Conceitos de Saúde e Artigo 69

Artigo 69

• O artigo 69 fala da obrigação do sistema nacional de saúde de prestar serviços sem discriminação.
• Usa os princípios de equidade, qualidade, eficiência e participação social.

Conceito de Saúde (OMS)

• É um estado de completo bem-estar físico, mental e social.
• Não é somente a ausência de doenças (enfermidades).

Saúde segundo René Dubos

• Saúde é um estado físico e mental.
• É razoavelmente livre de desconforto e dor, permitindo à pessoa funcionar eficazmente no ambiente.

Saúde segundo Milton Terris

• Definição objetiva com indicadores físicos, mentais e sociais.
• Definição subjetiva: percepção individual de bem-estar.
• Não é apenas ausência de doenças, mas um estado de bem-estar físico, mental e social, com capacidade de funcionamento adequado.

Gráfico contínuo de saúde

• Divide-se em: perda de saúde, zona neutra e saúde positiva.
• Perda de saúde: piora da condição, levando à morte.
• Zona neutra: nem doente, nem com saúde plena.
• Saúde positiva: bem-estar completo e funcionamento ideal.
• É um processo que pode melhorar ou piorar.

Determinantes da saúde e suas porcentagens

• Sistema de saúde: 11% (qualidade, financiamento, acessibilidade)
• Meio ambiente: 19% (fatores físicos, biológicos, ambientais e socioculturais)
• Biologia humana: 27% (aspectos genéticos, idade e sexo)
• Estilo de vida: 43% (hábitos, condições, atividade física, alimentação e ação social)

Conceito de Saúde Pública

• É a ciência e a arte de melhorar a saúde da população através de esforços organizados da sociedade.
• Usando técnicas de proteção e promoção da saúde.

Funções importantes da Saúde Pública

• Promoção da saúde e participação dos cidadãos.
• Reduzir o impacto de emergências e catástrofes na saúde.
• Garantia e melhoria da qualidade dos serviços individuais e coletivos.
• Vigilância da saúde pública, investigação e controle de riscos e danos à saúde pública.

Conceito de prevenção

• São medidas que visam prevenir o aparecimento de doenças, reduzir os fatores de risco, e interromper o progresso e mitigar suas consequências.

Prevenção Primária

• Evita o aparecimento de doença ou problema de saúde.
• Controla os fatores causais ou condicionantes.
• Exemplo: usar preservativos para prevenção de HIV/DSTs e ensinar a prevenir a dengue.

Prevenção Secundária

• Interrompe ou retarda o progresso da doença, já presente na pessoa no início.
• Teste do pezinho em RN para detectar doenças metabólicas e tratamento de hipertensão arterial no início.

Prevenção Terciária

• Medidas que previnem o aparecimento, retardam ou reduzem as consequencias da doença.
• Treinar paciente cego a se movimentar independentemente e fisioterapia para pacientes sequelados de AVC.

Medicina individual vs social

• Medicina individual: diagnóstico e tratamento da doença de indivíduos.
• Medicina social: diagnóstico e tratamento da doença em comunidade.
• Medicina individual inclui diagnóstico clínico, tratamento médico e acompanhamento individual, o médico trabalha sozinho.
• Medicina social inclui epidemiologia, organização dos serviços de saúde, prevenção e controle, grupos médicos trabalhando juntos.

Conceito de sistema sanitário

• Conjunto de organizações e recursos com o objetivo de melhorar a saúde nos lares, trabalhos e lugares públicos.
• Inclui o meio ambiente físico e psicossocial.

Sistema de saúde

• No paraguai é baseado na atenção primária.
• Deve ser universal (acessível), integral (satisfazer a população), equitativo e economicamente sustentável.

Formação da Unidade de Saúde da Família (USF)

• É composta por médico geral ou médico familiar (CESF), enfermeiro ou obstetriz, auxiliar de enfermagem, agentes comunitários de saúde, odontólogo e pessoas do administrativo.

Enfoques da USF

• Atenção integral à família (vulnerabilidade): identifica riscos, famílias e crises.
• Atenção individual (dispensação): promoção e atenção primária (acompanhamento)
• Inserção comunitária: abordagem e apresentação da ESF às famílias.
• Dispensarização: avaliação dinâmica e contínua do estado de saúde, influenciando a melhoria (BSF).

