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RESUMO PARASITOLOGIA BL2 1. INSETOS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA Classe insecta: Ordem hemíptera: triatomíneos, cinecídeos( percevejos). Ordem díptera: flebotomíneos, culicídeos (mosquitos), braquicídeos (moscas). Ordem Siphonaptera: pulgas....

RESUMO PARASITOLOGIA BL2 1. INSETOS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA Classe insecta: Ordem hemíptera: triatomíneos, cinecídeos( percevejos). Ordem díptera: flebotomíneos, culicídeos (mosquitos), braquicídeos (moscas). Ordem Siphonaptera: pulgas. Ordem Anoplura: piolhos Os insetos são o grupo que mais obteve sucesso evolutivo, uma vez que apresentam grande número de indivíduos e variaedade morfológica. Poucos insetos transmitem doenças, e destes podem atuar como vetores contaminativos, vetores biológicos ou ectoparasitas. A. CONCEITOS IMPORTANTES:  Parasita: indivíduos que vivem em associação com outros indivíduos e, que destes retiram sua sobrevivência.  Hospedeiro: é o organismo que abriga o parasita.  Vetor: é quem transmite o parasita entre os hospedeiros.  Patogenicidade e viulência são conceitos que determinam a infectividade e o desenvolvimento de doença, o que justifica o fato de que nem todas as cepas de um mesmo parasito infetam tanto hospedeiro intermediário, quanto definitivo. As várias espécies de Leishmania são transmitidas apenas por flebotomíneos, enquanto que T.cruzi , sendo único parasita, é transmitido por vários vetores. Os artrópodes e os insetos podem ser parasitas (ectoparasitas), vetores, ou produzir doença em função de sua peçonha. B. ANATOMIA DOS INSETOS Apresentam corpo com 3 segmentos: cabeça, tórax e abdômem, sendo o abdômem segment. Os olhos são compostos, há presença de antenas, aparelho bucal e de 3 pares de patas. Muitos insetos de importância médica apresentam aparelho bucal picador-sugador, o qual através da picada introduz o aparelho da derme do hospedeiro e suga seu sangue. Os insetos podem apresentar ou não asas, o que é importante na classificação das famílias de insetos. Apresentam sistema digestório, o qual está intimamente ligado com o ciclo biológico dos patógenos. O intestino apresenta 3 regiões: anterior, média e posterior. Algumas espécies, como os triatomíneos, apresentam divertículo, no qual o alimento é armazenado. Apresentam sistema nervoso, sendo o qual o responsável pela percepção do ambiente pelo inseto, bem como por encontrar o indivíduos vertebrados. Há o sistema endócrino, o qual é muito importante na metamorfose. Há os sistemas circulatório e excretor (Túbulos de Malpigh). C. TIPOS DE VETORES Os vetores veiculam o agente patogênicos do reservatório ao hospedeiro. No entanto, nem todo inseto vetor adquire o patógeno, e nem toda forma evolutiva do patógeno, presente no vetor é infectivo. Os vetores podem ser:  BIOLÓGICOS: abrigam em seu interior o patógeno e este realiza parte de seu ciclo evolutivo no vetor.  MECÂNICO: são apenas transportadores dos patógenos, utilizando seus apêndices, e não apresentam o desenvolvimento do ciclo biológico do patógeno. Moscas, baratas e formigas são exemplos. 2. ECTOPARASITOS Sua diferença para os vetores biológicos é o fato de que estes são hospedeiros intermediários e os ectoparasitas são propriamente parasitas. Podem viver na superfice dos hospedeiros ou na derme, realizando um relação interespecífica. a) ANOPLUROS( piolhos): são os causadores da pediculose. Há duas espécies principais Pediculos capitis e Pediculos humanus. São parasitas cosmopolitas e atingem quaisquer classes socioeconômicas. São insetos hemimetábolos, não apresentando metamorfose completa, e todas as fases desta acontecem no corpo do hospedeiro. São insetos que já nascem semelhante ao adulto, só que em miniatura, apresentando apenas pequenas diferenças. Conforme há a alimentação há o crescimento das ninfas, o qual é permitido graças as ecdises, onde novo exoesqueleto maior é sintetizado. Isso acontece até se tornar indivíduo adulto. Os piolhos andam pelos fios