Geografia Ensino Médio Volume 1 PDF
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2015
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Este é um livro didático de Geografia para o Ensino Médio, voltado para a modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos). O material foi elaborado para atender a estudantes que buscam retornar aos estudos, respeitando sua jornada de vida e conciliando-a com o mundo do trabalho.
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GEOGRAFIA CADERNO DO ESTUDANTE E N S I N O M é d io VOLUME 1 Nos Cadernos do Programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho/CEEJA são indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apre...
GEOGRAFIA CADERNO DO ESTUDANTE E N S I N O M é d io VOLUME 1 Nos Cadernos do Programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho/CEEJA são indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados e como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram verificados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação não garante que os sites indicados permaneçam acessíveis ou inalterados após a data de consulta impressa neste material. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias do País, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei no 9.610/98. * Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas neste material que não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais. Geografia : caderno do estudante. São Paulo: Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDECTI) : Secretaria da Educação (SEE), 2015. il. - - (Educação de Jovens e Adultos (EJA) : Mundo do Trabalho modalidade semipresencial, v. 1) Conteúdo: v. 1. 1a série do Ensino Médio. ISBN: 978-85-8312-112-1 (Impresso). 978-85-8312-090-2 (Digital) 1. Geografia – Estudo e ensino. 2. Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Ensino Médio. 3. Modalidade Semipresencial. I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. II. Secretaria da Educação. III. Título. CDD: 372.5 FICHA CATALOGRÁFICA Tatiane Silva Massucato Arias – CRB-8 / 7262 Geraldo Alckmin Governador Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação Márcio Luiz França Gomes Secretário Cláudio Valverde Secretário-Adjunto Maurício Juvenal Chefe de Gabinete Marco Antonio da Silva Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante Secretaria da Educação Herman Voorwald Secretário Cleide Bauab Eid Bochixio Secretária-Adjunta Fernando Padula Novaes Chefe de Gabinete Ghisleine Trigo Silveira Coordenadora de Gestão da Educação Básica Mertila Larcher de Moraes Diretora do Centro de Educação de Jovens e Adultos Adriana Aparecida de Oliveira, Adriana dos Santos Cunha, Durcilene Maria de Araujo Rodrigues, Gisele Fernandes Silveira Farisco, Luiz Carlos Tozetto, Raul Ravanelli Neto, Sabrina Moreira Rocha, Virginia Nunes de Oliveira Mendes Técnicos do Centro de Educação de Jovens e Adultos Concepção do Programa e elaboração de conteúdos Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação Coordenação Geral do Projeto Equipe Técnica Ernesto Mascellani Neto Cibele Rodrigues Silva, João Mota Jr. e Raphael Lebsa do Prado Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap Wanderley Messias da Costa Heder, Herbert Rodrigues, Jonathan Nascimento, Laís Schalch, Diretor Executivo Liliane Bordignon de Souza, Marcos Luis Gomes, Maria Etelvina R. Balan, Maria Helena de Castro Lima, Paula Marcia Ciacco da Márgara Raquel Cunha Silva Dias, Rodnei Pereira, Selma Borghi Venco e Walkiria Rigolon Diretora Técnica de Formação Profissional Autores Coordenação Executiva do Projeto Arte: Roseli Ventrella e Terezinha Guerra; Biologia: José Manoel José Lucas Cordeiro Martins, Marcos Egelstein, Maria Graciete Carramate Lopes e Coordenação Técnica Vinicius Signorelli; Filosofia: Juliana Litvin de Almeida e Tiago Impressos: Dilma Fabri Marão Pichoneri Abreu Nogueira; Física: Gustavo Isaac Killner; Geografia: Roberto Vídeos: Cristiane Ballerini Giansanti e Silas Martins Junqueira; História: Denise Mendes e Márcia Juliana Santos; Inglês: Eduardo Portela e Jucimeire Equipe Técnica e Pedagógica de Souza Bispo; Língua Portuguesa: Claudio Bazzoni e Giulia Ana Paula Alves de Lavos, Carlos Ricardo Bifi, Cláudia Beatriz de Murakami Mendonça; Matemática: Antonio José Lopes; Química: Castro N. Ometto, Elen Cristina S. K. Vaz Döppenschmitt, Emily Olímpio Salgado; Sociologia: Dilma Fabri Marão Pichoneri e Hozokawa Dias, Fabiana de Cássia Rodrigues, Fernando Manzieri Selma Borghi Venco Gestão do processo de produção editorial Fundação Carlos Alberto Vanzolini Mauro de Mesquita Spínola Leitão, Cláudia Letícia Vendrame Santos, David dos Santos Presidente da Diretoria Executiva Silva, Eloiza Mendes Lopes, Érika Domingues do Nascimento, Fernanda Brito Bincoletto, Flávia Beraldo Ferrare, Jean Kleber José Joaquim do Amaral Ferreira Silva, Leonardo Gonçalves, Lorena Vita Ferreira, Lucas Puntel Vice-Presidente da Diretoria Executiva Carrasco, Luiza Thebas, Mainã Greeb Vicente, Marcus Ecclissi, Gestão de Tecnologias em Educação Maria Inez de Souza, Mariana Padoan, Natália Kessuani Bego Maurício, Olivia Frade Zambone, Paula Felix Palma, Pedro Direção da Área Carvalho, Polyanna Costa, Priscila Risso, Raquel Benchimol Guilherme Ary Plonski Rosenthal, Tatiana F. Souza, Tatiana Pavanelli Valsi, Thaís Nori Coordenação Executiva do Projeto Cornetta, Thamires Carolline Balog de Mattos e Vanessa Bianco Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Felix de Oliveira Direitos autorais e iconografia: Ana Beatriz Freire, Aparecido Gestão do Portal Francisco, Fernanda Catalão, José Carlos Augusto, Larissa Polix Luis Marcio Barbosa, Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e Barbosa, Maria Magalhães de Alencastro, Mayara Ribeiro de Wilder Rogério de Oliveira Souza, Priscila Garofalo, Rita De Luca, Roberto Polacov, Sandro Gestão de Comunicação Carrasco e Stella Mesquita Ane do Valle Apoio à produção: Aparecida Ferraz da Silva, Fernanda Queiroz, Gestão Editorial Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito, Natália Denise Blanes S. Moreira e Valéria Aranha Projeto gráfico-editorial e diagramação: R2 Editorial, Michelangelo Equipe de Produção Russo e Casa de Ideias Editorial: Carolina Grego Donadio e Paulo Mendes Equipe Editorial: Adriana Ayami Takimoto, Airton Dantas de Araújo, Alícia Toffani, Amarilis L. Maciel, Ana Paula S. Bezerra, Andressa Serena de Oliveira, Bárbara Odria Vieira, CTP, Impressão e Acabamento Carolina H. Mestriner, Caroline Domingos de Souza, Cíntia Imprensa Oficial do Estado de São Paulo Caro(a) estudante É com grande satisfação que a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, apresenta os Cadernos do Estudante do Programa Edu- cação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho para os Centros Estaduais de Educação de Jovens e Adultos (CEEJAs). A proposta é oferecer um material pedagógico de fácil compreensão, que favoreça seu retorno aos estudos. Sabemos quanto é difícil para quem trabalha ou procura um emprego se dedi- car aos estudos, principalmente quando se parou de estudar há algum tempo. O Programa nasceu da constatação de que os estudantes jovens e adultos têm experiências pessoais que devem ser consideradas no processo de aprendi- zagem. Trata-se de um conjunto de experiências, conhecimentos e convicções que se formou ao longo da vida. Dessa forma, procuramos respeitar a trajetória daqueles que apostaram na educação como o caminho para a conquista de um futuro melhor. Nos Cadernos e vídeos que fazem parte do seu material de estudo, você perce- berá a nossa preocupação em estabelecer um diálogo com o mundo do trabalho e respeitar as especificidades da modalidade de ensino semipresencial praticada nos CEEJAs. Esperamos que você conclua o Ensino Médio e, posteriormente, continue estu- dando e buscando conhecimentos importantes para seu desenvolvimento e sua participação na sociedade. Afinal, o conhecimento é o bem mais valioso que adqui- rimos na vida e o único que se acumula por toda a nossa existência. Bons estudos! Secretaria da Educação Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação apresentação Estudar na idade adulta sempre demanda maior esforço, dado o acúmulo de responsabilidades (trabalho, família, atividades domésticas etc.), e a necessidade de estar diariamente em uma escola é, muitas vezes, um obstáculo para a reto- mada dos estudos, sobretudo devido à