Classificação da dispensarização

• Grupo I: aparentemente saudável.
• Grupo II: com fatores de risco.
• Grupo III: doentes.
• Grupo IV: com deficiências/discapacidade.

Conceito de epidemiologia

• Estudo de enfermidades transmissíveis.
• O conceito evolui e abrange todos os eventos relacionados ao processo de saúde/doença da população inclusive sobre o povo.
• Estudo da frequência (distribuição de eventos de saúde e seus determinantes em uma população.

Variações clássicas de epidemiologia

• Tempo (quando?)
• Lugar (onde?)
• Pessoa (quem é? em quem?)

Importância da epidemiologia

• Informação na saúde.
• Complementa ciências clínicas.
• Avaliar terapia e prevenção.

Tríade epidemiológica ou ecológica

• Agente
• Hospedeiro
• Ambiente
• Vetor

Epidemiologia descritiva

• Estuda a distribuição das enfermidades em tempo, espaço e pessoa.
• É a mais próxima da realidade.
• Não analisa a causa da enfermidade ou causa-efeito.

Epidemiologia analítica

• Procura o porquê, ou as causas que provocaram a doença.
• Busca associações estatísticas ou não causais.
• Inclui modelos estatísticos (matemáticos).

Epidemiologia experimental

• Estuda e tira conclusões mais complexas com a mera observação, não por dedução, mas observação.
• Utiliza animais em laboratórios e estudos experimentais com a população.

Eco epidemiologia

• Utilizando ferramentas, busca estudar formas de interação entre os fatores ambientais, as pessoas e a população nos ambientes em que estão.
• Estuda como pode influenciar no desenvolvimento de doenças que surgem na interação entre fatores ambientais e pessoas/doenças.

Conceito de Ecologia

• É a ciência que estuda a relação dos seres vivos com o meio em que habitam (organismos vivos, vegetais ou animais).

Variações do agente causal

• Infectividade: capacidade de se instalar nos tecidos do hospedeiro e multiplicar.
• Patogenicidade: capacidade de produzir doenças.
• Virulência: produzir dano ou doença grave.
• Mutação: mudam características, mantendo a especificidade.
• Antigenicidade/imunogenicidade: capacidade de induzir respostas imunitárias, estimular defesas específicas.
• Transmissibilidade: capacidade de se propagar de um reservatório para o hospedeiro.

Variações de um hospedeiro

• Suscetibilidade: falta de resistência ao ataque, pode contrair doenças.
• Resistência: os mecanismos de defesa do organismo vivo.
• Imunidade: o estado de resistência e o mecanismo da resposta imune (inata ou adquirida) para proteção.
• Período de transmissibilidade: período que o agente infeccioso pode ser transferido direta ou indiretamente.

Justificativas para buscar a causa

• Entender a causa para gerar mudança.
• Estudar a causa e aprender sobre os mecanismos para base de novas hipóteses e planejar intervenção.

Modelo de Koch-Henle

• Estuda a relação entre agente infeccioso e a doença, principalmente em enfermidades infectocontagiosas.

Modelo de Bradford Hill

• Estabelece a relação de causalidade (exposição e efeito) entre fator de risco e doenças, sendo doenças infectocontagiosas ou crônicas não infecciosas.
• Causalidade: relação de exposição a um efeito.
• Causa: alteração na qualidade (saúde ou enfermidade).
• Efeito: mudança em situação devido a uma causa (doença, complicação, morte, cura, resultado, proteção).
• Causa suficiente: se o fator (causa) está presente, o efeito (doença) sempre ocorre.
• Causa necessária: se a causa estiver ausente, a doença não ocorre.
• Fator de risco: se o fator (causa) estiver presente e ativo, aumenta as chances do efeito (doença) acontecer.

Relação ou Associação Causal Direta

• O fator sozinho causa a doença sem precisar de outros fatores.
• Relação necessária e suficiente.

Causal Indireta

• O fator causa a doença, mas precisa de fatores intermediários para agir.

Causal Necessário e Não Suficiente

• O fator é essencial, mas sozinho não causa a doença.

Não Necessário e Suficiente

• O fator pode causar a doença, mas outros fatores também podem.

Causal Não Necessário e Não Suficiente

• Nenhum fator sozinho é suficiente ou indispensável.

Associação Não Causal ou Relação Não Causal

• Há uma relação estatística entre dois fatores, mas sem uma causa real.
• Pode acontecer erro temporal ou confusão com outro fator.