de cabelo, estando aderidos em função de seus pares de patas apresentarem a forma de gancho. Chegam próximo do couro cabeludo apenas para se alimentar de sangue. Piolhos não apresentam asas, sendo denominados apteros, e não são capazes de pular. Seu aparelho bucal é picador - sugador. Ambos os sexos são hematófagos. Apresentam corpos alongado e achatado, e o tórax é mais estreito que o abdômen. São ectoparasitas obrigatórios, e muito sensíveis as mudanças de temperatura, por isso que a febre e a morte expulsam os piolhos. São muito ativos, por isso sempre que as condições não são favoráveis, mudam de hospedeiro, o que facilita a transmissão. Seu ciclo biológico consiste em: ovoposição ovos (lêndias) ninfa I Ecdise ninfa II ecdise ninfa III Ecdise final adulto. A ninfa III é bastante semelhante ao indivíduo adulto. Toda vez que há crescimento e ecdise, um novo e maior exoesqueleto é secretado. A cópula acontece após 10 horas da transformação em adulto. TIPOS DE PEDICULOSE: i. Cabeça: é causada pelo Pediculos humanus capitis, é bastante frequente em escolas,asilos e presídeos, ou seja, locais de aglomeração. ii. Corpo: é causada pelo Pediculos humanos corporis, os quais se encontram frequentemente aderidos ao corpo. A transmissão acontece por contato direto, e os sintomas mais comuns são pruridos, os quais se dão em função da saliva ou fezes do inseto. Podem aparecer pápulas, as quais podem evoluir para impetigo ou eczema, em função a hipersensibilidade à saliva, bem como infecções bacterias oportunistas que se desenvolvem em função da lesão. Superlotação e falta de higiene são cruciais para desenvolvimento de pediculose no corpo. O diagnóstico é através da procura por piolhos ou lêndias. O tratamento e prevenção acontecem com o despiolhamento através do uso de inseticidas, shampoos e loções, bem como a imposição de medidas de higiene e educação sanitária. b) Pthirus pubis: são os causadores da fitiriose. O P. pubis não apresentam a divisão entre tórax e abdômen, apresentando, portanto cefalotórax, sendo mais robusto que o Pediculus. Ambos os sexos e em todas as fases são hematófagos. Habita, as genitais e períneo, podendo ser encontrados também em sombrancelhas, barba, cílios e axilas. A fitriose pode ser considerada uma DST. Causa prurido intenso, e as lesões papulosas e eritematodas podem permitir a entrada de bactérias oportunistas. A blefarite é a infestação nos olhos. O tratamento é através do uso de álcool benzílico 5%. c) Sarcoptes scabei: causador da escabiose: São artrópodes, ácaros, apresentando 4 pares de patas, corpo globoso e com patas curtas e cônicas que apresentam ventosas, as quais permitem a adesão ao hospedeiro. Penetram na epiderme profunda e forma galerias, nas quais caminham e depositam seus ovos, o que fornece a sensação de prurido. A fecundação já pode acontecer na fase de ninfa, e juntamente com o ciclo de ovo a ovo durando de 10 – 17 dias, é explicável o rápido aumento de população. O diganóstico clínico se baseia na sintomatologia que é prurido noturno, já que este ácaro tem atividade noturna, escavando as galerias no periodo noturno. A intensidade do prurido está relacionada com a sensibilidade do hospedeiro. O diganóstico também se baseia nas lesões e na topografia, já que o ácaro apresenta áreas preferenciais da pele. As regiões mais afetadas são os interdigitos das mãos, a face interna dos punhos e coxas, atrás das orelhas e joelhos. As lesões são papulosas, podendo acontecer nódulos. Em imunodeficientes há a escabiose norueguesa, na qual há crostas hiperceratosas e paraceratosas, nas quais há abundância de parasitas. A transmissão se dá por contato. É recomendável a lavagem e fervura de roupas e roupas de cama. O tratamento é com benzoato de benzila, de preferencia tratando toda a família. d) TUNGOSE ou TUNGÍASE: É uma doença ectoparasitária causada por sinfonápteros (pulgas), os quais apresentam diversas espécies que parasitam uma gama de hospedeiros. As pulgas apresentam ciclo holometábolo com as seguintes etapas: Ovo – larva 