Aula 1 e 2 (Biotecnologia e Obstetrícia em Veterinária) PDF
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Anhanguera – Sorocaba
2022
Bianca Gerardi
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Summary
Este documento contém materiais da aula 1 e 2 sobre a Fisiologia do Aparelho Reprodutor Feminino, focada em Medicina Veterinária. Foi ministrado/a pela Prof.ª Bianca Gerardi a 26/02/2022. O texto cobre os principais conceitos iniciais e as fases do ciclo estral.
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26/02/2022 BIOTECNOLOGIA E OBSTETRÍCIA APLICADAS À MEDICINA VETERINÁRIA Fisiologia do Aparelho Reprodutor Feminino Professora Bianca Gerardi 1 ...
26/02/2022 BIOTECNOLOGIA E OBSTETRÍCIA APLICADAS À MEDICINA VETERINÁRIA Fisiologia do Aparelho Reprodutor Feminino Professora Bianca Gerardi 1 26/02/2022 Qual o nosso papel ???? 2 26/02/2022 3 26/02/2022 ◦ Estro ou cio ◦ OESTRUS (latim) = CIO ou ESTRO ◦ Fêmeas monoéstricas: manifestam apenas 1 (um) cio a Conceitos cada período de tempo. ◦ Ex: cadela. iniciais: ◦ Fêmeas poliéstricas : manifestam mais de um cio a cada período de tempo. ◦ Estacionais: égua, cabra, ovelha. ◦ Não-estacionais ou contínuas: vaca, porca. 4 26/02/2022 Fisiologia da Fêmea Bovina Padrão ciclo estral Proestro Ovulação a cada 21 dias Sinais de cio Diestro Ciclo Estro estral Metaestro 1) Proestro: imediatamente anterior ao cio alterações dos órgãos genitais crescimento folicular e regressão do CL 2) Estro: Fases do Ciclo Estral: fêmea aceita macho, permite monta alterações dos órgãos genitais momento da ovulação (Obs. vaca) 3) Metaestro: céls. Granulosa transformam-se em céls luteínicas redução secreções 5 26/02/2022 4) Diestro: - período de atuação máxima do CL - cessam as secreções - cérvix fechado Fases do - predomínio de progesterona Ciclo Estral: 5) Anestro: - período de pausa/repouso sexual - desenv. folicular é mínimo - CL nem sempre está presente - não existem secreções, cérvix fechado OESTRUS (latim) = CIO ou ESTRO Características do ciclo estral bovino Receptividade sexual Definição: modificações cíclicas na fisiologia e morfologia dos órgãos reprodutivos da fêmea, assim como no perfil dos hormônios relacionados. 6 26/02/2022 ◦Detecção de cio: 15 cm 5 cm 7 26/02/2022 Poliéstrica anual / não estacional Fisiologia da Fêmea Bovina 17 a 25 dias ESTABELECIMENTO GESTACIONAL ESTRO ESTRO ESTRO ESTRO ESTRO ESTRO ESTRO ESTRO ESTRO Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Alterações morfológicas (crescimento e atresia folicular e desenvolvimento e regressão do CL) Alterações endócrinas (eixo hipotálamo-hipófise gonadal) DINÂMICA FOLICULAR ◦ No início da primavera se inicia a estação de monta em equinos. 8 26/02/2022 Fisiologia da Fêmea Equina Outono/Inverno Primavera/Verão 24h Captada por receptores da retina que Pineal Melatonina estimula o eixo pineal-hipotalâmico- hipofisário-gonadal- inibição da melatonina GnRH FSH LH 9 26/02/2022 Fisiologia da Fêmea Equina Estação reprodutiva Cio a cada 21 dias (18 a 24 dias) Estro dura cerca de 5 dias (3 a 9 dias) Ovulação nas últimas 24 a 48h Poliéstrica estacional Potro bem nascido (1º de julho ABQM) Antecipação da primeira ovulação Conceitos iniciais: ◦ Fêmeas nulíparas: ainda não apresentaram parição ◦ Fêmeas pluríparas: apresentaram mais de uma parição ◦ Fêmeas primíparas: apenas uma parição ◦ Fêmeas uníparas (ou monotócicas): apenas um concepto por gestação ◦ Fêmeas multíparas (ou politócicas): mais de um concepto por gestação 10 26/02/2022 Fases Reprodutivas: Fase pré natal Fase pré-púbere (nascimento até puberdade): - fim das divisões mitóticas - restin stage (estágio de dormência) até a puberdade ◦ Após o nascimento, há constante crescimento e desenvolvimento da genitália feminina. Entretanto, a capacidade de produção