dificuldade de se conciliar estudo e traba- lho. Nesse contexto, os Centros Estaduais de Educação de Jovens e Adultos (CEEJAs) têm se constituído em uma alternativa para garantir o direito à educação aos que não conseguem frequentar regularmente a escola, tendo, assim, a opção de realizar um curso com presença flexível. Para apoiar estudantes como você ao longo de seu percurso escolar, o Programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho produziu materiais espe- cificamente para os CEEJAs. Eles foram elaborados para atender a uma justa e antiga reivindicação de estudantes, professores e sociedade em geral: poder contar com materiais de apoio específicos para os estudos desse segmento. Esses materiais são seus e, assim, você poderá estudar nos momentos mais adequados – conforme os horários que dispõe –, compartilhá-los com sua família, amigos etc. e guardá-los, para sempre estarem à mão no caso de futuras consultas. Os Cadernos do Estudante apresentam textos que abordam e discutem os conteúdos propostos para cada disciplina e também atividades cujas respostas você poderá regis- trar no próprio material. Nesses Cadernos, você ainda terá espaço para registrar suas dúvidas, para que possa discuti-las com o professor sempre que for ao CEEJA. Os vídeos que acompanham os Cadernos do Estudante, por sua vez, explicam, exemplificam e ampliam alguns dos assuntos tratados nos Cadernos, oferecendo informações que vão ajudá-lo a compreender melhor os conteúdos. São, portanto, um importante recurso com o qual você poderá contar em seus estudos. Além desses materiais, o Programa EJA – Mundo do Trabalho tem um site exclu- sivo, que você poderá visitar sempre que desejar:. Nele, além de informações sobre o Programa, você acessa os Cadernos do Estudante e os vídeos de todas as disciplinas, ao clicar na aba Conteúdo CEEJA. Já na aba Conteúdo EJA, poderá acessar os Cadernos e vídeos de Trabalho, que abor- dam temas bastante significativos para jovens e adultos como você. Os materiais foram produzidos com a intenção de estabelecer um diálogo com você, visando facilitar seus momentos de estudo e de aprendizagem. Espera-se que, com esse estudo, você esteja pronto para realizar as provas no CEEJA e se sinta cada vez mais motivado a prosseguir sua trajetória escolar. como se aprende A estudar? É importante saber que também se aprende a estudar. No entanto, se buscar- mos em nossa memória, dificilmente nos lembraremos de aulas em que nos ensi- naram a como fazer. Afinal, como grifar um texto, organizar uma anotação, produzir resumos, ficha- mentos, resenhas, esquemas, ler um gráfico ou um mapa, apreciar uma imagem etc.? Na maioria das vezes, esses procedimentos de estudo são solicitados, mas não são ensinados. Por esse motivo, nem sempre os utilizamos adequadamente ou entendemos sua importância para nossa aprendizagem. Aprender a estudar nos faz tomar gosto pelo estudo. Quando adquirimos este hábito, a atitude de sentar-se para ler e estudar os textos das mais diferentes disci- plinas, a fim de aprimorar os conhecimentos que já temos ou buscar informações, torna-se algo prazeroso e uma forma de realizar novas descobertas. E isso acontece mesmo com os textos mais difíceis, porque sempre é tempo de aprender. Na hora de ler para aprender, todas as nossas experiências de vida contam muito, pois elas são sempre o ponto de partida para a construção de novas apren- dizagens. Ler amplia nosso vocabulário e ajuda-nos a pensar, falar e escrever melhor. Além disso, quanto mais praticamos a leitura e a escrita, desenvolvemos melhor essas capacidades. Para isso, conhecer e utilizar adequadamente diferentes procedimentos de estudo é fundamental. Eles lhe servirão em uma série de situa- ções, dentro e fora da escola, caso você resolva prestar um concurso público, por exemplo, ou mesmo realizar alguma prova de seleção de emprego. Por todas essas razões, os procedimentos de estudo e as oportunidades de escrita são priorizados nos materiais, que trazem, inclusive, seções e dois vídeos de Orientação de estudo. Por fim, é importante lembrar que todo hábito se desenvolve com a frequência. Assim, é essencial que você leia e escreva diariamente, utilizando os procedimen- tos de estudo que aprenderá e registrando suas conclusões, observações e dúvidas. Conhecendo o Caderno do Estudante O Caderno do Estudante do Programa EJA – Mundo do Trabalho/CEEJA foi planejado para facilitar seus momentos de estudo e de aprendizagem, tanto fora da escola como quando for participar das atividades ou se encontrar com os professores do CEEJA. A ideia é que você possa, em seu Caderno, registrar todo processo de estudo e identificar as dúvidas que tiver. O SUMÁRIO Ao observar o Sumário, você perceberá que todos os Cadernos se organizam em Unidades (que equivalem a capítulos de livros) e que estas estão divididas em Temas, cuja quantidade varia conforme a Unidade. Essa subdivisão foi pensada para que, de preferên- cia, você estude um Tema inteiro de cada vez. Assim, conhecerá novos conteúdos, fará as atividades pro- postas e, em algumas situações, poderá assistir aos vídeos sobre aquele Tema. Dessa forma, vai iniciar e finalizar o estudo sobre determinado assunto e poderá, com o professor de plantão, tirar suas dúvidas e apresentar o que produziu naquele Tema. Cada Unidade é identificada por uma cor, o que vai ajudá-lo no manuseio do material. Além disso, para organizar melhor seu processo de estudo e facilitar a localização do que gostaria de discutir com o professor do CEEJA, você pode indicar, no Sumário, os Temas que já estudou e aqueles nos quais tem dúvida. AS UNIDADES Para orientar seu estudo, o início de cada Unidade apresenta uma breve introdução, destacando os objetivos e os conteúdos gerais trabalhados, além de uma lista com os Temas propostos. OS TEMAS A abertura de cada Tema é visualmente identificada no Caderno. Você pode perceber que, além do título e da cor da Unidade, o número de caixas pintadas no alto da página indica em qual Tema você está. Esse recurso permite localizar cada Tema de cada Unidade até mesmo com o Caderno fechado, facili- tando o manuseio do material. Na sequência da abertura, você encontra um pequeno texto de apresentação do Tema. As seções e os boxes Os Temas estão organizados em diversas seções que visam facilitar sua aprendi- zagem. Cada uma delas tem um objetivo, e é importante que você o conheça antes de dar início aos estudos. Assim, saberá de antemão a intenção presente em cada seção e o que se espera que você realize. Algumas seções estão presentes em todos os Temas! O que você já sabe? Essa seção sempre aparece no início de cada Tema. Ela tem o objetivo de ajudá-lo a reconhecer o que você já sabe sobre o conteúdo a ser estu- dado, seja por estudos anteriores, seja por sua vivência pessoal. Em nossa vida cotidiana, estamos o tempo todo utilizando os conheci- mentos e as experiências que já temos para construir novas aprendizagens. Ao estudar, acontece o mesmo, pois lem- bramos daquilo que já sabemos para aprofundar o que já conhecíamos. Esse é sempre um processo de descoberta. Essa seção pode ser composta por algumas perguntas ou um pequeno texto que o ajudarão a buscar na memória o que você já sabe a respeito do conteúdo tratado no Tema. Textos Os textos apresentam os conteúdos e conceitos a serem aprendidos em cada Tema. Eles foram produzidos, em geral, procurando dialogar com você, a partir de uma linguagem clara e acessível. Imagens também foram utilizadas para ilustrar, explicar ou ampliar a compreensão do conteúdo abordado. Para ampliar o estudo do assunto tra- tado, boxes diversos ainda podem apa- recer articulados a esses textos. Atividade As atividades antecipam, reto- mam e ampliam os conteúdos abor- dados nos textos, para que possa perceber o quanto já aprendeu. Nelas, você terá a oportunidade de ler e analisar textos de outros auto- res, mapas, gráficos e imagens, de modo a ampliar sua compreensão a respeito do que foi apresentado nos textos. Lembre-se de ler atenta- mente as orientações antes de rea- lizar os exercícios propostos e de sempre anotar suas dúvidas. Para facilitar seus estudos, assim como os encontros com o professor do CEEJA, muitas dessas atividades podem ser realizadas no próprio Caderno do Estudante. Hora da checagem Essa seção apresenta respostas e explicações para todas as atividades propostas no Tema. Para que você a localize com facilidade no material, ela