1 - larva 2 - larva 3 – larva 4 - pupa - adulto É na fase de pupa que acontece a metamorfose, já que a transformação de larva para adulto é uma transformação drástica. As larvas se alimentam de detritos, como a descamação do hospedeiro, matéria orgânica no solo. São geostáticas (tropismo positivo para o solo) e vivem em frestas a fim de se protegerem. São fototróficas negativas, procurando regiões de pouca luminosidade. Nesse ambiente de pouca luminosidade é que a larva se transforma em pupa. A pupa apresenta alto metabolismo apresentando histólise e modificações que levarão ao adulto. São estáticas e não se alimentam. Apresentam de 30 – 75 dias de ciclo/ano, o que dá em média 9 ciclos/ano. Nesse período há um período de quiescência na forma de pupa, até que se encontre um hospedeiro adequado, bem como condições amnientais adequadas. Uma vez com as condições ideais o indivíduo adulto sai da pupa e atua como ectoparasito, sendo hematófago. O período de quiescência é problemático para o controle dessas pulas, pois os inseticidas matam os indivíduos adultos, mas não as larvas. As pulgas que são ectoparasitas estritas apresentam em sua saliva aas e peptídeos que podem causar dermatites, irritação, eczema e até anemia espoliativa. Há dor com a picada e reação alérgica pós – picada. A Tunga penetrans apresenta 1µm de comprimento, é uma pulga cosmopolita, que se desenvolve em locais arenosos, quentes e secos, ricos em matéria orgânica. Praias,chiqueiros, estábulos e locais onde se joga lixo são propícios ao seu desenvolvimento. A tungose é causada pela fêmea, a qual após a cópula procura o hospedeiro e invade a pele íntegra adentrando a derme em suas camadas mais superficiais. A lesão apresenta um ponto negro sem trauma e na forma de nódulo. O nódulo com ponto negro central é o local onde a pulga penetrou, seu aparelho bucal está voltado para a derme, onde suga o sangue, e seu ovopositor é o ponto negro voltado para fora. A fêmea produz muitos ovos que se depositam em seu abdômem, o qual se expande. Quando os ovos são liberados ficam aderidos ao exudato da lesão. Quando o hospedeiro caminha os ovos são espalhados pelo solo. A grande quantidade de ovos é uma estratégia evolutiva para garantir que alguma % de ovos cheguem a fase adulta, e com isso há supressão das perdas. A transmissão acontece por contato direto com o solo contaminado. Evitar andar descalco ou de chinelo. Aplicar inseticidas e realizar higiene do ambiente. As lesões são pruriginosas com pápula avermelhada e ponto preto central em pés e mãos, tais regiões são acometidas, pois apresentam menos queratina, o que facilita a entrada da pulga. Também pode aparecer no calcanhar, embaixo das unhas e na planta dos pés. A pápula amarela é o abdômen da fêmea. O prurido não incomoda, passando a incomodar quando há o desenvolvimento da fêmea com o nódulo e edema. Podem acontecer infecções secundárias com Clostridium tetani e Clostridium perfringens, podendo resultar em gangrena gasoso em casos de reinfecção. O nº de pulgas no indivíduos oferece o índice de parasitemia, por oferecer a taxa de infestação. O tratamento é com a extração da pulga com agulha esterilizada, com espremedura do conteúdo e posterior assepsia do local e aplicação de antibióticos em creme ou pomada. A pulga morre após a ovoposição. e) MIÍASES: São causadas pelas moscas varejeirasda ordem Díptera, mas nem todas as moscas varejeiras causam miíase. São infestações em vertebrados vivos, não exclusivamente o homem, por larvas de dípteros, preferencialmente sarcofagídeos, caleforídeos e cutebrídeos, os quais em pelo menos uma parte de seu ciclo biológico se nutrem de tecidos vivos ou mortos ou de líquidos corporais, com lesões decorentes destas invasões. Há duas classes: i. Necrobiontófagos: que se alimentam de tecidos em decomposição ou necrosados, tendo como representante Sarcophaga hemorrhodalis, Lucilia cuprina e Cochliomya macellaria. ii. Biontófagos: que se alimentam apenas de tecidos vivos, tendo como representantes, Dermatobia hominis e