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MF-Completo-Farmacologia-v3.pdf

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+ Microbiologia e Farmacologia Licenciatura em Enfermagem 1º Ano - 2023/2024 Bruno Gago + Farmacologia 2 + 3 Farmacologia “Ciência que estuda os fármacos” Origem etiológica Do grego: phármakon = medicamento lógos = estudo Definição: § Estudo dos efeitos das substâncias químicas e produtos biológicos...

+ Microbiologia e Farmacologia Licenciatura em Enfermagem 1º Ano - 2023/2024 Bruno Gago + Farmacologia 2 + 3 Farmacologia “Ciência que estuda os fármacos” Origem etiológica Do grego: phármakon = medicamento lógos = estudo Definição: § Estudo dos efeitos das substâncias químicas e produtos biológicos sobre a função dos sistemas biológicos. § Na sua totalidade, abrange o conhecimento da historia, origem, propriedades físicas e químicas, composição, efeitos bioquímicos e fisiológicos, mecanismos de ação, absorção, distribuição, biotransformação e excreção, terapêutica e outros usos dos medicamentos. + Estudo da Farmacologia Farmacologia Geral princípios e conceitos gerais aplicáveis a todos os fármacos. Farmacologia Especial estudo de cada fármaco em particular ou grupo de fármacos similares. Farmacologia Experimental estudo da farmacocinética farmacodinamia, e toxicologia em animais (intactos, órgãos,...). Farmacologia Clínica estudo da farmacocinética, farmacodinamia e toxicologia em seres humanos. Farmacoterapia (terapêutica farmacológica) estudo da utilização terapêutica dos medicamentos. A “arte” de tratar recorrendo a medicamentos. 4 + Definições Droga? Fármaco? Medicamento? Substância activa? Forma Farmacêutica? 5 + 6 Definições Fármaco Ação Farmacológica Organis mo Vivo Fármacos, em sentido amplo, são todas as substâncias activas que actuam no organismo vivo. Fármacos: Todos os agentes químicos capazes de modificar as funções dos seres vivos. Osswald e Guimarães S. Terapêutica Medicamentosa e suas Bases Farmacológicas.4a edição, Porto Editora, Porto, 2001 A palavra fármaco vêm do grego phármakon, que significa tanto medicamento como veneno. + 7 Fármaco Medicamento Toda a substância ou associação de substâncias apresentada como possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças em seres humanos ou dos seus sintomas ou que possa ser utilizada ou administrada no ser humano com vista a estabelecer um diagnóstico médico ou, exercendo uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas; (Decreto-Lei nº 176/2006, de 30 de Agosto Estatuto do Medicamento) Fármacos com efeitos terapêuticos (efeitos benéficos no tratamento de uma doença) para o Homem. Veneno Fármaco que exerce ações altamente nocivas, e muitas vezes mortais para o ser vivo. + Identificação do medicamento Ben-U-Ron IUPAC N-(4-hydroxyphenyl)acetamide Nome químico N-acetil-para-aminofenol, acetaminofeno Denominação comum internacional (DCI) ou nome genérico (adoptada pela OMS) Paracetamol Nome Registado e/ou Comercial Panadol, Panasorbe, Ben-U-Ron, Supofen Paracetamol-Rathiopharm, Paracetamol-Labesfal (nome comercial do medicamento genérico – identificação da substância activa por DCI seguido do Laboratório responsável pele sua comercialização) 8 + Informação sobre medicamentos 9 + Informação sobre medicamentos Nacionais Prontuário Terapêutico Formulário Hospitalar do Medicamento Infomed (https://extranet.infarmed.pt/INFOMED-fo/) Internacionais Agência europeia do Medicamento, (European Medicine Agency – EMA) www.ema.europa.eu Food and Drug Administration (FDA) – www.fda.org Medscape - www.medscape.com 10 + Infomed 11 Detalhes do Medicamento Classificação farmacoterapêutica, preço de venda ao público, taxa de comparticipação, entre outras. Acesso aos seguintes documentos: Folheto Informativo (FI) informação que acompanha o medicamento, elaborada numa linguagem menos técnica, que se destina aos utilizadores do medicamento. Resumo das Características do Medicamento (RCM) resumo da informação relevante que resulta da avaliação do medicamento. Como tal, representa as condições e especificações em que o medicamento foi aprovado pela autoridade competente (Infarmed ou Comissão Europeia). Qualquer alteração ao conteúdo do RCM requer aprovação prévia da autoridade competente. O RCM é a base de informação para os profissionais de