Ciclos dos Helmintos - Parasitologia Veterinária I - PDF

CICLOS DOS HELMINTOS PARASITOLOGIA VETERINÁRIA I MEDICINA VETERINÁRIA PROFª DRª ANA CAROLINA DA SILVA Toxocara canis A infecção por Toxocara canis pode ocorrer pela ingestão de ovo contendo L3,...

CICLOS DOS HELMINTOS PARASITOLOGIA VETERINÁRIA I MEDICINA VETERINÁRIA PROFª DRª ANA CAROLINA DA SILVA Toxocara canis A infecção por Toxocara canis pode ocorrer pela ingestão de ovo contendo L3, via transmamária, via transplacentária ou por ingestão de hospedeiro paratênico contendo L3 encistada em seus tecidos. Quando filhotes (até 6 meses) ingerem ovo c/ L3, esse eclode no intestino delgado e liberam as L3s que dão início a migração hepatotraqueal, ou seja, passam pelo fígado, pulmão e sobem a traqueia, onde se transformam em L4s e então são deglutidas e chegam novamente ao intestino delgado onde se transformam em adultos. Após a fêmea e o macho copularem, a fêmea libera ovos que são eliminados através das fezes para o meio ambiente, e dentro do ovo há formação de L1 que depois se transforma em L2 e L3 (forma infectante). Caso o cão seja maduro (mais que 6 meses) não há migração hepatotraqueal, mas migração somática, ou seja, as L3s se deslocam até uma ampla diversidade de tecidos, inclusive fígado, pulmões, cérebro, coração, músculo esquelético e parede do trato alimentar, permanecendo encistadas (hipobiose). Quando a cadela fica prenhe, essas L3s encistadas migram através da placenta até o fígado do feto, depois pulmões e na traqueia se transformam em L4s. Assim que o filhote nasce, as L4s migram para o intestino delgado onde completam seu ciclo e se tornam adultos. Algumas L3s podem em vez de ir para o útero, completar seu ciclo de vida e se tornarem adultos na cadela prenhe sem migração hepatotraqueal. Outra forma de infecção é através do leite, as L3s migram para a glândula mamária onde se transformam em L4s e os filhotes, através do leite, ingerem as larvas que vão direto para o intestino delgado onde se tornam adultos. Enfim, os hospedeiros definitivos (cães) podem se infectar ingerindo hospedeiros paratênicos como roedores, bovinos suínos e aves, que ingeriram ovos com L3 e que após a eclosão se movem até os tecidos e permanecem encistadas até o hospedeiro paratênico ser ingerido pelo cão, onde completa seu ciclo no trato gastrintestinal. Toxocara cati A infecção por Toxocara cati pode ocorrer pela ingestão de ovo contendo L2, via transmamária ou por ingestão de hospedeiro paratênico contendo L2 encistada em seus tecidos. Quando filhotes (até 6 meses) ingerem ovo c/ L2, esse eclode no intestino delgado e liberam as L2s que dão início a migração hepatotraqueal, ou seja, passam pelo fígado, pulmão e sobem a traqueia e então são deglutidas e chegam novamente ao estômago/intestino delgado onde penetram na mucosa e se transformam em L3s. As L3s emergem da mucosa para o lúmen e se transformam em L4 e então atingem a maturidade. Após a fêmea e o macho copularem, a fêmea libera ovos embrionados que são eliminados através das fezes para o meio ambiente, e dentro do ovo há formação de L1 que depois se transforma em L2 (forma infectante). Caso o gato seja maduro (mais que 6 meses) não haverá migração hepatotraqueal, mas migração somática, ou seja, as L2s se deslocam até uma ampla diversidade de tecidos, inclusive fígado, pulmões, cérebro, coração, músculo esquelético e parede do trato alimentar, permanecendo encistadas (hipobiose). Quando a gata fica prenhe, essas L2s encistadas migram a glândula mamária onde se transformam em L3s, e os filhotes, através do leite, ingerem as larvas que vão direto para o estômago/intestino delgado onde penetram na mucosa e se transformam em L4 e então atingem a maturidade. Enfim, os hospedeiros definitivos (gatos) podem se infectar ingerindo hospedeiros paratênicos como roedores, bovinos suínos e aves que ingeriram ovos com L2 e que após a eclosão se movem até os tecidos e permanecem encistadas até o hospedeiro paratênico ser ingerido pelo gato, onde vai completar seu ciclo no trato gastrintestinal como ocorre nas outras vias de infecção. Toxocara vitulorum A infecção por Toxocara vitulorum pode ocorrer pela ingestão de ovo contendo L2 ou via transmamária. Quando filhotes (até 6 meses) ingerem ovo c/ L2, esse eclode no intestino delgado e liberam as L2s que dão início a migração hepatotraqueal, ou seja, passam pelo fígado, pulmão e sobem a traqueia e então são deglutidas e chegam novamente intestino delgado onde se transformam em L3s, L4s e adultos imaturos. Após a fêmea e o macho copularem, a fêmea libera ovos embrionados que são eliminados através das fezes para o meio ambiente, e dentro do ovo há formação de L1 que depois se transforma