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ANHANGUERA ALANA MENDES DE SOUZA ALESSANDRO DE OLIVEIRA MACHADO AMÁBILI GABRIELE LONGA ANDREIA NASCIMENTO FARIAS CAMILA BEZERRA DO NASCIMENTO CRISLAYNE FABRICIO THEODORO GABRIELLY SAMARA MORAIS DO NASCI...

ANHANGUERA ALANA MENDES DE SOUZA ALESSANDRO DE OLIVEIRA MACHADO AMÁBILI GABRIELE LONGA ANDREIA NASCIMENTO FARIAS CAMILA BEZERRA DO NASCIMENTO CRISLAYNE FABRICIO THEODORO GABRIELLY SAMARA MORAIS DO NASCIMENTO INGRIDY MATIAS PARENTE JOÃO MARCELO MENEGOTTO JULIE ENDIL DA COSTA PAIXAO KARINE DALOSSE PINHEIRO LUCAS ALVES BENTO LUCAS BOURSCHEID LIMA MARYA EDUARDA SILVA COMO CONDUZIR A ANAMNESE DE FORMA APROPRIADA Conceito, objetivo, importância, e dicas. Tangará da Serra - MT 2022 ALANA MENDES DE SOUZA ALESSANDRO DE OLIVEIRA MACHADO AMÁBILI GABRIELE LONGA ANDREIA NASCIMENTO FARIAS CAMILA BEZERRA DO NASCIMENTO CRISLAYNE FABRICIO THEODORO GABRIELLY SAMARA MORAIS DO NASCIMENTO INGRIDY MATIAS PARENTE JOÃO MARCELO MENEGOTTO JULIE ENDIL DA COSTA PAIXAO KARINE DALOSSE PINHEIRO LUCAS ALVES BENTO LUCAS BOURSCHEID LIMA MARYA EDUARDA SILVA COMO CONDUZIR A ANAMNESE DE FORMA APROPRIADA Conceito, objetivo, importância, e dicas. Trabalho realizado pelos alunos do curso de odontologia, durante a disciplina de Estágio em Saúde Bucal na Atenção Básica ll, com a docência de Tania Lucia Sanches Pato, e Luciana Sayuri Shida Scarsi, na Instituição Anhanguera. Tangará da Serra, 19 de maio de 2022. SUMÁRIO ANAMNESE............................................................................................................. 7 DICAS DE COMO CONDUZIR UMA ANAMNESE NO MODELO DA CLÍNICA-ESCOLA DE ODONTOLOGIA DA FACULDADES INTEGRADAS DE TANGARÁ DA SERRA – ANHANGUERA.............................................................. 9 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE........................................................................... 9 MOTIVO DA CONSULTA.................................................................................... 10 HISTÓRIA MÉDICA DO PACIENTE.................................................................... 11 HISTÓRIA MÉDICA FAMILIAR............................................................................ 13 HISTÓRIA SOCIAL DO PACIENTE..................................................................... 13 REVISÃO DE SISTEMAS.................................................................................... 14 SINAIS VITAIS..................................................................................................... 15 ANTECEDENTES PATOLÓGICOS..................................................................... 15 EXAME FÍSICO................................................................................................... 17 ECTOSCOPIA..................................................................................................... 21 EXAME FÍSICO EXTRA BUCAL.......................................................................... 22 EXAME FÍSICO INTRA BUCAL........................................................................... 25 CUIDADOS ESPECIAIS COM O PACIENTE E DIAGNÓSTICO.......................... 28 GUIA DE REAÇÕES PSICOGÊNICAS.................................................................. 30 SÍNCOPE............................................................................................................. 30 GUIA DE SINAIS VITAIS........................................................................................ 31 TEMPERATURA CORPORAL.............................................................................. 31 BATIMENTO CARDÍACO..................................................................................... 31 FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA........................................................................... 36 PRESSÃO ARTERIAL......................................................................................... 38 EMERGÊNCIA........................................................................................................ 41 URGÊNCIA............................................................................................................. 42 GUIA DE LESÕES FUNDAMENTAIS EM ESTOMATOLOGIA.............................. 44 MACHA E MACULA............................................................................................. 44 PLACA................................................................................................................. 45 PÁPULA.............................................................................................................. 45 NÓDULO............................................................................................................. 46 TUMOR............................................................................................................... 46 ÚLCERA E ULCERAÇÃO.................................................................................... 47 VESÍCULA........................................................................................................... 48 BOLHA................................................................................................................ 49 EROSÃO............................................................................................................. 49 FISSURA............................................................................................................. 50 VEGETAÇÃO...................................................................................................... 50 PÚSTULA............................................................................................................ 51 CROSTA.............................................................................................................. 51 GUIA DE PATOLOGIAS E SEUS ACOMETIMENTOS ORAIS.............................. 52 ALERGIAS........................................................................................................... 52 CARDIOPATIAS DE IMPORTÂNCIA PARA ODONTOLOGIA............................. 55 DOENÇA DE CHAGAS........................................................................................ 58 FEBRE REUMÁTICA........................................................................................... 59 ANGINA............................................................................................................... 61 ANGINA DE LUDWING....................................................................................... 62 INFARTO............................................................................................................. 63 MARCA PASSO.................................................................................................. 64 ENDOCARDITE................................................................................................... 65 HIPERTENSÃO ARTERIAL................................................................................. 66 ANEMIA............................................................................................................... 68 HEMOFILIA......................................................................................................... 70 TRANSFUSÃO SANGUÍNEA.............................................................................. 71 ARTRITE REUMATÓIDE..................................................................................... 73 DIABETES........................................................................................................... 73 ÚLCERA GASTROINTESTINAL.......................................................................... 76 TUBERCULOSE.................................................................................................. 77 HANSENÍASE...................................................................................................... 80 CIRROSE HEPÁTICA.......................................................................................... 81 MALÁRIA............................................................................................................. 82 LEISHMANIOSE.................................................................................................. 84 PARACOCCIDIOIDOMICOSE............................................................................. 85 SIFILIS................................................................................................................. 88 CÂNCER............................................................................................................. 93 RADIOTERAPIA.................................................................................................. 95 QUIMIOTERAPIA................................................................................................ 96 DOENÇAS DA INFÂNCIA.................................................................................... 97 HERPES SIMPLES.............................................................................................. 98 EPILEPSIA.......................................................................................................... 99 AIDS OU DOENÇAS DO HIV............................................................................. 101 DISTÚRBIO DE SANGRAMENTO..................................................................... 106 DOENÇA RENAL............................................................................................... 107 DENGUE........................................................................................................... 109 ZICA.................................................................................................................. 111 CHICUNGUNHA................................................................................................ 112 COVID-19.......................................................................................................... 113 VÍCIOS.............................................................................................................. 117 INTERNAÇÕES................................................................................................. 118 CIRURGIAS....................................................................................................... 119 EXODONTIAS.................................................................................................... 119 ANESTESIAS.................................................................................................... 119 MEDICAÇÃO ATUAL DO PACIENTE................................................................ 120 PACIENTE GESTANTE E/OU LACTANTE........................................................ 120 PACIENTE MENSTRUADA............................................................................... 123 GUIA DAS CADEIAS LINFÁTICAS QUE DRENAM A BOCA.............................. 126 ERGONOMIA........................................................................................................ 129 ESTUDO DOS MOVIMENTOS........................................................................... 130 ROTEIRO PARA INSTRUMENTAÇÃO EM HORAS.......................................... 