saúde, necessária a uma utilização segura e eficiente do medicamento. Relatório Público de Avaliação (PAR) resumo público da avaliação da documentação submetida aquando da autorização de introdução no mercado (AIM). O PAR apenas está disponível para medicamentos autorizados por procedimento nacional a partir de 01/01/2009, e poderá, eventualmente, ser alvo de actualizações decorrentes de alterações aos termos da AIM. + RCM 12 + Folheto Informativo 13 + Classificação de medicamentos 14 + Classificação de medicamentos 15 Sistema de linguagem comum para descrever a variedade de medicamentos existentes num país ou região. Pré-requisito para comparações nacionais e internacionais Na utilização de medicamentos o acesso a informação padronizada e validada é essencial para: identificar problemas no uso de medicamentos monitorizar os resultados desse uso iniciar intervenções educativas ou outras + Classificação de medicamentos Portugal Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) Classificação Farmacoterapêutica 16 + Classificação de medicamentos 17 Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) Sistema de classificação de medicamentos criado pelo Conselho Nórdico de Medicamentos, e adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ferramenta para intercâmbio e comparação de informação sobre o uso de medicamentos a nível internacional, nacional e local. + Classificação de medicamentos 18 Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) É uma classificação do tipo "Alfa-numérica" que ordena os medicamentos segundo 5 níveis: 1º (Alfa): Indica o Grupo Anatómico, ou seja, órgão, aparelho ou sistema sobre o qual actua principalmente o medicamento (14 grupos). 2º (Numérico): Indica o Grupo Terapêutico principal. 3º (Alfa): Indica o Subgrupo Terapêutico. 4º (Alfa): Indica o Subgrupo Químico Terapêutico. 5º (Numérico): Indica o Princípio Activo. Metformina https://atcddd.fhi.no/atc_ddd_index/ Prednisolona + Classificação de medicamentos Classificação Farmacoterapêutica (CFT) Adotada em Portugal (Despacho n.º 21 844/2004, de 12 de Outubro) com o objetivo de constituir um instrumento essencial ao desenvolvimento de sistemas de informação para as atividades dos profissionais de saúde e para o sistema de saúde. Aproximação da classificação oficial em Portugal à classificação ATC (correspondência no Anexo II do decreto de lei) 19 + Classificação de medicamentos 20 + Exercício de grupo 21 Qual a Denominação Comum Internacional das substâncias ativas dos seguintes medicamentos: Lemtrada 10mg/ml Advil 400mg Encontra o RCM e FI do Medicamento com a composição: Ácido acetilsalicílico, Comprimidos de 150 mg Lemtrada 10mg/ml Qual o código ATC do ácido acetilsalicílico como antiagregante plaquetar? Identifica qual a indicação terapêutica prevista para um doente tratado com um medicamento com o código ATC: C07FX04 + Formas Farmacêutica 22 + Forma farmacêutica 23 + Medicamento - Composição Forma Farmacêutica Estado final que as substâncias ativas ou excipientes apresentam depois de submetidas às operações farmacêuticas necessárias, a fim de facilitar a sua administração e obter o maior efeito terapêutico desejado; Substância Ativa Excipientes 24 + Formas farmacêuticas Porquê criar formas farmacêuticas? 1. Administração mais conveniente (uma substância ativas várias vias de administração) 2. Proteção da substâncias ativa (ar, humidade, radiação, microorganismos, etc.) 3. Mascarar sabores ou odores desagradáveis 4. Preparação de fármacos em veículos líquidos de substâncias insolúveis ou pouco estáveis 5. Libertação modificada (modulação da farmacocinética) 6. Gastro-resistência 25 + Classificação Classificação de formas farmacêuticas segundo o estado físico: Sólidas Semi-sólidas Liquidas Gasosas 26 + 27 F.F. Sólidas Comprimidos (obtidos por compressão de substâncias medicamentosas – pós, granulados ) Cápsulas (invólucros geralmente amiláceos ou gelatinosos contendo substâncias medicamentosas sólidas ou líquidas) Pós (uma ou várias substâncias em partículas finas e misturadas) Outras Pílulas (constituídas por uma massa plástica) Drageias (comprimidos revestidos) Adesivos transdérmicos Implantes Pastilhas (substância ativa unida açúcar e mucilagem) Granulados (incorporação em açúcar de um ou vários princípios medicamentosos) Hóstias (cápsulas