Interpretação de Textos PDF
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This document provides a comprehensive overview of text interpretation, covering various aspects like narration, description, and disseration. It also delves into lexical and semantic fields, cohession, and coherence. In addition, it explores non-verbal communication and figures of speech.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ÍNDICE 1. NARRAÇÃO, DESCRIÇÃO E DISSERTAÇÃO..................................................................3 TIPOS TEXTUAIS - TEXTO NARRATIVO, DESCRITIVO, DISSERTATIVO.................................
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ÍNDICE 1. NARRAÇÃO, DESCRIÇÃO E DISSERTAÇÃO..................................................................3 TIPOS TEXTUAIS - TEXTO NARRATIVO, DESCRITIVO, DISSERTATIVO........................................................... 3 2. CAMPO LEXICAL E CAMPO SEMÂNTICO......................................................................4 CONCEITOS: CAMPO LEXICAL E CAMPO SEMÂNTICO.........................................................................................4 3. COESÃO E COERÊNCIA....................................................................................................6 COESÃO.....................................................................................................................................................................................6 4. MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL............................................................................8 MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL..........................................................................................................................8 5. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO........................................................................................10 6. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO NÃO VERBAL................................................................12 7. LINGUAGEM ESCRITA X LINGUAGEM ORAL...............................................................13 8. FIGURAS DE LINGUAGEM..............................................................................................14 ANÁFORA............................................................................................................................................................................... 14 ANTONOMÁSIA.................................................................................................................................................................... 14 ANTÍTESE............................................................................................................................................................................... 14 APÓSTROFO OU INVOCAÇÃO........................................................................................................................................ 14 CATACRESE........................................................................................................................................................................... 14 COMPARAÇÃO OU SÍMILE............................................................................................................................................... 15 METÁFORA............................................................................................................................................................................. 15 ELIPSE..................................................................................................................................................................................... 15 EUFEMISMO.......................................................................................................................................................................... 15 HIPÉRBOLE............................................................................................................................................................................ 15 IRONIA...................................................................................................................................................................................... 16 METONÍMIA............................................................................................................................................................................ 