tem um fundo amarelo que pode ser identificado na margem lateral externa do Caderno. É nela que você vai conferir o resul- tado do que fez e tirar suas dúvidas, além de ser também uma nova oportunidade de estudo. É fundamental que você leia as explicações após a realização das atividades e que as com- pare com as suas respostas. Analise se as infor- mações são semelhantes e se esclarecem suas dúvidas, ou se ainda é necessário completar alguns de seus registros. Mas, atenção! Lembre-se de que não há ape- nas um jeito de organizar uma resposta correta. Por isso, você precisa observar seu trabalho com cuidado, perceber seus acertos, aprender com as correções necessárias e refletir sobre o que fez, antes de tomar sua resposta como certa ou errada. É importante que você apresente o que fez ao professor do CEEJA, pois ele o orientará em seus estudos. Essa seção é proposta ao final de cada Tema. Depois de REGISTRO DE você ter estudado os textos, realizado as atividades e con- DÚVIDAS E sultado as orientações da Hora da checagem, é importante COMENTÁRIOS que você registre as dúvidas que teve durante o estudo. Registrar o que se está estudando é uma forma de aprender cada vez mais. Ao registrar o que aprendeu, você relembra os conteúdos – construindo, assim, novas aprendizagens – e reflete sobre os novos conhecimentos e sobre as dúvidas que eventualmente teve em determi- nado assunto. Sistematizar o que aprendeu e as dúvidas que encon- trou é uma ferramenta importante para você e o profes- sor, pois você organizará melhor o que vai perguntar a ele, e o professor, por sua vez, poderá acompanhar com detalhes o que você estudou, e como estudou. Assim, ele poderá orientá-lo de forma a dar prosseguimento aos estudos da disciplina. Por isso, é essencial que você sempre utilize o espaço reservado dessa seção ao concluir o estudo de cada Tema. Assim, não correrá o risco de esquecer seus comentários e suas dúvidas até o dia de voltar ao CEEJA. Algumas seções não estão presentes em todas as Unidades, mas complementam os assuntos abordados! ORIENTAÇÃO DE ESTUDO Essa seção enfoca diferentes proce- dimentos de estudo, importantes para a leitura e a compreensão dos textos e a realização das atividades, como gri- far, anotar, listar, fichar, esquematizar e resumir, entre outros. Você também poderá conhecer e aprender mais sobre esses procedimentos assistindo aos dois vídeos de Orientação de estudo. DESAFIO Essa seção apresenta questões que caíram em concursos públicos ou em provas oficiais (como Saresp, Enem, entre outras) e que enfocam o conteúdo abordado no Tema. Assim, PENSE SOBRE... você terá a oportunidade de conhe- cer como são construídas as provas Essa seção é proposta sempre que houver em diferentes locais e a importân- a oportunidade de problematizar algum con- cia do que vem sendo aprendido teúdo desenvolvido, por meio de questões no material. As respostas tam- que fomentem sua reflexão a respeito dos bém estão disponíveis na Hora da aspectos abordados no Tema. checagem. MOMENTO CIDADANIA Essa seção aborda assuntos que têm relação com o que você estará estudando e que também dialogam com interesses da sociedade em geral. Ela informa sobre leis, direitos humanos, fatos históricos etc. que o ajudarão a aprofundar seus co- nhecimentos sobre a noção de cidadania. PARA SABER MAIS Essa seção apresenta textos e atividades que têm como objeti- vo complementar o assunto estu- dado e que podem ampliar e/ou aprofundar alguns dos aspectos apresentados ao longo do Tema. Os boxes são caixas de texto que você vai encontrar em todo o material. Cada tipo de boxe tem uma cor diferente, que o destaca do texto e facilita sua identificação! GLOSSÁRIO A palavra glossário significa “dicionário”. Assim, nesse boxe você encontrará verbe- tes com explicações sobre o significado de palavras e/ou expressões que aparecem nos textos que estará estudando. Eles têm o objetivo de facilitar sua compreensão. BIOGRAFIA Esse boxe aborda aspectos da vida e da obra de autores ou artistas trabalhados no material, para ampliar sua compreensão a respeito do texto ou da imagem que está estudando. ASSISTA! Esse boxe indica os vídeos do Programa, que você pode assistir para complementar os conteúdos apresentados no Caderno. São indicados tanto os vídeos que compõem os DVDs – que você recebeu com os Cadernos – quanto outros, disponíveis no site do Programa. Para facilitar sua identificação, há dois ícones usados nessa seção. FICA A DICA! Nesse boxe você encontrará sugestões diversas para saber mais sobre o conteúdo trabalhado no Tema: assistir a um filme ou documentário, ouvir uma música, ler um livro, apreciar uma obra de arte etc. Esses outros materiais o ajudarão a ampliar seus conhecimentos. Por isso, siga as dicas sempre que possível. VOCÊ SABIA? Esse boxe apresenta curiosidades relacio- nadas ao assunto que você está estudando. Ele traz informações que complementam seus conhecimentos. GEOGRAFIA SUMÁRIO Unidade 1 ‒ Cartografias do mundo contemporâneo..................................................17 Tema 1 – A elaboração e o uso de mapas.................................................................................17 Tema 2 – As modalidades de representação cartográfica......................................................29 Unidade 2 ‒ Globalização, uma nova face do mundo atual.......................................... 41 Tema 1 – Globalização: agentes e processos............................................................................41 Tema 2 – Efeitos da globalização...................................................................................................... 53 Unidade 3 ‒ Conflitos no mundo contemporâneo...........................................................62 Tema 1 – O mapa-múndi político atual....................................................................................62 Tema 2 – Conflitos e tensões no mundo atual............................................................................. 74 Unidade 4 ‒ Natureza, sociedade e urgências ambientais...........................................89 Tema 1 – Aquecimento global e mudanças climáticas............................................................ 90 Tema 2 – Gestão da água no mundo............................................................................................. 100 Tema 3 – Biomas, biodiversidade e proteção ambiental......................................................106 Caro(a) estudante, Você está iniciando agora o Volume 1 do Ensino Médio da disciplina Geografia do Programa EJA – Mundo do Trabalho. Prosseguir nos estudos é uma decisão importante, e é fundamental que essa oportunidade apresente novos horizontes para sua vida, seja na sua família, na sua comunidade ou no seu local de trabalho. Nesse percurso, são colocadas perguntas como: Por que é importante estudar Geografia? O que você espera aprender nessa disciplina? O que você já sabe e o que precisa aprofundar? Você já pensou sobre isso? Os conhecimentos de Geografia ajudam a compreender melhor o mundo, a relação entre sociedade e natureza e os processos associados à construção da sociedade. Um aspecto essencial desses processos é o da produção do espaço geográfico por meio do tra- balho. O espaço geográfico é uma das bases fundamentais da vida humana. Desvendá-lo, entender como ele se constitui e se transforma, é objeto de estudo central da disciplina. Este Caderno está voltado a estudos sobre a produção do espaço na escala mundial, examinando percursos históricos desse processo, assim como as formas de representação que permitem compreendê-lo melhor. Trata, portanto, de questões relativas ao mundo e à vida de cada um de nós. Na Unidade 1, o assunto explorado será o da cartografia. Isso permitirá ler e interpre- tar os mapas como formas de representação do espaço, localizar fenômenos, compreender suas dinâmicas e estabelecer relações entre eles. Você poderá conhecê-los em diferentes escalas e utilizá-los em sua vida cotidiana. A Unidade 2 enfatiza a globalização, destacando a maneira como ela vem se consti- tuindo e suas principais repercussões para a vida das populações, dos grupos sociais e dos países. Esse assunto permite examinar o papel das novas tecnologias de comunicação e informação no mundo atual e como elas vêm interferindo na vida das pessoas. Na Unidade 3, são examinados alguns dos principais conflitos no mundo contempo râneo, com base nos quais são