de gametas viáveis e o início da atividade sexual ou da vida reprodutiva só ocorrem a partir da puberdade. ◦ Considera-se como puberdade a primeira ovulação seguida por um ciclo luteínico normal. Acredita-se que o mecanismo que desencadeie o início da puberdade esteja ligado ao aumento dos níveis hormonais e da resposta aos hormônios. Equinos: 24 meses Maturidade sexual Ovinos: 10 -12 meses, macho 7 a 8 Inicio da atividade dos órgãos sexuais Ovulação/Primeiros sptz no ejaculado Machos Ração E: 12- 14 meses Nutrição Z: 25-28 meses Ambiente 9- 12 meses 24 meses 12 - 20 meses 11 26/02/2022 Fases Reprodutivas: Puberdade: Apesar da produção de gametas iniciar-se na puberdade, uma novilha só deve ser destinada à reprodução, independente de sua idade, quando atingir o peso ideal: 50-55% do peso adulto da raça. Assim, o peso corporal mínimo à primeira cobertura é de, cerca de, 300kg para raças grandes e de 250kg para raças pequenas. Fases Reprodutivas: Peso mínimo ideal à primeira cobertura em fêmeas bovinas Raça Peso Ideal Angus 250 Charolês 330 Girolanda 320 Hereford 270 Holandesa 340 Jersey 225 Nelore 300 Pardo Suíça 340 Santa Gertrudis 300 Informativo Embrapa 12 26/02/2022 Fases Reprodutivas: 1. Fase pré Natal 2. Fase pré púbere 3. Puberdade 4. Fase de declínio: - finaliza a vida reprodutiva da fêmea Relações anatômicas e funções reprodutivas Zona Cortical Zona Medular Composta por epitélio Tecido conjuntivo germinativo que alberga os de sustentação óvulos Vasos e nervos Óvulos em diferentes estágios de maturação 13 26/02/2022 Relações anatômicas e funções reprodutivas Ovário: - folículo 1º, 2º, 3º, - folículo Graaf - folículo pré-ovulatório - corpo hemorrágico - corpo lúteo - corpo albicans Função ovariana: Os ovários constituem as gônadas femininas e desempenham duas funções: uma exócrina ou gametogênica (liberação de óvulos ou oócitos) e outra endócrina (síntese e liberação de hormônios esteróides: estradiol e progesterona). O estradiol é sintetizado pelas células do folículo ovariano, enquanto a progesterona é produzida pelo corpo lúteo 14 26/02/2022 Função ovariana: Estradiol: - estrógeno biologicamente ativo - produção - atuações: SNC útero (potencializa ocitocina e PGF2) caract. sexuais 2º glândula mamária feed back com Horms. Gonadotróficos (FSH, LH) Função ovariana: Progesterona: - produção (céls. Luteínicas CL) - sinergismo com E2 (comportamento de cio) - atuação: endométrio (preparo para gestação) gl. mamária controle ciclo estral (feed back) Relaxina: - produção (CL durante a gestação; em algumas espécies pela placenta) - atuação: dilatação cérvix, vagina, sínfise púbica; no momento que precede o parto 15 26/02/2022 Função ovariana: Inibina: - produção: células da granulosa do folículo dominante - atuação: impede desenvolvimento dos folículos subordinados inibe liberação de FSH, sem alterar LH Relações anatômicas e funções reprodutivas Tubas uterinas: - transporte (sptz, oócito, zigoto) - cílios e contração da parede - secreção Útero: - implantação e desenvolvimento do concepto - síntese PGF2 (luteólise) - controle do ciclo estral - modificações de acordo com fase do ciclo estral 16 26/02/2022 Relações anatômicas e funções reprodutivas Cérvix uterino: - “esfíncter” fibroso com pouco tec. muscular - facilita transp. sptz através do muco cervical - reservatório de sptz. - modifica-se de acordo com fase do ciclo estral - gestação: tampão cervical Vagina: - 3 camadas teciduais - modifica-se de acordo com fase do ciclo estral - colpocitologia (esfregaço vaginal) Relações anatômicas e funções reprodutivas Genitália externa (vulva e clitóris): - refletem (exteriorizam) estado hormonal da fêmea - vulva: cio (estrógeno)- hiperemia, edemaciada, úmida 17 26/02/2022 Mecanismo Neuro-Endócrino do Ciclo Estral: Eixo Hipotálamo-Hipófise-Ovários - secreção GnRH, FSH, LH - ativação de eventos celulares no ovário - produção de hormônios ovarianos - mecanismos de feed back hormonal - pico de LH pré-ovulatório e ovulação - formação do CL - luteólise - fase folicular e fase luteal Liberação de GnRH (eixo hipotálamo-hipofisário) GnRH- - estimular células da hipófise a secretar FSH (Hormônio Folículo Estimulante) e LH (Hormônio Luteinizante) Por meio da corrente sanguínea estes hormônios alcançam as gônadas femininas. 