16 ONOMATOPEIA..................................................................................................................................................................... 16 PARADOXO OU OXÍMORO................................................................................................................................................ 16 PERSONIFICAÇÃO, PROSOPOPEIA OU ANIMISMO............................................................................................... 16 PLEONASMO OU REDUNDÂNCIA................................................................................................................................ 16 POLISSÍNDETO......................................................................................................................................................................17 SINESTESIA............................................................................................................................................................................17 9. IMPESSOALIDADE E PERSONALIZAÇÃO DA LINGUAGEM......................................18 TEXTO DISSERTATIVO.......................................................................................................................................................18 10. INTERTEXTUALIDADE................................................................................................. 19 O QUE É INTERTEXTUALIDADE?.................................................................................................................................. 19 PARÓDIA................................................................................................................................................................................. 19 PARÁFRASE.......................................................................................................................................................................... 19 EPÍGRAFE............................................................................................................................................................................... 19 CITAÇÃO.................................................................................................................................................................................. 19 ALUSÃO................................................................................................................................................................................... 19 ELEMENTO EM COMUM.................................................................................................................................................. 20 1. Narração, Descrição e Dissertação TIPOS TEXTUAIS - TEXTO NARRATIVO, DESCRITIVO, DISSERTATIVO TEXTO NARRATIVO Nele, teremos sempre um fato ou episódio com personagens (protagonista e antagonista) e enredo/trama (como será contada a parte dos fatos narrados, ou seja, como a trama acontece). Além disso, sempre haverá uma ambientação em que a história é contada, e o tempo pode ser cronológico ou psicológico, sendo certo que sempre há um tempo passando-se na narração. Por fim, há também o narrador, que pode ou não ser um dos personagens da história – lembrando que certamente é possível a existência de coloquialismos (situações em que há língua oral falada). Dentro de um texto narrativo, pode haver também a descrição: elemento discursivo consistente em adjetivações, explicações, fatores quaisquer que preencham a história, enriquecendo-a em deta- lhes. TEXTO DESCRITIVO A descrição encarregar-se-á dos detalhes, das características (subjetivas ou objetivas) do que esta sendo narrado, sempre com intenção de aprofundar-se naquilo que é alvo da fala, organizando elementos que contenham riqueza expositiva, que ilustrem bem aquilo a respeito do que se discorre. A descrição, figuradamente, elabora uma espécie de “fotografia verbal” da cena narrada. TEXTO DISSERTATIVO É aquele tipo textual no qual se defende um ponto de vista. Traz-se, nele, uma reunião de argumentos que se voltam à defesa de uma tese/ideia por meio de raciocínio lógico, que deve ser apresentado de forma coerente: começo, meio e fim – mostrando base argumentativa clara e coesa que, para que seja ainda mais eficaz, leva a uma conclusão lógica. Na dissertação, não há coloquialismos. A língua portuguesa padrão é que deve ser usada nesse tipo textual. www.trilhante.com.br 4 2. Campo Lexical e Campo Semântico CONCEITOS: CAMPO LEXICAL E CAMPO SEMÂNTICO CONCEITOS 1. Léxico É o conjunto de palavras utilizadas em uma língua ou em um texto. Cada idioma tem seu conjunto lexical, ou seja, um arsenal de palavras que compõem sua linguagem. Assim, o léxico do Português é um, o léxico do Alemão é outro e o léxico do Mandarim, ainda, outro totalmente particular. É pelo fato de ser cada léxico peculiar a uma língua que algumas palavras em um idioma não possuem correspondência em outro! É fato, no mais, que a língua é viva: seu léxico está em constante alteração. Palavras morrem e neologismos surgem ao longo do tempo. Por este motivo, além de que o número de vocábulos de qualquer idioma é incontável, é que não é possível a ninguém dominar completamente léxico algum. 