fabricadas com amido).... + F.F. Sólidas Resultam da transformação dos fármacos num pó, que se podem dispensar diretamente ou aglutinado em diversos estados, representam a maioria dos medicamentos Vantagens: Maior estabilidade (ausência de humidade) Menor volume (formas liquidas correspondentes) logo mais económicos e fáceis de transportar e armazenar. Sabor (Comparativamente às f.f. liquidas) – nas cápsulas o fármaco é preservado dentro de invólucros próprios. Facilidade de administração, (evita o uso de utensílios de medida) Possibilidade de revestimentos externos 28 + 29 F.F. Semi-sólidas Sem forma Pomadas - excipiente monofásico no qual podem ser dispersas as substâncias líquidas ou sólidas Cremes - multifásicos constituídos por uma fase lipófila e por uma fase aquosa – Lipófilos ou hidrófilos Geles (líquidos gelificados com agentes gelificantes apropriados) Pastas (pós finamente dispersos no excipiente).... Com forma Supositórios (destinados a serem introduzidos no reto e que fundem ou se dissolvem à temperatura do corpo). Óvulos (consistência mole, de forma oval destinados a ser introduzidos na vagina)..... + 30 F.F. Líquidas Soluções - dissolução de substâncias ativas Loções - destinadas a aplicação externa sem num solvente Xarope - Contém sacarose em concentração pelo menos igual a 45% m/m fricção. Ao destinarem-se a aplicação externa com fricção chamam-se - Linimentos Injetáveis - soluções, suspensões ou emulsões estéreis de substâncias ativas em veiculo aquoso ou oleoso destinadas a serem administradas por via parentérica Emulsões - dispersão de um liquido em outro imiscível O/A ou A/O Suspensões - dispersão de um sólido insolúvel num veiculo liquido - normalmente água Gotas - soluções, suspensões ou emulsões administradas em posologia individualizada ou pequenas doses Segundo a via de administração podem ser: nasais, orais, auriculares, colírios. + F.F. Gasosas Botijas ou cilindros sob pressão Gases como: Oxigénio Anestésicos gerais (protóxido de azoto). Aerossóis Dispersões finas de um liquido ou sólido num gás Administração geralmente por inalação por via respiratória. Podem ser também usados localmente na pele e mucosas. 31 + 32 Classificação 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. PREPARAÇÕES ORAIS FORMAS LÍQUIDAS E SEMI-SÓLIDAS PREPARAÇÕES ORAIS – FORMAS SÓLIDAS PREPARAÇÕES PARA APLICAÇÃO NA BOCA E NAS GENGIVAS PREPARAÇÕES PARA USO DENTAL PREPARAÇÕES CUTÂNEAS E TRANSDÉRMICAS PREPARAÇÕES OFTÁLMICAS PREPARAÇÕES AURICULARES PREPARAÇÕES NASAIS PREPARAÇÕES VAGINAIS PREPARAÇÕES RECTAIS PREPARAÇÕES PARA INALAÇÃO PREPARAÇÕES PARENTÉRICAS IMPLANTES PREPARAÇÕES PARA DIÁLISE PREPARATIONS PARA USO INTRAVESICAL E URETRAL PREPARAÇÕES ENDOTRAQUEOBRÔNQUICAS PREPARAÇÕES ENDOCERVICAIS PREPARAÇÕES INTRAMAMÁRIAS PARA USO VETERINÁRIO PREPARAÇÕES INTRA-UTERINAS PREPARAÇÕES AMBIENTAIS DIVERSOS ~ 300 Formas Farmacêuticas ~70 Vias de Administração + O Medicamento 33 + 34 Medicamento n Curativo n Paliativo n Preventivo Efeito sobre o organismo vivo + 35 Medicamento Eficácia Efeitos s utico Terapê Segurança es Reacçõ s a advers + Efeito Terapêutico Ação benéfica desencadeada pela substância ativa (fármaco ou produto biológico) - Eficácia - Potência - Índice Terapêutico Interactive Clinical Pharmacology www.icp.org.nz 36 + 37 + Efeito Terapêutico Índice Terapêutico Faixa de concentração útil na qual o fármaco é terapeuticamente benéfico Margem de segurança 38 39 Índice Terapêutico Índice Terapêutico (IT) = LD50/ED50 Índice Terapêutico Elevado % Efeito + Efeito desejado Efeitos Tóxicos Log da Concentração + Índice Terapêutico Índice Terapêutico elevado (desejável) Maior margem de segurança para utilização Índice Terapêutico estreito Pequenas variações na concentração do fármaco podem ser clinicamente importante, Concentrações plasmáticas inferior à concentração terapêutica e eficaz Concentrações plasmáticas tóxicas. 