Cochliomya hominivorax. Cochliomya macellaria e Cochliomya hominivorax podem ser encontradas em mesma lesão com a primeira se localizando em regiões mais superficiais e necrosadas e a segunda em regiões mais profundas e de tecido vivo. Lucilia cuprina é utilizada na terapia larval, onde se usa o debridamento de tecido necrosado de lesões, sendo uma alternativa ao uso de antibióticos em meio ao presente cenário de resistência a antibióticos. São indivíduos holometábolos apresentanto os seguintes estágios de vida: Ovo – larva instar 1 – larva instar 2 – larva instar 3 - pré-pupa - pupa - adulto. Os ovos podem ser depositados nas lesões pré – existentes. A larva de Cochliomya hominivorax apresenta tropismo por tecido íntegro, saindo do ovo e invadindo o tecido íntegro, do qual se alimenta e evolui nos estágios larvais até chegar na forma pré madura (pré – pupa) na qual há obtenção máxima do ambiente se transformando em pupa e permitindo a metamorfose para o adulto. Todo nutriente foi adquirido pela pré- pupa, na qual quando a mosca emerge da pupa não busca alimento e sim hospedeiro para a ovoposição. Os biontófagos podem ser classificados quanto a forma clínica em : i. CAVITÁRIOS: infectam cavidades com lesões pré-existentes. A mosca apresenta mecanismo de discriminação e identificação do hospedeiro. A antena apresenta mecano e quimioceptores, sendo curta e com 3 segmentos. Os dois primeiros segmentos apresentam muitos pelos e pelos modificados, os quais apresentam poros e estão relacionados com células do SN, que captam odores. As infecções, principalmente por bactérias, emitem odores voláteis que são captados pelas antenas, chegando ao SN das moscas, o qual fornece a informação da localização do hospedeiro com a lesão. Com isso há a ovoposição na lesão ou nas proximidades da mesma. O aspecto clínico é característico, apresentando larvas em grandes quantidades e movimentando-se na ulceração. Apresenta odor fétido. Os exames de imagem auxiliam na identificação da extensão da lesão e na escolha do tratamento mais adequado. ii. FURUNCULÓIDES: formam estrutura semelhante a furúnculo e se alimentam das secreções purulentas. São causadados pela Dermatobia hominis, a qual apresenta mesmo ciclo biológico que a Cochliomya hominivorax, mas sua larva e conhecida como berne.´ Sua lesão é caracterizada por nódulos inflamados e com secreção sanguinolenta. A dor é em ferroada e episódica, e se pode observar os movimentos da larva. Quando o adulto eclode da pupa, a fêmea não procura o hospedeiro e sim outro inseto e este sim é hematófago, pois ela não é, e deposita seus ovos sobre ele, a fim de que sejam carreados até o hospedeiro. Quando o inseto hemtófago pica o hospedeiro vertebrado, em função do calor do hospedeiro, os ovos eclodem e as larvas ficam na superfíce e invadem a derme do hospedeiro através do folículo piloso, chegando às regiões mais superficiais da derme onde se desenvolve formando nódulos. O aparelho bucal das larvas raspa o tecido do hospedeiro para se alimentar, o que causa a dor episódica. O crescimento das larvas leva à reação inflamatória podendo causar além de dor, incômodo e febre. Geralmente as larvas que são retiradas do hospedeiro são do segundo instar. Se a larva não for retirada do hospedeiro, ela cai no solo e se transforma em pupa. A larva apresenta anéis em espeinho que se opôem a extração, pois a larva apresenta musculatura circular que se contrai e fixa os espinhos na derme de modo a resistir à saída. Para evitar isto, deve –se ocluir a lesão a fim de impedir a troca gasosa pelo espiráculo respiratório que está voltado para o exterior. A oclusão da lesão por algumas horas deixa a larva desnorteada , a qual não reage a extração, o que permite a extração completa da larva. Após a retirada da larva deve-se realizar um curativo a fim de evitar infecções e postura de ovos de Cochliomya hominivorax. O diagnóstico pode ser feito por observação direta ou por exames de imagem. Deve-se observar o quadro do paciente, suas condições de higiene e nutricional. A remoção mecânica é feita com 0,9% de NaCl, 10% Clorofórmio e 1% de hipoclorito de sódio como desalojantes fim de retirar as larvas das galerias. Com o curativo deve-se aplicar pomada fibrinolítica e antibiótica, e medicamentos para dor e infecções secundárias. 