18 26/02/2022 FSH estimular o Retroalimentação negativa em desenvolvimento(crescimento) relação a hipófise. folicular, atuar sobre os folículos primordiais. FSH E os folículos Com o desenvolvimento do em folículo há um aumento das desenvolvimento concentrações de estrógeno. ????? Sendo que o pico máximo ocorre quando há formação do folículo pré-ovulatório. Retroalimentação negativa em relação a hipófise. FSH Aumento de estrógeno circulante + FSH Alguns folículos em crescimento entram em atresia (espécies monovulatórias- importante) Sobrar um ou mais gametas que são sensíveis a baixas concentrações de FSH, sendo assim continuarão a se desenvolver 19 26/02/2022 Estrógeno faz uma retroalimentação positiva Hipotálamo GnRH Liberação de LH Ruptura do folículo pré- ovulatório (ovocitação) Estrógeno Modificações das células da granulosa e da teca - CL Modificações das células da granulosa e da teca - CL Inibe a secreção de Progesterona GnRH, FSH e LH Estimular o endométrio a produzir secreções nutritivas para o embrião, inibir a contração uterina (*eq) e estimular os alvéolos da mamários 20 26/02/2022 Sem fecundação Endométrio produz prostaglandina Causando lise do Cl e consequentemente diminuição da progesterona Todas a ações inibitórias da progesterona são cessadas e inicia-se um novo ciclo. Inibe a secreção de GnRH, FSH e LH 21 26/02/2022 EXAME SEMIOLÓGICO DA FÊMEA www.ourofinosaudeanimal.com www.milkpoint.com.br 22 26/02/2022 AVALIAÇÃO DA GENITÁLIA INTERNA Sistema Reprodutor feminino Exame retal: Cérvix Vaca: consistência firme, anéis cartilaginosos 0= fechada Égua: cérvix não possui anéis cartilaginosos 1= abertura mínima 2=diâmetro de um lápis Formato: cônico (normal) ou tortuoso 3= 1 dedo Abertura (vaginoscopia) 4= 2 dedos 5= 3 dedos 23 26/02/2022 Sistema Reprodutor feminino Coloração de mucosa Vaginoscopia Característica de secreções (aspecto, quantidade) Sinais de traumatismos, nódulos, Exame retal (limpar reto) vesículas, cistos, fístulas reto-vaginais, presença de fezes, Bandagem da cauda (égua) Higienizar o períneo e lábios vulvares (água e sabão neutro ou PVPI) Secar a vulva e períneo com papel toalha Sistema Reprodutor feminino Vaginoscopia Observar vagina e cervix Dilatação Lesões 24 26/02/2022 Sistema Reprodutor feminino Vaginoscopia Cérvix Abertura da cérvix Muco 0= fechada Cl: claro 1= abertura mínima Sa: sanguinolento 2=diâmetro de um lápis MP= muco purulento 3= 1 dedo P= purulento 4= 2 dedos 5= 3 dedos Sistema Reprodutor feminino Exame retal: Diagnóstico gestacional Anormalidades no útero, cérvix e ovários 25 26/02/2022 Sistema Reprodutor feminino Exame retal: 1 dedo até impossível de Espessura do útero mensurar manualmente Simetria dos cornos Simétrico ou assimétrico Relaxado, contratilidade média ou Contração fortemente contraído Sistema Reprodutor feminino Exame retal: Ovários E= ervilha F= feijão A= avelã P= ovo de pomba N= Noz G= ovo de galinha Pa= ovo de pata Ga= ovo de gansa 26 26/02/2022 Sistema Reprodutor feminino Exame retal: Ovários Consistência dos folículos 1- sem flutuação Presença de folículos 2- flutuação débil Presença de corpo lúteo 3- flutuação média 4-folículo maduro 5-folículo rompido 27 26/02/2022 Sistema Reprodutor feminino Palpação abdominal: Aumento de volume uterino, bem como a