131 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 132 ANAMNESE O termo “Anamnese” vem do grego (Aná = trazer de novo e Mnesis = memória). Esta é uma das principais ferramentas de que o cirurgião dentista dispõe para fazer o diagnóstico do paciente, sendo feita no primeiro contato. Partindo da etimologia do termo, constatamos que a anamnese tem como um dos seus principais objetivos recordar fatos relacionados ao paciente e à doença, de modo a constituir, assim, a história clínica com base na doença atual. Na anamnese são pesquisados os sintomas por meio do relato livre e espontâneo do paciente, podendo-se orientá-lo a manter a cronologia dos fatos durante a descrição O prontuário odontológico é um documento singular para o conhecimento, pois contém todas as informações extraídas do paciente. Durante a anamnese, o paciente relata o motivo da sua consulta, sua história médica, história médica familiar, e história social com suas próprias palavras. No decorrer da consulta, o profissional deve extrair o máximo de informações relevantes para transferir as informações para uma ficha clínica, e se necessário, realizar perguntas adicionais. É fundamental criar um clima de tranquilidade, de modo que o paciente se sinta à vontade para relatar da maneira mais fiel possível sua queixa e seus sintomas. Em princípio, a narração não deve ser interrompida, pois muitas vezes a sequência ou a livre associação de ideias é importante para a elaboração do diagnóstico, principalmente no que diz respeito à avaliação de aspectos emocionais. Deve-se levar em conta a personalidade e o nível intelectual e cultural do paciente para promover uma interação empática, procurando estabelecer confiança mútua e demonstrando sincero interesse em seus problemas. Também se deve considerar que o paciente vem apreensivo e angustiado à procura de alguém que o ampare, o compreenda e o livre dos sintomas que o incomodam. Conduzir uma anamnese de forma correta, respeitando a ética odontológica, é de grande importância, assim o cirurgião dentista evita processos, demonstra eficiência técnica, e ainda mais importante, estabelece uma relação de confiança com o paciente. Para tanto, é necessário se assegurar a uma anamnese adequada e um correto preenchimento do prontuário do paciente. Mesmo que o procedimento odontológico seja finalizado corretamente, isso pode não ocorrer com o prontuário, no qual o cirurgião-dentista, por vezes, deixa de registrar dados de extrema importância, coletados antes, durante e após o tratamento odontológico. A anamnese deve obedecer à seguinte sequência cronológica:  Identificação do paciente;  Queixa principal/duração;  História médica do paciente;  Antecedentes hereditários, situação familiar;  História social;  Hábitos e vícios;  Revisão de sistemas;  Antecedentes patológicos;  Ectoscopia;  Exame físico; DICAS DE COMO CONDUZIR UMA ANAMNESE NO MODELO DA CLÍNICA-ESCOLA DE ODONTOLOGIA DA FACULDADES INTEGRADAS DE TANGARÁ DA SERRA – ANHANGUERA. IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE Inicia-se a anamnese pela identificação completa do paciente, tais como documentos pessoais, endereço, telefones para contados, data de nascimento, filiação, profissão, ocupação, naturalidade, procedência, entre outros dados importantes para fins de identificação. A ficha clínica é um documento legal. Portanto, os dados de identificação devem ser corretos e completos e deverão ser arquivados.  Nome – deve ser completo, sem abreviações. Recomenda-se constar no envelope ou programa informatizado de identificação o último sobrenome, seguido de vírgula e do(s) primeiro(s) nome(s).  Idade – é importante o registro da idade do paciente devido à ocorrência de certas doenças prevalentes em determinadas épocas da vida.  Gênero – masculino ou feminino. Certas doenças acometem mais indivíduos de um determinado sexo.  Nacionalidade – refere-se ao país ao qual o paciente está legalmente vinculado (nato ou naturalizado).  Procedência (naturalidade) – local onde o paciente residiu a maior parte de sua vida, assim como o local onde esteve recentemente. É importante conhecer a procedência do paciente para a avaliação eventual de doenças que ocorrem com maior prevalência em determinada região.  Residência – o registro do lugar onde o paciente possa ser encontrado é fundamental caso ele necessite de retorno para a complementação de um diagnóstico ou tratamento ou para o acompanhamento de um processo de cura.  Profissão – ocupação principal do paciente ou ocupação que ele tenha exercido no maior período de sua vida. Nem sempre o indivíduo exerce sua profissão de formação. É comum observar prontuários em que consta a profissão “aposentado”; importa saber que o paciente hoje não tem atividade alguma, o que ele fazia antes de se aposentar e se hoje, apesar de aposentado, exerce alguma função ou tem alguma ocupação. Além disso, é fundamental para a elaboração do diagnóstico o conhecimento do local e das condições em que ele exerce suas atividades profissionais. QUEIXA PRINCIPAL – MOTIVO DA CONSULTA Este tópico corresponde à queixa atual, será feita a etapa de escuta de queixa principal, especificamente realizada pelo cirurgião dentista (/aluno de odontologia). Nesta etapa, as causas apontadas pelo paciente devem ser transcrita com suas próprias palavras e de forma suscita. Alguns indivíduos, quando ansiosos, tornam-se prolixos, mascarando a queixa principal. É função do examinador destacar do relato a queixa e a duração e transcrevê-las da maneira referida pelo paciente, com suas palavras. O relato será compreendido como os sintomas, o examinador deve auxiliar com perguntas para que todos os aspectos sejam compreendidos. Algumas sugestões de interrogações para compreender o sintomas são:  O que sente?  Dor espontânea ou provocada?  Tem lesão?  Tem alteração de cor?  Como está o paladar?  Tem odor?  A boca está seca?  Houve algum acidente?  Tem aumento de volume? caroço?  Há quanto tempo? Evoluiu rápido? Obs.: quando escrita com as palavras do paciente, deve-se colocar entre aspas. Os principais sintomas apresentados pelos pacientes que procuram atendimento odontológico são os seguintes:  Dor;  Ardor;  Choque;  Adormecimento;  Formigamento;  Hipersensibilidade;  Queimação;  Pulsação;  Coceira;  Alterações no paladar;  Calafrio;  Náusea;  Tontura A dor pode estar relacionada com experiências prévias e sempre apresenta dois aspectos distintos: um componente objetivo (somático) e um componente subjetivo (emocional). Ela deve ser interpretada considerando seu tipo de manifestação, de acordo com os critérios de avaliação da sensibilidade dolorosa:  Intensidade – Pode ser leve, moderada ou alta. Quando o paciente tem dificuldade de quantificar sua dor, pode-se auxiliá-lo solicitando que a enquadre em uma escala de 1 a 10, por exemplo. Existe variação também conforme o indivíduo e seu perfil emocional em função do seu limiar de suportar estímulo doloroso.  Estímulo – A dor surge espontaneamente ou é provocada?  Duração – Instantânea ou prolongada? Por quanto tempo?  Frequência – Refere-se à periodicidade. Quantas vezes e por quanto tempo o paciente já sentiu essa dor? É intermitente ou de manifestação contínua?  Localização – Dores podem ser difusas (de difícil localização, pois o paciente não é capaz de apontar com precisão) ou situadas (o paciente aponta com exatidão o ponto doloroso, que geralmente coincide com o ponto desencadeante da dor – ponto-gatilho).  Fatores de alívio ou piora – Medicação, frio, calor, abertura da boca, alívio espontâneo, sazonalidade, variabilidade ao longo do dia, entre outros. HISTÓRIA MÉDICA DO PACIENTE Em seguida, o cirurgião dentista deve continuar colhendo informações do paciente para fechar um possível diagnóstico. Nesta etapa, é possível colher dados a respeito de toda a vida do paciente. Deste modo, é importante questionar ao paciente a respeito da sua história médica, para reconhecer mais fatores propensos para o caso clinico. É importante enfatizar que este item consiste no registro do relato da história natural da doença desde o seu início, incluindo os fatos antecedentes que possam auxiliar o diagnóstico e sua evolução até a presente data. Os medicamentos utilizados devem ser colocados neste item, assim como seus efeitos, sejam eles terapêuticos ou colaterais. O mesmo se aplica a cirurgias realizadas, exames ou quaisquer outros procedimentos que enriqueçam a queixa e a duração e auxiliem o diagnóstico. Quanto aos pacientes que falam em demasia, misturando aspectos supérfluos para a anamnese, é necessário ter habilidade para obter de seu discurso apenas os aspectos de interesse para a elucidação do quadro clínico. Ainda assim, deve-se ouvir com atenção, sem interrupção, deixando que o discurso do paciente seja livre e sem interferências, pois tudo o que é dito por ele é essencial para compor um perfil. Mesmo que não se transcreva a íntegra do que foi ouvido durante a anamnese, é muito importante observar a forma e o conteúdo da história apresentada Com base nesses dados, o examinador pode avaliar o indivíduo sob os aspectos cultural e emocional, tendo então condições de conhecer melhor seu paciente. Isso auxilia tanto na coleta de dados como no diagnóstico, no tratamento e no acompanhamento do paciente. Alguns questionários que podem ser feitos ao paciente são:  Qual medicação está utilizando? (Transcrever nome/dosagem/finalidade)  Quando e como iniciaram os primeiros sintomas?  Houve alteração? Quais?  Portador de alguma doença atual?  Faz algum tratamento? Sabe se está controlado? (Questionar se é feito por um profissional ou por conta própria) O clinico pode revisar sinais e sintomas, tais como:  Mórbidos (quais doenças, desde quando);  Distúrbios (fisiológicos/orgânicos (vômito, diarreia, desidratação, febre)  Doenças Sistêmicas – em qual fase de vida (infância/adulta) (Dengue, Zica, Catapora)  Cirurgias Região - cabeça, abdômen, membros. ? Tipo – odontológica, ginecológica, estética, gastrointestinal, otorrinológica, pós trauma...? Como foi o pós operatório? Houve complicações?  Já passou por anestesia local ou geral? Teve alguma reação?  Internações? Qual motivo? Caso o paciente não tenha nenhuma história médica para relatar o clinico pode anotar que o “paciente relatou não ter recebido qualquer tratamento médico recentemente, ou durante a sua vida, não é portador de doenças crônicas, e nega qualquer tipo de doença infectocontagiosa.” HISTÓRIA MÉDICA FAMILIAR Neste item são pesquisados aspectos genéticos, como distúrbios ocorridos com descendentes e ascendentes do paciente que possam de algum modo estar vinculados com a lesão ou a alteração que este apresenta. Além disso, permite avaliar a probabilidade de uma doença ocorrer. É importante que o grau de parentesco seja de 1º grau (pais/irmãos/filhos) e 2º grau (avós/netos). Questionar o paciente a respeito:  Pais estão vivos? São saudáveis?  Tem alguém doente na família?  Teve algum falecimento recente? (se houver anotar o motivo)  Na sua família existe/existiu casos de câncer, diabetes, infarto, hipertensão, problemas renais, hemofilia, ou outra doença hereditária? Além disso, os distúrbios sistêmicos que tenham vínculo genético devem ser pesquisados, pois podem influir de alguma forma no diagnóstico, no prognóstico e no tratamento. HISTÓRIA SOCIAL DO PACIENTE Após inspeção da história médica familiar do paciente, procuram-se conhecer as condições de vida do paciente, seu dia a dia, seus costumes, suas atividades, sua dieta. Em relação às condições de residência, deve-se levar em conta o tipo de moradia (casa de alvenaria, de pau a pique, albergue coletivo, alojamento ao relento) e as condições de saneamento básico (água encanada e esgoto). Deve-se pesquisar eventual exposição a agentes nocivos. Deste modo, o clinico pode perguntar ao paciente sobre:  Situação familiar (casado, solteiro, divorciado, relação estável)?  