Módulo 1: A Relação Terapêutica na Psicoterapia

Atitudes e comportamentos do terapeuta que podem influenciar negativamente a aliança terapêutica. Exemplos: imposição de valores, encorajamento da dependência, partilha de conflitos pessoais, expressão de sentimentos negativos, falta de estruturação da sessão, uso inapropriado de silêncio, inflexibilidade no plano terapêutico e uso excessivo de interpretações de transferência.

Técnicas que promovem uma aliança terapêutica forte. Exemplos: explorar as ideias do cliente, refletir sobre o conteúdo, aprofundar o nível da sessão, salientar os ganhos da terapia, facilitar a expressão de afeto, realizar interpretações adequadas, atender à experiência do cliente, compreender e validar essa experiência.

O terapeuta reconhece e adapta seu comportamento e atitudes de acordo com as necessidades específicas de cada cliente, levando em consideração a relação individual entre ambos. Isso significa que o terapeuta não aplica um modelo único para todos, mas sim busca compreender o indivíduo e suas particularidades.

A ideia de que compreender a pessoa como um todo, incluindo suas experiências, necessidades e contexto, é mais importante do que focar apenas em um diagnóstico.

Microprocessos utilizados pelo terapeuta para responder às necessidades e problemas do cliente em tempo real. Essas intervenções visam atender às necessidades momentâneas do cliente.

A intensidade dos sintomas depressivos e a dificuldade em relações interpessoais podem influenciar a capacidade do indivíduo de se beneficiar da terapia.

A forma como o indivíduo se relaciona com os outros, incluindo sua capacidade de ser assertivo, receptivo e de expressar emoções. Essa característica impacta a maneira como o cliente interage com o terapeuta.

A capacidade do cliente de se conectar com suas emoções e experiências, de forma aberta e consciente. Essa característica facilita o processo de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.

A expressão intensa de emoções, como dor, desconforto, confusão ou sensação de sobrecarga, que pode dificultar a comunicação e o pensamento claro.

A capacidade de reconhecer e validar as emoções do cliente, ajudando-o a entender e diferenciar as emoções que sente.

Técnicas que ajudam o cliente a regular as emoções, como respirar lentamente, relaxar e criar um espaço interior.

Um recurso fundamental na regulação emocional, que ajuda o cliente a lidar com emoções intensas e a expressá-las de forma saudável.

Reação natural ao luto, que pode promover alivio físico e emocional. Devemos encorajar o choro como uma forma de lidar com a perda.

Quando o choro encobre outras emoções mais profundas, como vergonha, embaraço, medo ou raiva.

Aceitar e validar o choro como uma experiência humana natural, independentemente de normas sociais ou de género.

Demonstrar compaixão e empatia e estimular a exploração das emoções, em vez de julgar ou reprimir.

Os silêncios produtivos permitem que o cliente processe emoções, reflita, faça novas conexões e adquira insights.

Os silêncios neutros são usados para recordar eventos ou experiências, indicando o fim ou mudança de tópicos da conversa.

Os silêncios obstrutivos indicam um distanciamento do terapeuta ou do processo terapêutico, sendo um sinal de risco para a aliança terapêutica.

O terapeuta deve permitir os silêncios produtivos e neutros, reconhecendo o valor do tempo de reflexão do cliente. É importante respeitar o ritmo do cliente.

O terapeuta precisa abordar os silêncios obstrutivos para reconectar com o cliente e reparar a aliança terapêutica, questionando o que causou o distanciamento.

A restrição de emoções em terapia pode se manifestar por silêncios, tensão ou humor inapropriado, e pode indicar que o cliente está a evitar expressar seus sentimentos.

A estratégia para lidar com emoções restritas é trazer o processo de evitamento à consciência do cliente, reconhecendo o que está acontecendo e explorando a função da sua estratégia de defesa.

A restrição emocional é uma forma de proteção contra a vulnerabilidade, o trauma ou a incapacidade de lidar com experiências difíceis.

A conclusão de uma intervenção ocorre quando os objetivos são alcançados, mas também pode acontecer quando a intervenção não é eficaz, ou quando o cliente causa obstáculos ao progresso ou apresenta ameaças. Nesses casos, o cliente pode ser encaminhado a outro profissional.