consistência de seu conteúdo Sistema Reprodutor feminino Exames complementares Ultrassonografia Citologia Cultivo e antibiograma Biopsias uterinas Endoscopia 28 26/02/2022 EMBRIOGÊNESE , RECONHECIMENTO MATERNO E PLACENTAÇÃO Imediatamente após a fecundação inicia-se a Clivagem Clivagem: Divisões mitóticas, através das quais o zigoto (possui grande volume citoplasmático), e é dividido em numerosas células pequenas denominadas Blastômeros. A primerira clivagem (estádio de 2 células) separa o zigoto em dois Blastômeros iguais. Em mamíferos ocorre entre 11 e 20 horas pós fertilização 29 26/02/2022 A maior diferença entre a clivagem de mamíferos de todos os outros tipos de clivagem: fenômeno da compactação. Até o estágio de 8 células, os blastômeros formam um arranjo frouxo com um espaço entre eles. Existem evidências de que a compactação é causada por mudanças na arquitetura dos blastômeros As células do embrião compactado se dividem para produzir uma mórula de 32 células. Mórula= pequeno grupo de células internas rodeadas por um número maior de células externas Células externas = não produz estruturas embrionárias transformando-se em células dos trofloblasto que originam o cório ou porção embrionária da placenta Portanto , o embrião é derivado das decendentes das células internas da mórula no estágio de 32 células, suplementadas por uma célula ocasional originada do trofoblasto durante a transição para o estágio de 64 células 30 26/02/2022 Essas células originam a massa celular interna (MCI) que dará origem ao botão embrionário. As células da MCI não somente são morfologicamente diferentes das células do trofoblasto , como também sintetizam proteínas diferentes nesse estágio inicial do desenvolvimento. Inicialmente a mórula não tem cavidade interna Entretanto, existe um processo denominado Cavitação Blastocele ou cavidade As células do trofoblasto secretam um central da mórula fluído para dentro da mórula. A massa celular interna posiciona-se de um lado do anel de células do trofoblasto, formando uma estrutura denominada Blastocisto Essa fase tem como principal característica a diferenciação entre trofoblasto e botão embrionário O trofoblasto é constituído por células especializadas, das quais são achatadas e com numerosas microvilosidades, formando a parede do blastocisto em contato com a zona pelúcida. Em contrapartida, a MCI é constituída por células esféricas, pequenas, que se dividem rapidamente e são poucos especializadas 31 26/02/2022 Enquanto o embrião se move no interior das tubas uterinas , forma-se a blastocele, a qual se expande após a entrada do blastocisto no útero As membranas das células do trofoblasto contém bomba de sódio voltada para a blastocele. Fazendo com que transporte íons de sódio para a cavidade central , e esse acúmulo de íons de sódio faz com que a água entre por osmose na blastocele, dilatando-a. Durante esse período é essencial que a zona pelúcida evite a adesão do blastocisto à parede do oviduto, o que se houver a aderência ocasionará em gestação ectópica. Quando alcança o útero o embrião precisa eclodir ( sair da zona pelúcida) para que possa aderir à parede do útero Eclosão: Lise de uma porção da zona pelúcida, formando um orifício, onde o blastocisto se comprime e abandona a zona pelúcida. Protease semelhante a tripsina , denominada estripsina (localizada na membrana das células do trofoblasto) lisa a matriz fibrilar da zona pelúcida formando um orifício Dra. Natália Cristina de Souza 32 26/02/2022 Fora da zona pelúcida , agora o blatocisto pode fazer contato direto com o útero No útero as células do trofoblasto secretam outras proteínas, como colagenase, estromalisina e um ativador de plasminogênio Essas enzimas que hidrolizam proteínas , digerem a matriz extracelular do tecido uterino , capacitando o blastocisto a penetrar na parede uterina. ◦ Embrião: após a implantação é assim denominado. ◦ Formação de órgãos e sistemas, desenvolvimento das membranas fetais. ◦ Vacas: período embrionário 15 a 45 dias de gestação ◦ Ovelhas: 12 a 34 dias de gestação ◦ Éguas: 12 a 60 dias de gestação ◦ Feto: período mais longo, desenvolvimento e crescimento até o parto. Grandes modificações em útero, feto, placenta e fêmea gestante. 