Condições de vida (estável, instável)?  Onde reside (casa alugada/própria, de madeira/alvenaria, zona rural/urbana, asfalto), tem acesso a saneamento básico?  Ocupação (trabalha/estuda/desempregado)  Deslocação (a pé/motocicleta/carro/bicicleta)  Vícios (fumo/tabaco/etilismo/droga) Entendem-se hábitos nocivos, como fumar e ingerir bebidas alcoólicas, que são os mais lesivos para a mucosa bucal, principalmente quando associados.  Hábitos São manifestações repetitivas e às vezes compulsivas que o paciente pratica de forma consciente ou inconsciente. Essas manifestações não necessariamente causam danos, mas devem ser registradas porque podem estar de alguma forma relacionadas com a doença que o paciente apresenta. São exemplos de hábito consumir alimentos muito quentes, levar a língua a uma determinada área de dentes, manter o lábio entre os dentes, entre outros. REVISÃO DE SISTEMAS: Após essa etapa é importante iniciar a revisão de sistemas para conhecer o funcionamento do organismo do nosso paciente, essa mais uma oportunidade em colher informações do paciente ao todo. Sendo os sistemas:  Cabeça/Sistema Nervoso:  Dor de cabeça, tonteira, desmaio, traumatismo.  Pescoço:  Nódulos, bócio (aumento de tireoide), dor ao movimento, sensibilidade aumentada.  Sistema Endócrino (glândulas):  História de glândulas inchadas.  Sistema Respiratório;  Sistema Digestivo;  Sistema Nervoso;  Sistema Circulatório;  Sistema Cardíaco;  Sistema Tegumentar;  Sistema Articular;  Sistema Esquelético;  Sistema Muscular;  Sistema Urinário; SINAIS VITAIS Podemos então iniciar o reconhecimento de Sinais Vitais do paciente, obtendo dados de:  Temperatura (ºC)  Pulso (BPM)  Frequência respiratória (RPM)  Pressão Arterial (mmHg) ANTECEDENTES PATOLÓGICOS Usamos na anamnese um questionário de antecedentes patológicos importantes para um completo diagnóstico odontológico, a fim de que ele se consolide com o maior valor de dados possíveis a respeito do meu paciente. Os principais antecedentes patológicos mais usados são:  Alergia: o A que?  Cardiopatia: o Doença de Chagas; o Febre Reumática; o Angina; o Infarto; o Marca passo; o Endocardite; o Outros, quais?  Hipertensão arterial;  Anemia;  Hemofilia;  Transfusão sanguínea;  Artrite reumatoide;  Diabetes;  Ulcera gastrointestinal;  Tuberculose;  Hanseníase;  Cirrose hepática;  Malária;  Leishmaniose;  Paracoccidiodomicose;  Sífilis;  Câncer;  Radioterapia;  Quimioterapia;  Doenças da infância;  Herpes simples;  Epilepsia;  Internações;  Cirurgias;  Exodontias;  Anestesias;  Aids ou doenças pelo HIV;  Medicamentos atuais;  Distúrbio de sangramento;  Lactante;  Gestante;  Está menstruada; Se durante o questionário o paciente relatar um outro antecedente patológico, é importante anota-lo. EXAME FÍSICO Qualquer que seja o motivo da consulta, o exame físico deve ser completo e feito ordenadamente após a anamnese. Exceção se faz aos casos de urgência, em que se deve ter o bom senso de realizar uma anamnese sucinta e um exame físico dirigido ao distúrbio que ocasionou a urgência ou emergência. O exame físico deve cobrir todas as regiões anatômicas em busca de alterações clínicas compatíveis, em princípio, com a queixa do paciente. Os sinais são obtidos fundamentalmente por meio dos órgãos dos sentidos do examinador, direta ou indiretamente, sendo necessário conhecer as estruturas normais como parâmetro em relação às alterações apresentadas. Para que o exame físico seja completo e eficiente, são necessárias algumas condições, descritas a seguir.  Sentidos aguçados – é importante haver um treinamento, o qual ocorre somente durante a vida profissional, de estimular o desenvolvimento dos sentidos visão, tato, olfato e audição. É óbvio que o comprometimento de um ou mais sentidos dificulta sobremaneira o exame físico, mas não necessariamente o inviabiliza.  Segurança – o relacionamento entre clínico e paciente é fundamental. O paciente colabora fornecendo dados e auxiliando no exame físico, por meio de postura adequada. Já o examinador deve se mostrar seguro, confiante e decisivo em seus atos, a fim de transmitir tranquilidade ao paciente. Ao acionar, por exemplo, a turbina de alta rotação ou mesmo a seringa de água ou ar perante um paciente, em especial com deficiência visual, é importante avisá-lo, pois este poderá ficar inseguro com algo inesperado. Lembre-se também de que o paciente costuma chegar à consulta tenso e ansioso, altamente suscetível a distúrbios emocionais, o que pode acarretar falta de colaboração durante o exame físico.  Conhecimento das estruturas anatômicas – para examinar um paciente, é necessário conhecer a morfologia das várias estruturas a serem examinadas. Devemos estar atentos para reconhecer e interpretar possíveis alterações de cor, textura e forma, discernindo o que foge do padrão de normalidade.  Conhecimento de fisiologia – uma vez conhecidos os elementos que formam o complexo estomatognático e suas estruturas anexas, é fundamental saber como esses elementos funcionam. Por exemplo, para descobrir se um paciente é portador de trismo, deve-se conhecer a dimensão de abertura normal da boca; para avaliar eventuais alterações no fluxo salivar, além de conhecer a localização da glândula, do ducto e de sua emergência, também é preciso estar acostumado a observar o volume e a densidade da saliva que emerge da referida glândula, normalmente, à ordenha. Muitas vezes o cirurgião-dentista é requisitado para examinar a articulação temporomandibular, assim como avaliar fraturas do esqueleto maxilofacial ou intervir cirurgicamente nas estruturas citadas. Muitos desses casos têm a resolução dificultada pela falta de conhecimento anatomofuncional e principalmente da relação entre as arcadas dentárias.  Boas condições de visualização – para observar uma determinada estrutura, é necessário que se cumpram certos procedimentos: o Iluminar adequadamente: a boca é uma cavidade profunda e escura, impossível de ser visualizada sem iluminação adequada. Existem no mercado refletores e lanternas específicos para essa finalidade. o Secar as áreas a examinar: sem esse procedimento, é difícil realizar a observação correta. O brilho excessivo e os fenômenos ópticos que a lâmina espessa de saliva proporcionam distorcem a visualização do objeto a ser observado. o Afastar estruturas: algumas estruturas se interpõem à visão durante o exame físico, como lábios e língua, encobrindo áreas que podem estar sendo objeto do exame físico naquele momento. Instrumentos como espátulas de madeira e abaixadores de língua metálicos permitem deslocar essas estruturas, expondo de modo visível a área a ser examinada. Podem-se também utilizar compressas de gaze, principalmente para manusear e imobilizar a língua.  Cooperação do paciente – este item está intimamente ligado ao item sobre segurança. Deve-se solicitar a total colaboração do paciente no que for possível, entendendo, todavia, eventuais problemas físicos e/ ou emocionais que possam dificultar essa colaboração. Para realizar o exame físico são usadas manobras semiotécnica que são os recursos clínicos utilizados para colher sinais. Podem ser realizadas diretamente, por meio dos órgãos dos sentidos do examinador, ou indiretamente, com a utilização de instrumentos e aparelhos que de alguma forma ampliem os sentidos. As manobras de semiotécnica clássicas são:  Inspeção – utiliza-se a visão de modo direto (“a olho nu”) ou indireto, por meio de lentes e espelhos. As estruturas a serem inspecionadas devem estar secas e com boa visibilidade. A inspeção precede a palpação, sendo o primeiro passo do exame físico.  Palpação – ato de palpar, ou seja, tocar com a polpa dos dedos. Por meio da palpação colhem-se sinais pelo tato e pela compressão. Pelo tato, obtêm-se informações sobre a superfície, ao passo que a compressão fornece impressões sobre a porção mais profunda da área que se está palpando. Assim, observam- se modificações de textura, espessura, consistência, sensibilidade, volume, conteúdo, elasticidade e temperatura. o Palpação indireta – o clínico utiliza instrumentos que alcançam locais onde as mãos diretamente não alcançariam ou, uma vez alcançados, não possibilitariam um exame detalhado. O exemplo típico é a palpação da face oclusal da coroa clínica do dente pela sonda exploradora. A palpação pode ser digital, bidigital ou digitopalmar. Podem-se ainda utilizar ambas as mãos para examinar simultaneamente os dois lados de forma comparativa. Existe um tipo especial de palpação, chamado ordenha, que será descrito mais adiante.  Percussão – ato ou efeito de percutir (bater, tocar). Leves batidas originam vibrações, por meio das quais se identifica o estado físico do conteúdo da estrutura que está sendo percutida – se é líquido, semissólido, sólido ou mesmo vazio. A percussão pode auxiliar no diagnóstico da patologia periapical e/ou periodontal por meio da percussão dental vertical ou horizontal em relação ao longo eixo do dente, pela sensibilidade dolorosa por meio da percussão em estruturas com inflamação. Um exemplo disso é o procedimento corriqueiro em clínica odontológica em que se percute um dente no seu eixo, na superfície oclusal, e horizontalmente, na face vestibular da coroa, procurando evidenciar patologia inflamatória na região periapical ou periodontal, respectivamente. o Percussão indireta – normalmente é feita com o cabo do espelho clínico. o Percussão direta – realizada diretamente com os dedos. É usada para o diagnóstico de lesões de grandes dimensões, principalmente quando se podem avaliar as vibrações em meio líquido ou semissólido. É sentida colocando-se a polpa digital no lado oposto da lesão que se está percutindo. Quando essa vibração não se propaga de um lado a outro da lesão, pode-se intuir que o conteúdo é sólido. Por sua vez, quando se nota uma intensificação do som à percussão, é possível que ali exista uma cavidade vazia.  Auscultação – ato de ouvir sons e ruídos produzidos no organismo. Nessa manobra utiliza-se a audição de forma direta ou indireta, com o uso do estetoscópio. Em odontologia, o seu emprego é restrito, mas importante na avaliação fisiológica da articulação temporomandibular, em que se podem detectar distúrbios por meio de sons característicos, principalmente estalidos produzidos durante a abertura e o fechamento da boca. Nos casos de fratura óssea, observa-se crepitação.  Olfação – manobra em que se utiliza o olfato. É um recurso válido na detecção de certas alterações fisiopatológicas, como o odor cetônico dos diabéticos. Para os olfatos mais treinados e aguçados, é possível diferenciar odores como os produzidos na gengivite ulcerativa necrosante, na osteorradionecrose ou mesmo na necrose produzida no carcinoma epidermoide.  Punção – ato ou efeito de pungir ou puncionar; em outras palavras: picar, perfurar. Pode-se dizer que a punção consiste na introdução de uma agulha no interior de tecidos. Usam-se seringas hipodérmicas com agulha de diâmetro amplo o suficiente para aspirar líquidos e semissólidos por meio da tração do êmbolo. Se, ao tracionar o êmbolo, não se observar o aparecimento de líquido ou semissólido, conclui-se que a lesão em questão tem conteúdo sólido ou não tem conteúdo algum. Quanto ao líquido puncionado, pode-se observar sangue, saliva, líquido cístico, pus ou outro.  