Ergonomia e Fatores Humanos

Ergonomia e Fatores Humanos

• Ergonomia considera o ser humano e suas aptidões.
• É crucial ter conhecimento básico das funções do corpo humano, especialmente aquelas que afetam o desempenho do trabalho.

Função Neuromuscular

• O sistema nervoso central recebe, interpreta e processa informações.
• Envolve movimentos musculares como gestos, fala, e movimentos dos olhos.
• Responde a estímulos como luz, som, tato, temperatura, acelerações, agentes químicos e movimentos das juntas.

Coluna Vertebral

• Serve como o eixo de sustentação do corpo.
• Fornece estrutura de mobilidade entre a parte superior e inferior do corpo.
• Amortece cargas.
• Protege a medula espinhal, que faz parte do sistema nervoso.

Visão

• A acuidade é a capacidade visual de discriminar pequenos detalhes.
• Depende de fatores como iluminação e tempo de exposição.

Audição

• É a capacidade de captar e converter ondas de pressão em sinais elétricos.
• Os sinais elétricos são transmitidos ao cérebro para produzir sensações sonoras.

Senso Cinestésico

• Oferece informações sobre movimentos de partes do corpo sem exigir acompanhamento visual.
• É importante para o trabalho, pois muitos movimentos dos pés e das mãos são realizados sem supervisão visual.
• A visão consegue focar em outras tarefas realizadas simultaneamente.

Adaptação ao Trabalho

• Houve um aumento significativo na participação de mulheres, idosos e deficientes no mercado de trabalho nas últimas décadas.

Idade e Aspectos Antropométricos na Adaptação ao Trabalho

• Diminuição do tamanho a partir dos 50 anos (estática) e restrição dos alcances e da flexibilidade (dinâmica).
• A força muscular começa a declinar após os 40 anos.
  • A força máxima aos 25 anos é de 100%, reduzindo para 95% aos 40, 80% aos 50 e 50% aos 60.
• A visão e audição sofrem uma perda gradativa da eficiência visual a partir dos 20 anos, com decréscimo da acuidade visual, adaptação ao escuro e visão de cores.

Turnos de Trabalho e Ritmo Circadiano

• O ritmo circadiano é um ciclo de aproximadamente um dia, derivado do latim "circa dies".
• As funções fisiológicas variam entre o dia e a noite.
• Mesmo em trabalhadores noturnos, essas funções permanecem quase inalteradas, com pequenas alterações levando cerca de 7 dias para se completarem.
• Indivíduos matutinos e vespertinos representam uma minoria, com a maioria distribuindo-se em posições intermediárias.

Trabalho Noturno

• Queixas frequentes de indivíduos que trabalham em turnos:
  • Dificuldades de dormir durante o dia.
  • Sono curto, interrompido, não reparador ou não nutritivo.
  • Dificuldades em se manter acordado durante o turno da noite, principalmente entre 3 e 4 horas da madrugada.
• Algumas estratégias para combater esses efeitos são de eficácia reduzida.
• Há relatos de trabalhadores que misturam café com coca-cola para combater a sonolência no turno da noite e usam bebidas alcoólicas para facilitar o sono diurno.

Monotonia

• É uma reação do organismo a um ambiente uniforme, com poucos estímulos ou variação nas excitações.
• Causa sintomas como sensação de fatiga, sonolência, morosidade e diminuição da atenção.
• Causada por atividades prolongadas e repetitivas de pouca dificuldade ou que exigem atenção continuada.
• Condições favoráveis na indústria: curta duração do ciclo do trabalho, períodos curtos de aprendizagem e restrição de movimentos corporais, locais mal iluminados, quentes, ruidosos e com isolamento social.
• Consequências: diminuição da atenção e aumento do tempo de reação, saturação psíquica (conflito entre o dever de trabalhar e o desejo de parar), ansiedade e tensões.

Fadiga

• Relaciona-se a uma capacidade de produção diminuída e perda de motivação para qualquer atividade (GRANDJEAN, 1998).
• Sintomas: sensações subjetivas de fadiga, sonolência e falta de disposição; dificuldades de pensar; diminuição de atenção; lentidão e amortecimento das percepções; diminuição da força de vontade e perdas na produtividade.
• Causas: fatores fisiológicos (intensidade e duração do trabalho físico e intelectual); fatores psicológicos (monotonia, falta de motivação); fatores ambientais e sociais (iluminação, ruídos, temperaturas e relacionamento social).
• Consequências: diminuição nos padrões de precisão e segurança; simplificação das tarefas; diminuição de atenção; desorganização das estratégias do operador.

Stress

• Não deve ser considerado como uma doença, mas sim um fator causador de doenças.
• Causas: conteúdo do trabalho, sentimentos de incapacidade, condições de trabalho, fatores organizacionais, pressões econômico-sociais.
• Consequências: afeta o desempenho do trabalho, reduz a produtividade e a qualidade, e pode aumentar riscos de acidentes, absenteísmo e rotatividade de trabalhadores.
• Medidas de prevenção e combate: enriquecimento da tarefa, redesenho do posto de trabalho, contatos sociais, treinamento, cargos e salários, tratamentos individuais e coletivos (ex. exercícios).