2. Semântica É o estudo das significações das palavras, dos significados dos vocábulos existentes em uma língua. Ora, a semântica não é sempre única já que várias das palavras com que ela trabalha são polissêmicas – podem ter mais de um significado e sentidos diferentes a depender de sua colocação contextual. Trata-se de área um pouco mais abstrata de estudo da linguagem. Tendo visto as definições de léxico e semântica, vejamos em que consistem seus campos: CAMPO LEXICAL É formado pelas palavras que derivam de um mesmo radical. Para exemplificar, o campo lexical da palavra porta seria porteira, portão, portaria, etc., e o campo lexical da palavra pedra seria pedregulho, pedraria, pedrinha, pedreira, etc....Ou pelas palavras que pertencem a uma mesma área de conhecimento, de forma que a palavra porta possui, também, em seu campo lexical, vocábulos como construção, batente, maçaneta, etc., e a palavra pedra, vocábulos como rocha, minério, etc. Podemos, ainda, reunir um campo lexical dos sentimentos: amor, alegria, raiva, carinho, saudade, ira, etc. CAMPO SEMÂNTICO É o conjunto dos significados que a palavra possui, lembrando que uma palavra pode ser polissêmica, ou seja, ter muitos sentidos e trazer muitos significados, possivelmente influenciados, ainda, por sua aplicação a diferentes contextos ou por influência de outras palavras, principalmente se houver função poética envolvida no texto (em poemas, narrações, dissertações...). Para exemplificar, o campo semântico da palavra banco seria assento sem www.trilhante.com.br 5 encosto ou local de operações financeiras, enquanto o campo semântico da palavra dama seria senhora de nobreza, peça de jogos, mulher, etc. www.trilhante.com.br 6 3. Coesão e Coerência COESÃO O QUE É A COESÃO TEXTUAL? A coesão textual é criada pelos mecanismos linguísticos que constroem uma sequência lógica – semântica entre as partes de um texto. Em outras palavras, a coesão textual aparece quando há mecanismos capazes de garantir uma lógica construída entre todas as partes de um texto, as quais devem estar adequadamente ligadas (coesas) para fazerem sentido entre si. ELEMENTOS COESIVOS Elementos coesivos são aqueles que garantem a coesão de um texto. Podem ser: 1. Referências e reiterações: ocorrem quando um termo faz referência a outros dentro do próprio texto, referindo-se a algo que já fora dito ou reiterando informação já passa- da. 2. Substituições lexicais: garantem a coesão lexical do texto, ocorrendo quando um termo é substituído pelo outro ou quando há uma repetição de uma mesma unidade lexical. 3. Conectores: Vejamos. Na frase “ele estava atrasado, portanto fez tudo muito rápido”, a palavra “portanto” garante a lógica entre as duas frases. Trata-se de um conector. Tais recursos são representados pelas preposições (a, de, para, com), conjunções (que, enquan- to, embora, mas, porém, todavia) pronomes (ele, ela, sua, este, aquele, o qual), advérbios e locuções adverbiais (aqui, lá, logo, antes, dessa maneira, aos poucos), e palavras denotativas (afinal, inclusive, senão, apenas, então, entre outras). 4. Correlação dos verbos: aqui, faz-se referência à coesão temporal e aspectual. Con- siste na correta utilização dos tempos verbais, ordenando-se os acontecimentos de forma lógica e linear para garantir a boa compreensão do texto. COERÊNCIA TEXTUAL A coerência textual abarca a significação do texto, pois ele pode estar perfeitamente coeso (ligado uma parte na outra), mas incoerente. Para não deixar o texto incoerente deve-se pensar sobre: 1. O princípio da não contradição: em um texto, não se podem ter situações ou ideias que contradizem umas às outras. Isto tira a credibilidade do que se está sendo dito, ob- viamente, pois causa total quebra da lógica textual. 