Diascopia – significa “observar por meio de” e consiste em visualizar uma determinada estrutura comprimida por uma lâmina de vidro. Essa manobra é conhecida também como vitropressão, sendo utilizada em lesões escuras, suspeitas de hemangioma ou nevo, fazendo-se compressão com uma lâmina de vidro sobre a área a ser estudada. Caso haja desaparecimento da coloração escura e no lugar ocorra isquemia, reaparecendo paulatinamente a partir do momento da retirada da compressão, pode-se concluir que se trata de lesão vascular (p.ex., hemangioma). Caso a coloração da lesão permaneça, conclui-se ser uma lesão pigmentada.  Exploração cirúrgica – manobra de semiotécnica em que o clínico, utilizando instrumentos especiais, examina o interior de determinadas estruturas orgânicas ou lesões. Pode-se realizar a exploração de uma área por meio de incisão com bisturi, expondo o conteúdo e visualizando seu interior.  Sondagem – é possível explorar fístulas ou trajetos fistulosos na pele ou na mucosa com um cone de guta-percha introduzido para localizar, por meio de radiografia, a origem de eventual infecção. Podem-se também sondar e explorar ductos das glândulas salivares em busca de obstruções, como cálculos salivares.  Raspagem – ato de remover ou escarear áreas superficiais da mucosa bucal com a finalidade de saber se lesões com áreas brancas se destacam quando raspadas e provocar ligeiro traumatismo na mucosa normal próxima a áreas comprometidas por doenças como o pênfigo vulgar, onde imediatamente se forma uma bolha.  Fotografia – recurso que pode ser utilizado em lesões que mudam de forma ou posição, como é o caso da língua geográfica. É utilizado para o controle de lesões em diferentes estágios. Este exame é dividido em 3 etapas principais: ECTOSCOPIA É a primeira etapa do exame físico, se inicia no momento em que o paciente entra no consultório, onde será feita a avaliação global do paciente. Nesta etapa, será notados os dados se o paciente está:  Nutrido  Hidratação  Pálido  Cianótico  Ictérico  Simétrico ou assimétrico  Marcha  Peso  Altura Se houver patologia descrever, ou descrever “bom estado geral de saúde após relatar os itens acima”. EXAME FÍSICO EXTRA BUCAL Com as manobras de semiotécnica, avaliam-se os sinais presentes, iniciando- se pela inspeção e posterior palpação de todas as estruturas. Devem-se observar os seguintes aspectos: Formato da cabeça Dimensão e relação entre crânio, face e pescoço.  Formato da cabeça;  Dimensão e relação entre crânio e face;  Proporcionalidade entre os terços superior, médio e inferior;  Distribuição dos órgãos e sua equidistância;  Coloração do tegumento;  Distribuição e quantidade de pelos. ESTE EXAME É DIVIDIDO EM: I. Fáceis: na avaliação do fácies, devem-se observar os seguintes aspectos:  Coloração – dentro dos padrões de normalidade ou cianótica, ruborescida ou avermelhada, empalidecida ou descorada (alterações vasculares).  Alterações pigmentares – vitiligo, albinismo, pigmentações melânicas, icterícia.  Distribuição de fâneros cutâneos – pelos (hipertricose, epilação).  Sudorese – intensa ou ausente.  Alterações na textura – aspereza, aspecto coriáceo.  Distribuição do panículo adiposo – panículo adiposo distribuído regularmente.  Olhos – movimentação dos olhos e das pálpebras, reflexo (miose e midríase) pupilar, distância entre os olhos (o aumento é denominado hipertelorismo), vascularização da mucosa conjuntival, esclerótica, campo visual, alterações da visão como diplopia e ptose palpebral.  Nariz – obstrução das narinas, assimetrias, deformidades, sangramento.  Ouvidos – alterações de forma, integridade timpânica, obstrução do meato acústico, dor ao toque, presença de exsudato purulento. Após o exame, descrever qualquer alteração, ou caso o paciente não apresente “paciente fácies e estruturas adjacentes dentro da normalidade”. II. Cadeias ganglionares: a palpação dos linfonodos da região da cabeça e do pescoço tem grande valor diagnóstico, uma vez que o sistema linfático está envolvido em várias doenças, tanto locais como de origem sistêmica. Os linfonodos são uma barreira de defesa; por isso, passam por eles microrganismos e células tumorais, podendo provocar linfadenopatia infecciosa ou tumoral, respectivamente. Normalmente, um nódulo linfático saudável não é palpável; mede cerca de 0,5 cm de diâmetro e é flácido. As principais cadeias linfáticas que drenam a boca são:  Submandibular;  Mentoniana;  Bucinatória;  Pré-auricular;  Pós-auricular;  Cervical o Anterior o Posterior o Transversa. Para palpar um linfonodo, é necessário relaxar a musculatura da área. Por exemplo, um gânglio de cadeia submandibular do lado direito é palpado com a cabeça do paciente fletida para baixo e para a direita. O examinador utiliza quatro dedos, excluindo o polegar, tracionados a partir da região central submandibular contra a da mandíbula. III. Articulação temporomandibular (ATM): os distúrbios da articulação temporomandibular podem ser próprios (relativos ao disco ou cápsula articular, além dos ligamentos capsulares) ou provenientes de alterações oclusais. A palpação, com o examinador posicionado atrás do paciente, deve ser bilateral e simultânea, com os dedos colocados cerca de 1 cm anteriormente ao trágus (região pré-auricular). Solicita-se ao paciente que abra e feche a boca com o intuito de sentir a movimentação da cabeça da mandíbula. O exame é complementado com auscultação indireta com estetoscópio, procurando-se estalidos e/ou sensação de crepitação. IV. Glândulas salivares maiores: Parótida – é a mais desenvolvida das glândulas salivares e situa-se anteriormente ao pavilhão auricular. Seu polo inferior ultrapassa o ângulo da mandíbula. Podem-se notar nódulos com ou sem sinais flogísticos. Um sinal importantíssimo, associado a um eventual nódulo fixo, consistente e indolor na região parotídea, é a paralisia facial do mesmo lado da lesão, que pode representar tumor maligno de parótida. Submandibular – situa-se na região submandibular, alojando-se na face lingual (vertente interna) do corpo da mandíbula, provocando uma depressão óssea conhecida como fóvea da glândula submandibular. Essa fóvea por vezes é tão acentuada que, ao exame de raios X, simula imagem sugestiva de cavidade cística. Sublingual – é a menor das glândulas salivares maiores. Situa-se no soalho da boca, próximo à inserção da língua na forma da letra U. V. Ossos: os ossos maxilomandibulares, assim como os outros ossos da face, devem ser palpados à procura de aumentos, depressões e assimetrias de modo geral. Ao mesmo tempo que se inspecionam e se palpam os ossos, também se palpam os músculos estática e dinamicamente, solicitando que o paciente realize movimentos. VI. Inervação: palpando-se uni ou bidigitalmente, desde a emergência até o longo dos nervos motores e sensitivos da face, pode-se avaliar a sensibilidade dolorosa ao toque. Em casos de nevralgia do nervo trigêmeo, classicamente a dor se intensifica quando pressionamos a região do forame infraorbitário – também chamada ponto-gatilho (trigger point). Isso desencadeia dor na hemiface desse mesmo lado. Pode-se ainda testar a condução nervosa mediante a estimulação por choques elétricos de baixa amperagem, observando-se a contratura muscular decorrente. Caso o paciente não apresente alterações, descrever: “PACIENTE FÁCIES E ESTRUTURAS ADJACENTES DENTRO DA NORMALIDADE – NDN.” EXAME FISICO INTRABUCAL O exame da boca deve ser feito de maneira ordenada e completa, examinando- se pausadamente cada estrutura com a certeza de não ter omitido nenhum detalhe. Devem-se observar todas as condições para exame físico, com a boca aberta, tracionando-se o lábio no sentido contrário de sua inserção, e também lateralmente, para verificar a textura, a elasticidade, a transparência da mucosa, a inserção de freios, etc.  A palpação é bidigital, com o dedo indicador e o polegar, procurando-se eventuais lesões submucosas nodulares ou bolhosas. Os lábios fazem parte da porção mais externa da boca, estando, portanto, mais sujeitos a traumatismo. O lábio inferior, por sua localização, é mais sujeito às lesões que constantemente atingem a boca, como as decorrentes de radiação solar, tabagismo em suas várias formas, alimentos, cosméticos, entre outras.  Fundo de sulco – formado pela mucosa labial e jugal com a mucosa alveolar. Deve ser observado com o lábio em posição normal e tracionado, palpando-se unidigitalmente, deslizando a polpa do dedo indicador  Mucosa alveolar – mucosa que se situa entre o fundo de sulco e a gengiva inserida. É tênue e móvel.  Gengiva inserida – mucosa de cor rosa-pálido que se situa entre a mucosa alveolar e a gengiva livre. É fortemente aderida ao osso alveolar e espessa, apresentando pontos deprimidos com aspecto de casca de laranja correspondentes às fibras que mantêm essa aderência.  Gengiva livre – extremidade da gengiva que emerge a partir da gengiva inserida. É examinada mediante sondagem indireta do sulco gengival que a compõe  Gengiva (papila) interdental – situa-se entre dois dentes, tendo uma ponte de tecido (col) que une a porção vestibular com a lingual ou palatina.  Rebordo alveolar – denominam-se assim as arcadas edêntulas inferior e superior, total ou parcialmente (diastemas, espaços protéticos).  Mucosa jugal – inicia-se na comissura labial, mucosa retrocomissural, estendendo-se até o pilar anterior. Pode ser palpada bidigitalmente, com polegar e indicador, ou de forma digitopalmar. Para observar essa mucosa, é necessário afastar os lábios e a mucosa jugal com duas espátulas de madeira convergentes a partir dos lábios cujas pontas se encontrem na porção posterior da mucosa jugal.  Língua – pode ser dividida em quatro regiões: dorso, ventre, bordas laterais e ápice. Com o paciente de boca aberta e a língua em repouso, examina-se o dorso; solicitando ao paciente que estire a língua, examina-se o ápice. Com a língua fletida para um lado, examina-se o lado oposto, e vice-versa. Examina-se da mesma forma o ventre lateral. Quanto ao ventre anterior, é examinado com ápice lingual pressionando para cima. Com uma compressa de gaze, envolve-se o ápice lingual para tracionar a língua e examinar o dorso e a borda lateral posterior. Deve-se também observar a livre movimentação da língua, já que existem patologias em que o primeiro sinal é a dificuldade de movimentação (p. ex., invasão por carcinoma epidermoide). A palpação deve ser bidigital e percorrer todo o órgão.  Soalho da boca – é examinado utilizando-se os mesmos recursos para o exame da língua. Com afastadores, observamos o soalho da boca. A palpação é feita deslizando-se o dedo em todo o soalho da boca, apoiando a região submandibular externamente com a outra mão. Como foi visto no exame extrabucal das glândulas salivares, devem-se observar os ductos e a emergência das glândulas salivares mediante ordenha intra e extrabucal. Os pontos de emergência das glândulas salivares maiores estão bem localizados: o Parótida – na mucosa jugal em direção ao espaço interoclusal, entre o primeiro e o segundo molar superior, a 1,5 cm do fundo do sulco bilateralmente; o Submandibular e sublingual – na mucosa do soalho da boca, ao lado da inserção do freio lingual, bilateralmente.  Palato duro – o paciente deve estar com a cabeça fletida para trás para a inspeção direta e horizontalizada. Para a inspeção indireta, a palpação é feita com a polpa do dedo indicador  Palato mole – para inspecionar o palato mole e a úvula, a língua deve estar protruída. Solicita-se que o paciente pronuncie as vogais E e I, que normalmente determinam o levantamento do palato mole e da úvula.  