3. VETORES BIOLÓGICOS Apresentam aparelho bucal picador – sugador, o qual penetra na derme e atinge capilares dos quais suga o sangue. O aparelho digestivo é muito importante no desenvolvimento do parasito. Apresentam intestino anterior, médio e posterior, o qual termina no reto. O intestino médio é responsável pela digestão do sangue e o posterior pela absorção. Há a presença do divertículo, o qual pode armazenar sangue (Triatomíneos) ou açúcares (culicídeos). Os triatomíneos apresentam digestão lenta e conforme precisam de fonte nutricional, passam o sangue para o intestino posterior, enquanto que os culicídeos apresentam digestão mais rápida, armazenando apenas açúcares. Se alimentam de sangue o equivalente a 3 vezes seu peso, por isso estão mais pesados e letárgicos. Vetores biológicos fornecem abrigo biológico durante o ciclo de vida do parasito, bem como vincula parasito e hospedeiros. Os requisitos para ser vetor biológico são:  Hematofagia;  Transmissão essencial entre indivíduos infectados e não infectados;  Inoculação da forma infectiva do parasito no hospedeito. Seus hábitos alimentares são:  Fitofagia;  Zoofagia;  Hematofagia: o Via predadores. o Via coexistência com o hospedeiro. Heteroxenos são parasitas que requerem hospedeiro vertebrado e invertebrado, sendo este o vetor biológico, sendo em geral hospedeiro intermediário, exceto Anophles que é o hospedeiro definitivo. Há fatores inerente ao hospedeiro e ao agente etiológico que determinam a infecção, além de fatores ambientais, são eles:  Fatores do hospedeiro: imunidade, microbiota, etc.  Fatores do agente etiológico: cepas mais ou menos virulentas, capacidade de infectar tanto invertebrados quanto vertebrados, etc.  Fatores do vetot: sistema imune, microbiota, compatibilidade genética com o parasito, etc.  Fatores ambientais: condições ideais de temperatura e umidade influenciam na proliferação de insetos, aumentando ou diminuindo a população destes e influenciando na incidência de doenças. A. CAPACIDADE VETORIAL: É a capacidade do vetor em transmitir doença e depende do tempo e do espaço, bem como da população de infectados. O aumento da população de infectados favorece o aumento de insetos infectados e favorece o aumento da população infectada. Depende da relação vetor/hospedeiro em %. Depende do nº de picadas que o vetor dá por dia. Depende da probabilidade do vetor permitir o desenvolvimento do parasito, o que depende do sistema imune do vetor. Depende da probabilidade do vetor sobreviver. Depende do período de incubação do patógeno (desenvolvimento do parasita para sua forma infetiva). B. COMPETÊNCIA VETORIAL: É a capacidade do vetor em permitir que haja o desenvolvimento do patógeno. C. ADAPTAÇÕES DO INSETO AO PARASITISMO: a) Aparelho picador – sugador; b) Hematofagia; c) Secreção de substâncias na saliva e a compartimentalização do intestino favorecendo a hematofagia e a inoculação do parasito, bem como seu desenvolvimento. Na saliva em geral há secreção de fatores antiagregação plaquetária, anticoagulantes, vasodilatadores e anestésicos, a fim de bloquear a resposta imune iniciada com a picada, e permitem que o sangue flua para o inseto. d) Órgãos sensoriais para buscar o hospedeiro, que identificam moléculas como CO2, ácido láctico e amônia, as quais de ligam a moléculas ligadoras de odor, as quais por sua vez realizam a sinalização para os neurônios sensoriais e estes fornecerão a identificação da localização do hospedeiro. As sensilas termossensoras detectam variações sutis de temperatura o que permite encontrar facilmente o hospedeiro, bem como o local onde se encontram capilares. Antropofílicos ou zoofílicos Hematófagos Endofílicos ou exofílicos Solenófagos – picam direto no capilar Busca pelo alimento Telenófagos – aparelho