Aula 09 -Oncologia Mamária PDF

Summary

This document is a lecture on mammary neoplasia in canine, and covers various clinical aspects, diagnostics, and surgical techniques. Topics discussed include surgical techniques, anatomical location of mammary glands, and types of tumors. The lecture is aimed at veterinary professionals.

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Oncologia: Neoplasias Mamárias - Clínica Cirúrgica Veterinária – 03/10/2024 As neoplasias mamárias em cães são bastante influenciadas por hormônios, como estrogênio, progesterona e prolactina. A castração precoce é uma medida preventiva importante para reduzir a probabilidade de desenvolvimento de...

Oncologia: Neoplasias Mamárias - Clínica Cirúrgica Veterinária – 03/10/2024 As neoplasias mamárias em cães são bastante influenciadas por hormônios, como estrogênio, progesterona e prolactina. A castração precoce é uma medida preventiva importante para reduzir a probabilidade de desenvolvimento de tumores mamários: Antes do 1º ciclo estral: 0,05% de probabilidade de desenvolver tumores mamários. Antes do 2º ciclo estral: 8% de probabilidade. Antes do 3º ciclo estral: 26% de probabilidade. Progestágenos exógenos, como vacinas anti-cio, podem aumentar a incidência de tumores mistos benignos. No entanto, realizar uma ovariosalpingohisterectomia (castração) durante a mastectomia não mostrou efeito significativo na sobrevida dos cães. Em cães, especialmente em fêmeas entre 7 e 12 anos e em raças como Poodle, Cocker Spaniel e Pastor Alemão, cerca de 50% dos tumores mamários são malignos. É comum que um mesmo paciente apresente tumores benignos e malignos simultaneamente. A detecção precoce e o tratamento adequado, muitas vezes incluindo a cirurgia, são essenciais para melhorar a qualidade de vida dos animais afetados. Características principais: Metástases: Frequentemente afetam linfonodos, pulmões e fígado. Localização e Tamanho: Comumente nos 4º e 5º pares de mamas, variando de milímetros a centímetros. Mobilidade e Tipos: Geralmente móveis; podem ser livres, pedunculados, sólidos, císticos ou ulcerados. Sintomas de Metástase: Edema em membros e tosse. Diagnóstico de Neoplasias Mamárias em Cães: 1. Apresentação Clínica: o Observação dos sinais clínicos e histórico do paciente. 2. Exame Radiográfico: o Preferencialmente 3 incidências: ▪ Latero-Lateral direita. ▪ Latero-Lateral esquerda. ▪ Ventrodorsal. o Cerca de 25% a 50% dos cães apresentam micrometástases no momento do diagnóstico. 3. Exame de Ultrassom: o Avaliação de metástases abdominais, que são menos frequentes. o Podem ocorrer em linfonodos ilíacos e fígado. 4. Avaliação Laboratorial: o Hemograma, provas bioquímicas e urinálise. o Avaliação pré-operatória e diagnóstico de síndromes paraneoplásicas. 5. Exame Citológico: o Diferenciação entre processos inflamatórios, tumores benignos ou malignos. o Auxílio na definição das margens cirúrgicas. o Avaliação dos linfonodos. 6. Punção Biópsia Aspirativa: o Utilizada para obter amostras de células para exame. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Mastite; Granulomas; Tumores de pele; Corpos estranhos. ESTADIAMENTO CLÍNICO: CLASSIFICAÇÃO TNM oque é ESTADIAMENTO O estadiamento é um processo médico utilizado para determinar a extensão e a gravidade de um câncer. A classificação TNM é um sistema amplamente utilizado para estadiar tumores malignos, incluindo neoplasias mamárias em cães. Este sistema avalia três componentes principais: 1. Tumor Primário (T): Descreve o tamanho e a extensão do tumor original. 2. Linfonodos (N): Avalia se o câncer se espalhou para os linfonodos regionais. 3. Metástases (M): Indica se o câncer se espalhou para outras partes do corpo. Cada uma dessas categorias é subdividida em graus, geralmente de T0 a T4, N0 a N3, e M0 a M1, com base na extensão da doença. Essas informações são combinadas para determinar o estágio geral do câncer, que ajuda a orientar o plano de tratamento e a prever o prognóstico. Tratamento Cirúrgico para Neoplasias Mamárias em Cães: Tratamento de escolha: Preferido para remover tumores. Melhora a qualidade de vida da paciente: Alivia sintomas e desconforto. Terapia de menor custo: Em comparação com tratamentos como quimioterapia ou radioterapia. Aplicada em quase todos os pacientes: Versátil e amplamente utilizada. Altera a evolução da doença: Pode retardar ou impedir a progressão. Permite diagnóstico histopatológico: Fornece informações detalhadas sobre o tumor. PRINCÍPIOS DA MASTECTOMIA: 1. Planejamento: Amplas margens de segurança: Assegurar a remoção completa do tecido tumoral com uma margem saudável ao redor. Observar linhas de tensão da pele: Minimizar tensão e cicatrizes, promovendo melhor cicatrização. Técnica a traumática: Utilizar técnicas que