Porção visível da orofaringe – solicita-se ao paciente que pronuncie as vogais E e enquanto se pressiona a língua, comprimindo-a contra o soalho da boca. Avaliar:  Lábios  Bochechas  Espaço retromolar  Amigdalas  Limite oro-faringeo  Dentes supra numerários  Dentes retidos  Diastema  Freios/bridas  Atrição/abrasão/erosão  Hipoplasia do esmalte  Manchas dentais  Cálculos dentais  Retração gengival  Gengivas  Mobilidade dental  Oclusão  Anormalidade na fala  Higiene oral  Fluxo salivar  Deglutição  Cárie  Doença periodontal  Restaurações  Fratura  Altura  Profundidade de sulco  Aspectos oclusais  Rebordo alveolar Tudo que é observado durante o exame clínico deve ser transcrito fiel e pormenorizadamente no prontuário clínico adequado. O exame clínico deve ser lido e revisto para complementar ou corrigir dados. Caso não encontre alterações, é importante descrever: “APÓS INSPENÇÃO BUCAL, NÃO FORAM ENCONTRADAS QUAISQUER ALTERAÇÕES DA NORMALIDADE - NDN.” CUIDADOS ESPECIAIS COM O PACIENTE E DIAGNÓSTICO Para finalizar uma adequada anamnese, é importante conhecer os cuidados com o paciente, sendo relevante descrever os cuidados especiais que o paciente requer, tais como:  Deficiência física: sequela de paralisia cerebral (PC), acidente vascular encefálico (AVE), miastenia gravis (MG).  Distúrbios comportamentais: autismo, bulimia, anorexia.  Doenças sistêmicas: gravidez, pacientes irradiados em região de cabeça e pescoço, pacientes transplantados, pacientes imunossuprimidos, diabetes mellitus, cardiopatias, doenças hematológicas, transtornos convulsivos, insuficiência renal crônica, doenças autoimunes.  Deficiência mental: comprometimento intelectual devido a fatores pré-natais, perinatais e pós-natais, de origem genética, ambiental ou desconhecida;  Distúrbios sensoriais: deficiência auditiva e visual;  Transtornos psiquiátricos: depressão, esquizofrenia, fobias, transtorno obsessivo- compulsivo, ansiedade;  Doenças infectocontagiosas: pacientes soropositivos para o vírus da imunodeficiência humana (HIV), hepatites virais, tuberculose;  Síndromes e deformidades craniofaciais: Síndrome de Down, entre outras.  Oncológico  Idoso  Paralisia cerebral Anotar se o paciente requer cuidados especiais, relatar qual cuidado necessita, e o diagnostico em caso de pacientes especiais. Caso o paciente não necessite relatar:” PACIENTE NÃO É PORTADOR DE NECESSIDADES ESPECIAIS.” GUIA DE REAÇÕES PSICOGÊNICAS: Síncope Ocorre quando o paciente perde, temporariamente e momentaneamente, sua consciência. Pode ser desencadeada também por estímulos visuais e ocorrem, principalmente, nos pacientes mais ansiosos e inseguros Desencadeada pelo estímulo visual de instrumentais odontológicos tais como: agulhas e limas endodônticas, bem como pela visualização de sangue em procedimentos invasivos. Isso ocorre, principalmente, em pacientes ansiosos e inseguros, e o desmaio (síncope) ocorre em decorrência de uma descarga de adrenalina endógena, redirecionando o fluxo sanguíneo para os músculos, deixando o SNC sem oxigenação sanguínea. Essa reduação da oxigenação leva à hipóxia cerebral, com perda de consciência. Assim, o paciente não responde a estímulos sensoriais ou emocionais. Tratamento (dasíncope): Imediatamente deve iniciar com a interrupção do tratamento odontológico. Inicialmente retira-se todo o material da boca do paciente, eleva-se os membros inferiores (em relação ao tórax e a cabeça), para que o sangue volte a circular no SNC. Deve-se também afrouxar as roupas do paciente, e se necessário, a administração de oxigênio pela máscara. Caso não haja resultado, estimula-se com amônia, e realiza-se a extensão do pescoço, para prevenir a obstrução das vias áreas. Assim que o paciente retomar a consciência, remarcasse a consulta. GUIA DE SINAIS VITAIS TEMPERATURA CORPORAL A variação da temperatura ocorre principalmente por mecanismos de feedbacks neurais que podem sofrer influência de diversos fatores, como a prática de atividades físicas, alterações hormonais, temperatura do ambiente, ciclo menstrual nas mulheres e mudanças na alimentação A febre é o aumento da temperatura que ultrapassa a variação diária normal e varia entre 37ºC e 39ºC. A hipertermia também eleva a temperatura do corpo, mas difere da febre devido ao desequilíbrio entre a produção e a dissipação do calor. Ou seja, ela surge devido a uma falha nos mecanismos que controlam a temperatura do corpo por causa do calor no ambiente externo, como o uso excessivo de agasalhos e ar- condicionado ligado em alta potência. 35º ou menos HIPOTERMIA 36º a 37,5º NORMAL 37,6º a 39,5º FEBRE 39,6º a 41º FEBRE ALTA 41º ou mais HIPERTERMIA PULSO – BATIMENTO CARDÍACO Frequência de Pulso PULSO é a expansão e contração alternada de uma artéria após a ejeção de um volume de sangue na aorta com a contração do ventrículo esquerdo. Localização e palpação do pulso radial Pulso radial: Localizado medialmente ao processo estilóide do rádio; Emprega-se a polpa dos dedos indicador e médio Polegar se fixa ao dorso do punho Antebraço apoiado e em supinação Procedimento para verificação da frequência de pulso: 1. Lavar as mãos 2. Orientar o paciente quanto ao procedimento 3. Colocar o paciente em posição confortável, sentado ou deitado, porém sempre com o braço apoiado 4. Identificar e palpar o pulso radial 5. Observar: - Estado da parede da artéria (lisa, endurecida, tortuosa); - Ritmo (regular, irregular); - Amplitude ou Magnitude (ampla, mediana, pequena); - Tensão ou dureza (mole, duro); - Tipos de onda (normal, paradoxal, filiforme); 6. Comparar com o lado homólogo (igualdade, desigualdade). 7. Contar o número de pulsações durante 1 minuto inteiro 8. Anotar 9. Lavar as mãos ao término Descrição do exame normal: pulsos palpáveis, simétricos e sem anormalidades. FP =... ppm (pulsações por minuto). - Acima de 100 ppm = taquisfigmia - Abaixo de 60 ppm = bradisfigmia Bradicardia A bradicardia é o ritmo cardíaco irregular ou lento, normalmente com menos de 60 batimentos por minuto. Nesse ritmo, o coração não consegue bombear o sangue rico em oxigênio de forma suficiente para o seu corpo durante uma atividade ou exercício físico. Consequentemente, você sofre de tontura, falta de energia crônica, falta de ar, ou até mesmo de desmaios. Causas  A bradicardia pode ocorrer por várias razões. A causas mais comuns incluem:  Doença cardíaca congênita (ou seja, você já nasceu com ela)  Certos efeitos colaterais ou medicamentos para o coração  O processo de envelhecimento natural  Tecido cicatricial de um ataque cardíaco  Síndrome do nó sinusal, também chamada de disfunção do nó sinusal (o marca- passo natural do coração não funciona corretamente)  Bloqueio cardíaco (o impulso elétrico que vai desde os átrios até os ventrículos fica irregular ou bloqueado) Sintomas Quando seu coração bate muito devagar, você pode apresentar vários sintomas. Esses sintomas, que incluem tontura, desmaios, falta de energia crônica e falta de ar ajudam o médico a avaliar a gravidade das condições do seu coração e a determinar o melhor tratamento para você.  Tontura  Falta de energia crônica  Falta de ar  Desmaios Fatores de risco O risco de você desenvolver um ritmo cardíaco lento anormal (bradicardia) é maior se você:  Apresentar determinados tipos de doenças cardíacas  Estiver tomando certos medicamentos  Estiver com mais de 65 anos  Tiver passado por cirurgia cardíaca recentemente Opções de tratamento A estratégia de tratamento para a bradicardia vai depender da causa da lentidão dos batimentos cardíacos, além dos sintomas do paciente. Se algum outro problema de saúde, como o hipotireoidismo, estiver causando essa lentidão, tratá-lo pode indiretamente afetar a bradicardia. Tratar esses problemas com uma nova medicação, ou ajustar as dosagens dos remédios que já estejam sendo usados, pode restabelecer os batimentos cardíacos ao nível normal. Se os danos ao sistema elétrico do coração estiverem causando os batimentos lentos, você pode precisar de um dispositivo cardíaco implantável chamado marca-passo. Marca-passos são dispositivos implantados por baixo da pele, com mais frequência por baixo da clavícula, do lado esquerdo ou direito do peito, para ajudar a restabelecer o ritmo cardíaco. Ao enviar pequenos sinais elétricos ao coração para aumentar a frequência cardíaca, o marca-passo alivia os sintomas da bradicardia. Taquicardia Taquicardia é um aumento da frequência cardíaca, mais de 100 batidas por minuto, que pode tanto começar nas câmaras inferiores do coração (ventrículos) quanto nas câmaras superiores (átrios). Com estes ritmos elevados, o coração não consegue bombear eficientemente o sangue rico em oxigênio para o resto do seu corpo. Causas A taquicardia pode ocorrer por várias razões. A causas mais comuns incluem: Condições relacionadas ao coração, tais como pressão arterial elevada (hipertensão). Pobre suprimento sanguíneo para o músculo cardíaco devido à doença arterial coronariana (aterosclerose), doença valvular cardíaca, insuficiência cardíaca, doença do músculo do coração (cardiomiopatia), tumores ou infecções. Outras condições médicas, como doenças da tireoide, certas doenças pulmonares, desequilíbrio eletrolítico e abuso de álcool ou drogas. Estresse emocional ou beber grandes quantidades de bebidas alcoólicas ou com cafeína. Sintomas  Quando seu coração bate muito rápido, você pode apresentar vários sintomas. Esses sintomas incluem:  Falta de ar  Tontura  Fraqueza repentina  Vibração no peito  Atordoamento  Desmaios Fatores de risco Certas condições podem aumentar seu risco de desenvolver uma pulsação anormalmente rápida (taquicardia), incluindo:  Doença arterial coronariana (aterosclerose)  Insuficiência cardíaca (bombeamento insuficiente do coração)  Ataque cardíaco (infarto do miocárdio)  Problemas cardíacos congênitos (condição com a qual se nasce)  Doenças inflamatórias ou degenerativas do coração  Doença pulmonar crônica Opções de tratamento A taquicardia pode ser atrial (nas câmaras superiores do coração) ou ventricular (nas câmaras inferiores do coração) e a estratégia de tratamento pode variar, dependendo do tipo de taquicardia que se possui. Seu cardiologista irá determinar o tratamento que é melhor para a sua condição e também poderá discutir mudanças de estilo de vida com você. Os tipos de tratamento variam de medicação a cirurgia. Para milhares de pessoas a cada ano, um desfibrilador implantável monitora o coração e oferece terapias que salvam vidas, tratando ritmos cardíacos perigosamente rápidos e/ou lentos. Outras opções de tratamento incluem: Tratamentos de taquicardia ventricular  Medicamentos  Cardioversores desfibriladores implantáveis (CDIs)  Desfibrilador automático externo (DAE)  TRATAMENTOS DA FIBRILAÇÃO VENTRICULAR  Desfibrilação externa  Cardioversores desfibriladores implantáveis (CDIs)  Medicamentos Tratamentos da palpitação atrial  Medicamentos Tratamentos da fibrilação atrial  Medicamentos  Ablação do cateter cardíaco  Cardioversão  Cardioversores desfibriladores implantáveis (CDIs)  Cirurgia PARADA CARDÍACA: Sinais e sintomas: 1. Ausência de pulso ou pressão sanguínea; 2. Parada repentina da respiração (apnéia); 3. Cianose; 4. Pupilas dilatadas. Tratamento: 1. Vias aéreas – levante o queixo do paciente, desobstrua as vias aéreas, se necessário, e observe a respiração. 2. Respiração – inicie ressuscitação boca-a-boca, dê dois sopros rápidos iniciais, faça intubação endotraqueal e aplique oxigênio (pressão positiva de oxigênio). 