40 41 Índice Terapêutico Intervalo Terapêutico % Efeito + Toxicidade Baixa Log da Concentração Toxicidad e Elevada + 42 Medicamento Eficácia Efeitos s utico Terapê Segurança es Reaçõ s a advers + 43 Reações Adversas Os conceitos de efeitos indesejáveis ou desejáveis, benéfico ou nocivo Significado relativo Exemplo: Efeito favorável à indução do sono pelos ansiolíticos para doentes com insónia “nervosa” A indução do sono num doente que conduz como profissão passa a considerar-se uma reação adversa. Reação Adversa + Reação adversa 44 Reação adversa: uma reação nociva e não intencional a um medicamento Reação adversa grave: qualquer reação adversa que conduza à morte, ponha a vida em perigo, requeira a hospitalização ou o prolongamento da hospitalização, conduza a incapacidade persistente ou significativa ou envolva uma anomalia congénita Reação adversa inesperada: qualquer reação adversa cuja natureza, gravidade, intensidade ou consequências, sejam incompatíveis com os dados constantes do resumo das características do medicamento + 45 Tipos de RAM Tipo Exemplo Tipo A (Augmented) Resultam da acção farmacológica exagerada do fármaco administrado na dose indicada Previsíveis, dose-dependentes, incidência e morbilidade elevadas e baixa mortalidade Ajustamento da dose poderá ser suficiente. hemorragia por anticoagulantes Tipo B (Bizzar) Reacções aberrantes, por não serem explicáveis com base no mecanismo farmacológico Não relacionadas com a dose e, embora comparativamente raras, podem muitas vezes causar doenças graves e morte. reacção anafiláctica pela penicilina Tipo C (Chronic) Ocorrem por tratamento prolongado. tolerância às benzodiazepinas Tipo D (Delayed) Reacções que surgem muito depois da finalização do tratamento carcinoma vaginal em filhas de mulheres que foram tratadas com dietilestilbestrol na gravidez Tipo E (End of use) Ocorrem aquando da suspensão do tratamento síndroma de privação após suspensão da paroxetina Tipo F (Failure of therapy) Ocorre por ausência de eficácia do medicamento gravidez por ausência de eficácia do anticoncepcional Edwards IR, et al. The Lancet 356, 2000, p1255-9 + Frequência das RAM Muito frequentes * > 1/10 (> 10%) Frequentes > 1/100 and < 1/10 (> 1% and < 10%) Pouco frequentes > 1/1,000 and < 1/100 (> 0,1% and < 1%) Raras > 1/10,000 and < 1,000 (> 0,01% and < 0,1%) Muito Raras * < 1/10,000 (< 0,01%) * Categorias opcionais 46 + Farmacovigilância 47 “Processo que visa a identificação de problemas de (in)segurança dos medicamentos comercializados e atuar em consequência” Current Problems in Pharmacovigilance, 1993 CULTURA DE FARMACOVIGILÂNCIA “Os profissionais de saúde (...) devem comunicar, tão rápido quanto possível, às Unidades Regionais de Farmacovigilância ou ao serviço do INFARMED responsável pela farmacovigilância, quando aquelas não existam, as reacções adversas e suspeitas de reacções adversas graves ou inesperadas de que tenha, conhecimento resultantes da utilização de medicamentos”. Estatuto do Medicamento (DL nº 176/2006, de 30 de Agosto) + 48 Impacto da Notificação Revogação da AIM Suspensão Temporária da AIM Restrição de utilização Alteração do RCM/FI Informação dos profissionais de saúde e/ou Titulares da AIM AIM: RCM: FI: Autorização de introdução no Mercado Resumo das características do medicamento Folheto informativo + Quizz time 49 + Farmacocinética Farmacodinâmica 50 + Farmacocinética - Farmacodinamia FARMACOCINÉTICA Dose de fármaco administrado ABSORÇÃO Concentração do fármaco na circulação sistémica DISTRIBUIÇÃO Concentração do fármaco no local de acção Efeito farmacológico Resposta Clínica ELIM IN AÇÃ Fármaco nos tecidos de distribuição O Fármaco metabolizado ou excretado FARMACODINÂMICA Eficácia Toxicidade 51 + Farmacocinética Absorção Distribuição Metabolização Excreção 52 + Farmacocinética Parte da farmacologia que estuda o movimento dos fármacos no organismo. Estuda o trajeto do fármaco no organismo desde sua administração até: Absorção (pelo organismo) Distribuição (movimentação para os vários tecidos) Metabolização (alteração para uma forma possível de excretar) Excreção (remoção do organismo) 53 + Ciclo geral do medicamento (L)ibertação da forma farmacêutica Absorção para a circulação sistémica Distribuição pelo organismo Metabolismo para preparar excreção Excreção para fora do organismo 54 (L)ADME – Processo dinâmico L + A = INCORPORAÇÃO D+M+E = DISPOSIÇÃO Concentração Plasmática + 1 2 3 1 – Incorporação > Disposição 2 – Incorporação = Disposição 3 – Incorporação < Disposição Tempo 55 + ADME 56 + 57 Tempo de semivida (t1/2 ) Quantidade de tempo necessário para que 50% do medicamento administrado seja eliminado (concentração desça para metade da inicial) Ex: 100 mg de um fármaco com t1/2 de 12h temos: Tempo (h) Semi-vida 0 Quantidade que permanece no organismo 100mg (100%) 12 1 50mg (50%) 24 2 25mg (25%) 36 3 12,5mg (12,5%) 48 4 6,25mg (6,25%) 60 5 3,12mg (3,12%) A cada 12h a concentração remanescente é 50% da presente 12h antes e ao fim de 6 semividas mais de 98% do medicamento foi eliminado + Libertação 58 + Libertação 59 Fenómeno físico de desagregação de forma a que a substância ativa seja libertada da forma farmacêutica para ser absorvida. 