33 26/02/2022 Curiosidades sobre o embrião da espécie equina A fecundação ocorre na ampola do oviduto A primeira clivagem ocorre aproximadamente horas após a fecundação e a compactação ocorre o estágio de 8 a 16 células. Observa-se um fenômeno raro nas éguas conhecido como retenção de óvulos no oviduto ( óvulo pode ficar retido por mais de 7 meses e acaba se degenerando. Reconhecimento Materno do Concepto Progesterona: Insdispensável para a manutenção da gestação em todos os mamíferos. O fenômeno, no qual o CL, que se forma após a ovulação, torna-se CL gravídico Período em que o concepto sinaliza sua Vital em algumas espécies a presença para a mãe intervenção do embrião para a manutenção do corpo lúteo (CL) 34 26/02/2022 A mucosa endometrial (Mucosa uterina) tem que estar de alguma maneira envolvido nos mecanismos de reconhecimento materno da gestação (CL). O concepto deve estar presente para que haja reconhecimento (Sucesso na T.E) O período de pré-implantação depende de uma série de interações: -Em geral, o embrião em início de desenvolvimento, sintetiza uma grande quantidade de substâncias: -Citocinas (interferons, interleucinas, fatores estimulantes de macrófagos, fator de necrose tumoral), enzimas (proteases), prostaglandinas e hormônios (Hormônio liberador de corticitrofinas , estrógenos) Variações entre as espécies Em éguas o momento de reconhecimento é considerado precoce, nos quais somente óvulos fertilizados e viáveis migram para o útero. Esses embriões secretam PGE2, que provoca relaxamento da musculatura na junção ampola-istmo, os não viáveis são retidos na ampola do oviduto. Ovelha 12-13° dia Vaca 14-16° dia 35 26/02/2022 Lise do corpo lúteo Manutenção do corpo lúteo (Não muito elucidada) Condição que pode resultar das seguintes situações: 1) Prevenção de produção de PGF2α 2) O concepto altera a distribuição de PGF2α, de maneira que não atinja o corpo lúteo, mantendo-o. 3) O concepto secreta uma substância que compete com os efeitos de PGF2α no CL, tem efeito antiluteolítico. Prestes et al.(2006) IFN- ϯ Em ruminantes Substância mais envolvida na sinalização da gestação. Proteína secretada pelo trofoblasto Identificada como um tipo pouco usual de citocina Hormônio parácrino (transmitido de célula a célula) Atuando diretamente no endométrio Influenciando a síntese de proteínas Inibindo a produção de PGF2α 36 26/02/2022 IFN- ϯ Liberada em grandes quantidades pela células do trofoectoderma No alongamento do blastocisto ( 12- 13° dia na ovelha, 14-15° dia na vaca. Pouco elucidado Prestes et al.(2006) IFN- ϯ Antiluteolítico: -Estabilização ou regulação positiva dos receptores para progesterona no endométrio. -Inibição direta dos receptores endometriais de estrógeno. -Inibição direta dos receptores para ocitocina. --Iniciando mecanismos pós-receptor que previnem a liberação de prostaglandinas Prestes et al.(2006) -Induzindo no endométrio , a síntese de um inibidor de enzimas necessárias para a síntese de PGF2α 37 26/02/2022 Reconhecimento Materno-Fetal ◦ Em suínos e equinos ( produção de estrógenos que inibe a formação da PGF2α e sua direção de liberação). ◦ Para que haja a sensibilização adequada em suínos, há a necessidade que tenha no mínimo 4 embriões produzindo estrógenos para que ocorra o reconhecimento materno-fetal. Prestes et al.