Conhecimentos Gerais - Agente de Correios - Carteiro PDF
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2024
Daniel Bittencourt, Jean Talvani, Vitor Augusto Grimaldi e Zé Soares
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Este documento fornece uma revisão abrangente sobre conhecimentos gerais, incluindo noções básicas de cartografia, aspectos físicos do Brasil e meio ambiente, organização do espaço agrário e urbano, e dinâmica da população brasileira. É um material de estudo para o cargo de Agente de Correios – Carteiro.
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CORREIOS Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos Agente de Correios – Carteiro Conhecimentos Gerais Obra CORREIOS – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos Agente de Correios – Carteiro Autores CONHECIMENTOS GERAIS Daniel Bittencourt, Jean Talvani, Vitor Augusto Grimaldi e Zé...
CORREIOS Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos Agente de Correios – Carteiro Conhecimentos Gerais Obra CORREIOS – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos Agente de Correios – Carteiro Autores CONHECIMENTOS GERAIS Daniel Bittencourt, Jean Talvani, Vitor Augusto Grimaldi e Zé Soares ISBN: 978-65-5451-403-3 Edição: Outubro/2024 Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da editora Nova Concursos. Esta obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso Dúvidas de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e www.novaconcursos.com.br/contato Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações. [email protected] SUMÁRIO CONHECIMENTOS GERAIS...............................................................................................5 NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA................................................................................................ 5 LOCALIZAÇÃO.....................................................................................................................................................5 ORIENTAÇÃO: PONTOS CARDEAIS....................................................................................................................6 LATITUDE, LONGITUDE E ALTITUDE..................................................................................................................7 COORDENADAS GEOGRÁFICAS.........................................................................................................................8 REPRESENTAÇÃO: LEITURA E CONVENÇÕES..................................................................................................9 LEGENDAS..........................................................................................................................................................13 ESCALA..............................................................................................................................................................15 ASPECTOS FÍSICOS DO BRASIL E MEIO AMBIENTE....................................................................... 18 GRANDES DOMÍNIOS DE CLIMA, VEGETAÇÃO, RELEVO E HIDROGRAFIA: ECOSSISTEMAS......................18 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO AGRÁRIO............................................................................................. 26 ATIVIDADES ECONÔMICAS, MODERNIZAÇÃO E CONFLITOS.......................................................................26 PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA, COMÉRCIO MUNDIAL DE ALIMENTOS, A QUESTÃO DA FOME, GLOBALIZAÇÃO E CIRCULAÇÃO......................................................................................................................34 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO: ATIVIDADES ECONÔMICAS, EMPREGO E POBREZA.....................40 REDE URBANA...................................................................................................................................................46 REGIÕES METROPOLITANAS...........................................................................................................................47 DINÂMICA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA........................................................................................ 48 FLUXOS MIGRATÓRIOS, ÁREAS DE CRESCIMENTO E DE PERDA POPULACIONAL.....................................48 FORMAÇÃO TERRITORIAL E DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA (ORGANIZAÇÃO FEDERATIVA)....................................................................................................................................... 58 CONHECIMENTOS GERAIS NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA LOCALIZAÇÃO A cartografia é uma técnica de produção sistemática de mapas originária da região da Mesopotâmia. A primeira representação cartográfica data aproximadamente do século 23 a.C.; essa origem está ligada à necessidade de apresentar a outras pessoas um espaço desco- nhecido. Por ser a região da Mesopotâmia a localidade onde surgiram os primeiros grupos sociais organizados em sociedades, a criação da cartografia nesse local foi uma questão de necessidade. O aprimoramento das técnicas de produção ocorreu junto à intensificação do uso. Um mapa, além de representar um espaço, pode conter diversas informações; por esse motivo, é necessário ler corretamente suas informações. O título (quando houver) é o ponto de partida; em seguida, deve-se ler a legenda, que se trata de um pequeno quadro normalmente disposto nas extremidades inferior ou superior do mapa, contendo as informações que o mapa transmite; para isso, podem ser utilizados símbo- los, cores, ou a combinação de ambos. Um mapa deve ser uma reprodução proporcional fiel ao tamanho do espaço represen- tado; para ser possível realizar a conversão das distâncias no mapa para o distanciamento verdadeiro no espaço físico, há a necessidade do uso da escala cartográfica, representando o tamanho da redução do espaço originário em relação ao mapa. Um mapa necessariamente deve conter um ponto de orientação — preferencialmente, uma rosa dos ventos com pontos cardeais ou minimamente o Norte geográfico. Esse último não possui relação com a parte superior do mapa, pois os pontos cardeais representam dire- ções no plano superficial do planeta, ou seja, representam direcionamentos na horizontal; logo, o posicionamento norte pode ser representado na porção superior, inferior, laterais e diagonais. Vale lembrar que a cartografia não é apenas uma representação de espaço com uso exclu- CONHECIMENTOS GERAIS sivo da Geografia; seu uso também é presente em disciplinas como história e sociologia. Órgãos governamentais também a utilizam para o desenvolvimento de políticas públicas. Até mesmo você, em seu cotidiano, faz uso dos conceitos cartográficos, por exemplo, ao uti- lizar a localização de um aplicativo celular ou acionar um GPS para se deslocar a um local desconhecido. São muitas as possibilidades do uso da cartografia, que auxilia as atividades cotidianas há muitos séculos; com a adição das tecnologias de georreferenciamento, a utilização se tornou mais simplificada e constante. 5 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. ORIENTAÇÃO: PONTOS CARDEAIS A rosa dos ventos é utilizada para sistematizar os direcionamentos realizados, seguindo parâmetros e permitindo a padronização. A localização norte geográfica é orientada pela estrela Polar, sua referência inicial. Essa localização pode também ser chamada de Setentrional ou Boreal. O sul geográfico é a antípoda do norte, ou seja, o ponto exatamente contrário; sua referên- cia é o Cruzeiro do Sul. Pode também ser chamado de Meridional ou Austral. O paralelo Linha do Equador, referência central, faz a separação entre os hemisférios norte e sul. O ponto Leste, também conhecido como Oriente, está localizado à direita em relação ao norte e ao sul. Sua referência astronômica é o nascer do Sol. À esquerda do norte e do sul, tem-se o ponto oeste, também chamado de Ocidente; seu ponto de referência é o pôr do Sol. Esses quatro direcionamentos compõem os pontos Cardeais, primeira face da rosa dos ven- tos, representados pelas siglas N (norte), S (sul), L (leste) e O (oeste). Quanto mais distante for o ponto de chegada em relação ao ponto de partida, maior será o intervalo entre os pontos cardeais, pois o ângulo entre eles é de 90º. Reduzindo esse grau de distanciamento, temos os pontos Colaterais, que são representa- dos pelos símbolos NE (nordeste), NO (noroeste), SO (sudoeste) e SE (sudeste). Esses pontos de orientação reduzem o intervalo em 45º. Por último, existem os pontos Subcolaterais, criando um intervalo ainda menor, de 22, 5º. Sua denominação é a combinação do ponto cardeal mais próximo junto ao colateral mais próximo, representados pelos símbolos SSO (sul sudoeste), OSO (oeste sudoeste), SSE (Sul Sudeste), ESE (leste sudeste), ENE (leste nordeste), NNE (norte nordeste), NNO (norte noroeste), ONO (oeste noroeste). Observe a rosa dos ventos a seguir. NNO NNE NO NE ONO ENE O E OSO ESE SO SE SSO SSE Fonte: InfoEnem (2019). SISTEMA DE LINHAS IMAGINÁRIAS Para conseguirmos nos organizar e localizar na superfície, foi desenvolvido um sistema de linhas imaginárias para facilitar nossos pontos de referência e localização. 