60 (L)ADME Libertação + + Absorção 61 + Absorção É a passagem de um fármaco desde o lugar onde se deposita por via de administração até à corrente sanguínea Formas de administração IV ou IA não passam por esta fase 62 + Absorção – F. Farmacêutica Comprimidos Desintegração à Dissolução à Absorção Soluções Mistura com os fluidos à Absorção Velocidade de absorção SOLUÇÃO > SUSPENSÃO > CÁPSULA > COMPRIMIDOS 63 + Absorção no TGI 64 + 65 Absorção - Barreiras Vias de administração §Oral - epitélio intestinal (monocamada) §Sublingual - várias camadas celulares não queratinizadas §Inalatória - epitélio ciliado §Tópica (pele) - várias camada celulares queratinizadas + Absorção no TGI Absorção de fármacos Difusão passiva não iónica Principal mecanismo para a maioria dos fármacos Mecanismos de transporte especializados 66 + 67 Absorção Fatores que afetam a absorção n Ligados ao medicamento n Ligados ao organismo n Lipossolubilidade n Vascularização do local n Peso molecular (tamanho) n pH local n Grau de ionização n Área de absorção n Concentração n Permeabilidade capilar n Tempo de contacto n Tónus da musculatura lisa intestinal n Intimidade do contacto n Velocidade de esvaziamento gástrico n Presença de outras substância n Espessura da estrutura absorvente + Absorção – fluxo sanguíneo Absorção limitada pela taxa de perfusão Absorção limitada pela permeabilidade 68 + Absorção - Velocidade 69 A velocidade de absorção de uma substância ativa depende de: Via de administração Fluxo sanguíneo no local de administração Solubilidade Importante: Formas sólidas administradas por via oral, devem ser acompanhadas por uma quantidade suficiente de líquido Administrar as formas parentéricas no local adequado Reconstruir e diluir a medicação apenas com o solvente correto – verificar instruções do laboratório responsável pelo produto + Absorção Influência da quantidade de líquido ingerido na biodisponibilidade de um fármaco após administração oral 70 + Absorção Alterações de absorção no trato gastrointestinal 1. Interações físico-químicas no trato digestivo 2. Motilidade gastrointestinal 3. Alterações da Flora Bacteriana 4. Alterações da Função da Mucosa 71 + Absorção – Efeitos de interacções Absorção acelerada Absorção diminuída. ! Adaptado de FLEISHER et al, (1999) Absorção retardada. Absorção aumentada. 72 + Biodisponibilidade Alterações na Absorção Alterações na Biodisponibilidade 73 + 74 Biodisponibilidade Quantidade de fármaco administrado que alcança a circulação sistémica. Expressa como a fração do fármaco administrado que tem acesso à circulação sistémica na sua forma química inalterada. 100 mg de um fármaco administradas por via oral 70 mg na circulação sistémica absorvidos de forma inalterada Biodisponibilidade 70%. + Biodisponibilidade 75 + 76 Biodisponibilidade AUC oral AUC IV AUCIV AUCoral Fatores que influenciam a biodisponibilidade: §Efeito de 1ª passagem. §Solubilidade.. §Instabilidade química. §Forma farmacêutica. Bioequivalência Biodisponibilidade e tempo para atingir concentração máxima comparáveis + Distribuição 77 + Distribuição Transporte dos medicamentos através dos diferentes fluidos corporais até ao local de: Ação Metabolismo Armazenamento Excreção 78 + Distribuição – 2 Fases 79 1ª Fase Dependente da perfusão sanguínea – Órgãos que são mais rapidamente perfundidos (reflete o débito cardíaco e o fluxo sanguíneo regional) Distribuição Rápida Coração Fígado SNC (recebem grande parte do fármaco após absorção) Rins 2ª Fase Áreas com menor irrigação Músculo Pele Tecido adiposo (fração grande da massa corporal) Distribuição Lenta + 80 Distribuição Distribuição é determinada por Propriedades físico-químicas do fármaco Interações com o sangue e tecidos com que contacta Lipossolubilidade Ligação às proteínas + Distribuição - Compartimentos Distribuição por vários compartimentos Sangue – Proteínas plasmáticas Reservatórios celulares Tecido adiposo Tecido ósseo... 