(2006) Mecanismo fisiológico reconhecimento materno-fetal IFN-tau ESTRADIOL PGF PGFPGF OCITOCINA Dia 14 a 18 do ciclo estral 38 26/02/2022 Movimentação do embrião: 13 a 16 dias. ◦ Luteotropinas produzidas por células trofoblásticas fetais induz os cálices endometriais a produzir ecG (35 a 150 dias) com função de Prestes et al.(2006) FSH e LH ( aumento da produção de progesterona: CL acessórios). Duração média de várias etapas do ciclo reprodutivo de animais domésticos Espécie Duração Duração Momento da Entrada do Implantação Tipo de Período do ciclo do estro ovulação embrião no (após a placenta de estral útero após a concepção) gestação (dias) concepção (dias) Vaca 21 18h 12h após o final do 3 a 4 dias 30 - 35 dias Sindesmocorial 280 estro Ovelha 17 36h 30h após o início do 3 a 4 dias 15 – 18 dias Sindesmocorial 147 estro Porca 21 45h 36-40h após o início 3 a 4 dias 14 – 20 dias Epiteliocorial 113 do estro Égua 21 5-6 dias Último dia do estro 3 a 4 dias 30 – 35 dias Epiteliocorial 345 Cabra 20 40h 30- 36h após o início 4 dias 20 – 25 dias Sindesmocorial 147 do estro 39 26/02/2022 Tempo de transporte do concepto no oviduto Animal Horas Dia Vaca 90 3-4 Ovelha 72 3-1 Égua 98 4 Porca 50 2 Gata 148 6 Cadela 168 7 TONIOLLO, G.H. et al. (1993) Duração da Gestação ◦ Intervalo que vai do acasalamento fértil até o parto. Animais Média (Dias) Bovinos 278 Bubalinos 310 Ovinos 148 Caprinos 150 Suínos 114 Equinos 335 (Hafez, 2004) 40 26/02/2022 Implantação, Nidação ou Justaposição Implantação e ou nidação: ocorre nos primatas e roedores, com maior envolvimento tecidual do útero. Justaposição: ocorre nos animais domésticos. De forma lenta e gradual, iniciando a placentação com pouco envolvimento tecidual do endométrio. Animais Média (Dias) Bovinos 30-35 Ovinos e Caprinos 16-22 Suínos 13-18 Equino 37-60 Cães 16-18 Gatos 14 Diferenciação sexual Fase pré-natal (desenvolvimento embriológico das gônadas): - origem embriológica das gônadas - diferenciação sexual da gônada primordial indiferenciada ◦ Gônadas indiferenciadas: potencial de se desenvolver em ovários ou testículos. ◦ São formadas a partir de um grupo de grandes células granuladas do saco vitelínico que invadem a crista germinativa. 41 26/02/2022 Diferenciação sexual: ◦ Determinação do sexo: genético, gonadal e fenotípico. No embrião macho a proteína SOX-9 inibe a expressão dos genes WNT4 e RSPO-I. A presença do gene SRY, e portanto de SOX-9, inibe a formação de um ovário ao mesmo tempo que estimula a formação do testículo. 42 26/02/2022 A testosterona secretada pelos testículos do feto macho em desenvolvimento atua sobre os dutos de Wolff, o que induz a formação posterior dos dutos deferentes, do epidídimo e das glândulas seminais. Os testículos produzem ao mesmo tempo, uma glicoproteína chamada Hormônio Inibidor dos Dutos de Müller, que impede a formação dos órgãos genitais característicos da fêmea como os ovidutos, o útero, a cérvix e a porção cranial da vagina. Envoltórios fetais ◦ Fecundação do óvulo e implantação no útero ◦ Extensão dos folhetos do embrião: anexos embrionários ◦ A placenta fetal inclui o córion, alantóide, âmnion e vestígios do saco vitelíneo 43 26/02/2022 1. Córion: membrana mais externa da Envoltórios fetais placenta. Está em contato com o útero materno 6. Âmnio: membrana 4. Alantóide: depósito mais interna próxima de urina fetal e outras ao feto. Envolve o feto. secreções 10. Saco vitelínico: precursor do cordão umbilical. Comunica-se com a bexiga através do úraco. Placentação É a justaposição ou fusão de membranas fetais com o endométrio que permite trocas fisiológicas entre a mãe e o feto Funções: - Fixação do feto ao útero - Transporte de nutrientes - Proteção: substâncias tóxicas e microrganismos. - Respiração - Imunomodulação - Produção Hormonal 44 26/02/2022 Placenta: órgão onde ocorrem trocas metabólicas materno-fetais (subst. Nutritivas, enzimas, síntese de hormônios e termorregulação). PLACENTAS E Placentação: justaposição (fusão) PLACENTAÇÃO das vilosidades do córion fetal (pars fetali), com as criptas da mucosa uterina da mãe (pars uterina). Placenta: ligada ao embrião por um cordão de vasos sanguíneos PLACENTAS E PLACENTAÇÃO O tamanho e função da placenta se alteram continuamente durante o curso da gestação. 