6 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. As linhas verticais são os Meridianos, sendo o de Greenwich considerado o Meridiano central e divisor dos hemisférios Oriental (leste) e Ocidental (oeste). Observe a figura a seguir: 180º Antimeridiano de Greenwich Greenwich Longitude Longitude 0º Leste Oeste Fonte: Branco. Os Meridianos a Leste possuem graus positivos; já os a Oeste possuem graus negativos. Em 0º, tem-se o Meridiano de Greenwich e, em 180º ou -180º, os opostos (Leste e Oeste, respectivamente). Além dos Meridianos, existem os Paralelos, que são as linhas horizontais. O Paralelo do Equador é o central e divisor dos hemisférios Norte e Sul. Observe a imagem a seguir: Latitude Norte 0º Equador Latitude Sul CONHECIMENTOS GERAIS Fonte: Amante; Carlos. LATITUDE, LONGITUDE E ALTITUDE Baseado na distância entre os paralelos e meridianos, há outra denominação para se refe- rir ao distanciamento em graus. As latitudes são os graus de distanciamento entre os para- lelos; já as longitudes são os graus de distanciamento entre os meridianos. O cruzamento entre uma Latitude e uma Longitude fornece o dado da coordenada geográfica. 7 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. O clima de um lugar é determinado pelos elementos e fatores climáticos, os quais agem diretamente sobre o clima, tais como: a temperatura, a chuva (e outros tipos de precipitação), a umidade do ar, os ventos e a pressão atmosférica. Esses elementos sofrem alterações devido à ação dos fatores climáticos, dentre os quais podemos destacar a latitude, a altitude, as corren- tes marítimas, a continentalidade, vegetação e o relevo. z Altitude: a temperatura também varia na razão inversa da altitude. Assim, quanto maior a altitude, menor a temperatura do ar atmosférico; COORDENADAS GEOGRÁFICAS As coordenadas geográficas permitem identificar a localização exata de um local. É esse sistema de Georreferenciamento que o GPS (global position system) utiliza, a partir da triangulação de dados dos satélites, cruzando a localização latitudinal combinada à loca- lização longitudinal. O sistema GPS é propriedade do governo dos Estados Unidos da América; seu uso é aberto, mas, em caso de necessidade ou em um eventual conflito, esse serviço pode ser suprimido. Por isso, existe um sistema de propriedade do governo russo que realiza a mesma tarefa que o GPS, chamado GLONASS. Essas funcionalidades estão no nosso dia a dia; já que o uso dos celulares é nosso principal meio de utilização de dados georreferenciados como o GPS ou GLONASS. Veja o mapa a seguir, apresentando as coordenadas geográficas: Fonte: Barreto. Combinando os dados da latitude com longitude é obtida a localização. a figura a seguir também traz coordenadas geográficas, mas, nesse caso, sua representação gráfica está indi- cando a localização de algumas capitais. CAPITAL LATITUDE LONGITUDE Brasília 15º46’48’’ S 47º55’45’’ O Washington 38º54’15’’ N 77º01’02’’ O Tóquio 35º41’22’’ N 139º1’31’’ L Londres 51º30’26’’ N 00º07’39’’ O Nova Deli 28º36’36’’ N 77º13’48’’ L 8 Fonte: Rossetto (2024). Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. REPRESENTAÇÃO: LEITURA E CONVENÇÕES Como vimos até aqui, os mapas são a forma de representar um espaço. Para isso ocorrer de maneira organizada, existem alguns critérios a serem seguidos na produção de um mapa. Em conjunto com a imagem apresentada, devem estar: título, legenda e escala. Essas são os três itens básicos de um mapa, pois ele deve transmitir informações, não apenas imagens. Existem diferentes tipos de projeções cartográficas; veremos alguns tipos a seguir: Projeção Plana ou Azimutal Fonte: Sousa. Essa projeção costuma ser utilizada para representar um hemisfério, normalmente cen- tralizado a partir de um dos polos. Seu uso mais famoso está na bandeira da Organização das Nações Unidas (ONU), por não seguir o padrão eurocêntrico (forma de representar o continente europeu na porção supe- rior e ao “centro” em relação aos demais continentes) habitualmente utilizado na projeção cilíndrica. Também pode ser utilizado para representar o mundo por completo, mas as áreas do polo oposto à porção centralizada serão muito distorcidas (ampliadas). Projeção Cônica CONHECIMENTOS GERAIS Fonte: IBGE. 9 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Projeção Cilíndrica Fonte: IBGE. Assim como a projeção plana ou azimutal, esse modelo é normalmente utilizado para representação de um hemisfério, senão, causará a distorção observada nessa imagem, na qual o polo Sul (oposto ao norte centralizado) aparece ampliado e distante em relação ao norte. Esse modelo é mais utilizado para representar o mundo por completo com seus hemisfé- rios em um planisfério, pois causa a menor distorção entre os hemisférios. Por ter seu uso mais intenso, existem diferentes técnicas de reproduzir essa projeção. Dentre elas, três for- mas são as mais utilizadas: z Modelo Conforme: Fonte: Jesus (2018). Desenvolvida pelo cartógrafo e matemático Gerhard Mercator no século XVI, foi a primeira representação a ampliar os territórios além do Velho Mundo (termo utilizado para se referir a Europa, Norte da África e Oriente Médio, no período prévio a Expansão Marítima). O objetivo principal era manter os ângulos e contornos dos territórios, pois seu uso era, na época, voltado à navegação. Contudo, essa necessidade de manter os contornos próximos à realidade acaba por ampliar as áreas próximas aos polos. Isso ocorre por conta da ampliação dos Paralelos mais distantes do Equador; por conta dessa característica, essa projeção recebe a denominação de “Conforme”. 10 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. z Projeção Equivalente: Fonte: Pena. Essa representação foi criada por Arno Peters no século XX. Embora não fosse um cartó- grafo, a projeção de Peters tinha por finalidade representar os espaços de maneira fiel ao tamanho dos territórios. Para cumprir esse objetivo, a projeção de Peters preserva os tamanhos dos continentes, mas acaba perdendo os ângulos e contornos detalhados da projeção conforme. z Projeção Conforme não equidistante: Fonte: Pena. O estadunidense Arthur Robinson é o responsável por essa projeção. Seu objetivo é equili- brar a relação tamanho territorial versus ângulos e contornos. Para conseguir alcançar esses objetivos, essa projeção utiliza Paralelos retos e Meridianos curvos, quanto mais distantes do central Greenwich. Por mesclar as principais características de Mercator e Peters, essa projeção é atualmente CONHECIMENTOS GERAIS a mais utilizada em livros e publicações quando se representa o mundo em planisférios. Projeção Afilática Nesse tipo de projeção, não há manutenção dos tamanhos, contornos e áreas dos territó- rios, mas são minimizadas as distorções do conjunto (o mapa por completo). 11 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Fonte: Mundo Vestibular. Projeção Equidistante São preservadas as distâncias, mas há distorção dos contornos e ângulos dos territórios. Fonte: Objetivo. Anamorfose Tipo de representação cartográfica que utiliza distorções propositais das formas dos terri- tórios para representar os temas a serem expostos. É um tipo de cartografia temática; embo- ra diferentes do habitual, são representações muito utilizadas para transmitir informações. Observe os exemplos: Rússia Alemanha Irã China Estados Turquia Unidos Paquistão Japão Anamorfose - mundo México Egito população total - 2017 Bangladesh Índia (mil habitantes) Vietnã Nigéria Filipinas até 25 000,0 Etiópia 25 000,1 - 75 000,0 Brasil Indonésia 75 000,1 - 150 000,0 150 000,1 - 325 000,0 mais de 1 339 180,1 12 Fonte: IBGE Educa. Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Essa Anamorfose representa a população absoluta dos países; repare como o Canadá e a Austrália ficam reduzidos, embora sejam o segundo e sextos maiores países do mundo em extensão territorial (respectivamente). Nessa Anamorfose, ficam reduzidos por conta da pequena população que possuem. A Anamorfose a seguir representa os maiores produtores de petróleo, conforme descrito na legenda. Canadá Nóruega Rússia casaquistão Reino Unido Iraque Irã Estados Unidos Kuwait China Argélia Catar México Emirados Árabes Anamorfose - mundo Arábia Saudita Unidos Venezuela Nigéria produção de petróleo omã (mil barris/dia) 104,0 - 1 000,0 Brasil Austrália 1 000,1 - 2 000,0 Angola 2 000,1 - 5 000,0 5 000,1 - 12 354,0 Fonte: IBGE Educa. A seguir, tem-se uma anamorfose da densidade demográfica do Brasil, comparada a um mapa tradicional: Figura 11: População total (número de habitantes), Figura 12: Anamorfose geográfica do tema população por Estado, em 2017 total , em 2017 AP CE RN AM PA MA Amapá Roraima PI PS RO TO PE MT Amazonas Maranhão Rio Grande GO DF BA AL Pará Ceará do norte SE Paraíba Piauí Pernambuco Acre Tocantins Alagoas MS MG Rondônia Sergipe Mato Grosso bahia ES População total - 2017 Distrito Federal SP (mil habitantes) Goiás Anamorfose - Brasil população Minas RJ 466,0 - 1 000,0 Mato Grosso Gerais Espírito total - 2017 (mil habitantes) do sul PR 466,0 - 1 000,0 Santo São Paulo 1 000,1 - 5 000,0 Rio de Janeiro Paraná 1 000,1 - 5 000,0 5 000,1 - 10 000,0 Santa SC Catarina RS 5 000,1 - 10 000,0 10 000,1 - 22 000,0 Rio Grande do Sul 10 000,1 - 22 000,0 45 103,1 45 103,1 Fonte: IBGE Educa. CONHECIMENTOS GERAIS LEGENDAS Os mapas, além de apresentarem um local, quase sempre transmitem informações; as legendas são maneiras de representar as informações contidas nos mapas. Na cartografia, uma das principais maneiras de transmitir informações por mapas e car- tas gráficas é utilizar legendas, que são itens obrigatórios. Elas podem ser utilizadas por meio de símbolos ou cores. As legendas são importantes por permitirem incluir nos mapas diversas informações sem a necessidade da escrita, que tornaria o mapa confuso e repleto de palavras, o que provavel- mente dificultaria sua interpretação. 13 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Quando são adequadamente utilizadas, as legendas fornecem dados acerca de aconteci- mentos ou elementos existentes no Espaço Geográfico. A simbologia a ser utilizada é escolhida com base nos critérios relacionados às necessida- des de cada mapa. Alguns exemplos: divisão de áreas, indicar atividades comerciais/indus- triais ou mesmo indicar aspectos sociais. São três tipos principais de signos cartográficos: lineares, zonais e pontuais. Símbolos lineares Fonte: Pena. Normalmente, são utilizados para representar elementos naturais ou construções humanas, como rios, estradas, ferrovias, ruas. Além de representarem os itens informados na legenda, podem transmitir informação quantitativa ao modificar sua espessura para isso. Símbolos Zonais Fonte: Pena. Esse tipo de símbolo é utilizado principalmente para indicar área ocupada, quando a extensão e largura são importantes. Podem indicar regiões ou diferenciações naturais no relevo, como variação de cobertura vegetal, climático etc. 14 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Símbolos Pontuais Fonte: Vecteezy. Os símbolos pontuais podem ser variados e sua representação é praticamente infinita, basta identificar o símbolo na legenda. Veja as três formas de legendas juntas: Figura 1 Pontos Linhas Áreas Figura 2 Pontos Linhas Áreas Adaptado de: Exercícios Web. CONHECIMENTOS GERAIS ESCALA Mesmo com intenso uso de tecnologia atual, os mapas podem ser importantes meios de orientação no espaço, podendo fazer parte de planejamento de viagens, por exemplo. Portanto, sua representação deve ser fiel ao espaço real. As escalas representam o volume de proporção do espaço representado em relação ao espaço natural, por isso, sua correta interpretação é importante. Quanto maior a redução do local representado, maior será o denominador da escala, assim indicando um mapa menor, pois, para representar uma área muito grande, o espaço real é muito reduzido e, consequentemente, apresenta menor riqueza de detalhes do local. 15 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Em contrapartida, mapas com escala pequena são maiores, pois o espaço demonstrado foi menos reduzido, demonstrando, assim, maior detalhamento do local. Como exemplo, imagine um mapa do Brasil. Para representar o país em uma folha, seu tamanho foi muito reduzido; nessa redução, muitos detalhes do espaço ficam impossíveis de serem observados. Logo, temos uma pequena escala cartográfica e um mapa pequeno. Agora, imagine um mapa da cidade de Santos, em São Paulo. Por possuir um tamanho terri- torial muito menor que o país, um mapa desse município é menos reduzido em relação ao do Brasil. Esse mapa preservará melhor os detalhes do local, terá uma escala cartográfica grande e, consequentemente, será um mapa maior. Podem ser utilizados dois tipos distintos de escala: a gráfica e a numérica. Escala Gráfica Escala 25 50 Km 0 0 3 6 9 Km ou 0 3 6 9 quilômetros Adaptado de: Blogger (2021). Esse tipo de escala faz a proporção de um centímetro do mapa em relação ao espaço da reali- dade. É importante ter atenção à unidade de medida representada, se é uma proporção relativa a quilômetros ou metros. Na primeira imagem, é representada uma proporção de um centímetro, equivalente a vin- te e cinco quilômetros da realidade. Na segunda, a escala representa uma proporção de um centímetro relativo a três quilômetros no espaço real. Escala numérica: Numerador (área do mapa) 1 : 50000 Denominador (área real) Adaptado de: Bezerra. 16 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Importante! Quando não houver indicação da unidade de medida na escala, deve ser sempre conside- rado centímetro como a unidade representada. Nas escalas numéricas como a representada na imagem, quando não há indicação da uni- dade de medida do denominador, deve-se sempre considerar uma medida em centímetros. Ou seja, um centímetro do mapa é equivalente a cinquenta mil centímetros do espaço real. Em questões de concurso, normalmente é necessário converter essa medida para metros ou quilômetros, logo, é preciso realizar a divisão. 100 centímetros correspondem a um metro, e 1000 metros correspondem a um quilômetro. Dessa maneira, na imagem que apresenta a escala gráfica de 1:50000, um centímetro do mapa equivale a quinhentos metros do espaço real, ou meio quilômetro. Veja outros exemplos: ESCALA NUMÉRICA ESCALA GRÁFICA 1 : 500 000 0___5___10km Lê-se da seguinte forma: 1cm no mapa equiva- le a 500 000 cm na realidade Lê-se da seguinte forma: 1 cm no mapa equiva- le a 5 km na realidade ou 2 cm no mapa equiva- Ou seja, a realidade foi lem a 10 km na realidade reduzida 500 000 vezes ESCALA 1:5 000 0 5 10 15 20 25 30 m ESCALA 1:200 000 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Km ESCALA 1:5 000 000 0 50 100 150 200 250 300 350 400 Km Adaptado de: Bezerra. Esse último exemplo conta com a escala numérica combinado a escala gráfica. Podemos CONHECIMENTOS GERAIS observar a conversão da escala numérica para o espaço real; na primeira demonstração, um centímetro da escala equivale a cinco mil centímetros do espaço real. Convertendo para metros, tem-se a distância de cinquenta metros do espaço real. Na segunda demonstração, a escala numérica apresenta um centímetro correspondente a duzentos mil centímetros; ao converter, resulta-se uma distância de dois quilômetros do espa- ço real. Por fim, a proporção representada é de um centímetro da escala para cinco milhões de centímetros, correspondentes a cinquenta quilômetros do espaço real. 17 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. OUTRAS PRODUÇÕES DE CARTOGRAFIA: z Planta: normalmente utilizada na área da construção civil, é um tipo de representação do espaço em escala grande, ou seja, pouquíssima redução do local representado, conseguin- do transmitir com detalhes o local; z Carta: utilizada especialmente em atividades de gestão e planejamento, é um tipo de reprodução de escalas médias e grandes; são reproduções detalhadas dos locais represen- tados, normalmente utilizando simbologia para isso; z Croqui: simples representações do espaço, sem focar em técnicas específicas da carto- grafia, como escala; esse tipo de representação é um “resumo” com informações sobre os locais representados. ASPECTOS FÍSICOS DO BRASIL E MEIO AMBIENTE GRANDES DOMÍNIOS DE CLIMA, VEGETAÇÃO, RELEVO E HIDROGRAFIA: ECOSSISTEMAS A fitogeografia (do grego, phytón — planta) é o ramo da geografia responsável por realizar o estudo da distribuição dos vegetais na superfície da Terra. No Brasil a vegetação original que cobria o território nacional foi, em uma grande extensão territorial do país, desmatada por conta de atividades antrópicas (realizadas pelos seres humanos). Ao longo da história do nosso país, medidas foram tomadas para reduzir os níveis de des- matamento que ocorreu de forma desordenada e que ocasionou em um desequilíbrio do clima e de toda a cadeia ecológica. BIOMA AMAZÔNICA BIOMA CAANTIGA BIOMA CERRADO BIOMA PANTANAL BIOMA MATA ATLÂNTICA BIOMA PAMPA Adaptado de: Porto (2019). 