2. O princípio da relevância: os fragmentos do texto devem relacionar-se entre si, fazendo jus a sua relevância. Ou seja, não devem as ideias estarem fragmentadas no texto, ainda que contenham coerência individualmente, pois que a coerência do texto se faz também no todo, na relação entre as ideias relevantes que se querem apresentar. www.trilhante.com.br 7 3. A continuidade temática: é a correlação entre as partes do texto, sem a qual que- bra-se a continuidade temática e a coesão. Trata-se da necessidade de todos os tre- chos do texto estarem voltados a um mesmo tema abordado, além de estarem conec- tados entre si. Caso contrário, tem-se a sensação de mudança de assunto sem aviso prévio ao leitor, de incongruência ou de falta de identidade textual. 4. Progressão semântica: é a introdução de novas informações ao texto para dar se- quência a um todo significativo – caso não haja, gradualmente, num texto, a introdução de novas informações, de novos argumentos ou de novos pontos de vista, obtém-se uma sensação ao leitor de estar lendo repetidas vezes uma mesma coisa. O texto se torna prolixo, e irrelevantes suas repetições não inovadoras de ideias. SAIBA MAIS: A tautologia é caracterizada pela repetição de um pensamento anteriormente expresso por meio de palavras diferentes, e geralmente acontece em casos nos quais se desconhece o verdadeiro signi- ficado dos determinados termos empregados - esse desconhecimento é responsável por provocar a redundância. Diferença entre a coesão e coerência: A coesão fará com que se liguem as partes de um texto harmoniosamente, ajustando-se umas às outras de forma a atribuir significância ao que se é dito. A coerência fará com que o conteúdo que já está no texto, com as partes harmoniosamente ligadas, seja homogêneo e faça sentido lógico, ou seja, tenha suas ideias concatenadas de forma a não se contradizerem. www.trilhante.com.br 8 4. Mecanismos de Coesão Textual MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL REFERÊNCIA As referências são mecanismos que garantirão a coesão e, assim, a unidade do texto. Podem ser pronomes, advérbios e artigos. Como por exemplo, no trecho: “A garota está de férias. A garota aproveitou o momento para viajar” – com a referência, podemos garantir melhoria do texto dessa forma à “A garota está de férias e aproveitou o momento para viajar”. ELIPSE É um instrumento usado para omitir-se um termo a fim de evitar a sua repetição. Como exemplo, novamente o trecho: “A garota está de férias. A garota aproveitou o momento para viajar” – com a elipse, podemos omitir a palavra “garota” e deixá-la de modo subentendido no contexto dessa forma à “A garota está de férias, aproveitou o momento para viajar”. LEXICAL É o uso de palavras ou expressões sinônimas de algum termo subsequente. Como exemplo, a frase: “O presidente foi a Portugal. Na terra de Camões, foi homenageado por intelectuais e escritores” – com o mecanismo lexical, foi possível substituir o termo “Portugal” por “terra de Camões”, que, no contexto, são expressões sinônimas. SUBSTITUIÇÃO É usada para abreviar sentenças inteiras, substituindo-as por uma expressão com significado equivalente. Como exemplo, no trecho: “O presidente viajou para Portugal e o ministro dos Esportes fê-lo também” – a frase “fê-lo também” irá retomar a sentença “viajou para Portugal”. O presidente viajou pra Portugal e o ministro fez isto também. OPOSIÇÃO É o emprego de alguns termos que possuem valor de oposição a fim de tornar o texto mais compreensível. Por exemplo: “Estávamos todos aqui no momento do crime porém não vimos o assassino”. CONCESSÃO OU CONTRADIÇÃO São empregados alguns termos (embora, ainda que, se bem que, apesar de, conquanto, mesmo que) com o intuito de indicar uma contradição. www.trilhante.com.br 9 Por exemplo: “Embora estivéssemos ao lado do mercado, não fizemos a compra”. CAUSA São empregados alguns termos (porque, pois, como, já que, visto que, uma vez que) com a finalidade de indicar a causa de algo mencionado anteriormente. Como exemplo: “Gostei do filme pois o roteiro é bastante criativo”. CONDIÇÃO É o emprego de termos (caso, se, a menos que, contanto que) com objetivo de indicar uma condição. Por exemplo: “Caso os pacotes cheguem, encaminhem-nos.”. FINALIDADE São empregados alguns termos (para que, para, a fim de, com o objetivo de, com a finalidade de, com a intenção de) com intuito de indicar uma finalidade. Por exemplo: “Ela ligou a fim de perguntar a data da entrevista.”. www.trilhante.com.br 10 5. Interpretação de Texto A interpretação dos textos é o que permite sua compreensão de todo. A qualquer texto ou discurso, é necessária a interpretação para extraírem-se significações. É Importante destacar que, para que ela ocorra satisfatoriamente, é necessário que ela esteja atrelada a outros elementos como: 1. A prática de leitura regular. 