analisados e avaliados os contextos de guerra e de paz. Você verá como surgem conflitos sociais e políticos de diferentes ordens, que opõem grupos da sociedade civil ou países, e como esses conflitos são superados. Para essa avaliação, entram em cena princípios dos direitos humanos, de paz, cidadania e superação das desigualdades. A Unidade 4 dedica-se ao estudo das relações entre natureza, sociedade e urgências ambientais. Ela apresenta alguns dos principais fundamentos das bases naturais do espaço geográfico, sua transformação pela ação humana e os efeitos dessa transformação para a vida e os ambientes em geral. Aborda também iniciativas e soluções para superar impactos ambientais. A Geografia tem como objeto de estudo o espaço que o ser humano produz e trans- forma. Entre as principais ferramentas dessa área do conhecimento estão a leitura e a interpretação de textos, mapas e gráficos, as quais o ajudarão a aprofundar seus saberes e a relacionar diferentes fatos e fenômenos. Além disso, possibilitarão que você utilize diversas fontes de informações presentes no cotidiano, como textos de jornais e revistas, imagens e filmes, de forma mais crítica e consciente. Bons estudos e aproveite! GEOGRAFIA CARTOGRAFIAS DO MUNDO CONTEMPORÂNEO Unidade 1 Temas 1. A elaboração e o uso de mapas 2. As modalidades de representação cartográfica Introdução Nesta Unidade, o tema principal será a linguagem cartográfica. O objetivo será identificar os elementos que estruturam os mapas, como o título, a legenda e a escala cartográfica. Você examinará também algumas das principais modalidades de representação cartográfica existentes. Elas estão presentes não só em livros esco- lares, mas também em jornais, revistas, sites ou trabalhos de pesquisa acadêmica. A elaboração e o uso de mapas T E M A 1 Desde tempos remotos, diferentes sociedades humanas vêm criando formas de representação dos seus espaços de vida. Povos antigos elaboravam mapas em diversos materiais, como barro cozido, madeira e tecido. Muitos desses mapas procuravam representar realidades locais, como você pode observar nas imagens a seguir. Mapa de Ga-Sur Mapa de Bedolina © Corbis/Latinstock © DEA/E.Papetti/DeAgostini/Getty Images Mapa feito em barro cozido, descoberto nas ruínas Mapa gravado em uma rocha em 1500 a.C., no vale do de Ga-Sur, antiga Babilônia, datado de 2500 a.C., Rio Pó, na Itália. aproximadamente. 18 UNIDADE 1 Embora existam variações nos tipos e nas funções dos mapas atuais, eles apre- sentam alguns elementos em comum, chamados de estruturais, por exemplo, título e legenda. Como em textos escritos, o título tem a função de indicar assuntos, dados, fenômenos ou espaços representados. As legendas facilitam a leitura e a interpretação dos mapas. Elas revelam o que significam símbolos, sinais gráficos (figuras, linhas, círculos, setas etc.) e cores. Assim, elas “traduzem” elementos da linguagem cartográfica. Para você, o que é um mapa? Para que serve? Algum mapa já foi útil para resol- ver alguma situação em sua vida? Como? Registre suas respostas nas linhas a seguir. A linguagem dos mapas A linguagem cartográfica moderna integra o campo das linguagens visuais, ou seja, utiliza símbolos, sinais gráficos e faz uso próprio das cores. Uma vez conhecidos seus principais elementos (título, legenda e toponímia – nome do lugar), um mapa poderá ser lido e entendido por qualquer pessoa, isto é, a linguagem cartográfica é universal. O mapa pode ser definido como uma representação plana, simplificada e con- vencional da superfície terrestre, em sua totalidade ou em partes dela. Muitos mapas foram produzidos para atender a interesses, como os dos Estados nacionais ou do poder econômico. Vale lembrar, também, que um mapa não é a realidade, mas a representação de alguns elementos nela presentes. UNIDADE 1 19 Atividade 1 Os elementos estruturais dos mapas Observe o mapa a seguir. Brasil: divisão regional 1 © IBGE 2 3 4 4 5 6 IBGE. 7 a 12. Disponível em:. Acesso em: 31 out. 2014. Mapa original (adaptado para fins didáticos). 20 UNIDADE 1 1 Indique os elementos do mapa que estão numerados de 1 a 6. 1 2 3 4 5 6 2 Escreva suas conclusões a respeito do que você observou no mapa. Funções e elementos dos mapas Entre as principais funções dos mapas estão as de orientação e localização de pontos na superfície terrestre. Eles podem retratar a distribuição de fenômenos geográficos diversos: áreas naturais, fluxos de mercadorias, crescimento da popu- lação, avanço do desmatamento, entre outros. É possível citar outras funções, tais como relacionar fenômenos, conhecer limites entre países, auxiliar na construção de obras públicas e na preservação ambiental. Há também mapas ligados à repre- sentação do poder, seja de países, seja de grupos econômicos. O importante é que, para cada tipo de evento, deve-se utilizar uma determi- nada forma de representação. De acordo com suas características, os fenômenos podem ser anotados na forma de ponto, linha ou área. Assim, um mapa de rodo- vias é constituído basicamente de linhas de diversas cores, que indicam o traçado e a condição de cada estrada, isto é, se ela é, por exemplo, asfaltada ou de terra, ou se são rodovias principais ou estradas secundárias. Em alguns mapas, as cidades aparecem representadas por pontos, indicando sua localização. Em outros casos, elas estão representadas por círculos de diferentes tama- nhos para indicar, entre outros fatores, quantidade de população em cada área urbana. As cores ou hachuras (traços verticais, horizontais ou diagonais) servem, em geral, para identificar áreas como a de um determinado cultivo ou a vegetação de uma região. Portanto, para representar cada fenômeno, devem-se escolher símbolos ou cores correspondentes. UNIDADE 1 21 Projeção cartográfica Os mapas são construídos segundo uma projeção cartográfica. Cada projeção busca resolver o problema de representar a superfície curva da Terra no plano, uma vez que os mapas são feitos em folha de papel ou em tela de computador. Nenhuma projeção reproduz perfeitamente no plano a superfície curva; sempre haverá alguma distorção na forma, nas distâncias ou nos tamanhos e nas proporções das áreas representadas. Para representar o globo © IBGE terrestre, foram desenvolvidas diversas projeções cartográficas. Para fazer a transposição da superfície curva para a plana (que é a do mapa), os cartógrafos desenvolveram técnicas de projeção da esfera terrestre. Essas projeções foram feitas sobre um cilindro, um cone ou diretamente no plano. Deve-se observar que não existem projeções cartográficas livres de deformações. Mercator foi um impor- Projeção de Mercator © IBGE tante cartógrafo do século XVI. Ele nasceu no território que hoje é a Bélgica e, em 1569, publicou um mapa- -múndi em 18 folhas, que ficou conhecido como proje- ção de Mercator. Seu mapa- -múndi, que é uma projeção cilíndrica, popularizou-se, pois foi a primeira represen- tação do mundo feita depois que os europeus ampliaram seus conhecimentos sobre os continentes africano, asiático e americano. A projeção de Mercator apresenta distorções no tama- nho das terras emersas, como no caso da Groenlândia, que, apesar de ser menor que a América do Sul, aparece IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012, p. 21 e 23. Mapa original. bem maior nessa projeção. 