81 + Distribuição A fração livre e a fração ligada estão em equilíbrio em todos os compartimentos 82 + 83 Ligação às proteínas Ligação às proteínas plasmáticas Maioria dos fármacos são transportados ligados às proteínas plasmáticas. Apenas a fração livre tem ação Influência o processo de ação e eliminação do fármaco A fração livre depende de: Afinidade (dependente da características químicas do fármaco) Concentração Quantidade de locais de ligação... + Ligação às proteínas Ligação às proteínas plasmáticas Albumina (fármacos ácidos) alfa1-glicoproteína (fármacos básicos) Lipoproteínas (fármacos lipossolúveis - baixa fração) Globulinas (fármacos básicos) 84 + Distribuição Geral ou seletiva Seletiva: Membrana celulares especializadas impedem a passagem de algum fármacos SNC - Barreira Hemato-encefálica Feto – Placenta Leite materno – Glândula mamária 85 + Distribuição Fatores que influenciam a distribuição Alterações do fluxo sanguíneo Captação ou ligação a nível dos tecidos Competição por ligação às proteínas plasmáticas 86 + Eliminação 87 + 88 Eliminação Metabolismo (fígado) Excreção (várias vias) + Eliminação 89 + Metabolização 90 + Metabolização Metabolização / Biotransformação Inativação dos fármacos pelo organismo (nem sempre verdade) Metabolismo de Primeira Passagem: reduz a quantidade de fármaco que estará disponível para atuar no organismo (tornando-o mais hidrossolúvel e mais facilmente eliminado pelo rim) A maioria dos fármacos é metabolizado no fígado, que possui sistemas enzimáticos extremamente complexos - Outros locais: Pulmões, Trato gastrointestinal, etc. 91 + Metabolização 92 Fármacos lipossolúveis à biotransformados no fígado usando dois grupos gerais de reações denominadas: Fase I Fase II + Fases de biotransformação 93 Reações de fase I Redução, Hidrólise, Oxidação ativo não polar n Preparam o fármaco a reação de fase II. ± ativo mais polar inativo polar Reações de fase II Conjugação, Sintese Resultam normalmente em compostos inativos + Metabolização hepática Citocrómo P450 (sistema microssomal hepático) 94 + Alteração sobre o sistema microssomal Indução Aumenta a velocidade de biotransformação hepática do fármaco Aumenta a velocidade de produção dos metabolitos Aumenta a depuração plasmática do fármaco Diminui a semi-vida plasmática do fármaco Diminui as concentrações plasmáticas de fármaco livre e total Diminui os efeitos farmacológicos se os metabolitos forem inativos. Inibição Oposto da indução 95 + Efeitos da biotransformação Aumento de excreção renal Inativação do fármaco Aumento da ação terapêutica (transformação num metabolito mais potente) Aumento ou diminuição da toxicidade Ativação de pró-fármacos 96 + Excreção 97 + Vias de Excreção Via Renal Vias não Renais Fígado (via biliar) Pulmões Glândulas exócrinas Sudoríparas, Salivares, Gástricas, Lacrimais, Mamárias 98 + 99 Excreção Ocorre maioritariamente pela Urina Rim Forma inalterada Metabolitos polares Não elimina suficientemente substâncias lipofílicas (apolares) Metabolização, em produtos mais polares Excreção na urina + Excreção unirária Somatório de: Filtração Glomerular Reabsorção tubular Secreção tubular 100 + Excreção urinária Somatório de: Filtração Glomerular Moléculas até cerca de 50000 MW passam para o filtrado Os fármacos têm de de encontrar na forma livre (não ligados a proteínas plasmáticas) 101 + Excreção unirária Somatório de: Filtração Glomerular Reabsorção tubular Maior ou menor (pode ser total) – difusão passiva e portanto relacionada com o pH dos fluidos. 102 + Excreção unirária Somatório de: Filtração Glomerular Reabsorção tubular Secreção tubular Transporte ativo do sangue para o túbulo renal – Controle por inibição do transportador 103 + Excreção Biliar e Fecal Excreção Biliar Transporte ativo (principalmente) Os fármacos e metabolitos presentes na bílis são libertados no intestino Reabsorvidos (fármaco ou metabolito metabolizado na forma ativa no intestino) Recirculação enterohepática No intestino pode ocorrer secreção de fármacos (P-glicoproteínas - da circulação sistémica para o lúmen intestinal – pouco significativo) Fármaco não absorvido (pode ser o único motivo para a presença nas fezes) 104 + Factores que influenciam a eliminação 105 Excreção Renal Função