Resumo de Economia CC Jean PDF

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Este documento é um resumo de economia, focado na economia brasileira contemporânea. Aborda conceitos macroeconômicos, como PIB, inflação e desemprego, e apresenta diferentes perspectivas sobre o crescimento populacional e seu impacto no desenvolvimento econômico.

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RESUMO DE ECONOMIA Referências: 1. GREMAUD, Amaury Patrick et al. Economia Brasileira Contemporânea. São Paulo: Editora Atlas, 8ª Edição. 2016. Cap.1, 2, 3, 5 (apenas os subitens 5.1 a 5.3), 6, 7 (apenas os subite...

RESUMO DE ECONOMIA Referências: 1. GREMAUD, Amaury Patrick et al. Economia Brasileira Contemporânea. São Paulo: Editora Atlas, 8ª Edição. 2016. Cap.1, 2, 3, 5 (apenas os subitens 5.1 a 5.3), 6, 7 (apenas os subitens 7.1, 7.2 (os subitens 7.2.1 e 7.2.2 não integram a bibliografia), 7.3 e 7.4), 8, 9,10 e 21 (apenas os apêndices dos capítulos 2 (Apêndice 2B, somente) e 10 - integram esta bibliografia); 2. VASCONCELLOS, Marco Antônio Sandoval et al. Economia Micro e Macro – Te- oria, Exercícios e Casos. São Paulo: Editora Atlas, 7ª Edição. 2023. Cap. 13, 14 e 15 (apenas as seções “Entenda na Prática” dos respectivos capítulos); e 3. SANTOS, Thauan et al. Economia Azul: vetor para o desenvolvimento do Brasil. São Paulo: Editora Essencial Idea,1a Edição, 2022, cap.1. Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA GREMAUD, Amaury Patrick et al. Economia Brasileira Contemporânea. 8ª Edição. 2016 SINOPSE DA OBRA O livro aborda economia brasileira sob o enfoque da macroeconomia (ciência que estuda as variáveis macroeconômicas agregadas). São agregadas porque caracterizam (ou pretendem caracterizar, explicar) a vida econômica de um país como um todo. Representam, portanto, um grande somatório a nível de país. (ex. de tais variáveis: nível de produto (PIB), nível de preços, taxa de salários, taxa de juros, nível de emprego/desemprego, progresso, crescimento e desenvolvimento econômicos, distribuição de renda). A macroeconomia se ocupa em fornecer as ferramentas para ajudar a resolver os problemas da diminuição/estagnação da produção (ou recessão), do desemprego e da inflação. Assim, os 4 objetivos da macroeconomia são: crescer o PIB ; gerar empregos (ajudando na distribuição de renda); estabilizar os preços; e equilibrar as transações externas. Esses objetivos dificilmente são atingidos simultaneamente, o mais comum nas sociedades é haver uma priorização entre eles pelos governos. Busca-se entender também o mercado, ou seja, o local onde os agentes da economia realizam trocas (negociações ou transações, operações de compra e venda) de bens e serviços por unidade monetária (dinheiro) ou por outros bens e serviços a fim de satisfazer necessidades/interesses mútuos. O autor considera quatro agentes econômicos em sua abordagem: famílias, empresariado, governo e outros países, atuando em 4 grandes mercados: o de bens e serviços de consumo; bens e serviços de capital; “bens públicos”; e comércio externo. Contudo, busca entender a vida econômica (ou desenvolvimento econômico) considerando o PIB isoladamente de outros indicadores é problemático (tanto quantitativamente como qualitativamente), pois ele é limitado para descrevê-la com precisão pelos motivos a seguir, bastante pertinentes: o PIB não leva em consideração a distribuição de renda/qualidade de vida da população (para isso usa-se em complemento o ‘Índice de Desenvolvimento Humano - IDH); não inclui a chamada ‘economia subterrânea (ou ilícita)’, que é representada, por exemplo, pelo comércio ilegal, tráfico de entorpecentes, humano e de armas, etc.; não considera as transações não comerciais, como a produção para consumo próprio, produtos e serviços de livre acesso trocados pela internet (transações comerciais buscando anonimato com uso de variadas criptomoedas ainda não fiscalizadas adequadamente pelos Estados e sem legislação pertinente), nem o mercado informal, representado pelos pequenos negócios não registrados; não inclui as externalidades, como os danos ao meio ambiente (O PIB pode aumentar com a derrubada de árvores para serem utilizadas como meio de produção, entretanto, o desflorestamento é um aspecto negativo, não será contabilizado (mensurado monetariamente), mas refletirá no PIB em longo prazo). 2 de 107 Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN PARTE I PANORAMA DESCRITIVO DA ECONOMIA BRASILEIRA E CONCEITOS BÁSICOS INTRODUÇÃO O Brasil, na passagem do século XX para o século XXI, apresentava-se substancialmente diferente do início do século XX. A economia do país cresceu e se transformou, bem como a população (17 mi em 1900 – 203 mi em 2014), que cresceu no século XX a uma taxa de 2,28% a.a, tornando o país o quinto mais populoso do mundo e 5a maior em extensão territorial. Em paralelo, a produção brasileira e geração de renda também cresceu, com um aumento de 1.200% do PIB na segunda metade do século XX. Embora tenha um dos maiores PIB (6º em 2011), o índice de PIB ou RNB per capita coloca o Brasil num bloco intermediário. Apesar do forte crescimento no século XX, a economia brasileira ainda é insuficiente em termos de desenvolvimento. Durante o século XX, o Brasil passou por uma transformação estrutural, alterando substancialmente tanto sua base produtiva quanto as condições de vida da população (cresceu e se modificou). Até a década de 30, o Brasil era considerado um país agroexportador (sobretudo de café), e sua população estava concentrada na zona rural. A partir de meados do séc XX, reverte-se esse modelo econômico por meio da chamada industrialização por substituição de importações. Essa transformação, além de promover a industrialização de nossa economia, implicou também uma forte urbanização do país. O setor primário, em especial a agricultura, teve sua participação no PIB diminuída ao longo do tempo, sendo cada vez maior a participação dos setores secundário e terciário, com a industrialização por substituição das importações e o consequente crescimento da população, em especial a partir de meados do século XX. Embora a participação no PIB tenha diminuído, a agricultura continua tendo uma grande importância na economia, pois produtos expressivos da economia brasileira são considerados industrializados e semi- industrializados, porém têm sua origem na agricultura. Além disso, o campo e a agricultura tiveram e têm papel importante no processo de industrialização e urbanização, principalmente fornecendo alimentos e matérias-primas para a zona urbana. As exportações agrícolas geram divisas que possibilitam importações de equipamentos industriais, e o campo é também um forte mercado consumidor de produtos da cidade. É importante citar também dois problemas macroeconômicos fundamentais: o desemprego e a inflação. Até meados da década de 90, a inflação era o principal foco de atenção dos debates. Já no final da década, o problema do desemprego passa a ser o centro das atenções. O perigo maior é a estagflação, ou seja, um período crítico que combina taxas relativamente elevadas de inflação e desemprego. 3 de 107 Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN ASPECTOS DEMOGRÁFICOS I Estudar os aspectos demográficos é importante para o estudo da economia, pois melhora a compreensão dos problemas econômicos pela análise das questões relativas à evolução da população (estudos populacionais). A população de um país representa: o potencial de consumidores deste país; e os potenciais trabalhadores/produtores do país (parte de sua população, chamada População Economicamente Ativa - PEA). Além disso, a composição e a distribuição regional de sua população têm importantes implicações econômicas, pois definem quais as prioridades e em que lugar deverão ser aplicados os recursos. RESUMO DE ECONOMIA – CEMOS2024 / CONCURSO2023 – CC (IM) MELLO Crescimento populacional e desenvolvimento econômico ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Corrente neomalthusiana:Crescimento populacional e desenvolvimento econômico humanidade tem tendência Corrente neomalthusiana : à pobreza e à fome; crescimento humanidade da população, tem tendência em especial à pobreza e àafome; trabalhadora, gera empobrecimento que queda das condições de vidadada crescimento população, população, visto que em especial a produçãogera a trabalhadora, e oferta de empregos empobrecimento não crescem que queda no de das condições mesmovida ritmo; da população, visto que a produção e oferta de empregos não crescem no mesmo ritmo; crescimento crescimento baseado baseado ememexpansão expansão da forçadedetrabalho da força trabalho e nãoe em nãoinvestimentos em investimentos em capital emgeracapital limitações de progresso tecnológico; gera limitações de progresso