em L2 (forma infectante). Caso o bezerro seja maduro (mais que 6 meses) não haverá migração hepatotraqueal, mas migração somática, ou seja, as L2s se deslocam até uma ampla diversidade de tecidos, inclusive fígado, pulmões, cérebro, coração, músculo esquelético e parede do trato alimentar, permanecendo encistadas (hipobiose). Quando a vaca fica prenhe, essas L2s encistadas migram a glândula mamária e se transformam em L3s, e os filhotes, através do leite, ingerem as larvas que vão direto para o intestino delgado onde se transformam em L4s e adultos imaturos. Toxascaris leonina O estágio infectante é o ovo com L2 ou a L3 presente em um camundongo, hospedeiro paratênico. Após a ingestão e eclosão, as larvas penetram na parede do intestino delgado e se transformam em L3 e posteriormente L4. As L4s emergem da parede e vão para a luz do intestino onde se tornam adultas. Quando o hospedeiro paratênico ingere o ovo com L2, o ovo eclode no estômago/intestino do roedor e migra para os tecidos onde se encistam e se transformam em L3. O cão ou gato ingerem o roedor, as L3s são liberadas no intestino delgado e penetram na parede onde se transformam em L4s. As L4s emergem da parede e vão para a luz do intestino onde se tornam adultas. Após a fêmea e o macho copularem, a fêmea libera ovos que são eliminados através das fezes para o meio ambiente, e dentro do ovo há formação de L1 que depois se transforma em L2 (forma infectante). O período pré-patente varia de 10 a 11 semanas. Ascaris suum Ascaris suum é o maior nematoda de suínos e localizam-se no intestino delgado do hospedeiro. A infecção ocorre pela ingestão direta de ovos com L3 ou de hospedeiros paratênicos contendo L3. As larvas são liberadas no intestino delgado e depois migram para fígado, coração e pulmão, do pulmão elas sobem pela traqueia e se tornam L4s. As L4s são deglutidas e no intestino delgado se transformam em L5s e adultos, onde copulam e liberam nas fezes ovos com mórula. No ambiente os ovos embrionam e formam no seu interior L1, L2 e por fim L3, sendo, portanto, o ovo com L3 a forma infectante. Enfim, os hospedeiros definitivos (suínos) podem se infectar ingerindo hospedeiros paratênicos como roedores, minhocas e besouros, que ingeriram ovos com L3 e que após a eclosão se movem até os tecidos e permanecem encistadas até o hospedeiro paratênico ser ingerido pelo suíno, onde completa seu ciclo no trato gastrintestinal. Parascaris equorum Os adultos estão localizados no intestino delgado de equinos e ovos não larvados são eliminados pelas fezes no ambiente. No ambiente há formação de L1 até L2 no interior do ovo. O hospedeiro definitivo ingere ovos com L2 e no intestino delgado as larvas penetram a parede intestinal e migram até o fígado, e é durante a migração que ocorre a mudança pra L3. As L3s chegam aos pulmões, depois brônquios e traqueia, são deglutidas e voltam para o intestino delgado. No intestino delgado mudam pra L4s e depois L5s e ali permanecem todo o período de patência. Ascaridia galli Os adultos estão localizados no intestino delgado das aves e ovos não larvados são eliminados pelas fezes no ambiente. No ambiente há formação de L1 até L3 no interior do ovo. A ave ingere ovos com L3s, os ovos eclodem e no trato digestório as larvas se deslocam até o intestino delgado e se desenvolvem até a fase adulta. A infecção pode ocorrer pela ingestão de minhocas (hospedeiro paratênico) que tenham L3s encistadas no seu tecido. Heterakis gallinarum Os adultos estão localizados no ceco das aves e ovos não larvados são eliminados pelas fezes no ambiente. No ambiente há formação de L1 até L3 no interior do ovo. A ave ingere ovos com L3s e no trato digestório as larvas se deslocam até o intestino grosso e se desenvolvem até a fase adulta. A infecção pode ocorrer pela ingestão de minhocas (hospedeiro paratênico) que tenham L3s encistadas no seu tecido. Oxyuris equi Oxyuris equi são parasitos de intestino grosso de equinos e asininos. O ciclo biológico inicia-se com as fêmeas gravídicas migrando para o ânus e depositando seus ovos (mórula) em agregados com uma substância gelatinosa na área perineal ou perianal, após isso, as fêmeas morrem. O desenvolvimento dos ovos ocorre nesse local (ou diretamente no ambiente) até a formação de L3 no interior dos ovos, então os ovos se desprendem e contaminam o ambiente. A infecção ocorre pela ingestão de água ou alimento contendo ovos com L3. As larvas são liberadas no intestino delgado e se deslocam até o intestino grosso onde migram para a mucosa (criptas intestinais) e permanecem até se tornarem L4. As L4s se alimentam de mucosa até tornarem adultos e então se instalam no lúmen e começam a se alimentar de conteúdo intestinal.