3. Circulação – verifique o pulso carotídeo; se o pulso estiver ausente, faça compressão na região localizada dois dedos acima entre o corpo do esterno e o processo xifoide.” FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA É a taxa de frequência respiratória mede a quantidade de respirações completas em um minuto. Como calcular: 1. Mantenha os dedos sobre a artéria carotídea; 2. Conte o número de incursões respiratórias, observando a elevação e o abaixamento da caixa torácica; 3. Avalie a frequência: conte o numero de incursões em 30 segundos e multiplique por 2. PARADA RESPIRATÓRIA: Causa:  Obstrução física das vias aéreas (língua ou objeto estranho);  Apneia induzida por medicamento. Sinais e sintomas:  Cessação da respiração;  Cianose. Tratamento: 1. Coloque o paciente na posição supina; 2. Mantenha as vias aéreas livres inclinando a cabeça do paciente para trás e removendo a obstrução, se possível; se não for possível, faça a manobra de Heimlich; 3. Chame o serviço de emergência médica; 4. Ventile o paciente 12 a 15 vezes por minuto; a. Se a apneia for secundária a narcóticos, dê 0,4 mg de cloridrato de naloxona IV, IM ou SC e administre oxigênio; b. Se a apneia for secundária a sedativo barbitúrico ou devido a uma superdosagem de diazepam, deve ser feito o seguinte: (1) Administre oxigênio ou respiração artificial; (2) Mantenha o paciente acordado; (3) Mantenha a pressão sanguínea pela posição do paciente, fluidos parenterais e uso de vasopressores; (4) Transfira o paciente para o hospital se necessário. NOTA: Monitore o paciente cuidadosamente pela duração da ação do cloridrato de naloxona, que pode ser menor do que a do narcótico. Não existe um agente que reverta a superdosagem de sedativos e barbitúricos. O flumazenil é um agente que pode reverter os efeitos do diazepam. Os dentistas com treinamento em ACLS podem escolher ter este medicamento disponível.” PRESSÃO ARTERIAL A pressão arterial é o valor que representa a força que o sangue faz contra os vasos sanguíneos à medida que é bombeado pelo coração e circula pelo corpo. A pressão considerada normal é aquela que está perto dos 120x80 mmHg e, por isso, sempre que está acima desse valor é considerado que a pessoa está hipertensa (pressão alta) e, quando está abaixo, a pessoa está com hipotensa (pressão baixa). Em qualquer um dos casos, a pressão deve ser corretamente regulada, para garantir o bom funcionamento de todo o sistema cardiovascular. Para medir a pressão arterial podem ser utilizadas técnicas manuais, como o esfigmomanômetro ou aparelhos digitais. Para medir a pressão arterial manualmente com esfigmomanômetro e estetoscópio deve-se: 1. Procurar sentir o pulso na dobra do braço esquerdo, colocando a cabeça do estetoscópio nesse local; 2. Colocar a braçadeira do aparelho 2 a 3 cm acima da dobra do mesmo braço, apertando-a, de forma que o fio da braçadeira fique por cima do braço; 3. Fechar a válvula da bomba e com o estetoscópio nos ouvidos, encher a braçadeira até aos 180 mmHg ou até deixar de ouvir sons no estetoscópio; 4. Abrir a válvula lentamente, ao mesmo tempo que se olha para o manômetro. No momento em que se ouve o primeiro som, deve-se registar a pressão indicada no manômetro, pois é o primeiro valor da pressão arterial; 5. Continuar a esvaziar a braçadeira até se deixar de ouvir som. No momento em que se deixa de ouvir sons, deve-se registar a pressão indicada no manômetro, pois é o segundo valor da pressão arterial; 6. Juntar o primeiro valor com o segundo para obter a pressão arterial. Por exemplo, quando o primeiro valor é 130 mmHg e o segundo é 70 mmHg, a pressão arterial é de 13 x 7. HIPERTENSÃO E HIPOTENSÃO: A principal diferença entre a pressão alta e a pressão baixa refere-se, respectivamente, aos valores de pressão sanguínea acima de 140/90 mmHg (hipertensão) e inferiores a 90/60 mmHg (hipotensão). Ou seja, a pressão é considerada baixa quando se está abaixo de 90x60 e alta quando está acima de 140x90. CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL DE ACORDO COM A MEDIÇÃO NO CONSULTÓRIO A PARTIR DOS 18 ANOS DE IDADE: CLASSIFICAÇÃO PAS (mHg) PAD (mmHG) PA ótima < 120 e < 80 PA normal 120 - 129 e/ou 80-84 Pré-hipertensão 130-139 e/ou 85-89 HA Estágio 1 140-159 e/ou 90-99 HA Estágio 2 160-179 e/ou 100-109 HA Estágio 3 ≥ 180 e/ou ≥ 110 HA: Hipotensão arterial PA: Pressão Arterial PAS: Pressão Arterial Sistólica PAD: Pressão Arterial Diastólica * A classificação é definida de acordo com a PA no consultório, e pelo nível mais elevado da PA, sistólica ou diastólica. ** A HA sistólica isolada, caracterizada pela PAS ≥ 140 mmHg e PAD < 90 mmHg, é classificada em 1, 2, ou 3, de acordo com os valores da PAS nos intervalos indicados. *** A HÁ diastólica isolada, caracterizada pela PAS < 140 mmHGG e PAD ≥ 90 mmHg, é classificada em 1, 2 ou 3, de acordo com os valores da PAD nos intervalos indicados. EMERGÊNCIA Situação em que o paciente deve ser atendido no ato, pois algo de grave já está acontecendo. Situações que potencializam o risco de morte ao paciente. Emergências na Odontologia:  Sangramentos não controlados.  Celulite ou infecções bacterianas difusas, com aumento de volume (edema) de localização intra-oral ou extra-oral, e potencial risco de comprometimento da via aérea dos pacientes.  Traumatismo envolvendo os ossos da face, com potencial comprometimento da via aérea do paciente. URGÊNCIA Situações que determinam prioridade para o atendimento, mas não potencializam o risco de morte ao paciente. Situação em que o paciente deve ser atendido com a maior rapidez, ou seja, no mais curto espaço de tempo possível, pois existe algo de gravidade variável que está por acontecer. Urgências na Odontologia:  Dor odontológica aguda, decorrente de inflamações da polpa – Pulpite.  Pericoronarite ou dor relacionada a processos infecciosos envolvendo os terceiros molares retidos.  Alveolite pós-operatória, controle ou aplicação medicamentosa local.  Remoção de suturas.  Abscessos (dentário ou periodontal) ou infecção bacteriana, resultando em dor localizada e edema.  Fratura de dente, resultando em dor ou causando trauma do tecido mole bucal.  Tratamento odontológico necessário prévio à procedimento médico crítico.  Cimentação ou fixação de coroas ou próteses fixas se a restauração provisória ou definitiva estiver solta, perdida, quebrada ou estiver causando dor e/ou inflamação gengival.  Biópsia de alterações anormais dos tecidos bucais.  Ajuste ou reparo de próteses removíveis que estejam causando dor ou com a função mastigatória comprometida.  Finalização ou troca para medicação intracanal com hidróxido de cálcio e selamento eficaz com material resistente à mastigação para tratamentos endodônticos já iniciados, evitando dessa forma que o prognóstico seja desfavorável.  Cáries extensas ou restaurações com problemas que estejam causando dor.  Necroses orais com dor e presença de secreção purulenta.  Ajuste, troca ou remoção do arco ou dispositivo ortodôntico que estiver ulcerando a mucosa bucal.  Mucosites orais com indicação de tratamento com laserterapia.  Trauma dentário com avulsão ou luxação. GUIA DE LESÕES FUNDAMENTAIS EM ESTOMATOLOGIA “São modificações dos tegumentos determinadas por processos inflamatórios, degenerativos, circulatórios, tumorais metabólicos ou por defeitos de formação” (Grinspan, D. 1970). As causas das Lesões fundamentais podem variar de acordo com a localização, genética, baixa de imunidade (ex: herpes), aspectos funcionais (ex: uso de próteses), e estão geralmente associadas a um processo traumático no local. Mancha e mácula Mancha e mácula são alterações de cor da mucosa bucal ou da pele sem causar elevação ou depressão no tecido. O que diferencia a mancha da mácula é o seu tamanho. As manchas são maiores e as máculas são menores. A cor depende do tipo de comprometimento estrutural do epitélio ou devido à presença de um pigmento (por exemplo: melanina, hemossiderina, depósito de metais pesados (prata) etc.). Elas podem surgir sobrepostas a outro tipo de lesão fundamental. A sua cor, tamanho e forma podem ser bastante variados. Placa Placa é uma lesão plana e pouco elevada. Sua altura é pequena em relação à extensão. É uma lesão em que ocorre um espessamento de tecido, o que representa clinicamente a elevação. A consistência é diferente do tecido normal. A superfície pode ser rugosa, verrucosa, ondulada, lisa ou apresentar diversas combinações desses aspectos. Pápula Pequena proeminência achatada, elevada acima da superfície epitelial. Medem até 5 mm de diâmetro. São superficiais e circunscritas. Podem ser únicas ou múltiplas. Tem coloração e superfícies variadas. Quando múltiplas e aglomeradas, elas constituem a chamada placa papulosa. A superfície pode ser de aspecto liso, rugoso ou verrucoso. Quanto à forma, elas podem ser arredondadas ou ovais e, ainda, pontiagudas ou achatadas. Exemplos: Grânulos de Fordyce, estomatite nicotínica, líquen plano. Nódulo São lesões sólidas maiores do que 5 mm e tem até 2 cm. Podem ser circunscritos e quanto à base de sustentação, os nódulos podem ser pediculados ou sésseis. A consistência à palpação é muito variada, dependendo do tecido que o compõe e do tempo de evolução. Exemplos: Fibroma traumático, hiperplasias fibrosas inflamatórias, metástases tumorais, lipoma. Dessa maneira, os lipomas são nódulos “macios”; os granulomas piogênicos são flácidos; os fibromas são mais consistentes e o tórus tem consistência dura e similar ao osso. Tumor A denominação tumor costuma ser utilizada para designar nódulos com diâmetro superior a 2 cm. Por outro lado, o termo tumefação caracteriza um acúmulo de água e eletrólitos no interior das células ou do interstício, o que aumenta o volume e proporciona um aumento volumétrico difuso de determinado tecido (face, palato, língua). Podem ter origem inflamatória, infecciosa ou neoplásica. Exemplos: Tumores odontogênicos (Figura 6), tumores malignos. Úlcera e Ulceração São lesões que causam a perda da continuidade do epitélio com exposição do tecido conjuntivo subjacente. A denominação úlcera tem caráter crônico, pois as lesões persistem há semanas ou meses.. Exemplos: úlceras decorrentes de tumores malignos, pênfigo vulgar, entre outras. A ulceração tem caráter agudo e de curta duração. Exemplos: ulceração aftosa recorrente ou afta vulgar, lesões traumáticas, gengivoestomatite herpética primária, etc. As úlceras podem assumir aspectos variados e são descritas como. exulcerações quando envolvem grandes regiões da mucosa. Podem ainda aparecer como fissuras quando acometem as regiões de pregas e dobras na mucosa e pele. Úlcera  Crônico Ulceração  Agudo Vesícula São lesões caracterizadas por elevações circunscritas do epitélio contendo líquido em seu interior. Seu revestimento pode ser fino ou espesso, conforme sua localização. Diferem-se no tamanho e na quantidade de cavidades. Possuem tamanho máximo de 3 mm e várias cavidades. Em geral, elas costumam ser múltiplas.. Exemplos: Herpes recorrente, herpangina, herpes zoster, reações alérgicas, dermatoses. As vesículas que contém pus em seu interior são chamadas de pústulas. Exemplos: Varicela, varíola, impetigo Bolha São constituídas por apenas uma cavidade e com tamanho superior a 3 mm. As bolhas podem ser múltiplas, mas frequentemente são mais espalhadas.. Essas lesões raramente são encontradas íntegras na boca devido aos traumas funcionais, sendo as subepiteliais