18 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. No Brasil, podemos classificar as formações vegetais em três grupos: Grupo de espécies constituídas de árvores de FORMAÇÕES FLORESTAIS OU ARBÓREAS grande porte Árvores de pequeno porte (arbustos) e herbá- FORMAÇÕES ARBUSTIVAS ceas (plantas com caule de consistência mole) Coberturas vegetais que revestem o litoral FORMAÇÕES COMPLEXAS E LITORÂNEAS brasileiro A partir de agora, veremos as principais características de cada um dos tipos de vegetação presentes no território brasileiro. Formações Florestais ou Arbóreas z Floresta Latifoliada Equatorial ou Floresta Amazônica Esta floresta ocupa quase 40% do território nacional, e vem sofrendo com a prática do desmatamento intenso ao longo dos últimos anos. A Floresta Amazônica tem como principais características: mata heterogênea, com milhares de espécies de vegetais, sempre perene (as folhas se mantêm verdes o tempo todo e não ocorre a perda das folhas pelas árvores); é uma floresta densa, intricada (com plantas que ficam bem próximas umas das outras), dividida em três andares ou camadas (vegetação estratificada) de acordo com a proximidade dos rios, segundo a classificação a seguir: Mata de Igapó: esta vegetação é encontrada ao longo dos rios e é inundada de forma permanente pelas cheias fluviais (do rio); Mata de Várzea: vegetação que está sujeita a inundações ao longo dos rios; Mata de terra firme ou Caeté: vegetação encontrada em áreas com maior altimetria do relevo (baixos planaltos). Essas áreas estão livres de inundações dos rios. Como destaque das principais espécies vegetais da Amazônia, temos: seringueira, casta- nheira, guaraná, cacaueiro, dentre outras. CONHECIMENTOS GERAIS Fonte: Veja. 19 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. z Floresta Latifoliada Tropical ou Mata Atlântica A Mata Atlântica, também conhecida como floresta latifoliada tropical, foi explorada de forma intensa, principalmente durante o período colonial — devido à extração de pau-brasil — e praticamente não existe mais. Além do pau-brasil, eram presentes também neste tipo de vegetação plantas de madeira nobre. O que ainda resta da Mata Atlântica são alguns trechos localizados nas encostas da Serra do Mar. Além do pau-brasil, como dito anteriormente, podemos encontrar espécies como: cedro, ipê, jacarandá, peroba etc. Fonte: Martins (2018). z Mata de Araucárias ou Mata dos Pinhais Esta vegetação se localiza ao longo do Planalto Meridional (regiões Sul e Sudeste), com uma extensão que vai do estado de São Paulo até o Rio Grande do Sul, embora a sua maior concentração esteja no estado do Paraná. Conhecida como Mata de Araucária ou Floresta dos Pinhais (grande presença de pinhei- ros), é uma formação vegetal presente no clima subtropical, é homogênea e espaçada e suas folhas têm formato de agulha (aciculifoliadas). Neste tipo de floresta encontramos espécies vegetais como: pinheiro, erva-mate etc. Fonte: Koch (2022). 20 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. z Mata dos Cocais Os cocais, também conhecidos como palmeiras, localizam-se em grandes extensões nos estados do Maranhão e Piauí. É uma vegetação de transição entre a Floresta Amazônica e a Caatinga no sertão nordestino. Suas principais espécies são o babaçu e a carnaúba, mas apa- recem também espécies como: tucum, buriti, açaí, oiticica etc. A vegetação dos cocais está localizada na parte ocidental do Nordeste; é uma importante fonte de obtenção de renda para as populações locais, pois é explorada e utilizada na produ- ção de cosméticos e combustível (como o biodiesel). Em regra, a vegetação está distribuída da seguinte forma: o babaçu é encontrado em maior quantidade no Maranhão e na parte oci- dental do Piauí, enquanto a carnaúba está presente na porção oriental do Piauí até o estado do Rio Grande do Norte. Fonte: Miranda (2014). z Matas de Galerias ou Ciliares Conhecidas como as pequenas florestas que se desenvolvem ao longo dos cursos dos rios, são encontradas em diversas partes do território brasileiro. Quanto mais próximas dos cur- sos d’água, maior é a diversidade desta vegetação. São vegetações fechadas e ricas. À medida que ocorre o afastamento do leito do rio, ocorre a redução da umidade, e aos poucos vão aparecendo novas espécies que são menos necessitadas de água. São encontradas espécies como: sapucaia, paxiúba e palmeiras. CONHECIMENTOS GERAIS Fonte: Couri (2016). 21 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Formações Arbustivas e Herbáceas z Caatinga A Caatinga, também conhecida como mata branca, é o tipo de vegetação presente no Sertão Nordestino ou Nordeste semiárido (região com poucas chuvas, são escassas e são distribuídas de forma irregular ao longo do ano). As principais características da Caatinga são: vegetação com árvores e arbustos espinhentos ou que perdem as folhas durante a estação seca; São plantas xerófilas (vegetação que se adapta a ambientes secos); presença de arbustos associados às cactáceas e às bromeliáceas; vegetação com caules a galhos tortos, raízes profundas e em grande quantidade. os solos nessa região quase sempre são pedregosos, e são de pequena espessura. Na Caatinga, as espécies que podemos destacar são: Árvores e arbustos: angico, juazeiro, umbuzeiro; Cactáceas: mandacaru e xiquexique; Bromeliáceas: macambira e caroá. Fonte: Vertente (2023). z Cerrado A vegetação Cerrado está localizada principalmente na região central do país, porém pode ocorrer a presença deste tipo nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Bahia, totalizando áreas que podem chegar a 2.000.000 km². O Cerrado tradicional é composto por vegetação de árvores e arbustos que estão associados a uma vegetação baixa inferior, formada basicamente por gramíneas (vegetação rasteira). O tipo climático presente nas áreas onde ocorre o predomínio do Cerrado é o tropical subú- mido, com duas estações bem distintas — uma chuvosa e outra seca. Os solos do Cerrado são em grande parte pobres e de baixa fertilidade (devido aos altos índices de acidez). É comum a presença das seguintes espécies de vegetais: pau-terra, barbatimão e as gramí- neas ou vegetação rasteira. 22 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Fonte: Shutterstock. z Campos No Brasil, os campos, também conhecidos como Pampas, estão presentes na região Sul do país, em áreas com o relevo suave (pequenas alterações na altimetria — altura). Podem se apresentar de forma contínua (somente com gramíneas) ou com a presença de pequenos arbustos que ficam isolados na paisagem, que formam os chamados campos sujos. Dentre as atividades econômicas desenvolvidas nesta região, temos destaque para a pecuá- ria extensiva — gado criado solto em grandes extensões de terras —, e a monocultura: soja ou arroz. Como espécies presentes neste tipo de vegetação, destacam-se: barba-de-bode, gordura, mimosa, forquilha, flecha. Fonte: Curado (2018). CONHECIMENTOS GERAIS Formações Complexas e Litorâneas z Complexo do Pantanal Denomina-se Complexo do Pantanal o conjunto de diversas formações de vegetação que estão presentes na área do Pantanal Mato-Grossense. Nesta região ocorrem inundações em períodos do ano, o que possibilita a existência de três tipos de áreas: as áreas que estão sempre alagadas, as áreas que são periodicamente alagadas e as áreas que estão livres de inundações. 23 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Como espécies de vegetais aqui nesta região, destacam-se os diversos tipos de palmeiras do cerrado, paratudo, capim-mimoso e vários bosques chaquenhos, com a presença de que- bracho e do angico, dentre outros tipos. Fonte: Vargueiro (2019). z Vegetação Litorânea No litoral brasileiro, existem dois tipos de vegetação. Veremos a seguir cada uma delas: Vegetação das praias e das dunas (jundu): são vegetações arbustivas e herbáceas que conseguem sobreviver em solo arenoso, sofrendo fortes influências da ação do mar (por meio das marés e dos ventos). Nas praias a vegetação é mais mirrada (pobre — grande quantidade de sal e poucos nutrientes), enquanto nas dunas a vegetação é mais diversificada e contínua, por conta da maior quantidade de nutrientes e menor quan- tidade de cloreto de sódio presente na água do mar. Fonte: Campos. Uma outra vegetação presente na faixa litorânea é o mangue. Esta vegetação está presente em faixas litorâneas com clima tropical e que sofrem a ação das marés ou da água salobra (salgada). As vegetações são halófilas (ambientes salinos). 