bucal pequeno, o qual dilacera o tecido e faz poça de sangue e se alimenta da poça. D. TRANSMISSÃO DO PATÓGENO: a) Via secreção salivar ( mosquitos); b) Via fezes (Triatomíneos); c) Via bloqueio do canal alimentar do inseto (Flebotomíneos); d) Rompimento do aparelho bucal (Culex). A microbiota do inseto influencia na carga parasitária, levando o inseto a resistir a entrada do parasita. E. TRIATOMÍNEOS E CIMICÍDEOS: São diferenciados pelos aparelho bical. Os cimicídeos são hemimetábolos e vivem em colchões. São hematófagos e picam durante a noite. A picada não transmite nenhum parasito, mas causa prurido e irritação, podendo acontecer infecções secundárias. É competente para transmitir T.cruzi, mas não acontece na natureza. Vários triatomíneos transmitem a única espécie de T.cruzi. os triatomíneos estão localizados em ninhos próximos a fontes sanguíneas, como frestas das habitações precárias. Apresentam hábitos noturno e se alimentam de sangue de mamíferos, aves e répteis. Os triatomíneos podem vir do ambiente silvestre e ir para o doméstico, podem ser exclusivamente silvestres ou viver no peridomicílio em árvores e picando animais do ambiente domiciliar. São hemimetábolos apresentando 5 estágios de ninfa e precisa se alimentar de sangue para se desenvolver. A partir do segundo estágio de ninfa já é competente a infectar, caso seja infectado no primeiro repaste sanguíneo. A diferença entre macho e fêmea é que esta apresenta cú pontudo e o do macho é arredondado. Rhodinius apresenta tuberculo antenífero no topo da cabeça, Triatoma no meio da cabeça e Panstrongylus na base da cabeça. T.cruzi chega no inseto e identifica-o pela diferença de temperatura, pH intestinal e se diferencia na forma epimastigota, se replica e vai para o intestino posterior a fim de ser eliminado nas fezes. No intestino posterior, sob influencia de moléculas presentes na urina, a forma epimastigota é transformada em tripomastigota metacíclica, a qual precisa aderir ao intestino posterior. No intestino posterior também a formas esferomastigotas, as quais são formas de resistência. A coinfecção com Serratia marcenses favorece o não desenvolvimento de T.cruzi, pois a Serratia forma biofilme no intestino do inseto. A saliva do triatomíneo inibe a corrente de sódio, o que reduz a sensibilidade no local da picada. O controle do vetor é feito por inseticidas, por melhoria nas condições de habitação, por evitar adentrar ao ambiente silvestre. F. FLEBOTOMÍNEOS: Pertencem aos gêneros Phlebotomus e Lutzomyia. São hematófagos, com parasita heteroxeno. Nem todas as espécies de flebotomíneos transmitem todas as espécies de Leishmania, geralmente apresentando especificidade parasita - vetor. São holometábolos com 4 estágios de larva e ao final do quarto estágio há a pupa que evolui para o adulto. São insetos terrestres. A Leishmania chega ao inseto na forma amastigota e no intestino rapidadmente se converte em promastigota pró – cíclica, as quais se multiplicam e necessitam estar aderidas ao intestino do inseto, a fim de não serem excretadas. Migram para o intestino anterior onde se diferenciam em promastigotas metacíclicas, e secretam PPG que forma um gel no intestino anterior, além de produzir quitinase a qual degrada a válvula estamodial (que impede o refluxo do sangue) e com isso impede que o inseto sugue o sangue, sendo regurgitado, e nessa regurgitação há a liberação de Leishmania. A Leishmania também reduz a transcrição das enzimas digestivas. Quando a Leishmania é liberada o gel também é liberdado e isso recruta resposta imune do hospedeiro, tanto Th1 quanto Th2. Os flebotomíneos produzem ROS, IMD e defensinas como uma forma de resistir a infecção da Leishmania, além da ação de sua microbiota. G. CULICIDEOS Pertencentes à ordem Díptera, são os mosquitos pertencentes as subfamílias Culicinae – gêneros Aedes e Culex, e Anophelinae – gênero Anopheles. Apresentam dois pares de asas, onde o primeiro par de asas é modificado, apresentando forma de haltere, e antes bem longas que os inserem na