reduzam o trauma aos tecidos. Ligar as veias previamente às artérias: Controlar o sangramento durante a cirurgia. Exérese do trajeto da biópsia: Remover o trajeto da biópsia para evitar qualquer disseminação de células tumorais. Remoção dos linfonodos: Avaliar e remover linfonodos afetados ou em risco. Lavagem abundante: Limpar a área cirúrgica para reduzir o risco de infecção. TRATAMENTO CIRÚRGICO: Objetivo: exérese completa do tecido tumoral. ANATOMIA DAS GLÂNDULAS MAMÁRIAS: Torácica Cranial; Torácica Caudal; Abdominal Cranial; Abdominal Caudal; Inguinal. DRENAGEM LINFÁTICA E IRRIGAÇÃO SANGÜÍNEA – A: Drenagem linfática das glândulas mamárias: 1. Linfonodo axilar: Principal local de drenagem linfática para as glândulas mamárias anteriores. 2. Linfonodo inguinal: Drena as glândulas mamárias posteriores. B. Suprimento Sanguíneo: 3. Ramo da artéria torácica interna: Fornece sangue às glândulas mamárias anteriores. 4. Artéria torácica lateral: Contribui para a irrigação sanguínea das glândulas mamárias. 5. Artéria epigástrica superficial cranial: Irriga a região anterior das glândulas mamárias. 6. Artéria epigástrica superficial caudal: Suprimento de sangue para a região posterior das glândulas mamárias. 7. Artéria pudenda externa: Auxilia na irrigação sanguínea das glândulas mamárias posteriores. IRRIGAÇÃO SANGÜÍNEA - Síntese do Anel Inguinal O anel inguinal é uma estrutura anatômica importante na parede anterior do abdômen, especialmente na região da virilha. Ele é formado pela aponeurose do músculo oblíquo externo e serve como uma passagem para estruturas como o nervo ilioinguinal, o ramo genital do nervo genitofemoral e o cordão espermático (em homens) ou o ligamento redondo (em mulheres). Técnicas Cirúrgicas para Tratamento de Neoplasias Mamárias em Cães: 1. Lumpectomia: o Indicada para tumores menores que 5 mm. 2. Mastectomia: o Realizada quando há envolvimento da maior parte da glândula mamária. 3. Mastectomia Regional: o Indicada quando o tumor está presente em mais de uma mama. 4. Mastectomia Unilateral: o Utilizada quando há numerosos tumores ao longo de uma cadeia mamária. 5. Mastectomia Bilateral: o Aplicada em casos de dificuldade para aproximar as bordas cirúrgicas. Técnica Cirúrgica: Video da cirurgia – 1. Incisão Cutânea: o Incisão elíptica ao redor das mamas afetadas. 2. Divulsão do Tecido Subcutâneo: o Hemostasia contínua de pequenos vasos sangrantes com pinça hemostática. 3. Ligadura do Vaso Epigástrico Caudal Superficial: o Ligadura dupla com fio absorvível 3-0. o Secção entre as ligaduras. 4. Continuação da Divulsão do Tecido Subcutâneo: o Hemostasia contínua de pequenos vasos sangrantes com pinça hemostática. 5. Ligadura do Vaso Epigástrico Cranial Superficial e Torácico Interno: o Ligadura com fio absorvível 3-0. o Secção entre as ligaduras. 6. Remoção Total da Massa Tumoral: 7. Redução de Espaço Morto e Aproximação das Bordas Cutâneas: o Pontos isolados simples (sutura Walking Suture) com fio inabsorvível 3-0. 8. Dermorrafia: o Padrão intradérmico (sutura crusing) com fio inabsorvível 3-0. Esse procedimento ajuda a garantir a remoção completa do tumor, minimizar o risco de complicações e promover uma boa cicatrização. Sutura de Aproximação: Walking Suture Técnica de Sutura de Aproximação (Walking Suture): 1. Primeiro Ponto: Um ponto é inserido na camada subcutânea de um lado da ferida. 2. Segundo Ponto: A agulha é levada através do tecido subcutâneo para o outro lado da ferida, avançando alguns milímetros da borda inicial. 3. Continuação: A técnica é repetida ao longo da linha de sutura, criando uma série de pontos que "caminham" através do tecido subcutâneo. 4. Função: Cada ponto é apertado, aproximando as bordas da ferida e distribuindo a tensão de maneira uniforme. Essa técnica é particularmente útil para feridas grandes ou em áreas onde a pele está sob maior tensão. COMPLICAÇÕES: Hemorragia; Dor; Formação de seroma; Infecção; Necrose isquêmica; Deiscência; Recidiva da neoplasia; Exame de Histopatologia: Importância: Crucial para definir o prognóstico do paciente. Prognóstico: o Fatores relacionados ao prognóstico: ▪ Avaliação histopatológica. ▪ Tamanho do tumor. ▪ Grau de invasão. ▪ Diferenciação celular. ▪ Infiltração de células de defesa. ▪ Envolvimento dos linfonodos. ▪ Presença de receptores hormonais. o Sobrevida: 1 a 2 anos após cirurgia. A histopatologia oferece informações detalhadas sobre o tipo de tumor e sua agressividade, ajudando a prever a evolução da doença e a resposta ao tratamento. O câncer não é uma palavra sinônima de morte. No entanto não é uma simples doença para a qual existe a cura de todos os casos. Ele toma muitas formas e cada forma responde diferentemente ao seu tratamento. ( Mooney S)

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