24 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS DO BRASIL Domínios morfoclimáticos seguem a classificação estabelecida pelo estudo realizado em 1977 pelo geógrafo Aziz Nacib Ab’Saber (1924-2012) com base em critérios climáticos, geo- morfológicos, pedológicos, hidrológicos e fitogeográficos sobre o território brasileiro. Sendo assim, considerou-se: clima, relevo, solo, hidrografia e vegetação de forma integrada. Os domínios morfoclimáticos do Brasil, segundo Ab’Saber, são: Amazônia z Vegetação: floresta equatorial latifoliada (folhas grandes e que produzem evapotranspira- ção, floresta densa e fechada); z Clima: equatorial (médias térmicas e pluviométricas elevadas durante o ano todo); z Hidrografia: Bacia Amazônica (rios de planalto, de planície e Aquífero Alter do Chão); z Relevo: Planalto da Guiana e Planalto Central na borda, Planície Amazônica e Depressão Periférica mais próximas ao Rio Amazonas; z Solo: lixiviação (efeito das chuvas que “empurra” os minerais para o fundo), muita maté- ria orgânica, pobre em minerais. Cerrado z Vegetação: árvores caducifólias (folhas caem entre outono e inverno), predominância de arbustos e árvores baixas com raízes profundas; z Clima: tropical típico (inverno seco e frio, verão quente e chuvoso); z Hidrografia: Bacia do Araguaia-Tocantins, Bacia do Prata e Bacia do Rio São Francisco, Aquí- fero Guarani; z Relevo: Planalto Central, chapadas sedimentares dos Guimarães, dos Parecis, das Manga- beiras e Espigão Mestre; z Solo: laterização (oxidação causada pelo regime de chuvas). Caatinga z Vegetação: xeromorfismo (plantas que retêm água); z Clima: semiárido (elevadas médias térmicas, médias pluviométricas baixas e mal distri- buídas ao longo do ano); CONHECIMENTOS GERAIS z Hidrografia: Bacia do Rio São Francisco, rios intermitentes (que secam em um determina- do período) e açudes; z Relevo: Depressão Sertaneja e Planalto da Borborema; z Solo: pouco desgastado e rico em minerais. Mares de Morros z Vegetação: Floresta Tropical Latifoliada (Mata Atlântica); z Clima: Tropical Úmido (inverno ameno e chuvoso, verão seco e quente) no litoral e Tropi- cal de Altitude (verão quente e chuvoso, inverno seco e ameno) no interior; 25 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. z Hidrografia: Bacia Atlântico Leste, Bacia Atlântico Sudeste, Bacia do Rio São Francisco, Bacia do Paraná, possuem alto potencial para hidrelétricas; z Relevo: serras graníticas com forma mamelonar por conta da ação da erosão; z Solo: ocorrência do solo de Terra Roxa, originada nas erupções do Período Terciário. Mata das Araucárias z Vegetação: aciculifoliadas (folhas pontiagudas, copas altas e tronco alongado); z Clima: subtropical úmido (chuvas bem distribuídas ao longo do ano e temperaturas amenas); z Hidrografia: Bacia do Paraná; z Relevo: Planalto Meridional; z Solo: ocorrência de Terra Roxa e alta fertilidade. Pradaria z Vegetação: gramínea e arbustiva; z Clima: subtropical úmido; z Hidrografia: Bacia do Uruguai; z Relevo: planícies do sul, ondulações e colinas. Zonas de Transição ou Ecótonos Áreas que possuem mescla de características de mais domínios morfoclimáticos, como Pantanal, Agreste, Mata dos Cocais e região Roraima-Guianense. ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO AGRÁRIO ATIVIDADES ECONÔMICAS, MODERNIZAÇÃO E CONFLITOS Processo de Industrialização A industrialização é um processo histórico e social através do qual a indústria se tornou uma importante área para a economia. Substituindo a produção manufatureira, as técnicas e os processos de produção manuais foram gradativamente deixados de lado e um novo ciclo de produção iniciou-se, contribuin- do assim para um processo de mudanças não somente na estrutura produtiva, mas também nas questões sociais, nas relações de trabalho e na nova forma de conduzir a economia. Primeira, Segunda e Terceira Revoluções Industriais A Primeira Revolução Industrial ocorreu na Inglaterra, por volta de 1760 indo até apro- ximadamente 1850, quando ocorreu a Segunda Revolução Industrial. Os ingleses foram os 26 pioneiros da Revolução Industrial por conta de fatores como: Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. z localização geográfica; z acúmulo de capital decorrente da prática comercial; z grande quantidade de reservas de carvão mineral (fonte de energia do processo); z ocorrência da política de cercamentos (na qual os grandes proprietários de terras toma- vam as pequenas e médias propriedades) para a aumentar a produção de lã; z grande quantia de mão de obra presente nas cidades industriais; z matéria-prima (algodão) vinda das colônias inglesas na América do Norte. A Primeira Revolução Industrial teve como principal característica a substituição da manufatura pela maquinofatura. Surgiram as indústrias (a princípio, a indústria têxtil foi a que mais se desenvolveu), e ocorreu um aumento na produtividade, pois o processo produ- tivo passou a ser com o uso das máquinas de fiar, do tear mecânico e da máquina a vapor. Novas relações de trabalho se consolidaram e, dessa forma, surgiu o trabalho assalariado e a divisão do trabalho. A Segunda Revolução Industrial aconteceu no século XIX, por volta de 1850, durante o processo de expansão industrial de outros países, em especial Estados Unidos, Japão e os da Europa Ocidental. Ocorreu um crescimento das indústrias petroquímicas, siderúrgicas e automobilísticas, com destaque para o modelo fordista de produção (o trabalho era repetiti- vo, e o trabalhador, alienado), resultando assim em redução dos custos da produção e conse- quente redução dos preços dos automóveis. É importante destacar nesse período a utilização de petróleo e eletricidade como fontes de energia. A Terceira Revolução Industrial ocorreu nos anos 1970; o processo foi liderado pelo Japão e por aqueles países que já haviam se industrializado anteriormente. Destaca-se a uti- lização da tecnologia no processo produtivo, exigindo assim que o trabalhador tivesse um nível mais elevado de qualificação. Com a implantação da robótica e da informática no processo produtivo, ocorreu a auto- mação da produção industrial. Nesse cenário, foi implantado o modelo de produção toyotis- ta (nome derivado da fábrica da Toyota, no Japão), e aconteceram mudanças significativas nesses processos, como a redução dos estoques e uma maior variedade de itens para estar à disposição do consumidor. Tipos de Indústria z Indústrias de base: responsáveis pela transformação de matérias-primas brutas em ma- térias-primas elaboradas. Exemplos: petrolífera, metalúrgica e siderúrgica; CONHECIMENTOS GERAIS z Indústrias de bens intermediários: responsáveis pela produção de máquinas e equipa- mentos que serão utilizados nos diversos segmentos das indústrias de bens de consumo. Exemplo: mecânica (máquinas industriais, motores automotivos etc.); z Indústrias de bens de consumo: têm sua produção direcionada diretamente para o mer- cado consumidor, ou seja, para a população em geral. São divididas em indústrias de bens duráveis (móveis, eletroeletrônicos, automóveis etc.) e de bens não duráveis (alimentos, vestuário, remédios etc.). 27 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Concentração e Dispersão Industrial As indústrias dos países que passaram por suas Revoluções Industriais nos séculos XVIII e XIX tiveram em seus territórios a formação de grandes corporações industriais, que cresciam à medida que ocorria a expansão das áreas destinadas para o processo produtivo. A princípio, a localização dessas indústrias estava nos chamados países de industrialização clássica (séculos XVIII e XIX). Porém, durante a primeira metade do século XX, com a inten- sificação do processo a partir dos anos 1950, as indústrias começaram a migrar para áreas ainda não industrializadas, contribuindo assim para a formação dos Novos Países Industria- lizados (NPIs) e instalando suas filiais em países da América Latina, durante os anos 50 e 60, e no sudeste asiático (o que auxiliou a formação de um grupo de países na Ásia denominado como Tigres Asiáticos) devido à rapidez e à agressividade no desenvolvimento industrial. Dentre os motivos para os deslocamentos industriais em nível mundial, está a busca por redução dos custos de produção, pois as áreas não industrializadas do planeta ofertavam condições mais atrativas e que contribuíam para essa questão. Conglomerados Transnacionais O termo conglomerado transnacional diz respeito à junção de grupos industriais (não necessariamente no mesmo ramo, no mesmo segmento de produção) que se unem para ter um controle maior do mercado. A formação desse novo arranjo industrial é bastante comum na fase do capitalismo financeiro globalizado, atual estágio do processo de globalização. Quando ocorre essa junção entre empresas do mesmo segmento produtivo ou não, ocorre também a formação de controle do mercado em escala mundial. Para compreender melhor esse processo, é preciso ter atenção à formação dos oligopólios (quando um pequeno grupo de investidores controla uma grande parcela do mercado mun- dial); além dos oligopólios, ocorre também a formação dos trustes (fusão entre empresas com o objetivo final de ter uma maior fatia do mercado consumidor para ser explorada). Mesmo com as restrições de governos e de organismos ligados à questão comercial, a for- mação dos grandes conglomerados transnacionais está cada vez mais presente na dinâmica econômica do mundo globalizado. Novos Fatores de Localização Industrial Quando ocorreram as primeiras revoluções industriais, havia a necessidade de que a fábrica estivesse próxima a algumas condições específicas, que são os seguintes fatores locacionais: z matéria-prima; z fonte de energia; z mão de obra; z mercado consumidor; z rede de transportes. 