Modelo Dinâmico

O Ego

• É a parte da personalidade responsável por manter o equilíbrio entre as demandas do Id e do Superego.
• Tem a função de proteger o indivíduo da angústia.
• Permite o desenvolvimento e a interação com o mundo externo de forma prazerosa.
• A destruição do ego leva ao episódio psicótico.

O Superego

• Representa a componente social e moral da personalidade.
• É formado por valores sociais e normas internalizadas.
• Uma parte do superego é consciente, mas a maior parte permanece inconsciente.
• É responsável pela sensação de culpa quando não agimos de acordo com suas regras.
• Cria um ideal do ego: a imagem que gostaríamos de ser e nossos modelos interiores.
• Começa a se desenvolver por volta dos 5 anos de idade.

Conflito Intrapsíquico

• Surge quando as demandas do Id entram em conflito com as restrições do Superego.
• O Ego precisa encontrar uma forma de equilibrar essas forças opostas.
• Pode levar à ansiedade, depressão e neuroses.
• Esses sintomas são vistos como tentativas do Ego de lidar com a tensão gerada pelo conflito.
• Tipos de ansiedade:
  • Realidade: resposta a algo real.
  • Neurótica: baseada na infância, no conflito entre a gratificação imediata e o confronto com a realidade.
  • Moral: medo da própria consciência.

Manifestações do Inconsciente

• Conversão (Histeria): O caso de Anna O, 21 anos de idade, com histórico de doenças mentais graves, que desenvolveu sintomas enquanto cuidava de seu pai.
  • Sintomas histéricos: dores de cabeça, diminuição do campo de visão, paralisias no pescoço, falta de sensações, esquecimento de palavras, perda de gramática, mudez, prosopagnosia (incapacidade de reconhecer rostos), campo de visão restrito e desassociação (duas personalidades: uma ansiosa e deprimida, mas consciente; outra irracional e agressiva).
  • Breuer conduziu o tratamento de Anna O:
    • Iniciou a terapia pela fala, marcando o início da psicanálise clínica. Os símbolos eram específicos para cada indivíduo e sua realidade.
    • Elaboração secundária: processo que remodelava o sonho, tornando-o coerente e compreensível, disfarçando o conteúdo inconsciente.

Mecanismos de Defesa

• Estratégias mentais que afastam pensamentos e emoções causadoras de medo ou ansiedade.

• São mecanismos inconscientes.

• Quando falham, surge o sintoma psicopatológico.

• O Ego utiliza mecanismos de defesa para lidar com a ansiedade:

  • Repressão/recalcamento: nega a existência de algo que causa ansiedade, armazenando-o no inconsciente.
  • Negação : nega a existência de uma ameaça ou acontecimento traumático.
  • Formação reativa: expressa um impulso de forma oposta ao que realmente motiva a pessoa.
  • Projeção: atribui os impulsos perturbadores a outra pessoa.
  • Racionalização: reinterpreta a conduta para torná-la mais aceitável e menos ameaçadora.
  • Deslocamento: desloca impulsos de um objeto ameaçador para outro.
  • Sublimação: altera e desloca os impulsos, canalizando a energia instintiva para condutas socialmente aceitáveis.

• A racionalização e a sublimação são consideradas os mecanismos de defesa mais saudáveis.

Psicossexualidade

• A teoria da sedução de Freud foi abandonada.
• O desenvolvimento da personalidade começa na infância, moldada por forças conscientes e inconscientes.
• As primeiras experiências são importantes na formação da personalidade e, nos primeiros 5 anos de vida, ela já está formada.

Fases do Desenvolvimento Psicossexual

• Oral (0-1 ano):

  • Zona erógena: boca.
  • Atividades prazerosas em torno da alimentação.
  • Dependência do cuidador.
  • Conduta oral passiva (ingestão) ou agressiva (morder).
  • Conflito: desmame.
  • Personalidade oral: otimismo e dependência / pessimismo, hostilidade e agressividade.

• Anal (1-3 anos):

  • Zona erógena: ânus.
  • Controle dos esfíncteres.
  • Defecar como fonte de prazer.
  • Conflito: hábitos de higiene.
  • Personalidade anal: agressiva (não usa o vaso sanitário) ou retentiva (treinamento rigoroso e precoce na higiene).

• Fálica (3-5 anos):

  • Zona erógena: genital.
  • Exploração e manipulação.
  • Fantasias.
  • Conflito: complexo de Édipo/Electra.
  • Personalidade fálica: dificuldades relacionais, identidade de papel sexual, sexualidade.

• Latência (5- puberdade):

  • Canalização de instintos sexuais para atividades aceitáveis.

• Genital (adolescência/idade adulta):

  • Impulsos sexuais.
  • Desenvolvimento da identidade de papel sexual.
  • Relações societais.
  • Caráter genital (desfrute de uma sexualidade satisfatória).

• O processo de desenvolvimento implica atingir e adaptar-se a estágios sucessivos.

• Fixações ocorrem quando se fica estagnado em alguma das fases.

• Regressões podem ocorrer, especialmente quando há obstáculos externos poderosos.

Psicopatologia

• A psicopatologia é vista como consequência de eventos na infância/vida do indivíduo, que influenciam o desenvolvimento da patologia.

• A psicopatologia pode se manifestar em duas formas: neurose e psicose.

• Neurose:

  • Conflito entre o Id e o Ego, onde o Ego aceita a pulsão do Id, recusando o papel de mediador, negligenciando a realidade.
  • Repressão/recalcamento pelo Ego, gerando sintomas.
  • Predileção por defesas de segunda ordem e mais maduras.
  • Sentido completo de identidade, com capacidade de reconhecer seus sintomas e o que é aceitável para si.
  • Boa capacidade de transferência.

• Psicose:

  • Conflito entre o Ego e o mundo externo.
  • O Ego cria um mundo interno e externo que atenda aos impulsos do Id sem corresponder à realidade.
  • Negação e substituição da realidade, com alucinações e delírios.
  • Uso de defesas primitivas.
  • Negação do diagnóstico e da doença.
  • Ausência de sentido de identidade.
  • Expressão ilógica.
  • Possibilidade de induzir contratransferência.

• Na neurose, a realidade é evitada através de fantasias, enquanto na psicose, ela é rejeitada e substituída.

• Neurose: ignora a realidade; Psicose: rejeita e substitui a realidade.

• A forma como os substitutos são encontrados define a diferença entre neurose e psicose:

  • Neurose: mundo da fantasia.
  • Psicose: delírios e alucinações.

• Borderline:

  • Está entre o limite da neurose e da psicose.
  • Dependência de defesas primitivas sem perda total do teste de realidade.
  • Confusão quanto ao seu eu, mas a consciência de que ele existe.
  • Menos hostil que psicóticos.
  • Boa capacidade de transferência (com bons terapeutas) e forte capacidade de contratransferência.

Introjeção

• Processo de interiorização de objetos, permitindo a formação do Ego e do Superego.
• Posse (interiorizar um objeto).

Teoria das Posições (Melanie Klein)

• Posições são fases de desenvolvimento:

  • Posição paranóide (3-4 meses):

    • Resposta da criança ao trauma do nascimento e a experiências e privações que se seguem.
    • Ansiedade persecutória.
    • Clivagem: ver o mundo em termos de bom (satisfaz) e mau (traz frustração).
    • Alguns casos de psicose são explicados por reversão e fixação a esta fase.

  • Posição depressiva (restantes primeiros meses de vida):

    • A criança já consegue ver objetos como um todo, diminuindo a clivagem.
    • Experimenta culpa, baixa autoestima e tristeza.