cordialidade Evitar exercer qualquer tipo de pressão sobre o entrevistado Fases da Entrevista 1. INICIAL: acolhimento 2. EXPLORATÓRIA/ DESENVOLVIMENTO: corpo da entrevista 3. FINAL: solidificar resultados 15 Como ocorre a fase inicial? - Criar um ambiente terapêutico que permite confiança e compreensão (contacto visual, expressão facial, distancia) - Clarificar os motivos da entrevista - Definir com a pessoa os temas e objetivos - Definir tempo - “Quebre gelo” - Colocar uma questão aberta: “COMO SE SENTE?” O que devemos fazer na fase exploratória? - Utilizar técnicas de comunicação que permitam recolher a informação necessária - Escutar - Questionar, adequando as perguntas á pessoa e aos objetivos - Analisar o comportamento e as palavras das pessoas Por fim, o que fazer na fase final? - Resumo final e feedback mútuo - Prescrição para a ação - Separação física Diagnóstico de enfermagem (ETAPA 2) Como construir um diagnostico de enfermagem utilizando o método PES? PROBLEMA: resposta humana sensível aos cuidados de enfermagem, passível de ser identificada através dos dados recolhidos durante a fase inicial do processo de enfermagem ETIOLOGIA: a causa ou as condições que levaram a que existisse o problema (fatores que causaram o problema ou fatores que podem vir a causar o problema) SINAIS E SINTOMAS: são as características especificas que definem o problema (manifestações clínicas ou características definidoras) Tipos de diagnostico: - REAL: PES (problema+ fatores causais + sinais e sintomas) - POTENCIAL: PE (problema potencial + fatores de risco) - POSITIVO: P (oportunidade de melhoria) 16 Como construir um diagnóstico de enfermagem utilizando o método CIPE? − Engloba em si o conhecimento e a capacidade de decisão da profissão. − Regras para construir um diagnóstico: 1.Deve incluir um termo do eixo do foco 2. deve incluir um termo do eixo do juízo, exceto nos focos cujo termo do juízo diagnóstico possa estar incluído (exemplo: febre). 3. Pode incluir termos adicionais, conforme o necessário, de todos os eixos. Comunicação terapêutica A comunicação terapêutica em enfermagem é uma comunicação centrada na pessoa, com o objetivo de uma maior compreensão das suas necessidade, preocupação e sentimentos. Comunicação de dados Técnica ISBAR - ferramenta de padronização de comunicação em saúde que é reconhecida por promover a segurança do doente em situações de transição de cuidados. São considerados momentos vulneráveis e críticos da transição de cuidados para a segurança do doente, os momentos cuja complexidade envolvem um maior risco de erro na transferência de informação. O ISBAR melhora a transferência de informação – é claro, simples, bem aceite pelas equipas, evita erros, lacunas e repetições desnecessárias É um método eficaz, que conduz á melhor gestão do tempo e maior consciência na informação transmitida, contribuindo para a melhor qualidade do cuidar. A mnemónica do ISBAR permite através de uma forma simples memorizar construções complexas: Identificação, Situação atual, Antecedentes, Avaliação, Recomendações. Transição de cuidados “conjunto de ações destinadas a coordenação e continuidade dos cuidados de saúde quando os doentes são transferidos entre diferentes locais ou níveis de cuidados dentro do mesmo local” É IMPORTANTE: 1. Partilhar instrumentos e desenvolver mecanismos de organização comuns 2. Utilizar uma abordagem sistémica 3. Identificar as pessoas mais expostas ao risco de incidentes de segurança 4. Reforço das relações e da comunicação 17 Comunicar ciência 1. Conhecer o publico- alvo 2. Evitar usar jargão científico 3. Ir direto ao assunto principal 4. Usar metáforas e analogias 5. Escolher três pontos principais 6. Conhecer os seus limites 7. Usos das redes sociais 8. Comunicar ciência é preciso 9. Relacionar A perceção individual sobre a profissão de enfermagem Todos os deveres, direitos, controlo de ações… dos enfermeiros são regulados pelo Regulamento do Exercício Profissional do Enfermeiro (REPE). 18