22 UNIDADE 1 Mercator sabia que haveria distorções desse tipo, Meridiano pois ele considerou os meridianos como retas Semicírculo imaginário que cruza paralelas, e não como linhas curvas que se encon- a Terra de polo a polo (sentido tram nos polos. Mas manteve ângulos e formas, norte-sul), tendo como referên- cia o meridiano de Greenwich (0o) mesmo quando as aumentava, criando um mapa (veja mapa da próxima página). adequado a navegações marítimas. Os mapas podem ter projeções equivalentes (não alteram as áreas), conformes (não alteram formas e ângulos, como a de Mercator) ou equidistantes (representam os compri- mentos de modo uniforme). Projeção equivalente Projeção conforme © IBGE Projeção equidistante Para saber mais sobre projeções cartográ- ficas, consulte as seguintes referências do IBGE: Atlas geográfico escolar. Disponível em:. Acesso em: 29 set. 2014. Aqui, você encontra links para baixar os capítulos da 6 a edição do Atlas Geográ- fico Escolar do IBGE. (Acesse o capítulo 2, p. 21-24.) Noções básicas de cartografia. Disponível em:. Acesso em: 11 ago. 2014. IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE: 2012, p. 22. Mapas originais. UNIDADE 1 23 Coordenadas geográficas As coordenadas geográficas são um impor- Glossário tante elemento presente nos mapas. São as linhas Paralelo imaginárias que, em mapas e globos terrestres, Círculo completo que cruza os meridianos em ângulos retos. resultam dos cruzamentos entre os paralelos, no O círculo máximo é o da Linha do sentido leste-oeste, e os meridianos, no sentido Equador (0°) (veja mapa a seguir). norte-sul. Esses cruzamentos auxiliam na orien- Latitude tação e permitem a localização de qualquer ponto Distância medida em graus da na superfície terrestre com precisão, por meio Linha do Equador a um ponto qual- quer para o norte ou para o sul. das latitudes e das longitudes. O município de Longitude São Paulo, por exemplo, localiza-se nas coorde- Distância medida em graus do nadas geográficas: 23o32’51” S (lê-se latitude sul) Meridiano de Greenwich a um e 46o38’10” O (lê-se longitude oeste). ponto qualquer para leste ou para oeste. Planisfério – Coordenadas geográficas © IBGE 180° 120° 60° 0° 60° 120° 180° 90° CÍRCULO POLAR ÁRTICO 60° Paralelos MERIDIANO DE GREENWICH 30° TRÓPICO DE CÂNCER Meridianos LINHA DO EQUADOR 0° Hemisfério Norte TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO 30° Hemisfério Sul 60° ESCALA 1:360 000 000 CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO 1 800 0 3 600 km 90° PROJEÇÃO DE ROBINSON IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012, p. 34. Mapa original. Sistemas de coordenadas são encontrados também nos guias de ruas das cidades ou no sistema GPS (Sistema de Posicionamento Global, em português), existente em aparelhos instalados em alguns veículos, em telefones celulares e tablets. Em des- locamentos pelas cidades, guias e GPS são muito eficientes para localizar pontos e definir trajetos. Sistemas de orientação nos mapas Os mapas, de modo geral, trazem uma rosa dos ventos com as direções car- deais ou colaterais, por exemplo, ou uma seta indicando a direção norte. Isso serve para dispor a orientação no mapa e situar qualquer ponto em relação a outro. 24 UNIDADE 1 Por convenção, o Norte fica na parte superior do mapa e a Europa, no centro. Mas há projeções que procuram apresentar outros pontos de vista, alterando essa visão eurocêntrica que se “naturalizou” desde projeções como a de Mercator. A projeção Dymaxion (a seguir) é um exemplo de como é possível mudar essas determinações norte-sul dos mapas-múndi. Planisfério – Projeção Dymaxion © Eric Gaba A projeção Dymaxion foi criada por Buckminster Fuller (1895-1983). Ela dispõe outra visão do mundo e questiona a indicação da orientação norte-sul no planisfério. Nomes de lugares e fontes dos mapas Observe também que nos mapas há nomes. São nomes próprios de municípios, países, serras, oceanos, mares, continentes etc. Esse elemento recebe o nome de toponímia, palavra de origem grega (topos = lugar + ónoma = nome). É importante lembrar que o mapa também tem autoria, pois é produzido por alguém ou alguma instituição. Assim, é sempre conveniente observar a fonte e a autoria do mapa, bem como a data de sua publicação, informações normalmente anotadas na parte inferior dos mapas. A escala cartográfica A escala cartográfica pode ser registrada com números (1:5.000; 1:450.000.000 etc.) ou na forma gráfica (uma barra horizontal com medidas aproximadas em metros UNIDADE 1 25 ou quilômetros). Ela se refere à relação de proporção entre o espaço e sua represen- tação no mapa e mantém a relação entre a medida de um objeto ou lugar representado no papel e sua medida real. Define, portanto, o grau de redução da superfície para que possa ser representada na folha do mapa ou na tela do computador. Mapas com escalas grandes têm um grau menor de redução da realidade. Neles, podem-se observar mais detalhes do lugar representado. É o caso das plan- tas, como aquelas utilizadas na construção de casas. Em mapas com escalas pequenas Região Sudeste: localização de Osasco (SP) há uma grande redução da superfí- Escala: 1:10.000.000 © Eduardo Dutenkefer Minas Gerais Espírito Santo cie. Por isso, não é possível verificar os detalhes dos lugares representa- dos (veja mapa ao lado). Em compen- Rio de Janeiro sação, neles pode-se ter uma grande São Paulo área representada, como acontece nos Osasco mapas-múndi. Oceano Atlântico Além das escalas grandes e das 0 25 50 KM escalas pequenas, existem também No canto inferior direito, observa-se a escala gráfica. Nesse mapa, escalas cartográficas intermediá- 0,5 cm equivale a 50 km na realidade. Mapa elaborado por Eduardo Dutenkefer para o Desafio Viagem do Conhecimento/National rias, por exemplo, entre 1:50.000 e Geographic Brasil 2008. Disponível em:. Acesso em: 21 out. 2014. Mapa original. 1:100.000. Essas escalas são utiliza- das, em geral, para fazer o que na linguagem cartográfica é chamado de carta. Um exemplo são as cartas topográficas do IBGE, que representam elementos naturais, como rios e elevações do terreno (chamadas de curvas de nível, indicam as varia- ções de altitude), e elementos humanos, como estradas, fazendas, cidade-sede de um município etc. Vale lembrar também que escala cartográfica não é o mesmo que escala geo- gráfica. Ambas estão presentes nos estudos de Geografia. Como você viu, a escala cartográfica implica uma relação de proporção e medidas entre a realidade e a sua representação. A escala geográfica, por sua vez, refere-se à abrangência espa- cial dos fenômenos em diferentes situações: o deslocamento das pessoas de casa para o trabalho em um município é um evento de escala geográfica local; já os fluxos financeiros ou de bens realizados no mercado mundial são situações que envolvem a escala geográfica planetária ou global. 26 UNIDADE 1 Geografia – Volume 1 O mundo da cartografia O vídeo mostra a importância e a utilidade dos mapas no dia a dia. Observe como surgiram os primeiros mapas e suas formas de utilização. Verifique como as convenções cartográficas são organizadas para o aprimoramento da leitura universal das formas de representação e como a tecnologia permite, com maior facilidade, o acesso e a consulta aos mapas. Atividade 2 Construção de mapas: a legenda Observe o mapa a seguir e responda às perguntas. A GRANDE MIGRAÇÃO TRANSATLÂNTICA, final do séc. XIX – início do séc. XX Escandinávia Canadá Irlanda Rússia Grã-Bretanha Alemanha Áustria-Hungria Detroit Boston França São Chicago Espanha Francisco Itália Estados Nova York Portugal Unidos Japão China Benoît Martin, nov. 2008 Número de migrantes 17 500 000 Proporção de imigrantes 5 000 000 na população, Brasil 1881-1890* (%) Rio de Janeiro 2 000 000 São Paulo menos de Argentina 22 500 000 Cuba 12 Estados Buenos Aires Unidos 9 Polos e regiões Canadá 8 imigratórias. Argentina Brasil 7 *exceto Cuba (1901-1910) Segundo “Espaço Prólogo” da exposição permanente da Cidade nacional da história da imigração. Paris, 12o distrito. Fonte: compilação dos autores. DURAND, Marie-Françoise et al. Atlas da mundialização: compreender o espaço mundial contemporâneo. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 27. Mapa original. 1 Qual é o assunto tratado no mapa? Como você chegou à resposta? UNIDADE 1 27 2 Identifique os elementos da legenda do mapa. Qual é o significado de cada um deles? Por exemplo, o que significam as setas que aparecem no mapa? 3 Descreva como você realizou a leitura do mapa. Em seguida, responda: A qual conclusão você chegou sobre o tema representado? HORA DA CHECAGEM Atividade 1 – Os elementos estruturais dos mapas 1 1 Título. 2 Toponímia. 3 Orientação: norte. 4 Escala. 5 Legenda. 6 Fonte e autoria do mapa. 2 Resposta pessoal. Para realizar a leitura do mapa presente nesta atividade, você certamente considerou elementos como título, legenda, escala cartográfica, coordenadas, fontes e autoria etc. presentes nos mapas. 28 UNIDADE 1 Atividade 2 – Construção de mapas: a legenda 1 Ao analisar o mapa com cuidado, talvez você tenha percebido que ele trata das grandes migra- ções transatlânticas, entre o final do século XIX e o início do século XX, informação que você encon- trou no título. 2 Ao analisar a legenda, você pode ter observado que cada uma das setas representa uma quanti- dade diferente de migrantes. As manchas azuis demarcam os polos e as regiões imigratórias naquele período. É possível notar também, no canto inferior à esquerda, a presença de um pequeno gráfico HORA DA CHECAGEM contendo a proporção de imigrantes na população de diferentes países. 