tecnológico; ee crescimento crescimento da populaçãoesgota da população esgota rapidamente rapidamente os recursos naturais, os recursos especialmente naturais, os não renováveis. especialmente os não renováveis. Críticos da corrente neomalthusiana: Críticos da corrente neomalthusiana: o progresso tecnológico é capaz de gerar renda e alimentos em taxas mais altas que a do crescimento o progresso tecnológico populacional; e é capaz de gerar renda e alimentos em taxas mais altas que a do crescimento maior mercadopopulacional; consumidor e geram benefícios da economia de escala. maior mercado consumidor gera benefícios de economia de escala. Alterações Alterações na composição na composição etária etária da da populaçãotêm população têmimportantes importantes implicações implicaçõesnana economia economia do país: do país: população população jovem jovem demaisdemais demanda demanda gastosem gastos emcuidados cuidados pediátricos pediátricos eecom comcreche creche e educação; e educação; e e população população maismaisvelha velha demanda demanda gastos gastos comcomsaúde saúdeeeprevidência. previdência De fato, a composição etária da população tem efeitos macroeconômicos (geração de poupança e De fato, a composição etária da população tem efeitos macroeconômicos (geração de poupança e de de necessidades de transferências de renda intergeracionais), pois as pessoas alteram seu comportamento necessidades de transferências de renda intergeracionais), pois as pessoas alteram seu comportamento econômico dependendo de sua idade. econômico dependendo de sua idade. De acordo com a teoria do ciclo de vida (as pessoas consomem durante toda sua vida, mas só geram De acordo com a teoria do ciclo de vida (as pessoas consomem durante toda sua vida, mas só geram renda prioritariamente nas fases jovem-adulto). renda prioritariamente nas fases jovem-adulto). Teoria dodo Teoria Ciclo CiclodedeVida Vida Comportamento econômico em função da idade e Ciclo de Comportamento econômico em função da Vida: idade e Ciclo de Vida: até a adolescência até (antes do(antes a adolescência pto A):doconsome bem mais pto A): do que gera debem consome renda;mais do que gera de renda; fase fase adulta adulta (entre (entre A eA B): e B):gera geramais maisrenda rendado que do quee consome; e consome; idosos idosos (pós (pós B): consomem B): consomem mais do mais do de que gera que renda gera de renda. Estudos do Banco Mundial (2011) visam mostrar que os pontos A e B tendem a ser relativamente 4 de 107 próximos no Brasil, trazendo assim dificuldades de geração de renda e sustentação de jovens e idosos (aumento conjugado do desemprego de jovens e crescimento populacional de idosos). Os dados populacionais são obtidos pelos Censos Demográficos. Durante as décadas de 1960 e 1970, o Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN Estudos do Banco Mundial (2011) visam mostrar que os pontos A e B tendem a ser relativamente próximos no Brasil, trazendo assim dificuldades de geração de renda e sustentação de jovens e idosos (aumento conjugado do desemprego de jovens e crescimento populacional de idosos). Os dados populacionais são obtidos pelos Censos Demográficos. Durante as décadas de 1960 e 1970, o Brasil viveu a expectativa de uma explosão demográfica (quase 3% aa), que era comum associá-la aos seus aspectos negativos, como a provável falta de alimentos e a tendência ao empobrecimento. A população brasileira ainda está crescendo, porém houve redução no ritmo desse crescimento (≃1% aa o séc XXI). O crescimento populacional (ou crescimento demográfico) de um país deve-se a três fatores básicos: 2020 a mortalidade, a natalidade e o saldo migratório (diferença entre pessoas que saem e entram definitivamente na região). Taxa de crescimento populacional = Taxa de natalidade – Taxa de mortalidade + Taxa de migração onde: Taxa de natalidade = nascimentos/população Taxa de mortalidade = óbitos/população Taxa de migração = saldo migratório/população Elementos que podem afetar esses três fatores: Taxa de Mortalidade - Expressa o número de mortes registradas, normalmente por grupo de 1.000 habitantes no período de um ano. Vem diminuindo pelos seguintes motivos: - Desenvolvimento da medicina e saúde pública; - Melhoria das condições socioeconômicas, que afetam a nutrição, a educação e a habitação; - Melhorias institucionais, com reflexos no saneamento básico e legislações trabalhistas; e - Aspectos culturais que influenciam na alimentação, educação, etc. Taxa de Natalidade - relação entre os nascimentos e a população total. Normalmente, utiliza-se mais o conceito de fecundidade, que é relação entre os nascimentos e o número de mulheres em idade fértil (dos 15 aos 44 anos). Vem diminuindo pelos seguintes fatores: - Condições socioculturais de cada sociedade (religião, valores morais/filosóficos, relações familiares); - Aspectos econômicos (custos para criar um filho x dificuldades no mercado de trabalho);e - Aspectos informacionais relativos ao conhecimento (e ao acesso) das mulheres a métodos contraceptivos. Taxa de Migração - relativas aos deslocamentos populacionais de uma região a outra, sendo a relação entre a quantidade de imigrantes e de emigrantes por grupo de habitantes. Alguns fatores a influenciam: - Forças de expulsão: levam as pessoas a abandonar suas regiões de origem; - Forças de atração: explicam a escolha da região de destino; Os movimentos migratórios podem ser motivados por razões militares, sociais, culturais e socioeconômicas. Temos ainda os seguintes conceitos Migrações externas alteram efetivamente a população de uma região; Migrações internas não alteram a população total de uma região, somente sua distribuição; População Aberta de um País é quando a entrada de imigrantes no país influencia fortemente o crescimento populacional; e População Fechada quando o crescimento depende apenas do crescimento vegetativo, que é a diferença entre os nascimentos e óbitos. 5 de 107 Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN 1.1 TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA BRASILEIRA É a passagem ao longo dos anos de uma situação de altas taxas de mortalidade e natalidade para 2022 uma situação de baixas taxas de natalidade e mortalidade (está caindo primeiro), e por isso gerando o crescimento populacional momentâneo, que só se equilibrará com a posterior queda da taxa de natalidade. PERÍODO DESCRIÇÃO A população brasileira era considerada aberta (pela migração principalmente 2023 Início do século XX de italianos e portugueses, espanhóis e japoneses). Parte do crescimento populacional brasileiro é explicado por essa entrada de estrangeiros no país. Há um “fechamento” da população brasileira, ficando o crescimento 2023 A partir de 1930 populacional dependente apenas do crescimento vegetativo. As migrações internas continuam existindo. O Brasil vive um período considerado de “transição demográfica”. O decréscimo da taxa de mortalidade ocorre a partir de 40 devido ao progresso da saúde pública (controle de epidemias), melhoria do saneamento básico (principalmente na zona urbana) e melhoria da educação, refletindo em melhores cuidados das mães com os recém- nascidos. A queda da taxa de mortalidade pode ser vista pela diminuição da taxa de mortalidade infantil (quantidade de crianças falecidas antes de um ano de vida A partir de 1940 por grupo de 1.000 recém-nascidos, a qual apesar de ter caído no Brasil, ainda é 2023 considerada alta para padrões internacionais) e pelo aumento da esperança de vida ao nascer (quantidade média de anos que se vive em determinada região. Os dados de expectativa de vida compõem as chamadas Tábua de Mortalidade, um gráfico composto pelos dados de expectativa de vida e que indica cada ano que uma pessoa viveu quantos anos espera-se que ela ainda viva). Esses dados são fundamentais, por exemplo, para se estimar os gastos futuros com a previdência. O declínio da mortalidade entre os anos 40 e 60, porém, não foi acompanhado por uma queda nas taxas de natalidade, gerando a elevação da taxa de crescimento 2023 Entre 1940 e 1960 populacional. Surgiram os receios relativos a uma possível explosão demográfica no Brasil. Observou-se queda na taxa de natalidade, pelos seguintes motivos: 2019 entrada da mulher no mercado de trabalho, que fez com que os “custos” de oportunidade de se ter um filho crescessem fortemente. uso de métodos contraceptivos eficazes e a dissociação entre sexualidade e reprodução. Essa queda na taxa de natalidade concluiu a transição demográfica 2023 A partir de 1960 brasileira, fazendo com que o crescimento populacional do país convergisse cada vez mais para próximo ao de países desenvolvidos, que já passaram pela transição. O que chama a atenção no caso brasileiro é que a transição demográfica se deu em cerca de 50 anos, considerada muito rápida se comparada a outros países nos quais esta transição ocorreu previamente. Cada coorte (população nascida em um determinado ano) está sendo inferior à anterior em números absolutos. Assim, estima-se que a população deve crescer até 220 milhões de habitantes até 2030 quanto passa a existir a possibilidade de Atualmente uma diminuição absoluta, caso as taxas atuais de fecundidade sigam abaixo da taxa de reposição (Garante a reposição das gerações, que para manter a população estável, deve ficar em um pouco mais de 2 filhos por mulher em idade fértil. A do Brasil atualmente é 1,7%). 