A finalização da terapia é vista como um desafio e uma oportunidade para consolidar o progresso e evitar recaídas.

O terapeuta deve preparar o cliente para a prevenção de recaídas, atribuindo a ele o sucesso da terapia e incentivando o uso das técnicas aprendidas. O cliente deve ser preparado para lidar com possíveis recuos após o término da terapia.

A preparação para a finalização inclui abordar as preocupações do cliente sobre o espaçamento e término das sessões, revisar o que foi aprendido, promover sessões de autoterapia, preparar o cliente para recuos e oferecer sessões de reforço.

O terapeuta deve revisar o processo terapêutico com o cliente, relembrando as primeiras sessões, revisando os ganhos e mudanças alcançados, e atribuindo ao cliente o mérito por seu progresso.

O término da terapia deve ser um processo gradual, com a redução do número de sessões e o aumento do intervalo entre elas.

O cliente deve se sentir confiante e capaz de aplicar as ferramentas aprendidas durante a terapia, assumindo o controle de seu tratamento e prevenindo recaídas.

A finalização da terapia representa uma transição para um novo estágio, com o cliente reconhecendo a importância de sua vida além da terapia.

Um processo que ocorre quando habilidades habituais e padrões de enfrentamento deixam de funcionar a contento, resultando em distress e prejuízo no funcionamento. A crise é caracterizada por um evento altamente estressante ou traumático, percebido pelo indivíduo como perturbador e incontrolável.

A percepção individual do evento como disruptor e a sensação de incapacidade de lidar com a situação usando os mecanismos usuais.

Um evento que desencadeia uma crise e pode ser externo ou interno, como perda de um ente querido, término de um relacionamento, doença ou uma mudança significativa na vida.

O momento em que a crise se manifesta, com a pessoa experienciando intensa emoção, dificuldade de funcionar, e sensação de descontrole.

O processo em que a pessoa encontra novas maneiras de lidar com a crise, reavalia a situação e recupera o controle sobre si mesma.

O suicídio é definido como um ato deliberado, iniciado e executado com a intenção de causar a própria morte, mesmo que haja um grau de ambivalência.

A avaliação de ideação suicida (pensamentos sobre tirar a própria vida) e intenção suicida (o desejo de morrer) é crucial para a intervenção em crises suicidárias.

O modelo de intervenção em crise se adapta às características específicas da crise individual, como separação, perdas, experiências traumáticas ou descompensação psicopatológica.

O terapeuta reconhece a rutura na relação terapêutica e foca na experiência imediata do cliente, explorando o significado da rutura e os sentimentos negativos associados.

O terapeuta deve incentivar e validar a capacidade do cliente de se autorrevelar. Mostrar que está ouvindo e entendendo o que o cliente está sentindo.

O terapeuta deve sumarizar, refletir e validar a experiência emocional corretiva do cliente, através da sumarização, reflexão e validação, convidando e facilitando o feedback e exploração da experiência presente do cliente.

O terapeuta deve se esforçar para restaurar a relação colaborativa, através do envolvimento do cliente ou da incorporação das contribuições do cliente na terapia.

O terapeuta deve renegociar ou rever a tarefa proposta, levando em consideração a experiência do cliente e a rutura na relação.

O terapeuta deve comunicar abertamente sobre a interação entre ele e o cliente, reconhecendo os momentos de rutura e buscando explorar o que aconteceu na relação.

O terapeuta deve manter o foco na experiência interna do cliente, no aqui e agora, e na expressão dessa experiência. Assim, ajuda o cliente a ter mais consciência do que está acontecendo dentro dele.

Esperar que as primeiras tentativas de resolução de ruturas sejam apenas o início de uma conversa. É importante que a terapia continue, mesmo que existam desafios.

As intervenções do terapeuta devem promover uma relação igualitária e colaborativa, não autoritária. O terapeuta deve reconhecer que o cliente também tem um papel importante no processo terapêutico.

O processo de finalização da terapia é essencial e deve ser visto como a resolução da última rutura da relação, reconhecendo o trabalho colaborativo entre terapeuta e cliente, a busca por mudanças e a natureza da relação interpessoal criada.