Infecções de Sítio Cirúrgico (ISC)

• As Infecções de Sítio Cirúrgico (ISC) são uma preocupação importante em ambientes hospitalares.
• A preparação inadequada das mãos pelos profissionais de saúde contribui para as infecções.
• Microfuros em luvas cirúrgicas permitem a entrada de microrganismos.
• Contaminação intrínseca e extrínseca da ferida cirúrgica são fatores de risco.
• A duração prolongada da cirurgia aumenta o risco de infecção.
• A remoção inadequada dos pelos e o preparo incorreto da pele do paciente contribuem para as infecções.
• Hospitais concentram hospedeiros suscetíveis e microrganismos resistentes.
• Microrganismos contaminam artigos hospitalares e colonizam pacientes graves.
• Infecções podem ser difíceis de tratar.
• Problemas como infecção, dor e sangramento precisaram ser superados na cirurgia.

Microbiota

• Existem a microbiota transitória e a microbiota residente.
• A microbiota residente coloniza as camadas mais profundas da pele e está presente persistentemente, constituindo uma população estável.
• Esta microbiota só pode ser removida parcialmente pela descamação celular ou degermação.
• A microbiota transitória é formada por microrganismos nas camadas superficiais da pele resultantes do contato com o meio ambiente.
• A microbiota transitória sobrevive por curto período, é removida facilmente e pode ser transferida para outros indivíduos.
• A microbiota temporária persiste por um período na pele, mas não se estabelece como flora residente.
• Microrganismos ambientais ou patógenos oportunistas fazem parte da microbiota temporária.
• Antissépticos eliminam as microbiotas transitória e temporária.

Conceitos Fundamentais

• Limpeza remove sujeira e detritos, reduzindo a população bacteriana por métodos manuais, mecânicos e enzimáticos.
• Descontaminação destrói microrganismos patogênicos na forma vegetativa por métodos físicos e enzimáticos.
• A finalidade é prover um ambiente seguro para o pessoal técnico envolvido.

Definições

• Assepsia é o conjunto de medidas para impedir a entrada de microrganismos num ambiente asséptico.
• Um ambiente asséptico é totalmente livre de infecções de todos os tipos de microbiota.
• Máscaras, toucas e luvas são exemplos de medidas de assepsia.
• Degermação é a remoção parcial de microrganismos patogênicos ou não por meio de processos físicos ou químicos como a lavagem de mãos.
• Começar a degermação pelas unhas, dedos, palma e dorso da mão, indo até o antebraço (cotovelos) é a técnica correta.
• O procedimento correto de degermação dura de 5 a 10 minutos.
• Fumigação é a dispersão de agentes desinfetantes (gases, líquidos ou sólidos) sob a forma de partículas.
• Esterilização é o processo de destruição de todas as formas de vida microbiana, como bactérias (vegetativas e esporuladas), fungos e vírus, em objetos.
• Toda esterilização deve ser precedida pela lavagem e enxaguadura do material para remover detritos.
• Um material está esterilizado ou contaminado, sem meio termo.
• Os materiais são esterilizados para matar bactérias patogênicas de um evento anterior.
• Sepse é definida como SIRS (Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica) + agente bacteriano.
• Choque séptico ocorre quando a sepse leva a um descontrole hemodinâmico.
• Os termos antissépticos, desinfetantes e germicidas são frequentemente usados como sinônimos.
• Antisséptico é usado em tecidos vivos, enquanto desinfetante/esterilizante é usado em objetos inanimados.

Antissepsia

• Antissepsia é o processo dinâmico que visa reduzir ou eliminar microrganismos em tecidos vivos, como pele e mucosas, prevenindo infecções.
• A antissepsia inibe o crescimento de microrganismos patogênicos, removendo-os para prevenir infecções.
• Difere da desinfecção, que é aplicada em superfícies inanimadas.
• A antissepsia impede a proliferação de germes patogênicos por um determinado tempo.
• Este processo inativa ou destrói os germes sem necessariamente destruir todas as formas viáveis.
• É capaz de reduzir significativamente a flora microbiana sem promover esterilização.
• Um antisséptico é uma substância com ação letal antimicrobiana, baixa causticidade e alergenicidade, destinada ao uso na pele e mucosas.
• Álcool etílico (70-90%), formaldeído, cloro/iodo, fenol/hexaclorofeno, mercúrio e álcool iodado são exemplos de antissépticos/desinfetantes.

Desinfecção de Nível Médio a Alto

• Lâminas de laringoscópio, equipamentos de terapia respiratória, anestesia e endoscópio de fibra óptica flexível precisam de desinfecção de nível alto.
• A desinfecção de nível alto elimina alguns esporos, bacilo da TBC, bactérias, fungos e vírus.
• Glutaraldeído e ácido peracético são usados por imersão para realizar uma desinfecção de nível alto.
• A desinfecção de nível médio é utilizada em materiais em contato com a pele íntegra ou na desinfecção de superfícies.
• A desinfecção de nível médio tem ação média sobre vírus não-lipídicos, maioria dos fungos, bacilo de Koch e bactérias vegetativas, mas sem ação sobre esporos.
• Cloro, iodóforos, compostos fenólicos e álcoois são usados na desinfecção de nível médio.

Desinfecção de Nível Baixo

• A desinfecção de nível baixo é utilizada em materiais em contato com a pele íntegra ou para desinfecção de superfícies.
• A desinfecção de nível baixo não é eficaz contra esporos ou o bacilo de Koch, podendo ou não ter ação contra vírus não-lipídicos.
• Há uma atividade relativa contra fungos e eliminação da maioria das bactérias vegetativas.
• Compostos quaternários de amônia são usados na desinfecção de nível baixo.