6 de 107 RESUMOResumo DE ECONOMIA – CEMOS2024 / CONCURSO2023 – CC (IM) MELLO de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1.2 ESTRUTURA ETÁRIA trutura etária É a distribuição por sexo e idade de diferentes grupos etários de uma população visualizada nas distribuição por sexo pirâmides e idade de diferentes grupos etários de uma população visualizada nas p populacionais. cionais. A queda da taxa de natalidade/fecundidade afeta a estrutura etária da população (distribuição da população por faixas etárias). Primeiramente são atingidos os grupos etários mais jovens, porém ueda da atualmente taxa de verifica-se natalidade/fecundidade afeta a da o processo de envelhecimento estrutura população, etária demonstradoda população pelo índice de (distrib ção por faixas etárias). envelhecimento Primeiramente (relação sãocom entre a população atingidos mais de 65ose agrupos com menosetários de 15) mais jovens, que passou porém at de 6,4% em 1960 para 16,8% em 2000. a-se o processo de envelhecimento da população, demonstrado pelo índice de envelhecimento A observação da mudança na estrutura etária serve para balizar as ações do governo, ajustando os população com maisdedeacordo investimentos 65 ecoma com menos de Projeta-se as necessidades. 15) que passou uma menor denecessidade 6,4% em de 1960 parapara serviços 16,8% em observação recém-nascidos da mudança e crianças na eestrutura uma maior necessidade etária servede serviços para para idosos eas balizar previdenciários. ações do Existe um governo, ajus alívio na demanda, por exemplo, por ensino básico, o que constitui uma ótima oportunidade para resolver mentos deos problemas acordo com as necessidades. da educação Projeta-se uma menor necessidade de serviços par fundamental no país. os e crianças e uma maior A quantidade necessidade de pessoas a ingressar nodemercado serviços para idosos de trabalho e previdenciários. ainda é grande e crescente, porémExiste com um tendências declinantes, da, por exemplo, por ensino diminuindo-se básico, assim, o que por esse lado, a uma constitui pressãoótima relativa oportunidade sobre o mercado de para res trabalho ao longo do tempo. mas da educação Podemos fundamental concluir que ono país. de pessoas que normalmente auferem renda (idade entre 15 conjunto uantidadee 65 de anos) pessoassofreráa uma carga maior ingressar para sustentar no mercado os dependentes de trabalho aindamais idosos, porém é grande será e crescente, po compensado por uma redução dos dependentes com menos de 15 anos. cias declinantes, diminuindo-se assim, por esse lado, a pressão relativa sobre o mercado de tra A razão de dependência é a relação entre os dependentes (65) e a população em idade 2020 do tempo.ativa (entre 15 e 65) cuja perspectiva é de que diminua (atualmente se situa em torno de 45%) por mais alguns anos e depois volte a subir, pois o crescimento da população idosa (>65) deve mais do que demos concluir que o conjunto de pessoas que normalmente auferem renda (idade entre compensar a queda dos jovens (65) de dependência deve maisvolta ado subir, que com pressionada pelo vigoroso crescimento da população em idade mais avançada, que traz consigo custos dos jovens ( Y = DA => Sp + (T - R) = I + G => I – Sp = (T – R) - G Poupança Pública (Sg) - é igual à diferença entre a Renda Líquida do Governo (impostos menos as transferências e os subsídios) e os gastos públicos (G), dessa forma. Note que a Poupança Pública não corresponde ao conceito de déficit público. Sg (Poupança Pública) = I - Sp Continua válida a identidade entre Poupança e Investimento. I = Sg + Sp => I = Ip + Ig = Sp + Sg Déficit Público (Dg) - é a diferença entre o total de gastos do governo (Consumo e Investimento) e 2020 a arrecadação. Corresponde, portanto à diferença entre o investimento público e a poupança pública. Dg = Ig + G – T => Dg = Ig – (T – G) => Dg = Ig – Sg Como o investimento total da economia corresponde à soma da Poupança do Governo e da Poupança do setor privado, temos: I = Sg + Sp => Ig + Ip = Sg + Sp => Ig – Sg = Sp – Ip => Dg = Sp – Ip Percebe-se, portanto, que, sempre que houver um déficit público, isto é, Ig > Sg, ou seja, o governo gastar mais do que recebe, deve haver um excesso de poupança no setor privado para financiar o governo, isto é, Sp > Ip. Dg = Ig – Sg = Sp – Ip 2.5 RESTO DO MUNDO Resto do Mundo – é definido como todos os outros agentes (famílias, empresas, governo) de outros países que transacionam com os residentes no País. O conceito de residente refere-se aos agentes que possuem o centro de interesse no país. Assim, um turista brasileiro no exterior é residente e um turista estrangeiro no país é não residente. A filial de uma multinacional no país é residente, mas seus proprietários que moram no exterior são não residentes. Os tipos de transação que ocorrem com o resto do mundo são de dois tipos: Com bens e serviços (excluídos os serviços de fatores de produção): exportações (venda de parte de nossa produção para o exterior) e importações (aquisições de produção estrangeira para oferecer internamente); Com fatores de produção: as empresas sediadas no país podem utilizar capital e trabalho vindos do resto do mundo, enviando, portanto, renda para fora (pagar por esses fatores de produção). Por outro lado, as famílias brasileiras podem vender capital e trabalho para empresas situadas no exterior, e assim receber renda do exterior. 14 de 107 Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN Renda líquida enviada ao exterior - é a diferença entre aquilo que é pago por fatores de produção externos utilizados internamente e aquilo que é recebido do exterior por fatores de produção nacionais empregados em outros países. Nem todo o produto adquirido por residentes é gerado no Brasil (importações) e nem todo produto produzido no Brasil é adquirido por residentes (exportações). Na mesma linha, nem toda renda produzida no país é para os residentes, pois uma parte paga fatores de produção estrangeiros (renda enviada ao exterior – REE), assim como uma parte da renda dos residentes provém do exterior, como forma de pagamento de fatores de produção (renda recebida do exterior - RRE). A renda líquida enviada ao exterior representa o pagamento dos serviços de fatores, enquanto os serviços não-fatores (que não agregam valor ao produto) representam o pagamento a outros serviços externos, como fretes, seguros, viagens internacionais, etc. Com o resto do mundo, temos um novo conceito para produto: Produto Nacional Bruto a custo de fatores (PNBcf). No caso brasileiro a renda líquida enviada ao exterior é positiva (RRE < REE, principalmente por causa do pagamento dos juros da dívida externa), logo, no Brasil o PNBcf é menor que o PIBcf. PNBcf = PIBcf - Renda Líquida enviada ao exterior Com a introdução do Resto do Mundo, a Oferta Agregada passa a ser a soma da Produção Interna e as Importações (M) e a Demanda Agregada passa a ser composta também pelas Exportações (X). OA=DA ∴ Y+M=C+I+G+X ∴ Y = C + I + G + (X - M)* * Saldo da Balança Comercial Agora Y, sob a ótica da Renda, engloba a Renda Liquida Enviada ao Exterior. Dessa forma, as Importações (M) e as Exportações (X) referem-se às transações de bens e serviços, excluídos os fatores de produção. A diferença entre a Renda Líquida Enviada ao Exterior e o saldo das Exportações e Importações de Bens e Serviços não Fatores (excluídos os fatores de produção) é a chamada Poupança Externa (Se). Como o investimento total da Economia é igual à Poupança Total da Economia, temos que a Identidade Macroeconômica se transforma em: I = Sg + Sp + Se Ou seja, o investimento agora pode ser financiado tanto pelas Poupança Privada, Poupança do Governo quanto pela Poupança Externa. Como a poupança de cada agente corresponde à diferença entre sua Renda Líquida e seu Consumo, temos: Sp = Renda Familiar Líquida (Salário + Juros + Lucros + Aluguéis + Transferências – Impostos Diretos) – Consumo Familiar. Sg = Renda Líquida do Setor Público (Impostos Diretos + Impostos Indiretos + Outras Receitas do Governo – Subsídios - Transferências) – Consumo do Governo Se = Renda Líquida Enviada ao Exterior – (Exportações – Importações)* Saldo da Balança Comercial 2.6 MEDIDAS DE PRODUTO Vimos que sempre se verifica a identidade entre produto, renda e dispêndio (P = Y (OA) = DA) e, consequentemente, a igualdade entre poupança e investimento (S = I), desde que se esteja utilizando o mesmo conceito, pois há diferentes medidas de produto (Interno ou Nacional, a Preços de Mercado ou 15 de 107 Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN a Custo de Fatores, Bruto ou Líquido). O quadro resume as transformações possíveis em termos de medida: MEDIDA ORIGINAL TRANSFORMAÇÃO (QP -> Cálculos) MEDIDA RESULTANTE 2022 Bruto Menos depreciação Líquido Preço de Mercado Menos impostos indiretos mais subsídios ( - Ti + Q) Custo de Fatores Interno Menos renda líquida enviada ao exterior Nacional Valor monetário de venda dos produtos finais produzidos dentro de um país em PIBpm determinado período de tempo. PILpm PIBpm – depreciação PILcf PILpm – Ti + Q (menos impostos indiretos mais subsídios) PNLcf PILcf – renda líquida enviada ao exterior RN Renda Nacional (RN) = PNLcf. Renda Pessoal (RP) = RN – lucros retidos pelas empresas – impostos diretos sobre empresas RP – outras receitas de governo + transferências governamentais à população (aposentadorias, seguro-desemprego, assistência etc.) RPD Renda Pessoal Disponível (RPD) = RP – impostos diretos sobre as famílias. 2.7 PRODUTO REAL E PRODUTO NOMINAL O Produto é medido em termos monetários, o problema é que a moeda está sujeita a perda de valor ao longo do tempo, devido à inflação. Assim, de uma ano para outro, o produto pode variar em termos monetários, sem que, em termos físicos tenha ocorrido qualquer mudança, ou seja, como Y = Pi × Qi (onde Pi é o preço e Qi a quantidade das n mercadorias da economia), o valor de Y pode mudar tanto por mudanças em Pi como em Qi, ou em ambos. O que interessa em termos de crescimento é o comportamento de Q; assim, devemos diferenciar entre: Produto Real - aquele medido a preços constantes; e Produto Nominal - a preços correntes. Para retirar os efeitos da inflação sobre o produto, utilizamos os Índices de Preço, para fazer o “deflacionamento”. Esses índices correspondem a médias ponderadas das mudanças de preços dos diversos produtos. Deflator Implícito do Produto (DI) - é principal índice, e representa a razão entre a soma de todos 2023 os preços no instante atual multiplicado pelas quantidades no instante atual e a soma de todos os preços no instante anterior multiplicados pelas quantidades no instante atual. A partir do Produto Real, pode-se observar a evolução da economia de um país, comparando-se o produto de um ano para outro. É o principal indicador para medir o crescimento de um país. Dizemos que uma economia está em recessão quando o crescimento do seu PIB é negativo. APÊNDICE 2B Varáveis de fluxo Variáveis de estoque - Referem-se a atividades econômicas contínuas, - Correspondem a magnitudes medidas em ininterruptas, e, por isso, devem ser medidas por dado instante do tempo. unidade de tempo. Exemplos: produto, renda, consumo, poupança, investimentos, arrecadação de Exemplos: População, Capital, Dívida Interna, impostos, déficit público, exportações e dívida externa, estoques de moedas, ativos importações. financeiros, riqueza, etc. Exemplo da caixa d'água: - Fluxo corresponde à entrada e saída da água em caixa em determinado período de tempo; e - Estoque é a quantidade disponível de água em determinado momento. A relação entre fluxo e estoque é que todo o estoque é alimentado por um fluxo. Assim a diferença de estoque entre dois momentos corresponde ao valor do fluxo que alimentou aquele estoque nesse período de tempo. 16 de 107 Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN PRODUÇÃO MERCADOS (* adicionados sucessivamente ao sistema econômico para facilitar o entendimento das relações entre as variáveis macroeconômicas agregadas num sistema econômico mais próximo da realidade – a complexidade do sistema econômico aumenta para direita da tabela) ÓTICA DO BENS E BENS DE PRODUÇÃO, “BENS PÚBLICOS” OU PRODUTO SERVIÇOS EXTERNO CAPITAL OU GOVERNO DE (Exportações INTERMEDIÁRIOS (Gastos públicos, Impostos P=Y(OA)=DA CONSUMO e diretos e indiretos, Subsídios e FAMÍLIAS Importações (Investimento, Poupança e Transferência de Renda – G, T, EMPRESAS depreciação I,S) X, M) Q, R) (C) C+I+G+X-M C (a) C + I(a) C+I+G (a) (a) Investimentos – Além do consumo, parte da Agora parte da despesa dispesa é usada para corresponde aos gastos públicos que compras de bens que são as despesas do governo com ampliam a produção ( se consumo e investimentos públicos. não ampliar a produção (X - M) – é DA não é contabilizado como o saldo da Déficit público (Dg) ocorre investimento). Balança DEMANDA Toda a sempre que o governo gasta mais do Depreciação – durante o Comercial. AGREGADA despesa é que arrecada, então: Dg = Sp – Ip processo produtivo bens de (dispêndio / direcionada capital são consumidos, I = Sg + Sp despesa) para o consumo. Sempre o investimento do por isso parte da despesa + Se governo for maior do que a sua corresponde aos gastos Poupança (o governo gasta mais do com sua reposição (sua Se = X - M que arrecada), deve haver um compra não amplia a excesso de poupança no setor produção). privado (Sp > Ip) para financiar o Calculada por IB – IL governo. (Investimento Bruto – Líquido) C + Sp + T C (b) C + S (b) C + Sp + T (b) +RRE – REE (b) Agora, parte da renda também é usada para pagar impostos diretos e indiretos (Td e Ti) para custear/financiar o governo, o qual concede subsídios para as empresas Agora, a parte da renda (Q – que não entram diretamente na que não é usada no renda das famílias) e transfere consumo é poupada e Y (OA) Toda a Renda diretamente renda para as famílias usada pelo sistema é utilizada no (R).T = (Td – R) + (Ti – Q) – Renda financeiro para RENDA ou consumo. Líquida do Governo (ou do setor empréstimos aos (OFERTA público - soma dos impostos diretos Se = RRE - Investidores. AGREGADA*) Sendo Y = deduzidos das transferências diretas REE DA, então por do governo para as famílias e os Portanto S = I, dedução: impostos indiretos líquidos (Ti – Q). resolvendo o sistema de (a)=(b) = C Portanto, resolvendo (a) = (b): I – equação (a) = (b). Sp = T – G. Portanto, I = (T – G) + Sp ou I = IL = IB - depreciação Sp + Sg Sg = (T – G): é a poupança pública do governo (renda líquida do governo menos os gastos governamentais). PIBpm = SPi * PIBcf + impostos indiretos PNBcf + Se + P PILpm + Depreciação Qi líquidos (Ti-Q) S Ppaís = PpQi = PIBpm (R$) PRODUTO AGREGADO (onde: Pi = preço unitário dos bens e serviços e Qi = quantidade dos bens e serviços comercializados usualmente no período de um ano). 17 de 107 Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN DESENVOLVIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE RENDA III 3.1 CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO Crescimento Econômico - é a ampliação quantitativa da produção, ou seja, de produtos e serviços que atendam às necessidades humanas. Desenvolvimento Econômico - é um conceito muito mais amplo, que engloba o crescimento 2021 econômico. O importante não é apenas a magnitude da expansão da produção (evolução do PIB), mas também a natureza e qualidade desse crescimento. IMPORTANTE O desenvolvimento econômico está associado às condições de vida da população ou à qualidade de vida dos residentes do país. 3.2 PRODUTO per capita Quanto maior a quantidade de bens produzidos pela economia, maiores as chances de que as condições de vida da população sejam boas, mas é necessário se levar em conta o tamanho da população e a distribuição da renda pela população. Dessa forma, uma primeira aproximação para quantificar o grau de desenvolvimento de um país é o 2021 conceito de produto per capita (ou PIB per capita = PIB dividido pela população). Assim quanto maior o PIB per capita de um país, mais desenvolvido pode ser considerado o país. Quanto maior o PIB per capita, maior é a renda média da população, que, consequentemente, maior acesso a bens e serviços ofertados pela economia. No Brasil, historicamente, nota-se a evolução positiva do PIB per capita. Até a década de 1980, a não ser em alguns anos de meados da década de 1960, o PIB per capita cresceu a taxas bastante razoáveis. Da década de 1980 até os dias atuais, observou-se uma oscilação maior. IMPORTANTE Esse crescimento do PIB per capita das últimas décadas é um dos indicadores que levaram o Brasil a ser classificado como país em desenvolvimento e situar-se no chamado bloco intermediário. É importante destacar que o PIB per capita é uma média, logo não significa que todas as pessoas têm a mesma renda média e o mesmo acesso a bens. Há uma dispersão em torno da média, em geral, muitas pessoas com uma renda menor e um número inferior com renda maior. Assim, mesmo com um PIB per capita razoável, quanto pior a distribuição da renda, menos desenvolvido também será considerado o país, uma vez que maioria da sua população tem condições inferiores de renda e de acesso a bens. Se o desenvolvimento econômico de um país é definido pela qualidade de vida de seus habitantes, não se pode examinar apenas o crescimento da produção de bens desse país. Além disso, o conceito de PIB per capita, apesar de já ser um avanço, também precisa ser complementado com outros elementos. Por um lado, temos que analisar os chamados: aspectos distributivos da renda nesse país; os indicadores sociais. 