Atitudes e Comportamento: Relações e Previsões

A correspondência entre o que uma pessoa declara acreditar (atitude) e as ações efetivamente tomadas (comportamento). Em outras palavras, quando as suas ações são coerentes com o que pensa.

O estudo de LaPiere demonstrava que embora hoteleiros e restaurantes se declarassem contra servir clientes chineses, na prática, a maioria o fez. Este resultado colocou em questão a capacidade das atitudes em prever o comportamento.

O estudo de LaPiere tinha metodologias que limitavam a sua validade. Outros estudos usando métodos mais precisos ainda encontraram relações fracas entre atitude e comportamento.

Para prever o comportamento, medidas de atitude devem ser precisas e específicas. Por exemplo, medir a atitude específica em relação a um restaurante em vez de uma atitude geral em relação a comida chinesa.

As atitudes podem ser menos eficazes na previsão de comportamentos quando as situações são complexas ou quando atitudes conflitantes estão presentes. Atitude específica, intenções claras e contexto social influenciam a consistência.

A dificuldade (ou facilidade) de realizar um comportamento é um fator crucial que influencia a relação entre a atitude e o comportamento. Por exemplo, se a pessoa tem uma atitude negativa em relação ao exercício físico, mas a prática é muito acessível para ela (perto de casa, baixo custo), é mais provável que ela pratique.

A avaliação subjetiva das consequências positivas e negativas de realizar determinado comportamento. É o que a pessoa pensa sobre esse comportamento.

Percepção do indivíduo sobre o seu controle sobre o desempenho do comportamento. Reflete o quão fácil ou difícil ele acredita que é realizar a ação.

A crença sobre o que as pessoas importantes para o indivíduo pensam sobre o comportamento. Por exemplo, se seus amigos gostam de comer pizza e você quer comer algo mais saudável, isso pode influenciar sua intenção de pedir pizza.

O estado mental que guia a intenção de realizar ou não um comportamento. Reflete a disposição (ou falta dela) em realizar a ação.

A coexistência de sentimentos positivos e negativos em relação a um objeto. Por exemplo, uma pessoa pode gostar de doces, mas também se sentir culpada por comer muito açúcar.

Atitudes podem não ser consistentes com o comportamento de uma pessoa. Isso significa que a pessoa pode ter uma atitude positiva em relação a algo, mas não praticar o comportamento relacionado a essa atitude.

Um modelo que propõe que a intenção comportamental é influenciada pela atitude em relação ao comportamento, pelo controle percebido e pelas normas subjetivas. Essas três variáveis determinam a probabilidade de realização do comportamento.

A acessibilidade da atitude refere-se à facilidade com que ela é ativada na mente quando se confronta com o objeto da atitude.

Atitudes acessíveis são ativadas espontaneamente e influenciam o nosso comportamento de forma rápida e automática. Funcionam como filtros mentais que direcionam a nossa atenção, interpretação e ações.

Atitudes acessíveis, ao serem ativadas rapidamente, influenciam a forma como processamos a informação social, economizando recursos mentais e prevendo o comportamento.

Atitudes inacessíveis são aquelas que não são ativadas espontaneamente e requerem um esforço cognitivo para serem lembradas.

Com atitudes inacessíveis, o comportamento é determinado através de um processo deliberado, considerando cuidadosamente os atributos do objeto e as opções de ação.

A relação entre atitude e comportamento é influenciada pela motivação e oportunidade. A motivação refere-se ao envolvimento e relevância do objeto da atitude, enquanto a oportunidade se liga à disponibilidade de tempo e recursos.

Atitudes implícitas são reações automáticas e inconscientes, podendo diferir das atitudes explícitas que são conscientes e declaradas.

As atitudes, independentemente da sua acessibilidade, podem influenciar o comportamento através de processos espontâneos (rápidos e automáticos) ou deliberados (pensados e conscientes).