Introdução à Virologia Humana

Introdução à Virologia Humana

• Os vírus são agregados complexos de elementos químicos ou microrganismos muito simples.
• Eles podem causar doenças.
• Fora da célula, são inertes.
• Dentro da célula viva, multiplicam-se.

Comparação entre Vírus e Bactérias

• Vírus são parasitas intracelulares, diferente de bactérias típicas.
• Vírus não possuem membrana plasmática, ao contrário das bactérias.
• Vírus não sofrem fissão binária, como as bactérias.
• Vírus conseguem passar através de filtros bacteriológicos, enquanto bactérias típicas não.
• Vírus não possuem DNA e RNA simultaneamente, como as bactérias.
• Vírus não possuem metabolismo de geração de ATP, como as bactérias.
• Vírus não possuem ribossomos, diferente das bactérias.
• Vírus não são sensíveis a antibióticos, diferente das bactérias.
• Vírus são sensíveis ao interferon, enquanto as bactérias não.

Tamanho dos Vírus

• Os vírus variam em tamanho, desde o Adenovírus com 90 nm até o Vírus Ebola com 970 nm.

Características Gerais

• Vírus são partículas filtráveis visualizadas pelo microscópio eletrônico.
• Em 2010 e 2011, a descoberta dos mimivírus e megavírus (com tamanho médio de 750 nm) invalidou alguns conceitos anteriores sobre os vírus.
• Mimivirus infecta a ameba Acanthamoeba polyphaga.
• O capsídeo do Mimivirus tem um diâmetro de 400 nm.
• O genoma do Mimivirus é composto por uma molécula de DNA de cadeia dupla circular de 1,2 milhões de pares de base, contendo pelo menos 911 genes, o que é mais extenso que o genoma de algumas bactérias.
• Vírus multiplicam-se utilizando a maquinaria de síntese celular das células vivas.
• São parasitas intracelulares obrigatórios e essencialmente infecciosos.
• Vírus não têm enzimas para síntese de proteínas ou ATP.

Estrutura dos Vírus

• O capsídeo é formado pela agregação espontânea e organizada de múltiplas subunidades proteicas (ptn de um ou vários tipos) chamadas capsômeros.
• O número e o arranjo espacial dos capsômeros são características específicas para classificação dos vírus.
• O vírion é uma partícula viral completa e infecciosa, composta de capsídeo e ácido nucleico.
• O capsídeo protege o ácido nucleico viral contra injúrias causadas por fatores ambientais.
• Capsídeos permitem a adsorção do vírion à membrana da célula hospedeira, o primeiro passo para a infecção viral.
• Alguns capsídeos são recobertos por um envelope de lipídeos, proteínas e carboidratos.
• O envelope viral é constituído por uma porção de membrana plasmática da célula hospedeira, adquirida durante a exocitose ou brotamento.
• Vírus envelopados adquirem o envelope ao emergir da célula hospedeira por exocitose ou brotamento.
• Vírus envelopados são transmitidos por via respiratória ou contato direto, como o herpesvírus e o vírus da influenza.
• Vírus não envelopados são transmitidos por via oral.
• Vírus não envelopados são mais resistentes às condições ambientais, detergentes e desinfetantes, como o norovírus e o rotavírus.

Genética Viral

• O ácido nucleico viral pode ser DNA ou RNA, ambos de fita simples ou dupla.
• Vírus menores podem conter de 3 a 7 genes, enquanto os maiores podem ter entre 150 e 911.
• Os genes virais contêm informações para a síntese de vírions e algumas enzimas virais para entrada na célula e programação da maquinaria celular.
• O ácido nucleico viral (DNA ou RNA) é envolvido e protegido por um invólucro proteico denominado capsídeo.

Envelope Viral e Infecção

• O envelope viral protege o vírion da ação do sistema imune, tendo uma composição semelhante às membranas celulares do hospedeiro.
• O envelope viral auxilia na infecção, contendo proteínas que reconhecem receptores específicos na superfície celular.
• No HIV, o envelope se funde à membrana da célula hospedeira, introduzindo o capsídeo.

Morfologia Viral

• O arranjo das subunidades proteicas e a forma como os capsômeros se agrupam definem a composição e a simetria do capsídeo viral.
• O objetivo da morfologia viral é proteger o material genético e oferecer rigidez aos vírus.
• A arquitetura do capsídeo viral pode ser helicoidal, icosaédrico ou complexo.
• Vírus helicoidais possuem capsídeos cilíndricos e ocos com genoma viral no interior, como o vírus da raiva.
• Vírus icosaédricos têm capsídeos com a forma de um poliedro regular com 20 faces triangulares e 12 vértices, como o adenovírus e o poliovírus.
• Em vírus envelopados, o capsídeo é recoberto por um envelope, como no vírus da influenza (helicoidal envelopado) e no vírus do herpes (poliédrico envelopado).

Proteínas de Ligação Viral e Especificidade

• Todos os vírions contêm proteínas ou glicoproteínas de ligação (ligantes) em sua superfície externa.
• Interagem com receptores na superfície celular, permitindo a ligação, especificidade e tropismo.
• A aderência do vírus à célula hospedeira é o primeiro passo da infecção.
• Algumas proteínas de aderência são denominadas “espículas”, por se projetarem diretamente da superfície do capsídio ou do envelope. Vírus são altamente específicos aos seus hospedeiros.
• Varíola e HIV infectam exclusivamente humanos.
• Raiva infecta mamíferos.
• Vírus geralmente apresentam tropismo, infectando tecidos específicos do hospedeiro.

Taxonomia Viral

• O Comitê Internacional de Taxonomia Viral (CITV) agrupa os vírus em famílias com base no tipo de ácido nucleico viral, na estratégia de replicação e na morfologia.
• A nomenclatura oficial de família, subfamília e gênero tem a primeira letra maiúscula, em itálico ou sublinhado.
• O sufixo "viridae" indica a família, e o sufixo "virus" indica o gênero.
• Exemplo: Família Herpesviridae, Gênero Simplexvirus, Espécie vírus herpes humano tipo 2.