18 de 107 Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN 3.3 INDICADORES SOCIAIS Fornecem informações sobre a qualidade de vida da população, como esperança de vida, acesso à água potável, leitos hospitalares e médicos por habitante e taxa de alfabetização. Destacam-se três aspectos que podem ser destacados em relação a esses índices no Brasil: Evolução positiva desses indicadores nos últimos anos (saneamento, alfabetização); Disparidades desses índices quando se divide a população por região ou faixa de renda - de uma forma geral a zona urbana do centro-sul do país tem indicadores nitidamente superiores em relação àqueles das zonas rurais e das Regiões Norte e Nordeste. A título de ilustração, o analfabetismo da população rural é mais do que o triplo da população urbana; e Comparativamente a outros países, o Brasil se encontra em um nível intermediário, mas ainda muito distante dos países desenvolvidos. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) Unindo-se o conceito de produto per capita com os indicadores sociais, tem-se melhores condições de avaliar o bem-estar de uma população, ou o grau de desenvolvimento social de um país. A ONU, buscando chegar mais perto de uma medida que retratasse o desenvolvimento social dos países, criou o IDH, um índice que agrega alguns indicadores sociais com o PIB Per Capita. O IDH varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. Corresponde a uma média aritmética de três indicadores: 1. Indicador de Renda: renda nacional bruta per capita em dólares ajustados pelo poder de compra dos países (PPP); 2. Indicador de Saúde (Longevidade): procura captar a saúde da população, ou seja, a expectativa de vida da população ao nascer; e 3. Indicador de Educação: indicador que retrate as condições de educação da população, sendo a média ponderada de dois indicadores – média de anos de estudo da população adulta (> 25 anos) e anos de escolaridade esperada (expectativa de vida escolar). Os países são divididos em quatro grupos: desenvolvimento humano muito elevado (25% maiores IDH); desenvolvimento humano elevado (25% IDHs seguintes); desenvolvimento humano médio (25% seguintes); e desenvolvimento humano baixo (25% últimos IDH). O IDH do Brasil em 2013, igual a 0,744, é o 79º entre 187 países, o que coloca o país entre os de desenvolvimento humano elevado, sendo maior que a média mundial (0,683), e situa-se na média dos países da América Latina e Caribe (0,740), e Europa e Ásia Central (0,738). Chama a atenção a desigualdade do País, ao se comparar as diferenças entre estados e regiões, há estados que se aproximam de países com desenvolvimento humano alto (Distrito Federal e Santa Catarina) e outros próximos a países de baixo desenvolvimento (Maranhão). 3.4 DISTRIBUIÇÃO DE RENDA NO BRASIL Distribuição da Renda - é um importante fator para analisar o desenvolvimento de um país representando a forma pela qual os frutos do crescimento são partilhados pela população. A distribuição de renda pode ser vista de vários ângulos: Distribuição Setorial da Renda - participação de cada setor da economia no produto. No Brasil, o setor terciário (serviços) gera mais de 50% da renda nacional (PNLcf), a indústria entre 35 e 40%, e a agricultura 10%. 19 de 107 Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN Distribuição Regional da Renda - participação de cada região brasileira na renda global do país. Observa-se forte concentração de renda na região Sudeste (40% da população), que responde por praticamente 50% da renda nacional. Já o Nordeste tem pouco menos de 30% da população e responde por apenas 15% da renda. A expansão da fronteira agrícola aumentou a participação das regiões Centro-Oeste e Norte no produto, mas essas duas regiões somadas são responsáveis por apenas 15% da renda nacional. Divisão pessoal da renda - reflete o grau de concentração de rendimentos entre os residentes no país. No Brasil, em 2013, os 20% mais ricos detém cerca de 55% da renda e os 20% mais pobres, apenas 3,5%. É uma das piores distribuições de renda do mundo. IMPORTANTE Índice de Gini - é um indicador de concentração (pode ser usado para renda). É calculado a partir da chamada Curva de Lorenz, construída relacionando-se as faixas da população acumulada, dos mais pobres aos mais ricos, com a participação acumulada da renda dessas faixas. Quando a renda é perfeitamente distribuída, ou seja, quando 20% da população mais pobre possuem 20% da renda e os 80% da população possuem 80% da renda, a Curva de Lorenz é exatamente uma reta. Quanto mais próxima a Curva de Lorenz dessa reta, mais bem distribuída é a renda do país, e quanto mais essa curva se aproxima da curva AOB, mais mal distribuída é a renda do país. O índice de Gini relaciona a área da Curva de Lorenz e a reta de distribuição perfeita da renda com a área do triângulo AOB. O Índice de Gini varia entre 0 (quando a Curva de Lorenz e a reta AB são as mesmas – nenhuma concentração) e 1 (a da Curva de Lorenz é a mesma da curva AOB – concentração total). Quanto maior a área entre a Curva de Lorenz e a reta AB, maior é o Índice de Gini e, portanto, maior é a concentração de renda. Relações entre Renda per capita e Distribuição de Renda no Brasil 2023 Concentração de renda + aumento na renda per capita - os mais ricos tem maiores aumentos de renda que os mais pobres, que também tem aumento. Concentração de renda + redução da renda per capita - apenas os mais ricos tem algum aumento real de renda; no resto da sociedade, ocorre queda real. Distribuição de Renda no Brasil (histórico) 20 de 107 Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN Fatores que explicam a má distribuição de renda do Brasil: Condicionantes históricas - a estrutura agrária concentrada (grandes latifundios) e a 2022 escravidão (ao serem libertados eram miseráveis e não possuíam nada); Industrialização por substituição de importações – tem um cunho concentrador, pois as tecnologias adotadas utilizavam mais intensamente o fator capital, que foi melhor remunerado, em detrimento da mão-de-obra. No período “do milagre econômico” (1968-1973), com a divulgação das estatísticas que indicavam a deterioração da distribuição de renda em um momento de forte crescimento econômico, várias explicações surgiram: Política econômica do Governo - em função da política salarial considerada “arrochante” e do 2022 desmantelamento da estrutura sindical e de diversos órgãos da sociedade civil. Próprio crescimento acelerado - que causava distúrbio principalmente no mercado de trabalho, em virtude do aumento da procura por trabalhadores qualificados, que eram poucos em relação aos trabalhadores sem qualificação, ocasionando um crescimento diferencial de salários e piorando a distribuição de renda. Era considerada funcional - Esta é a essência da Teoria do Bolo: (crescer para depois distribuir) - 2023 pois se argumentava que a concentração nas camadas mais ricas da sociedade, permitia um aumento da poupança do país e dos investimentos, sustentando o crescimento econômico, que em última instância beneficiaria a todos. Argumentava-se também que os distúrbios tenderiam a desaparecer com a continuidade do crescimento. Na década de 1980 a concentração piorou com a crise econômica e com a intensificação do processo inflacionário. Foi um período de estagflação (estagnação econômica com inflação), no qual somente a população mais rica tinha mecanismos para se proteger, melhorando consequentemente a sua posição relativa dentro do país. Com o Plano Real, o quadro apresentou uma leve melhora, pois a queda na inflação significou uma melhoria de renda para os mais pobres, que não possuíam mecanismos de defesa contra a inflação. Porém a elevação do desemprego e a precarização dos postos de trabalho trouxeram um impacto contrário, fazendo com que a melhora líquida fosse bastante reduzida. 