2. A riqueza de vocabulário. 3. O domínio das estruturas linguísticas. 4. A compreensão das relações semânticas. A interpretação textual abarca peculiaridades como elementos gramaticais, pontuações, conjunções, preposições, entre outras coisas que devem estar corretamente dispostas no texto para que haja uma boa perspectiva de compreensão – bem como, é claro, a coesão e a coerência. Além disso, existem alguns métodos que podem proporcionar aumento considerável da compreensão textual. São eles: 1. Paráfrase-resumo: sublinhar as ideias principais, selecionando as palavras-chave, e fazer um resumo sintético do que foi apreendido. 2. Paráfrase-resenha: participar ativamente da leitura do texto tecendo comentários sobre ele com suas próprias palavras, fazendo-o mais fácil de entender e analisar. 3. Paráfrase-esquema: após encontrar as ideias ou palavras básicas de um texto, fazer um “esqueleto” dele em tópicos ou em pequenas frases, tornando-o mais visual. SAIBA MAIS: O titulo do texto é um elemento fundamental. Ele pode trazer informações importantes e revelar pistas sobre o tema tratado. Leia no papel: “Um estudo feito em 2014 descobriu que leitores de pequenas histórias de mistério em um Kindle, um tipo de leitor digital, foram significantemente piores na hora de elencar a ordem dos eventos do que aqueles que leram a mesma história impressa em papel. Os pesquisadores justificam que a falta de possibilidade de virar as páginas pra frente e pra trás ou controlar o texto fisicamente (fazendo notas, dobrando as páginas) limita a experiência sensorial e reduz a memória de longo prazo do texto e, portanto, a sua capacidade de interpretar o que aprendemos. Ou seja, sempre que pos- sível, estude por livros de papel ou imprima as explicações” (use sempre o papel com consciência e sem desperdícios!). Leia devagar: Os nossos hábitos de leitura se adaptaram aos textos resumidos e superficiais, e www.trilhante.com.br 11 esse tipo de leitura não aprofundada fez com que tivéssemos mais dificuldade de entender textos longos. “Os especialistas explicam que essa capacidade de ler longas sentenças (principalmente as sem links e distrações) é uma capacidade que você perde se não usar. Os defensores do “slow-re- ading” (leitura lenta) dizem que o recomendável é que você reserve de 30 a 45 minutos do seu dia longe de distrações tecnológicas para ler. Fazendo isso, o seu cérebro poderá recuperar a capacidade de fazer a leitura linear.” www.trilhante.com.br 12 6. Interpretação de Texto Não Verbal Um texto pode ser: 1. Verbal – como intuitivo afirmar, é constituído apenas de linguagem verbal (de vocábu- los), como ocorre no jornal, por exemplo. 2. Não verbal - representa o não uso das palavras para comunicar-se, e pode ser: Linguagem visual, como a fotografia e a pintura. Linguagem musical, como uma canção (não se fala, aqui, da letra da canção. Peguemos por exemplo uma música somente instrumental). Linguagem da dança, como um espetáculo de balé. São usados meios como placas, figuras, gestos, objetos e cores para estabelecer uma boa comunicação social. Mesmo que o façam sem o uso de qualquer vocábulo, sabe-se que estes meios costumam ser muito eficazes no que se propõe a comunicar. 3. Linguagem mista - um texto pode possuir mistura de mais de uma linguagem. Como exemplo disso, temos a canção que, além da melodia instrumental, conta com letra (com linguagem verbal). O produto final de toda enunciação, independentemente do tipo de linguagem, é chamado de texto. São textos: um filme, uma escultura, um gráfico, um cartum, uma pintura, uma melodia, um poema, uma peça de teatro, um semáforo, identificações de banheiro, o apito do juiz no jogo de futebol, etc. Exemplo de texto não verbal que apresenta linguagem visual: www.trilhante.com.br 13 7. Linguagem Escrita X Linguagem Oral O padrão formal da língua portuguesa está mais intimamente relacionado à linguagem escrita, bem como se faz em outros tantos idiomas. Quando escrevemos, temos que levar em conta o rigor gramatical, a objetividade e a clareza de ideias, compondo, com este conjunto elementar, a denominada norma culta. Na modalidade escrita, tende a haver distância entre quem produz o texto e seu interlocutor e, por isso, pela presença desse leitor distanciada, exige-se do escritor um esforço na elaboração do texto de levá-lo a certo grau de completude e preenchimento com vocabulário apurado, rigor gramatical, obediência à norma culta e eliminação das ambiguidades. Por outro lado, é fato que não