as mais fáceis de serem localizadas em sua plenitude. Exemplos: Mucocele, pênfigo, penfigóide bolhoso e rânula. Erosão É uma lesão caracterizada pela perda parcial do epitélio sem haver exposição do tecido conjuntivo adjacente. Em alguns casos, ela pode estar associada a uma atrofia do epitélio. Não é recoberta por camada de fibrina. O tecido de revestimento se torna fino, plano e com aparência frágil. Exemplos: Líquen plano, a glossite migratória benigna ou língua geográfica. Fissura Úlcera retilínea: diminuição da. espessura da mucosa pela perda dos seus constituintes teciduais; Ex: Língua Fissurada Vegetação É uma lesão sólida caracterizada por crescimento exofítico constituído por vários elementos agrupados, de forma e tamanho variados produzidos por fatores traumáticos, tóxicos ou infecciosos.. As lesões podem ser apresentar agrupadas, salientes, cônicas, filiformes ou em couve flor. Exemplo: Lesões bucais por tuberculose, paracoccidioidomicose, carcinoma espinocelular. Pústula São orifícios na superfície cutânea ou mucosa e representam o término de um trajeto sinuoso que põem em contato com o exterior aos focos ou cavidades supurativas internas; em fases crônicas, ela aparece como pequena pústula.. Crosta Representa o ressecamento de exsudatos na superfície da pele ou semi- mucosa. Não ocorre dentro da cavidade bucal devido à umidade presente. Aparecem apenas sobre superfícies relativamente secas, como lábios e pele na evolução das lesões ulceradas.. Podem ser melicélicas quando resultam da dessecação de exsudato serofibrinoso, purulentas e hemorrágicas. Tipos: serofibrinoso, purulenta e hemorrágicas. GUIA DE PATOLOGIAS E SEUS ACOMETIMENTOS ORAIS ALERGIAS A alergia é uma reação do nosso sistema imunológico quando estamos expostos a substâncias e a substâncias que nos prejudicam. Ela se manifesta quando estamos em um estado de hipersensibilidade para o que está a nossa volta. A causa da alergia não é definitiva. Ela pode se manifestar depois do contato com produtos odontológicos que não estão bem higienizados, componentes químicos e outros. Normalmente, não é comum a incidência de reações alérgicas na odontologia. Isso porque o profissional precisa estar ciente, antes de fazer qualquer procedimento, como está o quadro clínico do paciente. Tratar do tema da alergia e odontologia é importante para garantir procedimentos seguros. Quando a alergia se manifesta: As reações alérgicas podem aparecer de forma:  Imediata: se manifestam em apenas alguns minutos após algum contato nocivo, ocorre normalmente, dentro de 1 hora.  Semi-imediata: se manifestam em algumas após algum contato nocivo, ocorre normalmente, após 1 hora.  Retardada: se manifestam em alguns dias após algum contato nocivo. As reações alérgicas odontológicas podem se manifestar pela ordem cutânea, como urticárias, angioedemas e eczemas. Além disso, rinites e crises de asmas indicam reações de ordem respiratória. Na ordem digestiva, as reações podem aparecer em forma de edema de glote, por exemplo. Já na ordem ocular, elas aparecem em forma de olhos vermelhos inchados, conjuntivite e eczemas de pálpebras. Quais casos as reações alérgicas podem se manifestar.  Látex: é encontrado nas luvas e é usado em algumas confecções de produtos odontológicos. A alergia pode se manifestar a partir de dermatites e até como choque anafilático;  Anestésicos: por terem diversas substâncias químicas e aditivos, os pacientes podem ter reações diferentes. Algumas manifestações podem ser: mal estar, sudorese, desmaio e coceira;  Medicamentos: muito usados para tratamentos odontológicos, eles podem provocar irritações na pele e até choques anafiláticos;  Produtos odontológicos: dependendo do material, eles podem causar reações no paciente. O metal, por exemplo, tem um alto nível de níquel que pode trazer alergias. Assim como resinas acrílicas, monômeros acrílicos, e o flúor. Erupções, irritações e dores são reações mais comuns. Como evitar as alergias O primeiro passo é ter certeza de que o profissional irá fazer a anamnese, que é uma série de perguntas. Assim, ele consegue identificar se o paciente tem algum histórico de reações alérgicas. Algumas perguntas comuns são:  Qual o seu histórico familiar?  Você usa algum medicamento?  Você tem histórico de alguma reação alérgica?  Já fez algum exame para testar alergias? Caso o paciente não saiba informar se já teve alguma reação alérgica ou já teve, mas não sabe a qual medicamento, o profissional precisa pedir exames. Assim, ele encaminha o paciente para um alergista ou infectologista. É apenas depois do resultado chegar que é indicado prosseguir com os procedimentos. Sou alérgico, e agora? É sempre bom ficar atento se os materiais e produtos odontológicos estão higienizados. Além disso, é indicado avisar para seu profissional a quais substâncias você é alérgico. Os profissionais têm vários produtos alternativos que podem suprir a necessidade do paciente e não provocar nenhuma alergia. Por exemplo, existem luvas que não são confeccionadas com látex e existem anestesias com substâncias químicas seguras. “Em caso de ocorrência, após a administração do medicamento, os sintomas são urticária (coceira), edema (inchaço dos lábios, língua ou rosto), erupções cutânea, entre outros. Nesses casos, o paciente deve entrar em contato com o cirurgião- dentista para suspender imediatamente a medicação, ou procurar um serviço de pronto atendimento”. CLASSIFICAÇÃO: REAÇÃO ALÉRGICA SUAVE: Sintomas: 1. Prurido suave (coceira) – aparecimento lento; 2. Urticária suave (exantema) – aparecimento lento. Tratamento: 1. Administrar 25-50 mg de cloridrato de difenidramina VO, IV ou IM (se o dentista tiver treinamento em ACLS); 2. Repita a dose até 50 mg a cada 6 horas oralmente por 2 dias; 3. Se suspeitar de alergia à medicação, remova a administração do medicamento. REAÇÃO ALÉRGICA GRAVE: Sintomas: 1. Reações cutâneas – aparecimento rápido; a. Prurido grave (coceira); b. Urticária grave (exantema); 2. Edema dos lábios, pálpebras, bochechas, faringe e laringe (edema angioneurótico). 3. Choque anafilático; a. Cardiovascular – queda da pressão sanguínea; b. Respiratório – chiado, asfixia, cianose, rouquidão; c. Sistema nervoso central – perda de consciência, dilatação das pupilas. Tratamento: 1. Chame a emergência; 2. Administre epinefrina 0,3 a 0,5 mg, 1:1.000, SC ou IM (contraindicação: hipertensão grave) ou IV se o dentista tiver treinamento ACLS; repita a cada 5-10 minutos, quando necessário; 3. Administre 250-500 mg IV de teofilina etilenodiamina (aminofilina) durante 10 minutos (contraindicação: bipotensão) se o dentista tiver treinamento em ACLS; 4. Prepare esteroides – succinato sódico de hidrocortisona, 100mg SC ou IM ou IV se o dentista tiver treinamento ACLS; 5. Administre oxigênio; 6. Monitore e registre os sinais vitais; 7. Faça RCP se necessário (incluindo o uso de desfibrilador externo automático [DEA]); 8. Utilize cricotirotomia, se necessário; 9. Assegure transferência rápida do paciente para o hospital. NOTA: A aminofilina pode causar hipotensão e deveria ser dada com extremo cuidado a pacientes asmáticos que são hipotensos. CARDIOPATIAS DE IMPORTÂNCIA PARA ODONTOLOGIA ANGINA PECTORIS A angina é uma dor no peito resultante de uma redução parcial e reversível da demanda de oxigênio no músculo cardíaco, geralmente devido à obstrução das artérias coronarianas. Ocorre em 60% dos pacientes com estenose aórtica, e em metade desses casos, há associação com coronariopatia obstrutiva. A angina muitas vezes é desencadeada pelo estresse emocional ou pelo exercício físico, sendo aliviada pelo repouso. A dor geralmente não é bem localizada, pode ocorrer no centro do peito, costas, pescoço, queixo ou ombros. O paciente com angina aguda demonstra sinais de ansiedade e é incapaz de indicar exatamente o local da dor, mas com frequência fecha o punho sobre o esterno numa tentativa de descrevê-la. Comumente é descrita como uma sensação de peso sobre a área precordial, podendo irradiar-se para o ombro e o braço esquerdos, colo, mandíbula ou língua. A angina estável costuma ser de curta duração, menos do que 5 minutos, e alivia depois do fator desencadeante ser removido. Caso a dor não alivie ou progrida, ou a angina aconteça em situação de repouso, será denominada angina instável, que pode ser precursora do infarto. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA O coração saudável é aquele que provém perfusão adequada para a manutenção das atividades vitais de um organismo. A insuficiência cardíaca congestiva é o resultado da incapacidade do coração em fornecer um suprimento adequado de oxigênio para atender às demandas metabólicas do organismo e está associada a vários fatores de complicações. Quanto mais fatores o paciente tiver, mais sério o comprometimento dele e maior o risco durante o tratamento odontológico. No geral, este tratamento deve ser conduzido de forma a reduzir o estresse ao mínimo necessário (consultas mais curtas, sedação complementar). Nos casos de risco elevado, os procedimentos deverão ser efetuados com sedação e em ambiente hospitalar. ARRITMIAS Um distúrbio do ritmo normal do coração é denominado de arritmia, tendo origem nos átrios (arritmia atrial) ou nos ventrículos (arritmia ventricular). Com frequência, as arritmias representam manifestações de cardiopatia aterosclerótica subjacente. Quando significativas, aumentam o risco de angina, infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva, crises passageiras de isquemia e acidentes vasculares cerebrais. INFARTO DO MIOCÁRDIO O infarto do miocárdio é consequência de isquemia prolongada no músculo cardíaco (falta de aporte sanguíneo que resulta em necrose). O paciente com crise de infarto costuma apresentar dor semelhante à da angina do peito. Geralmente a dor do infarto está associada à parte interna do peito, e o paciente pode apresentar náuseas e vômitos (MUÑOZ et al.,2008). É comum a utilização de morfina, e numa segunda instância, de meperidina para a reversão do quadro de infarto agudo do miocárdio. Antes de qualquer tratamento odontológico, o paciente que sofreu um infarto recente deve ser cuidadosamente avaliado. Procedimentos odontológicos devem ser adiados pelo menos por seis meses e, idealmente, por mais de um ano após o infarto. Pacientes que não tiveram complicações pós-infarto nem fatores de risco adicionais podem ser tratados no consultório odontológico, desde que alguns cuidados sejam tomados. O controle da ansiedade do paciente, consultas breves e a utilização controlada de anestésicos com vasoconstritores, muitas vezes associada ao uso de sedação complementar, diminuem os riscos de uma recidiva. Nos casos de infarto do miocárdio com complicações, ou com recuperação instável, sugerem-se condutas mais cuidadosas, evitando-se procedimentos dentários cirúrgicos nos primeiros seis meses depois da ocorrência. As emergências dentárias devem ser tratadas de forma conservadora ou monitoradas em ambiente hospitalar. ENDOCARDITES BACTERIANAS Endocardite bacteriana é um processo infeccioso da superfície do endocárdio, envolvendo geralmente as valvas cardíacas. É uma doença grave, que apresenta risco de vida, e seu desenvolvimento pode estar relacionado com bacteremias decorrentes de procedimentos odontológicos. As intervenções odontológicas constituem uma das causas principais de bacteremia transitória. As bactérias presentes na circulação sanguínea podem colonizar válvulas danificadas ou anormais, resultando em endocardite bacteriana. Os riscos de uma bacteremia de origem bucal parecem estar na dependência de duas variáveis importantes: a extensão do traumatismo aos tecidos moles e o grau da doença inflamatória local preexistente. Portanto, em qualquer procedimento odontológico com risco em pacientes com comprometimento cardiovascular e sangramento deve ser avaliada a necessidade de profilaxia com antibióticos em pacientes suscetíveis ao desenvolvimento de endocardite bacteriana Logo, o cirurgião-dentista deve conhecer a patogênese da doença, ser capaz de identificar a população de risco, instituir uma correta profilaxia antibiótica e orientar seus pacientes na higiene bucal, a fim de prevenir esta doença. DOENÇA DE CHAGAS A doença de Chagas é uma infecção provocada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, adquirida por meio do contato com as fezes do inseto barbeiro. Esta doença é diagnosticada por meio de exames laboratoriais específicos a depender da fase da doença, poderá ser realizado o exame de sangue parasitológico e/ou sorológico. O exame parasitológico identifica a presença de parasitos circundantes, enquanto o exame sorológico analisa a presença de anticorpos anti-T. cruzi. Durante ou imediatamente após picar uma pessoa, barbeiro defeca sobre sua pele, eliminando grande quantidade do protozoário, mas nem todo barbeiro está infectado com o parasita da doença de Chagas. O barbeiro se contamina ao picar animais ou outras pessoas que estejam infectados pelo Trypanosoma cruzi, e o transmite ao picar uma nova vítima. A transmissão pela picada do barbeiro é a principal via, mas a doença pode ser adquirida também de outras formas, como:  Transfusão de sangue.  