renal (Importante avaliação do enfermeiro) Fluxo sanguíneo para os rins Ligação às proteínas plasmáticas Excreção Biliar Função hepática (importante a avaliação do enfermeiro) Fluxo sanguíneo para o fígado Integridade anatómica do TGI Insuficiência renal ou hepática Reajuste da dose + Farmacodinâmica 106 + Farmacodinamia O que o fármaco faz ao corpo Estuda Efeitos Bioquímicos Efeitos Fisiológicos Mecanismos de Ação 107 + Farmacodinamia Medicamentos não geram respostas novas Alteram atividades fisiológicas existentes Atividade de um medicamento é determinada em relação à atividade fisiológica prévia à terapêutica. Um anti-hipertensor apenas será eficaz se durante a terapêutica a tensão arterial estiver abaixo dos valores antes da terapêutica Avaliação/vigilància do enfermeiro fundamental 108 + Mecanismos gerais de ação dos fármacos Ação dos fármacos Mediada por recetores Não mediada por recetores 109 + Alvos de ação dos fármacos A ação dos fármacos explica-se, na maioria das situações, pela interação com Recetores Fármacos atuam a nível: Intracelular Extracelular Membrana celular Um fármaco atua em vários tipos de células e vários recetores (efeitos secundários). O mesmo fármaco pode ter diferentes mecanismos de ação dependendo do recetor com que interage 110 + Alvos para a acção dos fármacos 111 Tirando algumas exceções os fármacos atuam em proteínas alvos, nomeadamente: Recetores (em farmacologia descreve proteínas cuja função é reconhecer e responder a sinais químicos endógenos). Estes podem ter funções de: Enzimas Transportadores Canais iónicos Alvos moleculares de fármacos + Recetores Estrutura macromolecular funcional do organismo com a qual o fármaco interage para produzir um efeito biológico AàB. Existe uma relação entre a estrutura química do fármaco e o seu efeito biológico. A ligação ao recetor pode: Abrir ou fechar um canal iónico Ativar mensageiros bioquímicos intracelulares (cAMP,cGMP,Ca2+) Ativar ou inibir uma função da célula 112 + Tipos de Recetores 113 + Recetor 114 Do ponto de vista celular a ligação do fármaco ao recetor é apenas o primeiro passo no que é muitas vezes um sistema complexo de passos. + Receptores 115 Afinidade: Capacidade de um fármaco se ligar aos recetores – mede a força da ligação Os recetores são específicos e seletivos no reconhecimento das moléculas para as quais têm afinidade. Atividade Intrínseca ou Eficácia: Capacidade de um fármaco produzir efeito após se ligar ao recetor – mede efeito Força que une o fármaco ao recetor pode ter diferente intensidade e a sua eficácia dependente da concentração de cada fármaco e da quantidade de recetores. O recetor propaga uma mensagem (pode sintetizar ou libertar um metabolito que poderá atuar como segundo mensageiro e que atingirá um determinado alvo celular) + Interacção Fármaco-Receptor Agonistas: Fármacos que se ligam aos recetores e têm capacidade de desencadear efeito. Possui afinidade e atividade intrínseca Antagonista: Ligam-se aos recetores sem desencadearem qualquer efeito. Possuem afinidade mas não apresentam atividade intrínseca Podem impedir a ligação dos agonistas endógenos. 116 + Agonistas - Antagonistas 117 + Antagonistas Competitivos Antagonista Competitivo Reversível ou em equilíbrio (ligações fracas) Irreversível (ligações fortes ou alteração da forma do recetor) 118 + Antagonistas não competitivo 119 + Ação dos Fármacos Não mediada por recetores De natureza puramente biofísica (ex. Manitol como diurético) De natureza química inespecífica (ex: Anti-ácidos) Quelação (ex: EDTA como antídoto do Chumbo) Incorporação de macromoléculas (ex: 5-flúor-uracilo) 120 + Interacções Medicamentosas 121 + Interações medicamentosas 122 Existe atualmente uma aumento da frequência e gravidade das interações medicamentosas Uso simultâneo de vários fármacos no mesmo doente (aumento da esperança média de vida levou a um aumento da polimedicação). Fármacos potentes e com índices terapêuticos estreitos Melhor e mais fácil acesso ao tratamento medicamentoso. + Tipos de interações 123 Farmacêuticas incompatibilidades de tipo físico-químico que impedem a administração simultânea de dois ou mais fármacos na mesma formulação. Farmacocinéticas modificações produzidas por um fármaco sobre os processos de ADME de outro cujo efeito é modificado. Farmacodinâmicas modificações