MIP fidelidade e validade de construto

Métodos de Investigação em Psicologia: Noções Básicas

• O tema abrange amostragem, validade e fidelidade em estudos psicológicos.
• O sumário lista tópicos como Amostras & Amostragem, Validade Interna & Validade Externa, e Qualidades Métricas das medidas: Validade Construto & Fidelidade.

Amostragem

• A amostragem é um processo para criar uma amostra de uma população alvo.
• A generalização dos resultados depende do tipo de amostragem utilizada.
• A amostra deve refletir as características da população alvo, para que as inferências sejam válidas.
• A amostragem probabilística garante que todos os membros da população têm igual probabilidade de serem selecionados.
• Tipos de amostragem probabilística incluem: aleatória simples, por clusters, estratificada, sistemática, sobre-amostragem.
• Tipos de amostragem não-probabilística incluem: por conveniência, por cotas, seletiva, bola de neve.

Amostra: Representatividade

• Uma amostra representativa espelha as características da população.
• Uma amostra é representativa se for extraída aleatoriamente e as proporções das categorias da população se mantiverem na amostra.
• A amostragem aleatória é essencial para a validade externa de um estudo.
• A distribuição aleatória é importante na validade interna.

Tipos de Amostras

• Amostras probabilísticas: todos os membros da população têm a mesma probabilidade de serem selecionados (aleatória simples, clusters, estratificada, sistemática, sobre-amostragem).
• Amostras não-probabilísticas: os membros da população não têm todos a mesma probabilidade de serem selecionados (conveniência, seletiva, por cotas, bola de neve).

Descrição de diferentes tipos de Amostras Probabilísticas

• 1. Amostragem aleatória simples: Cada membro da população tem a mesma probabilidade de ser selecionado.
• 2. Amostragem por clusters: Seleção aleatória de grupos, com todos os membros desses grupos incluídos na amostra.
• 3. Amostragem estratificada: A população é dividida em subgrupos (estratos), e elementos de cada estrato são selecionados aleatoriamente, assegurando a representação de todos os subgrupos na amostra.
• 4. Sobre-amostragem: Intenção de selecionar mais membros de alguns estratos especificos, para que haja uma representação mais significativa desses grupos na amostra.
• 5. Amostragem sistemática: Escolha aleatória do primeiro elemento e subsequente seleção de elementos a intervalos regulares.
• Exemplo: Um professor seleciona ao acaso o primeiro aluno e depois escolhe cada quarto aluno da lista.

Exemplo de Estratificação

• Exemplo: Distribuição de alunos da Universidade de Lisboa por ciclo de estudos.
• Ilustração da proporção de alunos em cada ciclo e a forma de calcular uma amostra representativa (10% no exemplo). Proporcionalmente, a amostra reflete a população (74% de licenciatura, 18% de mestrado, 8% de doutorado) na população alvo.

Validade Interna

• Grau de certeza das conclusões sobre a relação entre variáveis independentes e dependentes, considerando a solidez metodológica e o controlo experimental.
• Avalia se a investigação foi bem conduzida.
• Ameaças à validade interna: Terceira variável, história, maturação, seleção, mortalidade, avaliações repetidas/aprendizagem, instrumentos, vieses do investigador, difusão da intervenção.

Ameaças à validade interna

• 1. Terceira variável: Uma terceira variável pode explicar a relação observada entre duas variáveis investigadas, em vez da relação direta proposta.
• 2. História: Eventos externos ao estudo que podem afetar os resultados dos participantes.
• 3. Maturação: Processos de desenvolvimento dos participantes, ao longo do estudo, que podem afetar os resultados.
• 4. Seleção: Enviesamentos de distribuição dos participantes entre os grupos que podem afetar as conclusões.
• 5. Mortalidade: Desistência seletiva dos participantes.
• 6. Avaliação repetida/aprendizagem: A experiência dos participantes com a medição pode afetar sua performance nas avaliações posteriores.
• 7. Instrumentação: Alterações nos instrumentos de medição entre o pré-teste e o pós-teste podem afetar os dados.
• 8. Enviesamentos do investigador: Expectativas do investigador que podem afetar a recolha de dados.
• 9. Difusão da intervenção: Os participantes de um grupo podem partilhar informações sobre a intervenção e isto pode prejudicar a validade do estudo.

Validade Externa

• Grau de certeza com que os resultados podem ser generalizados para outras amostras, contextos e momentos.
• Critérios para avaliar a validade externa: representatividade dos participantes e do contexto, e validade ecológica (se a tarefa e manipulação é semelhante ao mundo real).
• Estudos com maior validade externa: amostras aleatórias, amostras representativas, ambientes naturalistas, observação/descrição de fenómenos.
• Exemplos ilustrativos de como a validade externa do estudo está dependente da forma como a amostra é recolhida.

Erro de Medição e Qualidades Métricas dos Instrumentos

• Qualquer operacionalização de um constructo contém erro (aleatório ou sistemático).
• Fidelidade: Grau com que uma medida é consistente.
• Validade de construto: Grau com que uma medida reflete o conceito que se pretende medir.

Validade de Construto

• Validade de critério: relação com um resultado comportamental previsto.
• Validade convergente: correlação com outras medidas que medem o mesmo constructo.
• Validade discriminante: baixa correlação com medidas de constructos diferentes.
• Validade facial e de conteúdo: aparência lógica e abrangência da medida.

Relação entre Fidelidade e Validade

• A validade não é o mesmo que a fidelidade; uma medida pode ser fiável, mas não válida, e vice-versa.
• Fidelidade: quão bem uma medida correlaciona consigo mesma.
• Validade: quão bem uma medida está associada a outros construtos ou comportamentos.

Bibliografia

• Howitt, D., & Cramer, D. (2016). Introdução aos métodos de investigação em psicologia (5.ª ed.). Harlow, Inglaterra: Pearson.