3 Resposta pessoal. Você pode ter associado o mapa com conceitos trabalhados previamente na própria disciplina de Geografia. O mapa destaca grandes fluxos de europeus em busca de trabalho e de uma vida melhor, em especial nos Estados Unidos, no Canadá, na Argentina e no Brasil. Esse movimento se refere à grande onda migratória no final do século XIX, da qual se pode mencionar o exemplo da imigração de italianos rumo ao Brasil, sobretudo para trabalhar nas lavouras de café no Estado de São Paulo. 29 As modalidades de representação cartográfica T E M A 2 Neste tema, você estudará as diferentes modalidades de mapas. Partindo de regras relativamente simples, baseadas na percepção visual, o leitor é capaz de distinguir objetos, tamanhos, proporções e quantidades que aparecem expressas na linguagem cartográfica. Assim, a leitura e a interpretação de mapas ajudam a entender e a relacionar fenômenos e a ampliar as “leituras” de mundo de cada pessoa. Procure os mapas que você conhece, encontrados em atlas ou livros escolares. Por que em alguns deles existem áreas em tons da mesma cor (como verde ou azul) mais claros e mais escuros? Por que alguns deles trazem círculos de diferentes tamanhos? E por que, em outros, aparecem setas de diferentes larguras? Por que, no mapa-múndi político, os países estão representados com uma gama variada de cores? Escreva suas impressões nas linhas a seguir. As variáveis visuais e a representação cartográfica Você viu no Tema 1 que as informações podem ser implantadas nos mapas pelo uso de pontos, linhas e áreas. Para cada um desses três tipos de representação são escolhidos e utilizados determinados símbolos ou formas gráficas. Isso envolve as chamadas variáveis visuais dos mapas. Elas orientam o olhar e são essenciais para realizar a leitura. A seguir, serão apresentados alguns exemplos. Uma das variáveis visuais é a forma dos símbolos ou dos sinais escolhidos para uma representação qualquer. Por exemplo, as cidades podem ser representadas com pontos (pequenos círculos, geralmente na cor preta) em um mapa de escala 30 UNIDADE 1 pequena (como o mapa-múndi). Em outras situações, determinados locais que pos- suem certas qualidades ganham pontos em forma de símbolos, como o desenho de um avião (para aeroportos) ou de um navio (para portos). Isso ajuda a identificar e a separar objetos que são diferentes (porto, aeroporto, fábrica etc.). Há também formas para representar fenômenos implantados em linhas. Assim, em um mapa de redes de transportes, por convenção, as linhas contínuas pintadas de vermelho são usadas para mostrar o traçado das rodovias, e as linhas pretas com traços perpendiculares, para mostrar as ferrovias. Ou, no caso da representação de áreas, cores ou hachuras são utilizadas para separar áreas distintas. O quadro a seguir mostra modos de implantar informações nas representa- ções cartográficas. Ponto Linha Área (ou Zona) © Daniel Beneventi Forma Fonte: JOLY, Fernand. A cartografia. Campinas: Papirus, 1990, p. 15. Outra importante variável visual é a cor, que salta à vista no primeiro instante. Há mapas com áreas (como os países) pintadas de cores diferentes. O que isso quer dizer? Nesse caso, as cores também são usadas para separar elementos. Em mapas de divisão política, elas indicam o contorno e a área dos países, delimitando clara- mente seus territórios. A cor pode ser usada ainda com base na variável valor, que expressa a intensidade do fenômeno. Em mapas que contêm apenas tons da mesma cor (como os mapas de população que utilizam diferentes tons de verde), o tom mais escuro indica maior intensidade do fenômeno; por oposição, o tom mais claro é usado em áreas em que o fenômeno é menos intenso. Outra variável visual é o tamanho. Em um mesmo mapa, pode haver círcu- los ou retângulos de diferentes tamanhos que se referem ao mesmo fenômeno, tal como a quantidade de população urbana. Os círculos maiores representam os núcleos mais populosos e os menores, os menos populosos. UNIDADE 1 31 A figura a seguir mostra algumas variáveis visuais. As variáveis visuais As variáveis da imagem y 2 dimensões do plano x 4 1 2 4 1 tamanho e também valor e também As variáveis de separação granulação e também Benoît MARTIN, dezembro de 2005 cor orientação e também forma a partir de Jacques Bertin DURAND, Marie-Françoise et al. Atlas da mundialização: compreender o espaço mundial contemporâneo. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 14. Por que é importante conhecer as variáveis visuais? Porque elas são essenciais na leitura e na interpretação de mapas dos tipos: qualitativos, quantitativos, ordena- dos e dinâmicos. É o que será visto a seguir. É comum deparar-se com mapas que acompanham notícias e reportagens de jornais, revistas ou sites. Vários deles estão anotados de forma correta e completa, mas em outros não há títulos, escala cartográfica, autor ou fonte. Também há casos nos quais os símbolos escolhidos não têm relação exata com proporções e quantidades. Você já viu mapas assim? Qual é a sua opinião sobre eles, após ter estudado esse assunto nesta Unidade? Para você, eles deveriam atender a regras e convenções cartográficas? Reflita sobre essas questões. 32 UNIDADE 1 Atividade 1 Conhecendo mapas qualitativos Observe o mapa a seguir e responda às questões propostas. LÍNGUAS OFICIAIS A PARTIR DA COLONIZAÇÃO NA ÁFRICA, 2008 Inglês Francês Português Benoît Martin, janeiro de 2009 Árabe Uma ou mais línguas locais Fonte: compilação de autores. DURAND, Marie-Françoise et al. Atlas da mundialização: compreender o espaço mundial contemporâneo. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 54. Mapa original. 1 Qual é o fenômeno representado no mapa? Como você chegou a essa conclusão? 2 Observe a legenda e responda: Quais são as cores e os sinais gráficos usados no mapa? O que eles significam? UNIDADE 1 33 Mapas qualitativos O mapa apresentado na atividade anterior é do tipo qualitativo. Em geral, o mapa qualitativo procura mostrar não só a existência e a localização de fenô- menos, mas também sua diversidade interna. Assim, o fenômeno estudado é o mesmo: as línguas oficiais de países da África. Mas as cores ressaltam as dife- renças e a diversidade: a cor azul indica países que têm o inglês como língua ofi- cial; a marrom, a língua francesa; a laranja, a língua portuguesa; e a amarela, a língua árabe. Observe que esse mapa traz também hachuras, que são os traçados diagonais ou horizontais. É um recurso que usa as mesmas cores para mostrar combinações do fenômeno – no caso, países com pelo menos duas línguas oficiais. Há, ainda, os pequenos círculos, que assinalam países com uma ou mais línguas locais. Outros mapas qualitativos bem conhecidos são os de vegetação, relevo ou divi- são política. Da mesma forma, mapas de recursos minerais, em que cada minério é representado por um símbolo gráfico. Uma consulta a atlas geográficos pode aju- dar a confirmar essas informações. Assim, os mapas qualitativos destacam a existência, a localização e a diversi- dade de fenômenos. Cores, símbolos e outros sinais são usados, nesses casos, para identificar e diferenciar os elementos no mapa. Mapas quantitativos Toda vez que um mapa apresenta o mesmo símbolo com tamanhos diferentes, é possível, de imediato, relacionar isso à representação de diferentes quantida- des. Essa é a característica essencial dos mapas quantitativos. Assim, há sempre um símbolo gráfico (círculo, quadrado etc.) ou pictórico (desenhos ou ícones de armas nucleares, exércitos, dinheiro, navios etc.) que, disposto em diferentes tamanhos, indica quantidades diversas. Os dados quantitativos também podem ser combina- dos com outras formas de representação de fenômenos, como será apresentado mais adiante. Existem outros mapas quantitativos, como os de pontos de contagem. Um exemplo é o dos mapas de densidade demográfica (habitantes por km2). Neles, são assinaladas diferentes quantidades de pontinhos em porções da superfície, indi- cando áreas de grande concentração de pessoas (com maior quantidade de pontos) ou aquelas de baixo povoamento (com menor quantidade de pontos). 34 UNIDADE 1 Atividade 2 Conhecendo mapas quantitativos Observe, agora, o mapa a seguir. Depois, responda às questões. Usuários de Facebook, abril 2012 Ateliê de cartografia da Sciences Po, 2012 155 Em milhões 40 10 1 Somente os valores superiores a 1 milhão são representados Fonte: www.socialbakers.com ATELIER de Cartographie de Sciences Po. Disponível em:. Acesso em: 19 jan. 2015. Mapa original. 