Doenças na Fase de Aleitamento e Práticas de Manejo Sanitário

A fase de cria de bezerras é crítica para o desempenho futuro do rebanho
As doenças na fase de aleitamento afetam a produtividade e o bem-estar dos animais
O objetivo do artigo é apresentar uma revisão sistemática das principais doenças que acometem as bezerras na fase de aleitamento

A asfixia neonatal caracteriza-se pela hipoxia, hipercapnia e acidose mista
A asfixia pode ser classificada em precoce (durante ou imediatamente após o parto) e tardia (nas primeiras horas de vida)
A avaliação da viabilidade neonatal pode ser feita pela escala Apgar
O diagnóstico da asfixia intrauterina pode ser feito pelo acompanhamento dos partos distócicos e demorados

A terapia de suporte com bicarbonato de sódio (NaHCO3) intravenoso para correção da acidose mista é necessária nos neonatos que apresentem pH inferior a 7,2
A dose de NaHCO3 deve ser calculada com base no peso corporal, excesso de bases e um fator fixo de 0,4
O uso de ressuscitadores para remover líquido das vias aéreas e oxigenação manual pode ser necessário

A escala Apgar avalia quatro aspectos: tônus muscular, irrigabilidade reﬂexa, coloração de mucosas e esforço respiratório
A soma das escalas obtidas indica o grau de vitalidade do recém-nascido (0-3: pouca vitalidade, 4-6: deprimido, 7-8: boa vitalidade)### Estimulação da Respiração em Bezerros Recém-Nascidos
A estimulação da respiração é fundamental nos primeiros minutos de vida do bezerro.
Técnicas de estimulação da respiração incluem pressão digital do espelho nasal, uso de agulha no centro do espelho nasal e compressão do septo nasal.
O uso de drogas estimulantes do centro respiratório, como cloridrato de doxapram, também é indicado para neonatos deprimidos ou com baixa vitalidade.

A ventilação mecânica pode ser necessária em casos de apneia e hipóxia em bezerros com asfixia neonatal.
São necessários ventiladores, máscaras ou sondas naso-traqueais ou oro-traqueais, com pressão não excedente a 30-40 mmHg e frequência ventilatória de 15-25 respirações por minuto.
O monitoramento do animal com hemogasometrias seriadas é necessário para os ajustes da máquina.

A seleção genética de reprodutores compatíveis com as fêmeas, evitar a superalimentação das matrizes, monitoramento das fêmeas no pré-parto e elaboração de protocolos para assistência obstétrica são medidas preventivas eficazes.
A assistência ao recém-nascido imediatamente após o parto, com avaliação da vitalidade, pode auxiliar na tomada de decisões clínicas.

As onfalopatias compreendem processos infecciosos e não infecciosos que afetam a estrutura umbilical.
A contaminação bacteriana é o principal fator determinante das onfalopatias.
O monitoramento periódico do umbigo, principalmente nos dez primeiros dias de vida, é fundamental para a identificação precoce das onfalopatias.

A palpação abdominal bimanual é extremamente importante para a detecção das onfalopatias.
A termografia pode ser utilizada na detecção das onfalites, por ser um procedimento seguro e não invasivo.
A extensão do processo inflamatório pode ser determinada pela palpação abdominal, porém, existem casos em que a mesma pode não revelar o grau de acometimento das estruturas intra-abdominais.
Um sistema de pontuação clínica pode ser proposto para a detecção das onfalopatias.### Onfalopatias em Bezerras
As onfalopatias são doenças que acometem a região umbilical das bezerras.
Essas doenças podem ser causadas por diversas bactérias, incluindo Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e outros.
Os sintomas incluem presença de pus, dor, edema e.vermelhidão na região umbilical.
Os exames laboratoriais, como medicação da proteína plasmática total (g/dL) ou de sólidos totais séricos (%), são importantes para detectar a presença da Falha na Transferência de Imunidade Passiva (FTIP).

O exame ultrassonográfico abdominal é uma ferramenta importante para identificar os componentes umbilicais internos envolvidos nas onfalopatias.
O conhecimento prévio do processo fisiológico de involução umbilical é necessário para uma interpretação adequada dos resultados.
O posicionamento dos animais em decúbito lateral direito facilita a visualização das estruturas.

Os protocolos de tratamento devem ser considerados com base no grau de comprometimento das estruturas umbilicais, presença de sintomas locais ou sistêmicos e classificação das onfalopatias.
A utilização de antissépticos e antimicrobianos é recomendada, mas é importante considerar a resistência bacteriana e a eficácia dos tratamentos.
Em alguns casos, pode ser necessário realizar drenagem do abscesso e limpeza local, além de terapia antimicrobiana e anti-inflamatória.

A prevenção das onfalopatias envolve a antissepsia adequada do cordão umbilical, higiene das instalações e boa colostragem.
A escolha do antisséptico ideal para bezerras ainda é objeto de estudos.
A clorexidina é eficaz na presença de matéria orgânica, possui grande espectro de ação contra bactérias gram-positivas e negativas, longa duração e baixa toxicidade.

A diarreia é caracterizada pelo aumento da frequência de evacuações e redução na consistência das fezes.
A infecção por microrganismos que causam diarreia geralmente ocorre no intestino delgado, comumente por bactérias, vírus, protozoários e outros agentes.
Os principais agentes etiológicos incluem Salmonella, Rotavírus, Coronavírus, Criptosporidium parvum e outros.

A atenção especial deve ser dada à avaliação e cuidados com o umbigo em bezerras oriundas de biotecnologias de reprodução.
O sucesso da prevenção das onfalopatias envolve a atenção a todos os fatores predisponentes e determinantes.
A antissepsia do cordão umbilical, associada à higiene das instalações e à boa colostragem, são as estratégias mais importantes para a prevenção das afecções umbilicais.