Tipos de Antissépticos

• Álcool é um antisséptico de baixo espectro de ação e efeito residual (muito volátil).
• O álcool promove a desinfecção de nível médio através da desnaturação de proteínas, sem atividade esporicida.
• Álcool etílico a 70% e álcool isopropílico a 92% são utilizados.
• Cloro e iodo são halogênicos e derivados.
• A clorexidina 2% tem espectro amplo, incluindo esporos.
• O iodo causa interrupção na síntese de proteínas e ácidos nucleicos.

Ações e Produtos

• Álcool iodado a 0,5% e álcool etílico a 77% com 1% de iodo livre são usados.
• As soluções alcoólicas são utilizadas na desinfecção da pele íntegra, com evaporação rápida e efeito bactericida imediato.
• Soluções alcoólicas são contraindicadas para mucosas e feridas abertas devido à irritação.
• Iodóforos (PVPI - polivinilpirrolidona-iodo) estão disponíveis em formulações degermantes e alcoólicas.
• São indicados para lavagem da pele e mãos antes do procedimento.
• A aplicação de PVPI alcoólico é indicada na pele íntegra e em veículo aquoso em curativos e mucosas, com ampla ação contra bactérias, vírus e fungos.
• A clorexidina é aplicada na pele e mucosas, com ação bactericida imediata que mata microrganismos em 15 segundos e efeito residual prolongado de até 6 horas.
• A clorexidina mantém sua ação mesmo na presença de sangue e secreções.
• Peróxido de hidrogênio não é mais utilizado devido ao seu baixo efeito residual.
• Germicidas de alto nível, como aldeídos e derivados, causam irritação.
• O formaldeído não é mais utilizado.
• Glutaraldeído a 2% é mais utilizado por não danificar materiais.
• Formaldeído (formalina – solução aquosa 10% ou alcoólica 8%) tem tempo prolongado de exposição.
• Paraformaldeído (polímero sólido do formaldeído) é adequado para materiais termossensíveis.

Assepsia - Aplicações

• Assepsia é o processo dinâmico que promove a eliminação total da flora microbiana de uma superfície ou cavidade.
• Ela envolve um conjunto de medidas para impedir o contato de germes com a ferida operatória e reduzir o risco de infecção.
• As medidas de assepsia incluem esterilização, escovação, degermação, antissepsia e o uso de máscara e gorro.
• A utilização do termo "assepsia" é global, embora seja mais correto usar o termo "antissepsia" ao referir um tecido vivo.

Alcance da Assepsia

• No centro cirúrgico, a assepsia é aplicada ao paciente, através da higienização da pele com antissépticos e tricotomia quando necessário.
• A equipe cirúrgica deve realizar lavagem cirúrgica das mãos e usar aventais, luvas estéreis, máscaras e gorros.
• Os instrumentais cirúrgicos também devem ser estéreis.

Esterilização e Etapas da Preparação da Pele

• A esterilização por calor seco utiliza temperaturas elevadas para oxidação dos componentes celulares microbianos.
• Estufas elétricas emitem 160°C por 2 horas ou 180°C por 30 minutos.
• O calor úmido (autoclaves) utiliza vapor de água sob pressão para desnaturar proteínas microbianas.
• A pressão é de 121 a 132°C por 15 a 45 minutos dependendo do material.
• Gás (óxido de etileno e formaldeído) causa a alquilação de proteínas microbianas, impedindo sua reprodução.
• A validade de sua utilização é de 2 a 3 anos se armazenado corretamente
• Imersão química usa glutaraldeído e ácido peracético.
• Radiação (Raios Gama, Beta ou UV) quebra o DNA microbiano, impedindo sua replicação.
• A limpeza na pele remove sujidades e material orgânico, removendo a flora transitória.
• Degermação remove a flora transitória, diminuindo o risco de infecção.
• O banho com degermante antes do procedimento, restrição à tricotomia e uso de campos cirúrgicos aderentes impregnados por antissépticos fazem parte da preparação do paciente.
• A documentação de lesões pré-existentes, como úlceras, dermatites e infecções locais, é importante.
• Avaliar criteriosamente a necessidade da tricotomia é essencial.
• A tricotomia, se necessária, deve ser feita imediatamente antes do procedimento, em ambiente separado da sala cirúrgica, utilizando um depilador elétrico.
• Se usar lâmina, deve-se fazê-lo com o sítio molhado e nunca seco.
• A tricotomia só é feita dentro da sala de cirurgia em casos de emergência.
• A lavagem do sítio cirúrgico é realizada antes da aplicação de soluções antimicrobianas.
• Áreas altamente contaminadas devem ser manipuladas por último (ex: colostomias).
• Áreas de mucosa devem ser higienizadas apenas com antissépticos adequados.
• Em casos de pele lesionada, utilizar somente solução salina estéril.
• Cuidado ao usar soluções condutoras de eletricidade ao usar bisturis elétricos!
• A área preparada deve ser ampla o suficiente para acomodar a incisão principal, possíveis extensões do corte e drenos e campos cirúrgicos.
• A aplicação do antisséptico deve seguir o sentido do local da incisão para a periferia, descartando os materiais que atingirem a região periférica.
• A colocação de campos estéreis é feita primeiramente nas extremidades verticais, depois nas laterais.
• Cobrir todas as áreas, exceto o sítio operatório e a via aérea, caso necessário, é o princípio fundamental.