1 Qual é o fenômeno apresentado no mapa? Como você chegou a essa conclusão? 2 Quais recursos da cartografia foram usados nesse mapa? Explique por que os símbolos têm tamanhos diferentes. UNIDADE 1 35 Atividade 3 Conhecendo mapas ordenados Observe, agora, o mapa a seguir e responda às questões. Taxa de fecundidade, 2005-2010 Marshall Cook, Kiribati, Micronésia, Nauru, Quantidade de crianças Salomão, Samoa, ausência Tonga, Tuvalu, Vanuatu por mulher de dados Fiji, Palau em idade de procriação 1 2 3 4,4 7,2 Nota: a maior parte dos países dispõe de valores relativos ao período 2005-2010, com exceção de algumas ilhas do Pacífico, que têm dados relativos ao intervalo de 1991-2008. Fonte: ONU, Divisão de População, www.un.org Ateliê de cartografia da Sciences Po, 2012 ATELIER de Cartographie de Sciences Po. Disponível em:. Acesso em: 13 ago. 2014. Mapa original. Obs.: A taxa de fecundidade refere-se ao número médio de filhos que uma mulher tem ao longo de sua idade reprodutiva. No caso do Brasil, pelo critério do IBGE, essa faixa vai dos 15 aos 49 anos de idade. 1 Qual é o fenômeno representado no mapa? Como você chegou a essa resposta? 2 Quais recursos cartográficos foram utilizados na elaboração do mapa? Nesse caso, qual é o significado desses recursos? 3 Com base no mapa, o que se pode afirmar sobre as variações da taxa de fecundidade entre os países e as regiões do mundo? 36 UNIDADE 1 Mapas ordenados O exemplo dado anteriormente é o de um mapa ordenado. Por que ordenado? Porque, pela disposição das cores, ele estabelece uma determinada ordem quanto ao fenômeno representado. Um elemento muito importante é o resultado visual que esse mapa apresenta. Ele utiliza tons da mesma cor (no caso, o azul) para representar um mesmo fenô- meno (taxas de fecundidade). Então, quanto mais escuro o tom de azul, maior é o número de filhos por mulher; portanto, maior é a intensidade do fenômeno. Inver- samente, quanto mais claro o tom de azul, menos intenso é o fenômeno. Neste caso, o número de filhos por mulher é menor. Desse modo, é possível perceber, em largas faixas do planeta, países com baixa taxa de fecundidade, como o Japão, a China, a Rússia, a Austrália, o Canadá e boa parte da Europa, e países com taxa de fecundidade elevada, como o Afeganistão, o Iêmen e os da África central. Atividade 4 Conhecendo mapas dinâmicos ou de movimento Observe o mapa da próxima página, procurando verificar quais diferenças ele apresenta em relação aos mapas anteriores. Depois, responda às questões. 1 Qual é o fenômeno representado no mapa? 2 O que significam os recursos gráficos usados, como setas e círculos? 3 O que diz o mapa sobre a exportação mundial de bens agrícolas e alimentos? Como você chegou a essa resposta? UNIDADE 1 37 Ateliê de cartografia da Sciences Po, 2012 ATELIER de Cartographie de Sciences Po. Disponível em:. Acesso em: 22 set. 2014. Mapa original. Mapas dinâmicos ou de movimento A Atividade 2 do Tema 1 apresentou um mapa de fluxos migratórios, intitu- lado A grande migração transatlântica, final do séc. XIX – início do séc. XX. Esse é um ótimo exemplo de mapa dinâmico, que representa fluxos ou movimentos no espaço associados, entre outros fatores, à circulação de pessoas, bens, serviços ou infor- mações. Para representá-los, é comum o uso de setas de diferentes larguras, da origem ao destino. As larguras diferentes referem-se ao item quantidade; portanto, nessas representações gráficas, combinam-se diversos dados quantitativos. Outros mapas dinâmicos ou de movimento mostram também a evolução tem- poral de um dado fenômeno, utilizando um jogo ou uma coleção de mapas da mesma superfície em períodos distintos. Temas comuns nesse tipo de mapa são os da evo- lução do desmatamento, da urbanização ou dos níveis de concentração demográfica. Nem sempre os mapas trazem todos os elementos estruturais. Dependendo do que está representado, a ideia é que eles não fiquem carregados com muitas infor- mações, pois isso pode dificultar a análise. Assim, alguns mapas desta Unidade dispensaram coordenadas geográficas ou nomes de lugares. 38 UNIDADE 1 Anamorfoses Total da população, 2000 © 2006 SASI Group (University of Sheffield) and Mark Newman (University of Michigan) Existem, ainda, outros mapas que trazem olhares distintos. Entre eles estão as anamorfoses. O nome anamorfose significa “dis- forme” ou “fora da forma”. Também denominadas cartogramas, as anamor- foses distorcem proposi- WORLDMAPPER. Disponível em:. talmente o fundo do mapa Acesso em: 22 set. 2014. Mapa original. para evidenciar um fenô- meno. Assim, as anamorfoses mudam as formas e as proporções das áreas representa- das, de acordo com a relação entre superfícies e quantidades. Portanto, representações como essa rompem com as heranças da cartografia que “naturalizam” os mapas. No mapa acima, de população mundial, é possível observar que as formas e pro- porções dos territórios foram alteradas. Evidenciam-se, por exemplo, a China (em verde) e a Índia (em amarelo-escuro), os dois países mais populosos do planeta. População mundial Chamada por muitos de “deformação”, a representação cartográfica acima, na verdade, altera o fundo de carta convencional, que mede distâncias em metros ou quilômetros. De acordo com o geógrafo Jacques Lévy, trata-se de recurso utilizado para evidenciar diferenças, de modo que as superfícies de fundo de carta sejam sensíveis às realidades ou temas representados. A representação em questão é conhecida como: a) Carta topográfica. c) Anamorfose. b) Sistema de posicionamento global. d) Representação em escala grande. Viagem do Conhecimento/National Geographic, 2010. Disponível em:. Acesso em: 20 out. 2014. UNIDADE 1 39 HORA DA CHECAGEM Atividade 1 – Conhecendo mapas qualitativos 1 Observando o título do mapa, você pôde verificar que ele representa as línguas oficiais em paí- ses da África a partir da colonização do continente, ocorrida principalmente nos séculos XIX e XX. 2 Você deve ter percebido que o mapa usa cores variadas, hachuras e círculos. As cores destacam países que possuem como língua oficial o inglês (azul), o francês (marrom), o português (laranja) e o árabe (amarelo). As hachuras (faixas verticais ou diagonais) aparecem em países com mais de uma língua oficial. Os pequenos círculos identificam países com uma ou mais línguas locais, como é comum no continente africano. O texto Mapas qualitativos, do Tema 2, traz informações sobre como esses mapas normalmente são representados e o que cada instrumento gráfico indica. Atividade 2 – Conhecendo mapas quantitativos 1 Analisando o mapa, você deve ter percebido que ele traz o número de usuários de Facebook em cada país. Você pôde chegar a essa resposta por meio do título do mapa. 2 Ao observar o mapa, você verificou que ele apresenta círculos de diferentes tamanhos para expressar o número de usuários em cada país. Como você pôde observar na legenda, localizada no canto inferior direito, o círculo maior corresponde a 155 milhões de usuários, sendo encontrado ape- nas nos Estados Unidos. Seguindo o mesmo critério, você deve ter notado que os círculos menores referem-se a quantidades menores (40 milhões, 10 milhões e 1 milhão). Além disso, deve ter verifi- cado que os países que não possuem círculos têm menos de 1 milhão de usuários, segundo informa- ção que consta na parte inferior do mapa. Atividade 3 – Conhecendo mapas ordenados 1 Você verificou que o tema do mapa é a taxa de fecundidade entre os anos de 2005 e 2010, ou seja, uma estimativa do número médio de filhos que uma mulher teria no seu período reprodutivo, em cada país. Note que essa informação está expressa no título Taxa de fecundidade, 2005-2010. 2 O mapa traz uma escala de tons de azul para mostrar a quantidade de filhos por mulher em idade de reprodução nos países do mundo, entre os anos de 2005 e 2010. Após sua análise, você deve ter percebido que, quanto mais escuro é o tom de azul, maior é o número médio de filhos por mulher, e que, quanto mais claro é o tom, menor é o número de filhos por mulher. Portanto, esse é um mapa ordenado, com tons de cor para estabelecer ordens ou hierarquias do fenômeno representado. 