escrevemos da mesma forma como falamos. Há expressões orais cotidianas, como “a gente”, “né”, “tá”, que normalmente não aparecem na língua escrita, mas que usamos muito na língua oral. A oralidade, ainda, conta com uma série de recursos extralinguísticos como gestos, expressões faciais, entonação e postura. A modalidade oral pressupõe um envolvimento maior entre os falantes, estabelecendo relação direta em um processo de diálogo que, com os recursos extralinguísticos, facilita consideravelmente a compreensão. Desse modo, a língua oral pode ser mais simples, levando em consideração ainda que, durante o diálogo, caso haja algo incompreendido, é possível solicitar que o falante repita a frase ou explique melhor. Além disso, há uma segunda diferenciação entre a linguagem formal e a linguagem coloquial: dependendo do ambiente em que o indivíduo se encontra, ele há de adaptar sua linguagem à situação. Isso porque diferentes ambientes têm diferentes gamas de recursos comunicativos. Ora, é importante ter conhecimento da norma culta e das normas gramaticais, mas para aplicá-las de acordo com o que convém. Não há a menor necessidade do uso de linguagem formal em ambiente doméstico, por exemplo, assim como não cabe, em uma corte de justiça, o uso de linguagem coloquial. www.trilhante.com.br 14 8. Figuras de Linguagem As figuras de linguagem são formas de usar as palavras no sentido conotativo (sentido figurado, oposto do sentido denotativo). As figuras de linguagem mais usadas são: ANÁFORA É a repetição de palavras. Por exemplo: “ela trabalha, ela estuda, ela é mãe, ela é pai, ela é tudo!”. Repete-se o ela anaforicamente. ANTONOMÁSIA É a substituição do nome próprio por qualidade ou característica que o distinga. É o mesmo que apelido, alcunha ou cognome. Por exemplo: O fenômeno à refere-se ao jogador de futebol Ronaldo. Um Borgonha à refere-se a um vinho produzido na região de Borgonha na França. ANTÍTESE É a aproximação de ideias, palavras ou expressões de sentidos opostos. Por exemplo: Os velozes e os lentos convivem no mesmo espaço. APÓSTROFO OU INVOCAÇÃO É a invocação de ouvinte ou leitor, seres que podem ser reais ou imaginários, presentes ou ausentes no texto. Por exemplo: Filho, vem aqui! Ó meu Deus! Mereço tanto sofrimento? E então, meu caro, que me dizes? CATACRESE Metáfora amplamente usada e que, por isso, perdeu seu valor de figura de linguagem e tornou-se cotidiana. A catacrese surge da semelhança na forma ou na função de seres, fatos ou coisas. Por exemplo: céu da boca, cabeça de prego, batata da perna, asa da xícara e dente de alho. www.trilhante.com.br 15 COMPARAÇÃO OU SÍMILE É a aproximação de dois elementos realçando-se, no primeiro e no segundo, suas semelhanças. São usados conectivos comparativos: como, feito, tal qual, que nem. Por exemplo: Aquela moça era como uma flor. A praia de Carneiros tem a água azul como o céu. Eu comi como um boi. METÁFORA É um tipo de comparação em que o conectivo está subentendido. O segundo termo é usado como valor do primeiro. Por exemplo: Aquela moça era uma flor. Aquela criança é um doce. ELIPSE Omissão de palavras ou orações que ficam subentendidas. Por exemplo: Conceição estudou durante vários dias e ele, durante horas. Nesse caso, a vírgula evidencia o uso da elipse (Conceição estudou durante vários dias e ele [estudou] durante horas.). EUFEMISMO Atenuação de algum fato ou expressão com o objetivo de amenizar alguma verdade. Normalmente uma verdade triste, chocante ou desagradável. Por exemplo: Ela foi desta para melhor (evitando dizer: ela morreu). HIPÉRBOLE Exagero proposital capaz de aumentar a expressividade do texto. Figura oposta ao eufemismo. Por exemplo: Estou morrendo de fome. Esta mala pesa uma tonelada. Eu já falei milhões de vezes www.trilhante.com.br 16 IRONIA Forma intencional de falar o contrário da ideia que se quer exprimir. O irônico é sarcástico e depreciativo. Por exemplo: Que belo dia... Minha casa foi assaltada e perdi várias ações. METONÍMIA Uso de uma palavra no lugar de outra que tem com ela alguma proximidade de sentido. Por exemplo: O autor pela obra à Nas horas vagas lê Machado (a obra de Machado de Assis). O continente pelo conteúdo à Conseguiria comer toda a marmita. (Comeria a comida – conteúdo – e não a marmita - continente). A parte pelo todo à Deparei-me com dois lindos pezinhos chegando. (Não eram pés, mas a pessoa como um todo) A marca pelo produto à Gostaria de um pacote de Maizena, por favor. (Maizena é a marca, o produto é farinha de amido de milho) ONOMATOPEIA Uso de palavras que imitam