28 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Hoje, porém, na dinâmica do mundo globalizado e com o processo de fragmentação do processo produtivo e consequente mundialização da indústria, esses fatores perderam um pouco de importância, mas ainda continuam relevantes, e foram associados a outras situa- ções, como a redução dos impostos com a realização de incentivos fiscais. Entretanto, para a produção industrial do mundo globalizado, a não proximidade das indústrias a esses fatores não impede o processo produtivo em larga escala, o escoamento da produção, o aumento da concorrência e uma maior área de exploração do mercado consu- midor em nível global. Fontes de Energia e a Questão Energética z Fontes de energia renováveis: aquelas que, se utilizadas de forma sustentável, podem ser repostas ou recriadas pela natureza ou pela intervenção do homem. Exemplos: energia hidráulica, carvão vegetal, álcool; z Inesgotáveis: aquelas que, mesmo utilizadas em grande escala, não se esgotam. Exem- plos: energia solar e eólica; z Não renováveis: uma vez esgotadas, não podem ser repostas ou têm um ritmo de reposi- ção muito lento. Exemplos: petróleo, carvão mineral, gás natural, energia nuclear etc. z Carvão Mineral Substância de origem orgânica, sólida, resultante da transformação de restos vegetais enterrados por milhões de anos. Encontra-se apenas em bacias sedimentares, por ser um combustível fóssil. Seus principais depósitos foram formados durante os períodos Carbonífe- ro e Permiano da Era Paleozoica, cerca de 350 milhões de anos atrás. Foi a principal fonte de energia do século XIX, sendo utilizado por séculos como fonte de calor. O vapor que movimentava as máquinas usadas nas primeiras indústrias era produzido pela queima do carvão. A existência de diferentes tipos de carvão foi determinada pelas condições de temperatura e de pressão às quais foram submetidos os restos vegetais. No Brasil, o carvão mineral concentra-se nas jazidas dos terrenos de origem permocarbo- nífera da região Sul, em especial em Santa Catarina (maior produtora de carvão siderúrgico do país), e no Rio Grande do Sul (maior produtor de carvão mineral energético). Alguns pontos positivos do carvão mineral são seu alto poder calórico e sua abundância no planeta; já entre seus pontos negativos, destacam-se sua alta emissão de gases, que contri- CONHECIMENTOS GERAIS bui para o efeito estufa, e sua extração, que é perigosa. As usinas termoelétricas são responsáveis pela maior parte da eletricidade utilizada no mundo, usando principalmente carvão mineral, petróleo, gás natural e outros combustíveis fósseis como fontes de energia. z Petróleo Localizado nas bacias sedimentares da Era Cenozoica, seus derivados são a gasolina, o óleo diesel, o asfalto, a borracha, o plástico, dentre outros. Sua descoberta como fonte de energia foi realizada nos Estados Unidos em 1859; logo, seu uso superou o carvão mineral, por seu alto teor calórico. 29 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. A região do Oriente Médio possui aproximadamente dois terços das reservas do mundo, por isso, crises lá ocorridas podem afetar o fornecimento mundial de petróleo. Fundada em 1960, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) representa quase metade das exportações mundiais e é composta por Arábia Saudita, Iraque, Irã, Kuwait, Venezuela, Catar, Indonésia, Líbia, Emirados Árabes Unidos, Argélia e Nigéria. Em 1973, houve uma crise de petróleo causada por conflitos entre Arábia Saudita e Israel. Este não desejava devolver territórios na Síria, no Egito e na Jordânia que haviam sido ocu- pados na Guerra dos 6 dias, ocorrida em 1967; os Estados Unidos e a Europa Ocidental apoia- vam Israel. Por isso, com o apoio da OPEP, a Arábia Saudita aumentou o preço do barril de petróleo e interrompeu o envio para os EUA e alguns países da Europa. Como consequência, o preço da gasolina subiu dez vezes e uma recessão atingiu a economia mundial. Durante as décadas de 1970, 80 e 90, houveram oscilações no preço do petróleo; na déca- da de 90, o Iraque invadiu o Kuwait. Conflitos nos maiores países produtores de petróleo do mundo (como Arábia Saudita, Venezuela e Iraque) colaboraram para o aumento expressi- vo de seu preço em 2004, superando os 42 dólares por barril. O crescimento da economia mundial, tendo Estados Unidos e China como líderes, também contribuiu para o aumento de preço. Como novas regiões produtoras, pode-se falar em Cazaquistão e Azerbaijão, onde desco- briu-se grandes reservas de gás natural e petróleo, e nos países Nigéria, Angola, Guiné e Cha- de há importantes novas jazidas. Como pontos positivos do petróleo, pode-se citar seu fácil transporte e armazenamento e sua alta densidade energética; entre seus pontos negativos, é importante destacar seu previs- to esgotamento e suas taxas altas de poluição. z Gás Natural É importado da Bolívia para o Brasil em grandes quantidades e transportado entre esses países por gasodutos, um sistema de tubulações. Utiliza-se em fogões, altos-fornos e automó- veis e também para gerar eletricidade. Pontos positivos: transporte pelo gasoduto e menos poluição em comparação com o petró- leo e o carvão mineral. Pontos negativos: armazenamento e transporte caros e arriscados e jazidas muito concentradas geograficamente. z Energia Nuclear Por meio da fissão — divisão — do átomo, a energia elétrica é gerada; as matérias-primas são o urânio ou o tório, minérios muito radioativos. Batizada de “usina vaga-lume” por sua intermitência, a central nuclear de Angra dos Reis foi fundada em 1981, mas enfrenta uma série de problemas. Essa tecnologia é muito utilizada pelos países desenvolvidos do Hemisfério Norte. Entre seus pontos positivos, destaca-se seu uso na medicina e na pesquisa científica. Como negati- vos, estão a falta de solução para eliminar os resíduos radioativos, o risco das operações (por exemplo, o acidente da usina de Chernobyl ocorrido em 1986) e a necessidade de altos inves- timentos financeiros e tecnológicos. 30 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. z Hidroelétricas Por meio do aproveitamento das águas dos rios, gera-se energia elétrica. A turbina que aciona o gerador responsável por transformar energia hidráulica em elétrica é acionada pela força das águas. Pontos positivos: fonte limpa, segura e barata de eletricidade; pontos negati- vos: represamento de água, seu uso apenas em rios de planalto, entre outros. z Fontes Alternativas de Energia Energia solar: ainda pouco utilizada, geralmente no aquecimento de água e de interio- res de prédios; Biomassa: energia que se produz pelo gás da matéria orgânica em decomposição, por meio do aparelho “biodigestor”, reaproveitando resíduos para a produção de gás; Energia eólica: utilizada há muitos séculos, possui alguns problemas: a dispersão dos ventos e sua irregularidade. A área utilizada para captar essa energia é muito maior do que a usada na captação da mesma quantia de energia solar. Mesmo assim, é uma energia limpa e em alta; Geotérmica: nessas usinas, bombeia-se água para o subterrâneo, no qual as rochas são quentes, por um buraco de até 1000 quilômetros. Durante esse caminho, a água se aque- ce e retorna à superfície em forma de vapor, movimentando as turbinas. O subproduto desse processo está na forma de calor para aquecimento de casas; Xisto betuminoso: formada por hidrocarbonetos, essa rocha metamórfica, quando aquecida, propicia a extração de betume que, após refinado, fornece combustível; Álcool: muito utilizado recentemente como combustível de automóveis e para a produção de eletricidade. O Brasil, com o etanol da cana-de-açúcar, e a Rússia, com o metanol do eu- calipto, são exemplos de países que se preocupam atualmente em desenvolver o álcool co- mo fonte de energia. Pode-se também o produzir por meio da beterraba, cevada e batata. Países com grandes extensões territoriais, como Brasil, Canadá, China e Rússia, são mais propícios a desenvolver essa fonte de energia. O Programa Nacional do Álcool (Proálcool), criado em 1975 pelo Brasil, foi uma tentativa de buscar saídas para a primeira crise do pe- tróleo. É um programa caro ao tesouro público que não garantiu a economia de gastos com o petróleo, pois só substituiu o consumo de gasolina, que, depois desse programa, começou a ser exportada pelo país. Quando, a partir de 1989, o governo diminuiu os subsídios para o consumo e a produção do álcool, a crise atingiu o setor e começou-se, então, a importar o combustível da Europa. CONHECIMENTOS GERAIS IMPACTOS AMBIENTAIS DA AGROPECUÁRIA Sistemas Agrícolas Os sistemas agrícolas são classificados de formas distintas de acordo com modelos de pro- dução, sistemas de plantio e técnicas empregadas, além das distintas formas de usar o solo. Os modelos de produção agrícolas podem ser divididos em três grupos: 31 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. z Convencional: associado ao uso de sementes transgênicas (manipuladas geneticamente), ao controle de pragas por meio de agrotóxicos e à aplicação de adubos e fertilizantes industriais; z Agroecológico: associado ao uso de sementes crioulas (sementes tradicionais mantidas e selecionadas por agricultores familiares), à adubação orgânica sem o uso de produtos industriais e ao controle de pragas sem o uso de agrotóxico. O objetivo é tornar mínimos os impactos ambientais; z Agroflorestal: versão da agroecologia que insere as lavouras em meio às florestas, fazen- do o uso das árvores para sombreamento e da adubação pelo húmus. De acordo com o sistema de plantio e com as técnicas