suborderm Nematocera. Os ovos de Aedes resistem a dessecação, resistindo por até 1 ano,e quando após esse tempo entram em contato com água, eclodem e prosseguem o ciclo evolutivo. Apresentam ciclo de vida holometábolo, no ambiente aquático, onde larvas e pupas são aquáticas. A fêmea se alimenta tanto de açúcar quanto de sangue, sendo o sangue a fonte de nutrientes para a produção de ovos. Os machos são fitófagos, logo, apenas a fêmea é capaz de transmitir os parasitos. As larvas de Culex, Aedes e Anopheles podem ser distinguidas: Inseto Sifão respiratório Culex Sifão um pouco menor, fica na diagonal na água Aedes Sifão longo, fica perpendicular à água Anopheles Sifão curo, fica horizontal à água A posição de picada também pode diferenciar estes insetos: Inseto Posição de picada Anopheles Fêmea pica estando na diagonal à pele Culex Fêmea pica em posição oblíqua Aedes Fêmea pica com a cabeça em ângulo reto. Estes insetos apresentam dimorfismo sexual. O macho apesar de não picar fica próximo aos humanos a fim de encontrar fêmeas para copular. A fêmea apresenta abdômen mais largo. A antena do macho é plumosa e da fêmera pilosa. Culex macho apresenta maior palpo labial, de modo a se maior que a probócite, enquanto na fêmea é menor que a probócite. a) ANOPHELINAE: São os mosquitos vetores de Plasmodium sp., com destaque para Anopheles gambie, o qual é o vetor africano e, no Brasil o vetor é o Anopheles darlingi. Apresentam hábito noturno. Seus palpos labiais são tão longos quanto a probócite. Abdômen em ângulo para cima durante a picada, como se fosse prego. As espéceis de Plasmodium são altamente específicas para as fêmeas de Anopheles. Plasmodium sp. é parasita heteroxênico, onde o Anopheles é o hospedeiro definitivo. Após o repaste sanguíneo, se o inseto apresentar competência ira adquir o Plasmodium da pessoa picada e infectada. Com a picada o inseto adquire uma variedade de fomas de Plasmodium que estavam no sangue do infectado, mas no intestino do inseto a diferença de temperatura, pH e de moléculas em relação ao hospedeiro humano, promoverão a diferenciação em macrogametócitos e microgametócitos. O microgametócito é muito semelhante aos sptz, pois apresentam flagelo e com ele nadaram até o macrogametócito promovendo a fertilização e formação do zigoto ou oocineto. O oocineto apresenta capacidade de nadar necessitando atravessar o intestino para chegar a glândula salivar. Para isso deve romper a matriz peritrófica através da ação de sua quitinase. Após isso, pode ficar até 10 dias na lâmina basal se replicando, para então formar oocisto e deste formar os esporozoítos. Com o rompimento do oocisto, os esporozoítos migram até a glândula salivar, adentram o ducto salivar e são inoculados com a picada a novo hospedeiro. Basta o oocineto chegar ao epitélio intestinal para aumentar a parasitemia no inseto. A passagem do oocineto pelo epitélio intestinal acontece de forma ativa, e com isso há a geração de uma resposta imune do inseto, pois várias moléculas estão envolvidas na interação do oocineto com o epitélio intestinal, o que pode comprometer a transmissão do Plasmodium. O Plasmodium invade a glândula salivar e há a formação de vacúolo parasitóforo, o qual se desfaz. A formação do vacúolo depende de uma série de moléculas que também podem gerar resposta imune. No canal salivar, antes do canal salivar há a diferenciação nas formas infectivas, logo nem todas as formas presentes na hemocele do inseto serão inoculadas. Reservatórios de água, açudes, represas, igarapés, bromélias são possíveis criadouros de Anopheles. O controle acontece através do tratamento das pessoas infectadas, pois impede a infecção de novos insetos; controle químico do vetor com inseticidas; uso de telas em janelas e portas além de mosquiteiros nas camas; controle larval através da adição de biolarvicidas nas águas. b) CULEX O sifão respiratório das larvas se encontra obliquamente, a fêmera apresentar palpo menor que a probócite, apresenta antenas pilosas e quando pousa para picar está em ângulo