3 Nesta questão, você deve ter relacionado as diferenças entre os tons de azul e notado que o mapa mostra que há taxa de fecundidade elevada em países da África central, ocidental e oriental e tam- bém na Ásia central e no Oriente Médio. Por sua vez, as menores taxas de fecundidade são registra- das, principalmente, na Rússia, na Europa ocidental, no Japão e em alguns países da América Latina. Atividade 4 – Conhecendo mapas dinâmicos ou de movimento 1 Uma análise atenta deve ter mostrado a você que o tema do mapa é a exportação de produtos agrícolas e alimentícios no mundo em 2010, conforme você observou no título. A leitura da legenda também pode ter auxiliado na compreensão dos tipos de fluxo e do papel das diferentes regiões na exportação dos bens citados. 40 UNIDADE 1 2 Por meio de sua análise, você deve ter identificado que esse mapa foi elaborado com pro- jeção centrada no Polo Norte, que permite observar f luxos entre todos os continentes. Você deve ter observado também as setas e os círculos. No caso das setas, as diferentes larguras se referem a valores obtidos com a exportação agrícola e alimentícia. As setas de cor verde indi- cam fluxos e valores entre regiões do planeta. Os círculos (na cor laranja), por sua vez, indicam o comércio agrícola dentro da mesma região. Um ponto em comum, presente tanto nas setas quanto nos círculos, são os números, os quais você precisa ter reconhecido em cada um dos elementos citados. Esses números são representações dos valores em dinheiro das transações comerciais relativas a cada um desses casos. Trata-se, portanto, de um mapa dinâmico ou de movimento, que mostra f luxos em escala mundial. 3 Entre tantas informações presentes no mapa, as que devem ter chamado sua atenção são os fluxos significativos de bens agrícolas e alimentícios da América do Norte para a Ásia e da América do Sul e Central para a Ásia e a Europa. Portanto, esse mapa possibilitou a você uma oportunidade de analisar o papel de regiões produtoras e consumidoras de bens agrícolas e alimentos e os res- HORA DA CHECAGEM pectivos fluxos. Desafio Alternativa correta: c. Você deve ter percebido que o mapa desta atividade é uma anamorfose, uma vez que as formas dos continentes sofreram propositalmente deformações para evidenciar diferen- ças nas quantidades da população dos países do mundo. Para entender melhor esse instrumento cartográfico, volte ao texto Anamorfoses. GEOGRAFIA GLOBALIZAÇÃO, UMA NOVA FACE DO MUNDO ATUAL Unidade 2 TEMAS 1. Globalização: agentes e processos 2. Efeitos da globalização Introdução Esta Unidade aborda o tema globalização. Trata-se de um processo ainda em andamento, associado a grandes transformações políticas, econômicas e sociais ocorridas em especial nas últimas décadas, quando se ampliaram e se consolida- ram múltiplas relações na escala global. Você verá que, nesse novo quadro, diferentes setores da atividade econômica, empresas, países e indivíduos passaram a atuar nessa escala, traçando estratégias que possuem componentes espaciais. Você verá também que, paralelamente a isso, aprofundaram-se diferenças sociais e entre as regiões. Globalização: agentes e processos T E M A 1 O que é a globalização? Como ela vem se constituindo e quais são os seus prin- cipais elementos? O que isso tem a ver com a vida de todos nós? Para saber um pouco mais sobre esse processo, que hoje diz respeito ao mundo todo e a cada país ou sociedade em particular, é preciso examinar algumas mudan- ças ocorridas nos últimos anos do século XX. Entre essas mudanças está o desmonte do chamado socialismo real e do prin- cipal país que adotou esse sistema econômico, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), mais conhecida como União Soviética. Houve, nesse período, o desenvolvimento de um extraordinário conjunto de inovações tecnológicas, em especial da informática e das telecomunicações, tendo a internet e seus desdo- bramentos como carros-chefe. Esses processos têm sido marcados pela contínua expansão da produção e da venda de bens e pela intensificação de fluxos de capi- tais pelo mundo. 42 UNIDADE 2 Para você, o que é globalização? Quais ideias vêm à sua cabeça ao ouvir essa pala- vra? Você possui ou tem acesso a aparelhos que permitem ficar “conectado”? Quais? Para que você utiliza esses aparelhos? Para você, o uso desses aparelhos favorece ou dificulta as relações pessoais? Escreva seus pontos de vista nas linhas a seguir. O surgimento da globalização O debate em torno de visões sobre a globalização e seus principais elementos tem sido intenso nos últimos anos. Nesse processo, ainda em construção, são mui- tos os pontos de vista e divergências. Levando isso em conta, pode-se dizer que ela se refere a uma aceleração nos fluxos de bens, pessoas, serviços e informações, que hoje circulam mais livremente e ultrapassam fronteiras nacionais. Isso precisa ser avaliado criticamente. Por exemplo, nem todos os trabalhadores imigrantes podem circular livremente. Mas é inegável que há um quadro de crescente integração entre mercados, pessoas e países. Nele, empresas ou grupos ampliam sua escala de atuação no espaço mundial. Esse ponto será retomado mais adiante. Como ressalta o geógrafo Milton Santos, isso foi possível, entre outras razões, por causa das inovações tecnológicas na informática, na microeletrônica e nas telecomunicações. A primeira inovação, a da informática, refere-se a uma verda- deira revolução, com o uso generalizado de computadores. O desenvolvimento da UNIDADE 2 43 microeletrônica possibilitou a construção de circuitos eletrônicos e componentes muito pequenos que são instalados em computadores, celulares e máquinas indus- triais, assim como em automóveis, eletrodomésticos e brinquedos. As transmissões via satélite e o uso de Fibra óptica cabos de fibra óptica permitiram, por sua Fio que pode ser feito com diferentes vez, a rápida transmissão de informações a materiais (vidro, sílica) e que realiza a distância, ampliando o alcance das teleco- condução da luz. Flexível e muito fino, comparável a um fio de cabelo, substi- municações. Hoje, pode-se assistir pela TV tui fios metálicos com vantagens, por ou pela internet a algo que está ocorrendo sua grande capacidade de transmissão no mesmo instante em diferentes lugares de dados e por estar menos sujeito a do planeta. interferências. Esses avanços cada vez mais se integram ao espaço geográfico e à vida social, criando o que Milton Santos chamou de meio técnico-científico-informacional. Significa que o espaço geográfico passou a incorporar progressivamente as ino- vações tecnológicas. Isso pode ser percebido em infraestruturas de telecomuni- cações (torres, cabos, antenas etc.), usos de tecnologia “de ponta” nas fábricas e fazendas modernas ou nos chamados edifícios “inteligentes” das grandes metrópoles. Nesse último caso, as tecnologias permitem, por exemplo, redu- zir o consumo de água e energia, aproveitar melhor a iluminação natural e diminuir custos e desperdícios. Nesse contexto, ganha destaque uma mercadoria especial, a informação, difun- dida pela internet ou pelas redes globais de comunicação (agências de notícias, portais de bancos de dados, redes de televisão etc.). Ela é essencial para que empre- sas globais e países possam tomar decisões, enviar ordens ou realizar investimentos. Vive-se nos dias de hoje o que passou a se chamar sociedade da informação, na qual se produz e se consome vorazmente informações. Inovações nos meios de trans- As divisões e classificações regionais agrupam porte também podem ser incluídas países de acordo com características comuns, nesse conjunto. O uso de moder- entre as quais os níveis de desenvolvimento nos aviões, trens e navios de carga econômico e social. São frequentes classifica- ções como norte/sul; países ricos/países pobres; permite o envio de bens por longas Primeiro, Segundo e Terceiro Mundos; países distâncias em tempo mais curto. desenvolvidos/países em desenvolvimento (ou Evidentemente, tais medidas têm subdesenvolvidos), cada qual organizada por cri- térios diferentes. Mas todas elas têm vantagens contrapartida social: muitas vezes e imperfeições e sofreram mudanças ao longo prejudicam regiões, setores econô- do tempo. micos ou sociedades inteiras. 44 UNIDADE 2 Atividade 1 As empresas e a globalização Observe o mapa e o esquema. Em seguida, responda às questões propostas. Toyota: locais de produção e mercados, 2009 0 23 574 EUROPA Rússia 886 Reino U. Polônia AMÉRICA DO NORTE Canadá Rep. Tcheca França 2 442 0 24 China EUA Portugal Turquia “Toyota City” Paquistão ÁSIA 1 27 México ORIENTE- -MÉDIO 1534