Conhecimento e Avaliação das Funções Vitais

Conhecimento e Avaliação das Funções Vitais

• Apresenta-se uma visão geral sobre o conhecimento e a avaliação das funções vitais do corpo humano.

Sinais Vitais

• Os sinais vitais (SSVV) fornecem informações sobre o estado de saúde, abrangendo as funções circulatória, respiratória, neural e endócrina.
• Eles se comunicam universalmente sobre a condição do paciente e a gravidade da doença.

Introdução

• O conhecimento dos sinais emitidos pelo corpo é essencial em primeiros socorros para avaliar o estado físico de uma pessoa.
• É crucial compreender detalhes sobre as funções vitais, os sinais vitais e os sinais de apoio do corpo humano.

Introdução

• Funções exercidas pelo encéfalo e pelo coração são vitais para manter uma pessoa viva.
• Esses órgãos transformam a vida em uma representação das atividades celulares por meio de trabalhos físicos e químicos.

Funções Vitais

• O Sistema Nervoso Central controla as funções vitais do corpo humano, utilizando células especializadas organizadas em alta complexidade estrutural e funcional.
• A falta de oxigênio prejudica essas células, levando a alterações funcionais.

Sinais Vitais

• Sinais vitais indicam a existência de vida e são reflexos ou indícios que revelam o estado geral de uma pessoa.
• Os sinais vitais a serem conhecidos e compreendidos são:
  • Temperatura
  • Pulso (FC)
  • Respiração
  • Pressão arterial
• Alterações nas funções vitais do corpo podem ser percebidas através dos sinais vitais.

Temperatura Corporal

• A temperatura corporal reflete o equilíbrio entre o ganho e a perda de calor.
• A temperatura corporal é um indicador importante da atividade metabólica, influenciada pelas reações metabólicas propagadas pelos tecidos e pelo sangue.
• A temperatura do corpo humano varia individualmente e flutua devido a fatores fisiológicos como exercícios, digestão, temperatura ambiente e estado emocional.

Temperaturas do Corpo

• Variações na temperatura corporal incluem:
  • Sub-normal: 34-36 °C
  • Normal: 36-37 °C
  • Estado febril: 37-38 °C
  • Febre: 38-39 °C
  • Febre alta (pirexia): 39-40 °C
  • Febre muito alta (hiperpirexia): 40-41 °C

Temperatura Corporal

• A temperatura média normal do corpo varia de 36,0 a 37,0°C.
• Avaliar a temperatura é importante em emergências, pois ela pode sofrer grandes alterações.

Febre

• Uma lesão cerebral irreversível pode ser causada por febre muito alta e prolongada.
• A temperatura corporal abaixo do normal pode ocorrer após depressão da função circulatória ou choque.

Febre

• Sintomas de febre incluem:
  • Inapetência (perda de apetite)
  • Mal-estar
  • Pulso rápido
  • Sudorese
  • Temperatura acima de 40 graus Celsius
  • Respiração rápida
  • Hiperemia da pele
  • Calafrios
  • Cefaleia (dor de cabeça)

Febre - Primeiros Socorros

• Compressas úmidas devem ser aplicadas na testa, cabeça, pescoço, axilas e virilhas.
• O tratamento deve ser direcionado às causas da febre, mas deve-se atender os sintomas e suas complicações.
• Os primeiros socorros em casos febris só devem ser feitos em temperaturas muito altas (acima de 40°C).

Pulso

• O pulso (FC) é a onda de distensão de uma artéria causada pela pressão do coração sobre o sangue.
• A palpação de uma artéria permite perceber essa onda, que se repete regularmente conforme as batidas do coração.

Pulso

• A alteração na frequência do pulso indica uma alteração na quantidade de fluxo sanguíneo.
• As causas fisiológicas que aumentam os batimentos do pulso incluem: digestão, exercícios físicos, banho frio, estado de excitação emocional e qualquer estado de reatividade do organismo.
• No desmaio/síncope as pulsações diminuem.
• É possível avaliar se a circulação e o funcionamento do coração estão normais.
• Para sentir o pulso:
  • Acomodar o braço em posição relaxada
  • Usar o indicador, médio e anular, fazendo uma leve pressão
  • Não usar o polegar
  • Contar as pulsações num período de 60 segundos

Pulso

• Gráfico com informação sobre os sistema arterial para entender onde se sente o pulso

Pulso

• Pulso radial e carotídeo são pulsos.