45 26/02/2022 Constituintes da Placenta Membrana Amniótica É a mais interna das membranas e encontra-se revestindo direta e totalmente o feto, e parte do cordão umbilical. Apresenta-se com folheto duplo e forma uma bolsa repleta de líquido. Viscoso e de cor clara. É proveniente da transudação da superfície cutânea do feto e do cordão umbilical, da secreção do folheto interno da membrana e das cavidades nasais e orais dos fetos, além de urina fetal por via vaginal e prepucial de acordo com o sexo do feto. Funções: Hidratar o feto, protegê-lo dos choques mecânicos, nutrição e lubrificação do canal do parto. Mecônio Placentação Curiosidades: A função hormonal da placenta é principalmente a produção de progesterona para manter a gestação. em algumas espécies como a égua, por exemplo, a placenta substitui completamente o corpo lúteo no último terço da gestação, vacas, porca, cabra, cadelas e gatas, ainda que haja a produção de progesterona pela placenta, elas são dependentes de um corpo lúteo funcional até o final da gestação. 46 26/02/2022 Fonte : Natália Cristina de Souza, 2014. Constituintes da Placenta Membrana Alantóide É a membrana intermediária entre o córion e o âmnion Apresenta membrana dupla denominadas: - Alantocórion ( Aderida ao córion) - Alantoâmnion (Aderida ao âmnion) Coloração amarelada Volume: 4 a 12 litros (Vaca) Égua ( 7 a 15 litros) Funções: Proteção mecânica contra traumas, ação bactericida, aumenta a lubrificação. 47 26/02/2022 Constituintes da Placenta Membrana Coriônica É a membrana mais externa formando um saco completamente fechado e sem líquido. É constituída de dois folhetos: um externo que sofre modificações e dá origem a placenta fetal, e outro interno, intimamente relacionado com a alantóide denominado alantocórion. Neste ponto existem numerosos pequenos vasos sanguíneos que garantem a Nutrição Fetal 48 26/02/2022 Fonte : Natália Cristina de Souza Fonte : Natália Cristina de Souza Tipos de Placenta As placentas podem ser classificadas de 3 formas: 1) Quanto a perda de tecido no parto: decídua e adecídua 2) Distribuição de vilosidades coriônicas: Difusa completa ou incompleta, cotiledonária, zonária e discoidal 3) Estrutura histológica: epitélio-corial, sindesmocorial, endotélio-corial e hemocorial. 49 26/02/2022 CLASSIFICAÇÃO DAS PLACENTAS HISTOLÓGICA A) Epiteliocorial: tecidos uterinos não sofrem destruição (suínos, equinos) O córion do feto está em contato direto com o epitélio uterino materno. 50 26/02/2022 CLASSIFICAÇÃO DAS PLACENTAS HISTOLÓGICA B) Sindesmocorial: destruição parcial dos tecidos uterinos (pequenos ruminantes). O córion entra em contato com o tecido conectivo materno. CLASSIFICAÇÃO DAS PLACENTAS HISTOLÓGICA c) Endotéliocorial: O córion entra em contato com o endotélio dos vasos sanguíneos do endométrio. Está inserida em zona com formato de anel (zonaria). São descíduas: uma porção do endométrio materno é liberada no momento do parto. 51 26/02/2022 CLASSIFICAÇÃO DAS PLACENTAS HISTOLÓGICA d) Hemocorial: não apenas os vasos fetais mas também o córion da placenta fetal se invagina, penetrando no sangue materno. A placenta hemocorial encontra-se unida ao útero por apenas uma área em forma de disco. O termo discoidal é utilizado para descrever a área de inserção. 