empregadas, os setores agrícolas estão divididos em: z Agricultura moderna: prática que envolve o produtor rural em uma cadeia produtiva complexa, exigindo vultosos investimentos pelo elevado grau de mecanização e pela apli- cação de tecnologias modernas (transgênicos, nanotecnologia etc.). Na produção de hor- taliças, utiliza métodos como a hidroponia, que dispensa o plantio direto no solo, optando pelo uso de um coquetel líquido de nutrientes. Em regiões assoladas por longas estações secas, aplica sistemas sofisticados de irrigação, como o dry farming (revolvimento do solo, trazendo as camadas mais úmidas do fundo para a superfície), ou o gotejamento (por meio de mangueiras com pequenos orifícios); z Sistema de Plantation: instalado pelas metrópoles em suas colônias no período colonial e ainda presente em muitos países. A plantation caracteriza-se como monocultura que prioriza a exportação, e é praticada em grandes latifúndios, com o uso de mão de obra desqualificada (antigamente, os escravos; hoje, são os trabalhadores temporários ou boias-frias); z Agricultura itinerante: atividade que se desloca à medida em que as terras se tornam inférteis ou secas. Utiliza técnicas rudimentares, como as queimadas, que reduzem a ferti- lidade dos solos. É ainda largamente praticada em países em desenvolvimento. Em muitos casos, são aplicados sistemas pouco eficientes de irrigação e o plantio direto, no qual a nova plantação é feita diretamente sobre o substrato restante da cultura anterior, sem o envolvimento do solo; z Jardinagem: típica do Sudeste Asiático, a agricultura de jardinagem emprega grande quan- tidade de mão de obra para o cultivo de cerais em vales inundados ou em terraços cons- truídos nas vertentes de montanhas para fins agrícolas (com técnicas de terraceamento). Estrutura Agrária e Uso da Terra Em relação ao uso do solo, podemos citar as seguintes práticas: z Rotação de culturas: Prática policultora que intercala culturas temporárias (plantas des- truídas na colheita e replantadas a cada temporada), como o milho, com outras lavouras permanentes (plantas utilizadas por muitos anos), como o café; z Curvas de nível: Sistema similar ao de terraços, no qual se estabelecem recortes perpen- diculares à inclinação do terreno para evitar erosão. A estrutura agrária difere-se de acordo com o nível de desenvolvimento do país. Em regiões nas quais existe um maior emprego da tecnologia, tem-se um processo produtivo altamente 32 rentável; por exemplo, o espaço agrário estadunidense tem como principais características Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. os grandes cinturões (denominados belts). Com o emprego da tecnologia de ponta e alta pro- dutividade, em países europeus, como a França, as propriedades são relativamente pequenas e também possuem uma elevada produtividade, apesar de limitações por conta das questões climáticas. Em países pobres, permanece uma estrutura muito utilizada no período colonial, com o predomínio das grandes propriedades com o emprego de tecnologias e a prática da monocul- tura voltada para a exportação, como é o caso do Brasil. Essa estrutura fundiária concentrada nas mãos de poucos gera uma série de questões, dentre as quais o aumento do desemprego no campo e o aumento também dos conflitos, principalmente em países pobres ou em desenvolvimento. Agricultura e Meio Ambiente Como resultado da modernização do campo e da introdução de novas técnicas agrícolas, a produção de alimentos aumentou significativamente, sobretudo no mundo desenvolvido, no qual é maior o nível de capitalização e são utilizadas as mais avançadas tecnologias. Dessa forma, foram afugentados definitivamente, pelo menos nos países desenvolvidos, os prog- nósticos feitos por Thomas Malthus, no século XVIII, acerca da escassez de alimentos. Contudo, apesar dos grandes avanços tecnológicos, a fome ainda ronda milhões de pessoas em países subdesenvolvidos, principalmente na África. Embora a produção de alimentos tenha aumentado consideravelmente, o problema da fome em escala mundial ainda não foi resolvido. Além disso, como resultado da revolução agrícola, enfrenta-se, atualmente, uma série de desequilíbrios no meio ambiente. Poluição com Agrotóxicos O plantio padronizado de apenas uma espécie em grandes terras vem causando problemas nas cadeias alimentares, o que favorece a proliferação de insetos que se tornam pragas pela falta de seus predadores naturais. Um exemplo desta padronização são os “cinturões” (belts) norte-ameri- canos, como os de algodão, milho e trigo. Para tentar controlar as pragas, usa-se massivamente agrotóxicos, o que leva, pela seleção natural, ao surgimento de linhagens resistentes, pois só se reproduzem os insetos imunes ao veneno, o que requer venenos ainda mais potentes. Essa situação, além de prejudicar as pessoas que, às vezes, sem proteção, aplicam esses vene- nos, causa transtornos a quem se alimenta de produtos produzidos em solo contaminado. A con- taminação e o empobrecimento dos solos são causados pelo uso desenfreado de agrotóxicos, que CONHECIMENTOS GERAIS impede a proliferação dos microrganismos que são fundamentais para a fertilidade da terra. Erosão Outro impacto sério causado pela agricultura é a erosão do solo, principalmente na zona tropical do planeta. O desagregamento do solo, causado pelo seu revolvimento antes do cultivo, facilita o carregamento dos minerais pela água da chuva. Um dos piores problemas enfrenta- dos pela agricultura é a perda de muito solo cultivável ano após ano, por conta da erosão. A formação de novos solos (resultado do intemperismo das rochas) é um processo lento, o que agrava o problema. 33 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. z Combate à Erosão Com o objetivo de anular, ou pelo menos minimizar, os problemas causados pela erosão em áreas agrícolas, foram desenvolvidas algumas técnicas: Terraceamento: faz-se cortes que formam degraus — terraços — nas encostas das monta- nhas, para possibilitar a expansão das áreas agrícolas em países montanhosos e populosos e dificultar o processo erosivo, quebrando a velocidade de escoamento da água. Técnica comum em países asiáticos, como a China, o Japão, a Tailândia, o Nepal etc.; Curvas de nível: o solo é arado e depois é feita a semeadura, seguindo-se as cotas altimé- tricas do terreno. Esse processo ajuda a reduzir a velocidade do escoamento superficial da água da chuva. A construção de obstáculos no terreno (espécies de canaletas feitas com ter- ra retirada dos próprios sulcos que resultam da aração) também é utilizada para contribuir com a redução da velocidade de escoamento. A perda do solo utilizável é assim reduzida. Em terrenos com baixo declive, propícios à mecanização, o cultivo é feito seguindo as cur- vas de nível, o que é usual em países nos quais a agricultura é bastante mecanizada, como as grandes planícies dos Estados Unidos e do Canadá, a Grande Bacia Australiana e a planí- cie de Champagne, na França; Associação de culturas: costuma-se plantar entre uma fileira e outra, em cultivos que deixam parte significativa do solo exposto à erosão — como algodão e café — espécies leguminosas, como feijão, que recobrem satisfatoriamente o solo, técnica que garante o equilíbrio orgânico do solo, além de evitar a erosão. PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA, COMÉRCIO MUNDIAL DE ALIMENTOS, A QUESTÃO DA FOME, GLOBALIZAÇÃO E CIRCULAÇÃO Fluxos Financeiros A dinâmica do mundo globalizado proporciona uma maior circulação de capitais e, con- sequentemente, uma maior ocorrência de atividades financeiras, como a compra e venda de títulos e ações de grandes empresas. Essa nova dinâmica relacionada à circulação de capitais só foi possível por conta do desenvolvimento tecnológico dos meios de comunicação que pro- movem uma maior integração entre os fluxos e os fixos do mundo globalizado. Essa situação permite que milhões de dólares sejam movimentados nas relações entre paí- ses e entre empresas em um período de 24 horas. Essa movimentação de capitais, principal- mente aqueles relacionados às ações das empresas, ocorre nas bolsas de valores espalhadas pelo mundo. Normalmente, a localização da sede das bolsas de valores está em territórios luminosos do mundo globalizado. Como exemplos desses territórios integrados de forma intensa à globalização, pode-se citar Alemanha, Estados Unidos, Japão, Inglaterra, França, Coreia do Sul e China. Neles, estão as sedes ou filiais das grandes empresas transnacionais, de bancos e instituições financeiras. 