oblíquo. São vetores para microfilárias de Wulchereria bancrofit. Apresentam hábitos noturnos. Procriam-se em águas poluídas. São antropofílicos e ornitofílicos. Após a ovoposição os ovos estão dispostos em forma de jagada. Também podem transmitir a Febre do Oeste do Nilo. Apenas Pernambuco apresenta transmissão ativa de filárias. As microfilárias apresentam tropismos para os vasos linfáticos. Após o repaste sanguíneo com a picada em indivíduos com pico de parasitemia, há a aquisição das microfilárias, as quais chegam ao intestino e atravessam o epitélio intestinal. Após isso migram para o tórax e se replicam, promovendo o desenvolvimento de L1 a L3, pois L3 é a forma infectiva. L3 rompe o intestino anterior do inseto e destroi o aparelho bucal, sendo inoculada em picada a novo hospedeiro. c) AEDES Os ovos resistem até 1 ano sem água. Da eclosão até o adulto leva de 5 a 7 dias, vivendo 30 dias. Fazem 5 ciclos de repaste sanguíneo e ovoposição. Apresenta transmissão vertical do parasito, onde a larva já nasce infectada, pois o vírus da dengue também coloniza os ovários. Apresenta periodo de incubação extrínseca de 5 a 6 dias. Após o repaste sanguíneo há a aquisição de partículas virais. 24 h após a aquisição das partículas virais, os vírus começam a se replicar nas células epiteliais intestinais do inseto. Em 7 a 14 dias todas os tecidos do inseto, inclusive as glândulas salivares e ovários estão colonizadas. RNAi, Toll, via JAK-STAT e a microbiota são importantes na interação entre o vírus da dengue e o Aedes. Essas mesmas moléculas e a microbiota estão presentes na interação vírus Chikungunya e o Aedes. Água limpa em qualquer recipiente é possível criadouro para o Aedes. Como formas de controle há o controle químico; mosquiteiros não são tão eficazes, pois o Aedes apresenta hábitos diurnos; controle larval; redução de lixo e água parada. Outra forma de controle é a interrupção do ciclo de vida do vírus, seja da Dengue, do Chikungunya ou da Febre Amarela é através da presença de Wolbachia na microbiota. Wolbachia ativa o sistema imune do inseto e aumenta a produção de ROS. Mosquitos geneticamente modificados com Wolbachia podem ser uma alternativa de controle, pois H. SIMULÍDEOS São os borrachudos, pertencem a ordem Díptera, subordem Nematocera, família Simulidae. Apresentam corpo robusto, de cor escura, asas membranosas e com nervuras fortes. São encontrados em regiões de águas turbulentas, pois as larvas apresentam ventosas que permitem a fixação às pedras. São hematófagos e atuam como vetores de Oncocercoses, transmitindo o agente etológico Onchocerca volvulus, o qual é um parasita heteroxeno. Picam na região dos tornozelos, causando lesões que podem permitir infecçãoes secundárias. O Simulídeo se infecta durante o repaste sanguíneo há a aquisição das microfilárias, as quais chegam ao intestino e atravessam o epitélio intestinal. Após isso migram para o tórax e se replicam, promovendo o desenvolvimento de L1 a L3, pois L3 é a forma infectiva. L3 rompe o intestino anterior do inseto e destroi o aparelho bucal, sendo inoculada em picada a novo hospedeiro. As microfilárias quando são ingeridas tanto por Culex, quanto por Simulídeos, podem ser dilaceradas pela ação da armadura sibarial, a qual funciona de modo semelhante aos dentes. Como sintomas há : Dermatite, perda de peso, dor músculoesquelética, hérnias inguinais , e embolia sistêmica de microfilárias; Amenorréia secundária , dificuldades de lactação , aborto espontâneo , infertilidade eesterilidade. No entanto, estas associações nunca foram comprovadas. Os pacientes são assintomáticos em cerca de 10% dos casos. O tratamento é com Invermectina para destruição das microfilárias. Como profilaxia temos a redução da exposição da pele aos mosquitos, uso de repelente, de telas em janelas e portas, uso de biolarvicidas. Diagnóstico: Técnicas imagiologia (TC ou ecografia), microscopia e biópsia ou exame de fundo de olho com oftalmoscópio e molecular(PCR) I. 4.

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