52 26/02/2022 53 26/02/2022 CLASSIFICAÇÃO DAS PLACENTAS INTIMIDADE DAS VILOSIDADES a) Adecíduas: eliminada posteriormente ao feto. Epitélio e sindesmocorial. União frouxa e ampla (semi-placenta) b) Decíduas: eliminada juntamente ao feto. Endotélio e hemocorial. União íntima (placenta verdadeira) CLASSIFICAÇÃO DAS PLACENTAS DISTRIBUIÇÃO DAS VILOSIDADES PLACENTA COTILEDONÁRIA: ruminantes (placentoma- união cotilédone- carúncula) PLACENTA DIFUSA: equinos PLACENTA ZONÁRIA: carnívoros PLACENTA DISCOIDAL: primatas 54 26/02/2022 Furukawa; Kuroda; Sugiyama, 2014 PLACENTA COTILEDONÁRIA 55 26/02/2022 Fonte : Natália Cristina de Souza Fonte : Natália Cristina de Souza PLACENTA DIFUSA 56 26/02/2022 PLACENTA ZONÁRIA PLACENTA DISCOIDAL 57 26/02/2022 Tipo de Tipo de Espécie Número Endotélio Tecido Epitélio Trofoblasto Tecido Endotélio placenta adesão / de (vasos conectivo do útero (córion) conectivo (vasos Animal camadas sanguíneos sanguíneos ) ) Epiteliocorial Difusa Porca, 6 + + + + + + égua Sindesmocorial Cotiledo Vaca, 5 + + - + + + nária ovelha, cabra Endoteliocorial Zonária Gata, 4 + - - + + + ou cadela discoidal Hemocorial Zonária Primata 3 - - - + + + ou discoidal Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci., São Paulo, v. 52, n. 3, p. 195-204, 2015 58 26/02/2022 Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci., São Paulo, v. 52, n. 3, p. 195-204, 2015 Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci., São Paulo, v. 52, n. 3, p. 195-204, 2015 59 26/02/2022 Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci., São Paulo, v. 52, n. 3, p. 195-204, 2015 Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci., São Paulo, v. 52, n. 3, p. 195-204, 2015 60 26/02/2022 TRANSPORTE ATRAVÉS DA PLACENTA ◦ Função primária da placenta: promover transporte seletivo de nutrientes e trocas entre mãe e feto. TRANSPORTE ATRAVÉS DA PLACENTA Como princípio geral o sangue fetal nunca se mistura ao sangue materno. No entanto, as duas circulações estão próximas o suficiente na junção do córion e do endométrio, de modo que o oxigênio e os nutrientes passam do sangue materno para o sangue fetal, e os produtos de excreção passam do sangue fetal para dentro da corrente sanguínea materna. 61 26/02/2022 TRANSPORTE ATRAVÉS DA PLACENTA 1. Gases sangüíneos: PO2 materno> PO2 fetal: transporte facilitado PCO2 fetal> PCO2 materno: placenta expiração materna 2. Nutrientes: - glicose: difusão facilitada. - aminoácidos: transporte ativo (aa feto> aa materno) 3. Anticorpos: diferenças entre espécies Primatas e roedores: transferência de IgG (antes do nascimento) Vaca, ovelha, égua e porca: s/ transferência (colostro) Revisando Placenta Classificação histológica Epitéliocorial Sindesmocorial Endotéliocorial Hemocorial 62 26/02/2022 Revisando Placenta Intimidade das vilosidades Decídua Adecídua Revisando Placenta Distribuição vilosidades Cotiledonária Difusa Zonária Discoidal 63 26/02/2022 Duração da gestação Definida como o intervalo entre serviço fértil e o parto. É geneticamente determinada, embora possa ser modificada por fatores maternos, fetais e ambientais. 64 26/02/2022 Duração da gestação Raça (bovinos) Média (dias) Pardo Suíça 290 (270 – 306) Holandesa 276 (240 – 303) Jersey 279 (270 – 285) Aberdeen Angus 279 Hereford 285 (243 – 316) Duração da gestação Fatores maternos: Idade: novilhas que concebem jovens apresentam período gestacional mais curto 65 26/02/2022 Duração da gestação Fatores fetais: relação inversa entre duração da gestação e número de produtos. Bezerros gêmeos nascem 3 a 6 dias antes que os únicos. Sexo: bezerros e potros machos demoram 2 a 3 dias a mais para nascer. Duração da gestação Fatores ambientais Nutrição: éguas bem alimentadas (4 dias a menos). Estação do ano: potros concebidos no final do verão / início do outono apresentam período gestacional menor. Estresse 66