34 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Transportes Os meios de transporte têm papel de extrema importância no processo de desenvolvi- mento econômico dos países e no crescimento das empresas, pois são eles que dinamizam o escoamento e a circulação de pessoas, mercadorias e objetos todos os dias. O setor de transportes desenvolveu-se ao longo dos séculos, de acordo com as demandas em questão. Desde a criação da máquina a vapor durante a Primeira Revolução Industrial, o setor de transportes vem passando por profundas transformações. As novas tecnologias implantadas no setor podem definir se o país ou região terá maior ou menor parcela de participação na dinâmica econômica e política do mundo. Em países com dimensão continental, como é o caso do Brasil, o modelo ideal seria o trans- porte ferroviário, devido ao seu custo de manutenção, e por conta do baixo nível de agressão ao meio ambiente. As trocas e os fluxos comerciais intercontinentais ocorrem basicamente pelo transporte marítimo (para cargas pesadas); para cargas leves e valiosas, além do transporte de passa- geiros entre longas distâncias, o ideal é o transporte aeroviário. Para o transporte de cargas entre distâncias curtas, o mais indicado é o transporte rodoviário. Porém, a dinâmica do mundo globalizado traz maior fluidez em seus sistemas de trans- porte, especialmente caso ocorra a implantação de eixos multimodais, com junção e ligação entre vários meios de transporte em um determinado ponto. Fluxos de Informação São fatores determinantes de busca, seleção, tratamento, armazenamento, disseminação e uso do conjunto de informações necessárias para a ocorrência dos processos organizacio- nais; resultam em conhecimento com valor agregado às necessidades e demandas de diferen- tes processos e relações no mundo atual. Meio Técnico-Científico-Informacional O meio técnico-científico-informacional é representado pela atual fase na qual se encon- tra o sistema capitalista de produção – o capitalismo financeiro globalizado, que provocou uma intensa transformação do espaço geográfico. Esse processo tem relação direta com a CONHECIMENTOS GERAIS Terceira Revolução Industrial, que passou a ser chamada de Revolução Científica Informacio- nal; suas consequências ficaram mais visíveis a partir dos anos 1970. Esse processo permitiu a união entre técnica e ciência, conduzida pelo funcionamento do mercado que, através dos avanços tecnológicos, realiza sua expansão consolidando o proces- so de globalização. Como exemplo dessa situação, em que as técnicas e as ciências estão se integrando e interagindo, propiciando a expansão do capital, tem-se o processo de mundia- lização da tecnologia, que permite que sejam levadas possibilidades de acesso à internet a espaços totalmente opacos no mundo globalizado. 35 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Comércio Mundial A dinâmica comercial cresceu de forma acelerada na segunda metade do século XX, pós Segunda Guerra Mundial, com maior produtividade e facilidade para o escoamento da pro- dução através do desenvolvimento do setor de transportes. Houve uma maior produtividade do setor industrial, o que consequentemente favoreceu o surgimento de uma nova Divisão Internacional do Trabalho (DIT). Foi possível visualizar o crescimento de alguns países que, até o fim da Velha Ordem Mundial (1945-1991), ocupavam o posto de países periféricos no cenário capitalista mundial. O aumento dos fluxos de mercadorias ainda é uma constante, porém é importante desta- car o aumento também da circulação das commodities, bens primários que possuem valor agregado menor que os produtos industrializados; entretanto, estas mesmas commodities passam por alterações de valor à medida em que são transformadas e passam pelo processo de industrialização. Para realizar o controle e a fiscalização nas relações comerciais entre as grandes nações e entre as grandes empresas transnacionais, foram criados órgãos supranacionais. No final da Segunda Guerra Mundial e início da Guerra Fria, criou-se o GATT (sigla em inglês para Acordo Geral de Tarifas e Comércio). Seu principal objetivo era impedir que o protecionismo econômico fosse colocado em prática e que houvesse prejuízo para alguns países na ocorrên- cia das relações comerciais. O GATT foi substituído em 1995 pela Organização Mundial do Comércio (OMC), com o mesmo papel da organização anterior, porém com maior trabalho, pois os fluxos do mundo globalizado e o processo de mundialização da produção industrial, juntamente com o desen- volvimento do setor de transportes, deram nova dinâmica às relações comerciais. Hoje, países da Ásia, como a China, passaram a ter uma parcela de contribuição no fluxo comercial mundial; os chineses já possuem parceiros comerciais espalhados em todo o mun- do, o que os coloca em condição de vantagem perante outros países. Por conta do volume de negociações realizadas pelos chineses, a OMC falha no seu principal objetivo: fiscalizar e regular o comércio mundial. Através da formação dos blocos econômicos, a dinâmica econômica regional em diversas partes do globo ganhou bastante impulso e o multilateralismo comercial perdeu um pouco de força com a formação e consolidação de vários blocos econômicos, tema que será abordado a seguir. Blocos Econômicos No mundo globalizado, os blocos econômicos consolidaram-se como organismos suprana- cionais que seriam responsáveis por conduzir as relações econômicas e comerciais na Nova Ordem Mundial. Porém, o processo de surgimento de vários blocos econômicos deu-se pouco após o térmi- no da Segunda Guerra Mundial; nos anos 1990, os blocos multiplicaram-se pelo mundo. Podemos conceituar bloco econômico como uma forma de união entre países de uma mesma região ou não, visando fomentar o crescimento de suas economias e estabelecer polí- ticas de integração a fim de formar um mercado regional comum, estabelecendo facilidades 36 tarifárias entre seus membros. Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. As associações de blocos econômicos podem possuir várias estruturas organizacionais. Um exemplo é a União Aduaneira, na qual ocorre a redução parcial ou total dos impos- tos nas relações comerciais entre os membros do bloco. Também existem as zonas de livre comércio, quando ocorre entre os países membros o comércio com a eliminação total de tarifas entre os seus membros. Outra forma de organização de bloco econômico é o Mercado Comum, no qual os países membros usufruem de políticas igualitárias acerca da livre circulação de pessoas, capitais e mercadorias, e tarifas externas diferenciadas para membros do bloco. A Zona de Preferência Tarifária é uma modalidade de bloco econômico na qual as tari- fas alfandegárias entre os países membros são fixadas de acordo com estratégias específicas. Por último, existe também a União Econômica e Monetária ou União Política e Monetária, na qual os países membros adotam uma moeda única, ocorrendo também a implantação de um organismo supranacional para as questões políticas de forma permanente. As etapas de integração econômica dizem respeito à estruturação em que os blocos econô- micos se encontram e são adotadas como critérios para classificação. A seguir, listaremos os exemplos do menor nível de integração para o maior nível de integração econômica. z Mercado Comum: a liberdade de circulação não se restringe apenas a produtos, mas se estende a outros agentes do mercado, como serviços, capital e pessoas. O estabelecimento de um Mercado Comum visa diminuir (sucessivamente, por meio de políticas) as barreiras físicas, técnicas e fiscais entre seus países-membros, possibilitando o fortalecimento regio- nal e integral entre eles. Um exemplo de mercado comum é a União Europeia. z União Aduaneira: na União Aduaneira, são fixadas as mesmas taxas de importação e exportação para qualquer país do grupo. Isso significa que um país externo compra e ven- de produtos para os países de uma União Aduaneira como se eles fossem (ao menos para fins comerciais) um mesmo país. Um exemplo de bloco econômico de união aduaneira é o Mercosul. z Área de Livre Comércio: as Áreas de Livre Comércio avançam nas medidas de protecio- CONHECIMENTOS GERAIS nismo comercial dos países-membros, criando isenções tarifárias para produtos estratégi- cos. Assim, esses bens passam a ser comercializados como produtos nacionais, não como bens importados. Nesse tipo de acordo, os produtos são isentos de taxas para circulação dentro do bloco, mas os países-membros ainda têm autonomia para criar taxas externas diferenciadas para países que estão fora do bloco, viabilizando a integração regional entre eles, sem influenciar suas políticas alfandegárias externas. Um dos exemplos de bloco econômico de Área de Livre Comércio é o United States-Mexi- co-Canada Agreement (USMCA), firmado em 2018 para dar continuidade à manutenção do NAFTA. 37 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. z União Política, Econômica e Monetária: conserva as características dos demais blocos econômicos, indo além em sua integração, cujas características incluem a adoção de uma moeda comum para todos os países-membros e a organização supranacional permanente, com representantes de todos os países membros. Assim, além da livre circulação de produtos, do estabelecimento de um mercado comum e da livre circulação de pessoas, a União Econômica, Política e Monetária estabelece a aborda- gem de políticas econômicas comuns para todo o bloco. Um