na resposta do órgão efector dando origem a fenómenos de sinergismo, antagonismo e potenciação. + Interações farmacológicas 124 Preparação de medicamentos Interações Farmacêuticas Incompatibilidade: Um medicamento é quimicamente incompatível com outro (deterioração após mistura) Medicamentos incompatíveis não devem juntar-se ou administrar-se juntos no mesmo local. Alguns sinais de incompatibilidade após mistura das substâncias em solução são: precipitação, aspeto turvo mudança de cor. Ex. ampicilina + gentamicina à a ampicilina inactiva a gentamicina. + Interações Medicamentosas 125 Enfermagem Impossibilidade de saber todas as interações possíveis Responsabilidade de verificar a possibilidade de ocorrência de uma interação. Tempo para preparação e avaliação da medicação (vigilância após a administração é essencial) Trabalho de equipa Evitar que a polimedicação desenvolva interações medicamentosas não esperadas ou conhecidas + Alterações ao longo da vida 126 + Alterações ao longo da vida Ação dos medicamentos dependentes de: Absorção Distribuição Metabolização Excreção 127 + Pediatria Absorção: pH ↑ esvaziamento gástrico prolongado imaturidade mucosas absorção cutânea (estrato córneo, hidratação) Distribuição: < ligação às proteínas plasmáticas BHE mais permeável % água no corpo é elevada % gordura corporal ↓ pH sanguíneo ↓ 128 + 129 Pediatria Metabolismo: imaturidade enzimática, metabolismo mais lento, ↑ t1⁄2 Excreção: filtração glomerular e secreção tubular ↓ em ~50% Ex: a taxa de filtração glomerular num recém-nascido é cerca de 20% do valor do adulto. Dose relativa (quantidade fármaco / Kg) superior 0 – 15 dias capacidade de metabolização é reduzida A partir 3-4 meses dá-se maturação dos sistemas. Ajuste de dose + Geriatria 130 Absorção: Dificuldade de deglutição (uso de sonda, gastro ou jejunostomia) Alteração da motilidade intestinal diminuindo o tempo de esvaziamento esofágico e gástrico Diminuição das vilosidades intestinais, diminuindo a área de absorção no trato gastrointestinal Diminuição da secreção de ácido clorídrico, naturalmente ou causado por medicação Distribuição: Diminuição das proteínas plasmáticas (↓ albumina) Diminuição da quantidade de água corporal Diminuição da massa muscular Aumento da gordura corporal Diminuição do fluxo esplâncnico + 131 Geriatria Metabolismo: ↓ oxidações Diminuição dos hepatócitos Diminuição de ~30 a ~40% na atividade enzimática nos idosos, porém em pacientes saudáveis isso não tem repercussão clínica. Excreção: ↓ função renal Diminuição no ritmo de filtração glomerular levando a uma diminuição da função renal a partir dos 60 anos Diminuição de ~10% da filtração glomerular por década a partir dos 60 anos Ajuste de dose + Apoio ao estudo 132 + Material de Suporte à PK 133 + Material de Suporte à PK 134 + Material de Suporte à PK 135 + Material de Suporte à PK 136 + Ligação às proteínas Ligação às proteínas plasmáticas O efeito do deslocamento está diretamente relacionado com o Vd e índice terapêutico do fármaco 137 138 Curva dose-resposta % Efeito + Eficácia Potência ou afinidade Log da Concentração EC50 - dose que produz 50% do efeito máximo + Relação Dose-Resposta 139 + Distribuição – Volume de disitribuição 140 Volume Aparente de Distribuição Volume do organismo disponível, acessível ao fármaco. Aparente porque é considerado uma distribuição equitativa do fármaco pelo organismo Ex. para fármacos que só circulam na corrente sanguínea é ~ 3 litros; para os que atravessam o endotélio vascular é ~ 12 litro (líquido intersticial), etc.. Concentração = Quantidade(Dose)/Volume (C=D/V) O volume de distribuição não descreve o volume físico real à reflete a proporção de fármaco nos espaços extraplasmáticos em relação ao espaço plasmático + Distribuição – Volume de disitribuição Volume Aparente de Distribuição Sabendo C e D é possível determinar V Ex: Se forem administradas 25 mg de um fármaco (D = 25 mg), e a concentração plasmática for de 1 mg/L, então Vd = 25 mg/1 mg/L = 25 L. Ligação extensa às proteínas dos tecidos leva a C baixas e Vd superior ao volume efetivamente disponível Ligação extensa às proteínas plasmáticas leva a C elevadas e consequentemente a Vd potencialmente inferiores ao disponível 141 + Eliminação 142 + Perguntas 143

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