sons ou ruídos Por exemplo: Psiu! Ei! Au, au... PARADOXO OU OXÍMORO Aproximação de palavras ou ideias de sentido oposto em apenas uma figura Por exemplo: “Estou cego e vejo. Arranco os olhos e vejo.” (Carlos Drummond de Andrade) Posso compreender este incompreensível sentimento como jamais pudera. PERSONIFICAÇÃO, PROSOPOPEIA OU ANIMISMO Atribuição de características humanas a seres inanimados, imaginários ou irracionais. Por exemplo: A vida ensinou-me a ser rápido. Sussurrava-lhe o vento frases de amor. PLEONASMO OU REDUNDÂNCIA Repetição da mesma ideia com objetivos de realce. www.trilhante.com.br 17 Por exemplo: Ela afirma que escutei com meus próprios ouvidos o discurso ontem. POLISSÍNDETO Repetição de conjunções. Por exemplo: Estudou, casou e trabalhou e trabalhou e trabalhou... SINESTESIA Mistura das sensações em uma única expressão. Por exemplo: Aquele choro amargo e frio me espetava – mistura de paladar (amargo) e tato (frio, espetava). A cor do Som – mistura da visão com a audição. www.trilhante.com.br 18 9. Impessoalidade e Personalização da Linguagem Dentro de uma situação comunicacional, um dos elementos que ocorrem para que haja correta compreensão do discurso é a adequação da linguagem ao contexto de fala ou da escrita. Há casos em que a impessoalidade é um valor que garante objetividade e clareza, como no discurso científico, e outros em que a subjetividade/personalização da linguagem é vista como relevante e manifesta versatilidade e adaptação a diferentes situações. TEXTO DISSERTATIVO Como já visto anteriormente, o texto dissertativo é um tipo textual caracterizado por ser argumentativo e opinativo, no qual o autor expõe a sua opinião sobre determinado tema. Existem algumas regras que devem ser seguidas para a construção deste texto, e uma delas é a impessoalidade. Teremos a impessoalidade no uso de verbos na 3º pessoa do singular e plural – geralmente acompanhados do pronome “se”. Ressalta-se que, durante a construção de um texto, deve- se sempre continuar com a pessoa verbal a qual foi escolhida inicialmente no texto para que ele fique uniforme e coerente. Marcas como “eu acho que” ou “na minha opinião” são desnecessárias -e até pouco recomenda- das- nesse tipo textual, pois podem exprimir insegurança. www.trilhante.com.br 19 10. Intertextualidade O QUE É INTERTEXTUALIDADE? É um recurso realizado entre textos. Trata-se da influência e relação que um texto estabelece sobre outro. Dessa forma, o fenômeno da intertextualidade é relacionado com processos de produção de texto que farão referências (explícitas ou implícitas) a elementos existentes em outros textos – podendo ser elementos de forma ou de conteúdo. Em síntese, a intertextualidade é o diálogo entre textos, verbais ou não, sedo que a relação entre eles também pode ser estabelecida em diversas linguagens – visuais, auditivas e escritas – podendo ser expressas, ainda, na literatura, dança, cinema, entre outros. PARÓDIA A paródia é uma “perversão” do texto anterior que ocorre geralmente em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Pode-se reescrever um texto alterando totalmente sua essência para outra, por exemplo, sem que se percam as características capazes de reconhecerem, no novo texto, o anterior. PARÁFRASE Recriação de um texto já existente mantendo a mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utilização de outras palavras. EPÍGRAFE Recurso bastante utilizado em obras e textos científicos. Consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo, retirados de outro texto preexistente, que tenha alguma relação com o que será discutido no texto atual. A epígrafe geralmente traz uma frase ou pensamento de um autor renomado a fim de dar credibilidade ao texto. CITAÇÃO É o acréscimo de partes de outras obras na produção de um texto, de forma a que elas dialoguem com ele. O recurso da citação é muito usado no meio acadêmico. Geralmente, a citação vem entre aspas ou em itálico, pois comumente pertence a outro autor, e isso deve sempre estar claro no texto para que não se configure o plágio ALUSÃO Esse mecanismo permite fazer referência a elementos presentes em outros textos. Tal referência pode vir em forma de breve menção a algo ou alguém, ou em forma de referência vaga, de maneira indireta. www.trilhante.com.br 20 ELEMENTO EM COMUM Todos os mecanismos acima irão resgatar referências nos “textos-fonte”, que são aqueles textos utilizados para a formação de seu próprio texto. www.trilhante.com.br 21 Interpretação de Textos www.trilhante.com.br /trilhante /trilhante /trilhante