Transplante de órgãos de doadores infectados.  Alimentos contaminados por barbeiros, como caldo de cana ou açaí.  Contato de pele ferida ou com sangue de pacientes infectados. Na fase aguda da doença de chagas, o paciente pode apresentar poucos ou nenhum sintoma da doença. Uma vez que esses sintomas sejam ignorados e a doença siga sem tratamento, ela pode evoluir para a fase crônica, afetando o coração e o sistema gastrointestinal. A infecção pelo parasita provoca destruição das fibras musculares do coração, levando a um quadro de insuficiência cardíaca grave. De modo geral, os sintomas da doença de chagas incluem: febre; mal-estar; inchaço localizado no local da picada do Barbeiro; dor no corpo; dor de cabeça; cansaço e prostração; náusea e vômitos; diarreia; vermelhidão pelo corpo, o aumento do fígado e do baço e também dificuldade para engolir alimentos e regurgitação frequente O tratamento da doença de Chagas é feito baseando-se na fase em que a doença se apresenta e nas complicações decorrentes da infecção. Pessoas que apresentam a doença na fase aguda fazem uso do medicamento benznidazol. Já na fase crônica não há tratamento específico, mas controle dos sintomas e das complicações da doença. FEBRE REUMÁTICA Doença inflamatória que ocorre após um episódio de amigdalite bacteriana provocada por Streptococcus, tratada inadequadamente. Pode atingir as articulações, o coração e o cérebro, deixando sequelas cardíacas graves, com consequências por toda a vida e podendo levar à morte. A doença ocorre em surtos, se não for prevenida, e a cada surto aumenta a chance de ocorrerem lesões cardíacas graves. A doença pode ocorrer em todas as idades, porém, a faixa etária de 5 a 15 anos é a mais acometida. Hospedeiro: a Febre Reumática é uma reação a uma infecção de garganta por uma bactéria conhecida como estreptococo Sinais e sintomas:  Sintomas articulares: dor e inchaço de articulações, como joelhos, cotovelos, tornozelos e punhos, que têm um padrão migratório, ou seja, esta inflamação pode alternar de uma articulação para outra, e pode durar até 3 meses;  Sintomas cardíacos: falta de ar, cansaço, dor no peito, tosse, inchaço nas pernas e sopro cardíaco podem ser causados devido a inflamação das válvulas e músculos do coração;  Sintomas neurológicos: movimentos involuntários do corpo, como levantar braços ou pernas sem a pessoa querer, sendo essas manifestações neurológicas conhecidas como coreia. Também pode acontecer a oscilação constante do humor, fala arrastada e fraqueza muscular;  Sintomas da pele nódulos sob a pele ou manchas avermelhadas.  Qualquer criança que tem infecção de garganta pode apresentar Febre Reumática? Não. Somente aquelas com predisposição para apresentar a doença. Inúmeras crianças apresentam frequentes infecções de garganta, especialmente nos primeiros anos de vida, porém isto não é suficiente para predispô-las a apresentar a Febre Reumática. A predisposição necessária para apresentar a doença é herdada dos pais e já nasce com a criança. Tratamento É necessário que seja feito uma dose de penicilina benzatina (600.000 a 1200.000 unidades) intramuscular para erradicar o estreptococo do organismo. Além disso, é preciso tratar a artrite, a cardite ou a coréia com os medicamentos adequados para cada situação, e conforme a gravidade do caso a criança precisa ser internada, principalmente nos casos de cardite grave. ANGINA A angina, também conhecida como angina pectoris, corresponde à sensação de peso, dor ou aperto no peito que acontece quando há diminuição do fluxo de sangue na artérias que levam oxigênio ao coração, sendo essa situação conhecida como isquemia cardíaca. Na maioria das vezes, a isquemia cardíaca é uma consequência da aterosclerose, que é caracterizada pelo acúmulo de placas de gordura nas artérias coronarianas, sendo mais frequente em pessoas com pressão alta, colesterol elevado ou diabetes descompensado. Sintomas de angina  Sensação de queimação, aperto e/ ou dor no peito, que pode durar até 20 minutos e que pode irradiar para ombro, braço ou pescoço;  Formigamento no braço, ombros ou punhos;  Enjoo;  Suor frio;  Falta de ar. Os sintomas de angina podem ser desencadeados após esforços ou exposição ao frio, no entanto, em alguns casos, podem acontecer também durante o repouso. Diagnóstico No momento da crise, o diagnóstico de angina é feito pelo cardiologista através da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela pessoa, além da avaliação do resultado de alguns exames, como eletrocardiograma, raio-X de tórax e dosagem de enzimas cardíacas no sangue. Além desses, outros exames podem ser solicitados para confirmar o diagnóstico como teste de esforço, cintilografia do miocárdio, ecocardiograma e cateterismo cardíaco. Causas de angina A principal causa da angina é a aterosclerose, que é uma situação caracterizada pela deposição de placas de gordura nas artérias sanguíneas, o que interfere diretamente no fluxo de sangue para o coração, de forma que esse órgão passa a receber menos nutrientes e oxigênio, resultando na angina ANGINA DE LUDWIG A angina de Ludwig é uma celulite frequentemente originada de uma infecção odontogênica classicamente localizada no segundo e terceiro molares inferiores, que envolve os espaços sub- mandibular, sublingual e submentoniano. Geralmente, a angina de Ludwig começa por conta de algum problema odontológico. O paciente pode ter, por exemplo, uma cárie em sua boca que acaba por desenvolver um abscesso, ou seja, um ponto de inflamação onde há um acúmulo de pus e bactérias. Se essas bactérias conseguem sair desse ponto, se espalhando pelo assoalho de sua boca e levando a infecção para toda a região, inicia-se, então, a angina de Ludwig. Outro ponto de início para a angina de Ludwig pode ser a realização de algum procedimento odontológico, como a retirada de um dente, por exemplo. Se o paciente não seguir as recomendações do dentista, ele pode acabar desenvolvendo a angina de Ludwig. Como o paciente pode desenvolver um inchaço extremo no rosto, devido à angina de Ludwig, a doença causa preocupação, uma vez que esse inchaço pode atingir suas vias aéreas, dificultando a respiração. QUAIS OS SINTOMAS Entre os principais sintomas de angina de Ludwig, podemos destacar:  Febre alta;  Sensação de língua elevada;  Inchaço na região da mandíbula e do pescoço;  Dificuldade para engolir e comer;  Dificuldade para abrir a boca;  Sensação de sufocamento;  Dificuldade para respirar;  Aumento na produção de saliva;  Eliminação de secreção com forte odor ou mesmo com presença de sangue;  Inflamação na garganta;  Dor na boca ou dor de garganta;  Perda de peso. COMO E O TRATAMENTO DE ANGINA LUDWIG: É feito com o uso de antibióticos, que podem ser injetados via endovenosa, para que funcionem de forma mais rápida. Nos casos onde houver inchaço extenso causado pelo acúmulo de líquidos, o médico pode recomendar uma drenagem desses líquidos, para facilitar a eliminação pelo organismo. Ao realizar tratamentos odontológicos, recomenda-se seguir as orientações do dentista, fazendo o uso correto dos medicamentos antibióticos, como forma de prevenir o surgimento da angina de Ludwig. INFARTO – ATAQUE CARDÍACO Infarto do miocárdio, ou ataque cardíaco, é a morte das células de uma região do músculo do coração por conta da formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa. A principal causa do infarto é a aterosclerose, doença em que placas de gordura se acumulam no interior das artérias coronárias, chegando a obstrui-las. Na maioria dos casos o infarto ocorre quando há o rompimento de uma dessas placas, levando à formação do coágulo e interrupção do fluxo sanguíneo. O infarto pode ocorrer em diversas partes do coração, dependendo de qual artéria foi obstruída. Em casos raros o infarto pode acontecer por contração da artéria, interrompendo o fluxo de sangue ou por desprendimento de um coágulo originado dentro do coração e que se aloja no interior dos vasos. Sintomas O principal sintoma é dor ou desconforto na região peitoral, podendo irradiar para as costas, rosto, braço esquerdo e, raramente, o braço direito. Esse desconforto costuma ser intenso e prolongado, acompanhado de sensação de peso ou aperto sobre tórax. Esses sinais costumam ser acompanhados de suor frio, palidez, falta de ar, sensação de desmaio. Em idosos, o principal sintoma pode ser a falta de ar. A dor também pode ser no abdome, semelhante à dor de uma gastrite ou esofagite de refluxo, mas é pouco frequente. Nos diabéticos e nos idosos, o infarto pode ocorrer sem sinais específicos. Por isso, deve-se estar atento a qualquer mal- estar súbito apresentado por esses pacientes. Fatores de risco Os principais inimigos do infarto são o tabagismo e o colesterol em excesso, pois podem se acumular e levar à formação de placas de gordura, hipertensão, obesidade, estresse, depressão e diabetes. Os diabéticos têm duas a quatro vezes mais chances de sofrer um infarto. Tratamento Infarto é uma emergência que exige cuidados médicos o mais rápido possível. Identificar os sintomas pode ser decisivo para salvar a vida de uma pessoa infartada. Prevenção Além da prática regular de exercícios físicos, alimentação adequada e cessação do tabagismo, a prevenção de doenças como a aterosclerose, diabetes e obesidade são fundamentais para evitar o entupimento das artérias e consequente infarto. MARCA PASSO O pequeno aparelho é indicado para pessoas que sofrem com frequência baixa ou pausas cardíacas. Apesar disso, é válido dizer que muitos atletas treinados possuem essas anomalias cardíacas devido aos seus treinamentos. Entretanto, o problema melhora com o esforço, sem a necessidade da utilização do marca-passo. Marca-passo é

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