3.5 POBREZA Na seção anterior, analisou-se a posição relativa dos rendimentos entre os indivíduos de dado país. Nesse ponto, afirma-se que, mesmo com uma piora nos indicadores de distribuição de renda (aumento do Índice de Gini), é possível que todos os indivíduos estejam individualmente em posição melhor. Quando se analisa a distribuição da renda, tem-se uma visão pouco precisa acerca da pobreza, especialmente em seu aspecto absoluto. Pobreza - é um estado de carência em relação a alguns indicadores mínimos relativos às condições de vida da população. Pode-se definir pobreza em relação a um mínimo de renda, ou a um mínimo de atendimento de necessidades elementares. Quando se define um indicador com um valor mínimo, é estabelecida a linha de pobreza, considerando pobres todos os que se situem abaixo dessa linha. Várias possibilidades existem na definição de linha de pobreza: um salário mínimo por mês, meio salário mínimo por mês, o acesso a uma cesta básica por mês. 21 de 107 Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN Utilizando como linha de pobreza uma cesta mínima de consumo (diferente de uma cesta básica, pois nesta só se incluem alimentos), o IPEA calculou o número de pobres no Brasil. De acordo com pesquisas, o número de pobres tem caído nos últimos anos, tanto em termos percentuais, como em termos absolutos (2013: 14,3% / cerca de 29 mi). 3.6 DESENVOLVIMENTO: EQUITATIVO, SUSTENTADO E PARTICIPATIVO O conceito de desenvolvimento vai além da ideia do crescimento: deve-se levar em consideração como o fruto desse crescimento reverte para uma melhora na qualidade de vida das pessoas. De acordo com o Relatório sobre o Desenvolvimento Brasileiro, realizado pelo IPEA e pelas Nações Unidas: Equidade - é um componente essencial para o desenvolvimento humano. As pessoas devem ter acesso a iguais oportunidades, de modo que possam participar e se beneficiar dos frutos e das oportunidades criadas pelo processo de crescimento econômico. Na realidade, a pobreza e a desigualdade são, em si, as maiores barreiras a essa participação”. A questão da equidade leva aos seguintes conceitos: Desenvolvimento Equitativo - com igualdade de oportunidades e de acesso a todos. Desenvolvimento Sustentado - é aquele que, ao atender as necessidades no momento presente, não limita a possibilidade de atendimento das necessidades das gerações futuras. Desenvolvimento Participativo - é definido e guiado por meio de decisões que agreguem toda a comunidade envolvida, já que existem diferentes opções de desenvolvimento. INFLAÇÃO IV A inflação e desemprego juntos compõem os problemas ditos fundamentais da macroeconomia. O Brasil, nas últimas duas décadas, enfrentou problemas bastante graves ligados à inflação e foi apenas nos últimos anos que se conseguiu controlar o processo inflacionário por meio do Plano Real. 5.1 INFLAÇÃO E ALGUNS CONCEITOS RELACIONADOS Deflação – é a baixa generalizada e contínua dos preços (contrário da inflação). Inflação - é o aumento generalizado e contínuo no nível geral de preços. Essa inflação será tanto maior quanto maiores os aumentos nos preços das mercadorias. É importante notar que o aumento do preço de algum bem ou serviço em particular não constitui inflação, que ocorre apenas quando há um aumento generalizado dos preços. Normalmente esses aumentos de preços não ocorrem de forma sincronizada, gerando um problema para se calcular o tamanho da inflação. Resolve-se esse problema fazendo uma média ponderada da elevação dos preços. 22 de 107 Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN A consequência da inflação é a perda do poder aquisitivo da moeda, ou seja, uma unidade monetária poderá adquirir menos bens e serviços, pois esses estão mais caros. Uma inflação pode estar estabilizada em X %, mas não os preços, ou seja, os preços continuam a subir, em média, cerca de X% ao período. Aceleração Inflacionária – é diferente do conceito de inflação, e ocorre quando a taxa de inflação aumenta continuamente. Inflação Moderada ou Rastejante - quando os aumentos de preço são pequenos. Hiperinflação - quando os aumentos são muito grandes. Não há um valor exato para se estipular quando passamos de uma inflação moderada para uma hiperinflação. De uma forma geral, a hiperinflação é uma situação que a inflação está tão alta que a perda do poder aquisitivo da moeda faz com que as pessoas abandonem aquela moeda, passando a utilizar outra moeda, como o dólar estadunidense por exemplo, como unidade de conta (para definir os preços das mercadorias) e também como meio de pagamento. 5.2 Tipos de Inflação Existem dois tipos básicos de inflação: a inflação de demanda e a inflação de custos. Inflação de Demanda - deve-se à existência de excesso de demanda em relação à produção disponível. (Demanda > Oferta). Assim, é mais provável que ela apareça quanto maior for o grau de utilização da capacidade produtiva da economia, isto é, quanto mais próximo se estiver do pleno emprego. Esse excesso de demanda pode ser ocasionado por expansão monetária decorrente de déficit público não financiado por poupança privada (ou seja, com a colocação de títulos do governo junto ao público). Nesse caso, os indivíduos veem seus saldos monetários aumentar, ampliando a demanda. Como a oferta é relativamente rígida a curto prazo, os preços tendem a subir. É importante destacar que o aumento do estoque de moeda gera aumento no nível geral de preços, que só se tornará um processo inflacionário caso o processo de emissão monetária continue, isto é, persista o déficit público. O combate à inflação de demanda implica eliminar o déficit público, de modo a estancar a emissão monetária. Diagnóstico de inflação de demanda - Tanto a chamada corrente monetarista como a corrente 2023 fiscalista – pensamento ortodoxo – partem de um diagnóstico de inflação de demanda, diferindo na forma de combatê-la: Corrente Monetarista - enfatizam a política monetária; Corrente Fiscalista - priorizam políticas fiscais e de rendas (como o congelamento de preços e salários). 23 de 107 Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN Inflação de Custos ou de Oferta - decorre do aumento de custos das empresas repassados para preços. Várias podem ser as pressões de custos, seguem algumas: 2022 aumento no preço das matérias-primas e de insumos básicos decorrentes de quebra de safra agrícola, por exemplo, ou desvalorização cambial que aumenta o preço da matéria-prima importada; aumentos salariais, via negociações ou política governamental, sem estarem ancorados em aumentos de produtividade do trabalhador; e elevações nas taxas de juros. RESUMO – PROCESSO INFLACIONÁRIO Ocorre quando a demanda agregada é maior que a oferta agregada. Normalmente ocorre quando se está no limite da capacidade produtiva (pleno Inflação de emprego). Demanda O excesso de demanda pode vir também da expansão monetária (emissão de moeda) decorrente de déficit público não financiado por poupança privada. É decorrente da elevação dos custos na economia, repassados aos preços. Inflação de As pressões sobre os custos podem ser decorrentes de: aumento no preço das Custos matérias-primas ou insumos básicos, aumentos salariais sem aumento de (ou de Oferta) produtividade correspondente e elevações nas taxas de juros. 20 Diagnóstico de inflação – Concepção Estruturalista ou Cepalina de Inflação – pensamento 2023 econômico heterodoxo – pode ser considerada um exemplo de inflação de custos. De acordo com essa corrente, nascida na América Latina, a inflação é vista como decorrência de problemas associados ao processo de industrialização dos países latino-americanos. Segundo essa linha, a agricultura não havia acompanhado o desenvolvimento industrial. Sendo assim, o processo de urbanização e crescimento industrial pressionava a demanda por produtos agrícolas, sem que a oferta respondesse de forma adequada. Assim, geram-se alguns pontos de estrangulamento, que elevam os preços dos produtos primários (choques de oferta), repassados aos preços dos produtos finais. As taxas de inflação tenderiam a perpetuar-se, devido aos diversos mecanismos de propagação: a política protecionista do governo para estimular a indústria que permitia o repasse da elevação dos custos aos salários e aos produtos industriais; a estrutura oligopólica do mercado, pela qual as empresas repassavam quaisquer aumentos de custos aos preços de seus produtos. IMPORTANTE Situação na qual a oferta de determinado bem ou serviço não pode ser ampliada a curto prazo, sendo insuficiente para atender à demanda existente, Pontos de limitando a produção de outros setores e provocando elevação no preço destas Estrangulamento mercadorias e, portanto, elevando os custos dos demais setores que a utilizam (choque de oferta). Instrumentos que permitem que os choques de oferta decorrentes dos Mecanismos de pontos de estrangulamento se transformem em processo inflacionário, isto é, propagação permitem que os choques de oferta sejam repassados para os preços, fazendo com que a inflação se perpetue. 