Pulso

• Localização do pulso no pulso, com artéria e osso assinalados.

Quadro II

• Pulso normal por faixa etária:
  • Homens adultos: 60-70 bpm
  • Mulheres adultas: 70-80 bpm
  • Crianças acima de 7 anos: 80-90 bpm
  • Crianças de 1 a 7 anos: 80-120 bpm
  • Crianças abaixo de um ano: 110-130 bpm
  • Recém-nascidos: 130-160 bpm

Respiração

• Um corpo depende da respiração, uma das funções essenciais à vida, para obter o oxigênio necessário, que é vital para o funcionamento do organismo.
• O Sistema Nervoso Central controla a respiração, que ocorre de forma involuntária e automática.
• A ventilação e a oxigenação do organismo dependem de vias aéreas desobstruídas para a respiração.

Respiração

• A respiração manifesta-se fisicamente através dos movimentos ritmados de inspiração e expiração.
• Na inspiração há contração dos músculos, e na expiração eles relaxam.
• Quimicamente, ocorre uma troca de gases entre o meio externo e o interno.
• O organismo recebe oxigênio atmosférico e elimina dióxido de carbono(hematose).

Respiração

• A frequência respiratória é a quantidade de vezes que uma pessoa inspira e expira em um minuto.
• Para verificar a frequência respiratória, conta-se o número de vezes que uma pessoa faz os movimentos: inspiração + expiração.
• Para verificar a frequência pode-se observar a elevação do tórax (mulheres) ou abdome (homens e crianças) ou contando as saídas de ar quente pelas narinas.

Tipos de Respiração

• Classificação dos tipos de respiração:
  • Eupnéia: Respiração que se processa por movimentos regulares, sem dificuldades, na freqüência média.
  • Apnéia: É a ausência dos movimentos respiratórios.
  • Dispnéia: Dificuldade na execução dos movimentos respiratórios.
  • Bradipnéia: Diminuição na freqüência média dos movimentos respiratórios.
  • Taquipnéia: Aceleração dos movimentos respiratórios.
  • Ortopnéia: O acidentado só respira sentado.
  • Hiperpnéia ou Hiperventilação: É quando ocorre o aumento da freqüência e da profundidade dos movimentos respiratórios.

Frequência Respiratória

• A frequência respiratória normal em adultos em repouso varia de 12 a 22 movimentos por minuto (eupneico).
  • Taquipnéia FR≥24 rpm
  • Bradipnéia: FR≤12 rpm
  • Apnéia: é a suspensão da respiração

Ritmos Respiratórios

• Os movimentos da respiração normal são regulares, sem pausas.
• Os ritmos respiratórios incluem:
  • Ritmo de Cheynes-Stokes
  • Ritmo de Kussmaul
  • Ritmo de Biot

Ritmos anormais:

• Respiração de Cheyne-Stokes:
  • Apresenta um período de apnéia seguido por inspirações cada vez mais profundas, atingindo um máximo e depois diminuindo gradualmente até uma nova pausa.
  • Pode ocorrer em casos de: insuficiência cardíaca, hipertensão intracraniana, AVE e traumatismo craniano.

Ritmos anormais:

• Respiração de Kussmaul:
  • Ocorre em quatro fases: inspiração ruidosa e gradualmente mais ampla alternada com expirações rápidas e de pequena amplitude; apnéia em inspiração; expirações ruidosas gradativamente mais profundas alternadas com inspirações rápidas e de pequena amplitude; apnéia em expiração.
  • Comum em casos de acidose, especialmente diabética.

Ritmos Anormais

• Respiração de Biot:
  • Apresenta duas fases: apnéia, seguida por inspirações e expirações com ritmo desordenado quanto ao ritmo e à amplitude.
  • Ocorre nas mesmas causas da respiração de Cheyne-Stokes

Ritmos anormais:

• Respiração Suspirosa:
  • O paciente executa uma série de movimentos inspiratórios de amplitude crescente seguidos de expiração breve e rápida; Em outras vezes os movimentos normais são interrompidos por suspiros isolados e agrupados
  • Ocorre em: tensão emocional e ansiedade
• Tiragem:
  • É o afundamento excessivo da musculatura intercostal durante a inspiração; mais visível em longilíneos; é resultante do aumento da pressão negativa dentro do tórax. Ela pode ser: difusa ou localizada, isto é, supraclavicular, infraclavicular, lar, intercostal ou epigástrica
  • Ocorre quando há colapso da via aérea, atelectasia subjacente

Ritmos anormais:

• A respiração paradoxal envolve movimentos não sincronizados do tórax e do abdômen, indicando fadiga dos músculos respiratórios.

Pressão arterial sanguínea:

• A pressão arterial sanguínea mede a tensão exercida pelo sangue nos vasos durante a sístole e a diástole ventricular.
• Pode ser medida indiretamente com um esfigmomanômetro ou diretamente com um cateter intra-arterial.

Pressão Arterial

• A pressão arterial normal é inferior a 120mmHg para a pressão sistólica (PAS) e inferior a 70mmHg para a pressão diastólica (PAD).
• A pressão arterial (PA) é o produto do débito cardíaco (DC) pela resistência periférica total (RPT): PA = DC x RPT.
• Considera-se que o débito cardíaco (DC) é o produto do volume sistólico (VS) pela frequência cardíaca (FC): DC = VS x FC.

Medida Indireta Pressão Arterial

• Imagem com informação sobre como aferir a pressão arterial

Medida Indireta Pressão Arterial

• A medida da pressão arterial deve ser feita de acordo com o procedimento descrito a seguir: 1- Explicar o procedimento ao paciente 2- Deixar o paciente descansar por 5 a 10 minutos em ambiente calmo, com temperatura agradável 3- Localizar a arteria braquial por palpação 4- Colocar o manguito firmemente cerca de 2cm a 3cm acima da fossa antecubital 5- Manter o braço do paciente na altura do coração 6 -Palpar o pulso radial e inflar o manguito 7- Posicionar a campânula do estetoscópio suavemente sobre a artéria braquial, na fossa antecubital, evitando compressão excessiva

+ Atualização

• Atualização de dados sobre referência de pressão arterial
• No Congresso Europeu de Cardiologia, as novas diretrizes definem que a pressão "12 por 8" (120/80 mmHg), antes considerada normal, passa a ser vista como "pressão arterial elevada".
• Com isso, a pressão ideal passa a ser de "12 por 7" (ou 120/70 mmHg).
• As novas diretrizes classificam a pressão arterial em três categorias, a partir da medida da pressão feita em consultório:
  • Pressão arterial não elevada: abaixo de 120 por 70 milímetros de mercúrio (mmHg) - "12 por 7";
  • Pressão arterial elevada: entre 120 por 70 mmHg e 139 por 89 mmHg - de "12 por 7" a cerca de "14 por 9";
  • Hipertensão arterial: maior que 140 por 90 mmHg – acima de "14 por 9".

Sinais de Apoio

• São sinais adicionais que podem ser alterados em casos de hemorragia, parada cardíaca ou forte batida na cabeça.
• Sinais de apoio tornam-se cada vez mais evidentes com o agravamento do estado do acidentado.
• São eles:
  • Dilatação e reatividade das pupilas
  • Cor e umidade da pele
  • Estado de consciência
  • Motilidade e sensibilidade do corpo

Outros pontos

• A aferição de SSVV é um importante indicador de resultado do cuidado seguro.
• O objetivo é manter uma cultura organizacional de segurança ativa, revisar os processos de trabalho, garantir acessibilidade a materiais básicos e valorizar os profissionais de saúde.

Referências

• Referências bibliográficas utilizadas para a criação do texto.