24 de 107 Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN Inflação Inercial - quando a inflação tende a se manter permanentemente no mesmo patamar, sem aceleração inflacionária, e quando essa inflação estagnada decorre de mecanismo de indexação. Mecanismos de Indexação – são mecanismos que atrelam os preços do presente à inflação passada. Podem ser mecanismos formais ou informais: mecanismos de indexação formais - os contratos de aluguel ou escola com clausulas de reajuste em algum índice de inflação passada (IPCA, IGP-M). mecanismos de indexação informais - as pessoas aumentam os preços porque os outros também o fizeram. Se esses mecanismos de indexação estiverem amplamente disseminados pela economia, dificilmente existe queda na inflação, pois a inflação passada se perpetua por meio de aumentos de preços no presente. A inflação, nesse caso, tende a ser constante (ou inercial) se não existirem novos choques (de oferta ou de demanda) que façam os preços aumentarem mais do que ocorreria se apenas os mecanismos de indexação estivessem operando. Nesse caso, a inflação acelera em função de choques de demanda ou de custos. 5.3 CONSEQUÊNCIAS DA INFLAÇÃO Provocar distorções na alocação de recursos da economia, uma vez que os preços relativos deixam de ser sinalizadores da escassez e dos custos relativos de produção. Esses preços relativos são a base das tomadas de decisões dos agentes (perde-se a referência se o produto está caro ou barato). O papel dos preços relativos, de indicar produção excessiva ou cara de determinados produtos, deixa de existir, comprometendo a chamada eficiência dos mecanismos de alocação de recursos do mercado. Desincentiva Investimentos, uma vez que os agentes terão dificuldade de prever o retorno dos investimentos, em virtude da instabilidade dos preços no futuro. Efeito negativo no Balanço de Pagamentos, por obscurecer o valor da moeda nacional e da taxa de câmbio, podendo levar à busca de uma moeda estrangeira como reserva de valor e provocar uma fuga de capitais. Prejudica a distribuição de renda, pois existem aqueles (mais pobres) que não possuem mecanismos de proteção do processo inflacionário (proteger seu o poder de compra). Os preços relativos aos seus gastos sobem mais do que aqueles relativos aos seus rendimentos. Por outro lado, parte dos agentes (mais ricos) buscam proteger o poder de compra que possui (mecanismos de proteção), como aplicações com cláusulas de indexação ou de curto prazo com taxas de juros nominais elevadas. Impacto negativo nas finanças públicas: segundo o Efeito Olivera-Tanzi, a inflação tende a corroer a arrecadação fiscal do governo, pela defasagem entre o fato gerador e o recolhimento dos impostos. Aumenta os custos de transação da economia - tem-se um aumento dos custos em que pessoas e empresas incorrem para saber o preço (e o preço relativo) dos bens e serviços. Assim, as pessoas gastam mais tempo pesquisando preços, os contratos são mais complexos e as empresas montam estruturas para lidar com o processo inflacionário, a fim de definir e remarcar seus próprios preços e comparar os dos fornecedores e concorrente. 25 de 107 Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN PARTE II DETERMINANTES DO PRODUTO O nível de produto depende da Capacidade Produtiva e do Grau de Utilização da Capacidade Produtiva. Capacidade Produtiva - determina o Produto Potencial da economia, ou seja, o máximo da produção que pode ser obtido em determinada situação. Depende dos seguintes aspectos: estoque de fatores de produção; e nível de tecnologia que determina a produtividade desses fatores. Função de Produção – é a relação entre a quantidade produzida e a quantidade de fatores de produção num determinado nível tecnológico. Ela expressa a quantidade máxima de produto (Capacidade Produtiva) que pode ser obtida com determinados fatores e tecnologia, refletindo o Produto Potencial da economia e como ele se expande em resposta às variações tecnológicas e de fatores de produção. O produto potencial pode crescer estimulado por: aumento populacional incorporação de novas terras à fronteira agrícola aumento na quantidade de capital (investimento em novas indústrias, etc) descoberta de novos recursos minerais exploráveis inovações tecnológicas aumento da qualificação com decorrente melhoria da produtividade do trabalhador. O Produto Potencial tem tendência crescente no longo prazo sem apresentar grandes oscilações no 2022 curto prazo. No longo prazo, a capacidade de oferta, ou seja, a capacidade de produção, é o determinante do produto. A economia só se encontrará sobre a Função de Produção quando todos os fatores de produção estiverem empregados (pleno emprego). Nessa situação, o produto total não pode ser expandido. Fronteira de Possibilidade de Produção (FPP) - mostra as diferentes combinações máximas possíveis, dados os estoques de fatores e tecnologia. Salienta, dessa forma, as questões básicas da economia: escassez e escolha, pois a economia operando em sua máxima quantidade de produto não poderá produzir sempre mais de todas as mercadorias (pois os fatores de produção são limitados) forçando a sociedade a priorizar o que lhe for de mais interesse. CP => PP fP = QtdP/QtdFP fP expressa CP FPP (Limite) Uso da CP => PP 26 de 107 Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN Quando a economia estiver com desemprego, ela estará operando abaixo da FPP, sendo nesse caso possível ampliar a produção de um bem sem diminuir a do outro (ver o ponto C no gráfico). A FPP representa, portanto, um limite; qualquer ponto sobre a FPP ou abaixo dela é possível de ser atingido, mas é impossível a economia produzir além da FPP (ponto D, por exemplo). A alteração desses limites, ou os deslocamentos da FPP, é dada pelos mesmos fatores que alteram o produto potencial (PP), determinado pela CP. Em geral os países operam abaixo da capacidade produtiva (abaixo da curva da função de produção). No curto prazo, o principal determinante do grau de utilização da capacidade produtiva ou instalada (produto) é a demanda agregada, ou seja, o consumo, o investimento, os gastos governamentais e as exportações. Assim, são as decisões a respeito desses elementos que determinam o nível de renda de um país e que explicam as oscilações do produto no curto prazo. Em suma: Consumo - corresponde aos gastos com aquisição de bens que visam atender à satisfação de uma necessidade: alimentos, vestuário, eletrodomésticos etc. Investimento - corresponde aos gastos que visam aumentar a capacidade produtiva. Percebe-se que o investimento é um elemento da demanda agregada corrente que afeta o nível futuro do produto potencial, ao significar um acréscimo do estoque de capital na economia. Gastos Governamentais - correspondem à aquisição de bens e serviços pelo governo. Exportações - correspondem à venda de bens e serviços para não residentes. Importações - correspondem à aquisição de bens e serviços produzidos fora do país. Importante salientar que a Parte II (DETERMINANTES DO PRODUTO) se baseia no modelo keynesiano, de John Maynard Keynes, considerado o pai da moderna Macroeconomia, cuja principal obra é A teoria geral do emprego, do juro e da moeda, escrita em 1936. 27 de 107 Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN CONSUMO I Consumo - é a parcela da renda destinada à aquisição de bens e serviços para a satisfação das necessidades dos indivíduos. Esses bens podem ser: bens de consumo leves: consumidos rapidamente bens de consumo duráveis: consumidos por longo período de tempo serviços Consumo Agregado - dispêndio total de recursos na aquisição dessas mercadorias e serviços, em dado período. Corresponde à parcela da renda destinada à aquisição de bens e serviços para a satisfação das necessidades dos indivíduos, em dado período. É o maior componente da demanda agregada em todos os países. Pode ser dividido em: Consumo Pessoal: aquisições voluntárias de bens e serviços pelos indivíduos Consumo do Governo: bens públicos consumidos coletivamente, ou seja, os chamados bens públicos que são provisionados pelo governo, os quais os indivíduos não adquirem voluntariamente no mercado, mas por meio do pagamento de impostos. A renda das famílias tem três destinos: Consumo; Poupança; e Impostos Renda Disponível – é a renda recebida deduzidos os impostos pagos. Com base nesta renda é que os agentes decidem quanto consumir e quanto poupar. Poupança Agregada - é definida como a renda não consumida e aparece como resíduo. Assim, dado o nível de renda, analisando-se o consumo, está-se também analisando a poupança. Na verdade, a poupança pode ser considerada uma opção do indivíduo por maior consumo futuro. Em vez de consumir hoje, poupa-se para consumir posteriormente. Vários são os determinantes do consumo e, portanto, da poupança, variáveis que influenciam nas decisões de consumo e poupança: 2023 renda, riqueza, taxa de juros, e sistema financeiro. 6.1 CONSUMO E NÍVEL DE RENDA Intuitivamente, pode-se dizer que o nível de consumo depende da renda e, como corolário, a poupança também, uma vez que ambos referem-se a alocações da renda disponível pelas famílias. Quanto maior for a renda, maior tende a ser o consumo. Essa relação, Keynes chamou, na Teoria geral de: Lei Psicológica Fundamental - os indivíduos aumentam o consumo conforme a renda aumenta, mas não na mesma magnitude, pois ocorre também um aumento da poupança. “Quanto maior a renda, maior é o consumo e a poupança.” IMPORTANTE Propensão Marginal a Consumir - é a parcela do aumento de renda destinado ao consumo. Propensão Marginal a Poupar - é a parcela do aumento de renda destinado à poupança. 28 de 107 Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN O valor dessas propensões marginais (a Consumir e a Poupar) depende de: Fatores Objetivos: custo da subsistência, sistema financeiro, distribuição de renda, inflação... Fatores Subjetivos: avareza, egoísmo, receio, incerteza.... De qualquer forma, há uma relação positiva entre renda e consumo. Como o nível de consumo depende da renda disponível (Renda – Impostos), quando o governo acha que o nível de consumo é muito alto e está provocando pressões inflacionárias, pode aumentar o nível de impostos ou adotar outras políticas contracionistas para reduzir a renda disponível e, consequentemente, o consumo. Por outro lado, se o governo acredita que o nível de consumo está baixo, ele pode reduzir os impostos, ou adotar outras políticas expansionistas para aumentar o consumo e, consequentemente, a Demanda Agregada, a produção e o emprego. Propensão Média a Consumir - é a relação entre consumo total e renda, que tende a ser decrescente com o acréscimo de renda (Keynes). (O pobre tende a consumir toda a sua renda – sobrevivência). Com base nisto, alguns autores tentam justificar a concentração de renda em uma sociedade (durante milagre econômico, por exemplo) por tender a elevar a taxa de poupança da economia e, portanto, a de investimento também (o que seria fundamental para promover o crescimento de longo prazo). Contudo, é politicamente discutível o sacrifício de apenas uma parcela da população para garantir uma melhora de longo prazo. Na verdade, não só a renda corrente afeta as decisões de consumo. A decisão de consumir pode refletir uma escolha intertemporal (avaliação dos indivíduos sobre o custo-benefício em consumir 2023 imediatamente ou adiar alguma despesa), em que o objetivo seja maximizar o nível de consumo por toda a vida. Assim, os níveis de riqueza e as taxas de juros tendem também a afetar as decisões de consumo e poupança. Ao estender o período de tempo considerado na decisão de consumo, as expectativas sobre o futuro passam a desempenhar um papel fundamental no nível de consumo corrente. 6.2 CONSUMO E RIQUEZA Dado um mesmo nível de renda, tende a consumir mais quem possuir maior riqueza. A riqueza pode ser decomposta em: ativos reais (tangíveis): imóveis, terras, máquinas; ativos financeiros: ações, títulos; capital humano: expectativa de renda futura decorrente do seu trabalho. Esse fluxo dependerá, principalmente, de seu grau de qualificação. Efeito riqueza - queda nos preços dos ativos (ex. Ações na Bolsa de Valores), diminui a riqueza de quem possui esses ativos financeiros, logo, afeta a confiança das pessoas na economia, reduzindo o consumo e causando retração na economia. É um dos argumentos utilizados para explicar a grande depressão dos anos 30 que se seguiu à quebra da Bolsa de New York, em 1929, e também a retração econômica no final dos anos 80. Com a introdução da riqueza, a decisão de consumo deixa de ser baseada apenas na renda corrente e passa a ser influenciada pela geração de renda do indivíduo ao longo de sua vida. Os dois principais modelos da função consumo que consideram esse fato são: o Modelo de ciclo de vida de Ando Modigliani e de renda permanente de Milton Friedman. 2022 29 de 107 Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN Modelo do ciclo de vida, de ANDO-MODIGLIANI: indivíduos poupam quando jovens e gastam 2022 quando velhos, pois sabem que terão queda na renda ao se aposentarem (motivo previdenciário para a poupança). Jovens tendem a poupar mais que os velhos diante de uma mesma renda. Considera-se, nesse modelo, que os indivíduos não deixam herança (consomem toda riqueza ao longo da vida). Com o envelhecimento da população, haveria dificuldades no sistema previdenciário e consequências negativas no nível de poupança. Esse modelo traz uma série de implicações para a análise dos determinantes do consumo e da poupança: a forma de organização dos sistemas previdenciários deve afetar a taxa de poupança dos países. fatores demográficos passam a ser relevantes (estrutura etária). não existiria razão para os pobres terem uma taxa de poupança menor que a dos ricos (a não ser que eles se aposentem mais tarde ou tenham uma esperança de vida menor). NOTA Estudos de Nathanael Leff mostram que quanto maior a taxa de dependência em uma sociedade, menor o nível de poupança. Taxa de dependência - entende-se a relação entre o total de crianças e idosos, ou seja, pessoas incapazes de gerar renda, e a população total. O recente processo de envelhecimento populacional em nível mundial tem trazido uma série de preocupações sobre a capacidade futura de crescimento econômico, por seus impactos negativos sobre a taxa de poupança. Renda permanente de MILTON FRIEDMAN: decompõe a renda dos indivíduos em: renda permanente: fluxo de renda normal (média) que o indivíduo espera dada a sua 2022 qualificação, incluindo outros ativos que já possua; renda transitória: desvios da renda na renda corrente que afete a renda permanente, associados a fatos inesperados (bônus, quebra na colheita), que pode ser positiva ou negativa. De acordo com esse modelo, o indivíduo consome com base na renda permanente, e não na renda corrente (cujo comportamento é afetado pela renda transitória). As variações positivas da renda corrente iriam para a poupança, que compensaria possíveis perdas futuras. SISTEMA PREVIDENCIÁRIOS A individualização das relações sociais ocasionou um dos maiores problemas das sociedades modernas: como sustentar aqueles indivíduos que, por alguma razão (velhice, invalidez, desemprego), encontram-se afastados da força de trabalho? Diante desse tipo de problema ganharam importância as questões da Assistência e da Previdência Social e ergueu-se o chamado “Estado-Providência”. Previdência - pode ser analisada segundo o princípio da seguridade. É o mecanismo intertemporal de proteção de renda individual. Assim os indivíduos renunciam a parte de sua renda presente para compor um fundo a ser usado quando precisarem ou na velhice. Semelhante ao modelo de Ciclo de Vida de Modigliani, no qual os indivíduos poupam quando jovens para se sustentarem (despouparem) na velhice. Assistência - prevê que os indivíduos que aufiram renda constituam um fundo para todos que não sejam capazes de alcançar uma renda mínima por seus próprios meios (por motivo de invalidez, desemprego, etc). A sua fundamentação está na solidariedade entre os agentes. (Aplica-se aos fatos imprevisíveis) 30 de 107 Resumo de Economia – Concurso 2024 / C-EMOS 2025 – CC JEAN Desta forma, teoricamente, a previdência poderia ser responsabilidade dos próprios indivíduos (aplicada aos fatos previsíveis) e apenas a assistência seria de responsabilidade social (aplicada aos fatos imprevisíveis). No entanto, existem algumas razões pelas quais o Estado deveria intervir no sistema, estabelecendo a obrigatoriedade de programas previdenciários mínimos, que podem ser divididos em quatro grupos: a) indivíduos são míopes ou tem racionalidade limitada - sem visão em longo prazo ou uma disciplina que lhes permita constituir um fundo razoável para as necessidades na velhice; b) mundo é incerto - incerteza quanto a atividade econômica no futuro, à inflação, aos investimentos e à sua própria longevidade, o que aumenta a dificuldade de preparar a aposentadoria e o custo das transações (informações imperfeitas); c) sistema previdenciário pode ser utilizado como um meio de distribuição de renda - conferindo um padrão de vida mínimo para os idosos, independentemente de eles terem constituído um fundo durante o período que auferiram renda; d) existência de práticas assistencialistas - a obrigatoriedade de participação no sistema previdenciário passa a ser uma exigência, para garantir uma contribuição mínima dos “imprevidentes”. Problema Previdenciário - refere-se sempre a uma questão redistributiva entre diversos segmentos da população, isto é, a forma como a pa

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