Viabilidade Financeira PDF
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Universidade do Minho
Jorge Cunha
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This document provides an overview of the financial aspects of a business plan. It covers objectives, initial considerations, financial projections, and methods of evaluation. The analysis focuses on understanding financial concepts and tools for investment projects and different financing sources.
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VERTENTE FINANCEIRA DE UM PLANO DE NEGÓCIOS Jorge Cunha Departamento de Produção e Sistemas ([email protected]) OBJECTIVOS: Compreender os conceitos e ferramentas necessários à avaliação de projetos de investimento;...
VERTENTE FINANCEIRA DE UM PLANO DE NEGÓCIOS Jorge Cunha Departamento de Produção e Sistemas ([email protected]) OBJECTIVOS: Compreender os conceitos e ferramentas necessários à avaliação de projetos de investimento; Jorge Cunha Apreender o conceito de valor do dinheiro no tempo; Empreendedorismo Formação Empresarial e Estimar os fluxos de caixa (ou cash flows) associados a um projeto de investimento; Conhecer os diferentes métodos de avaliação de projetos; Conhecer as principais fontes de financiamento de um projeto de investimento. 2 I – CONSIDERAÇÕES INICIAIS 1. As projeções financeiras A parte relativa às projeções financeiras do plano de negócios é a última a ser escrita, depois de um conjunto de estudos/análises prévios terem sido Jorge Cunha concluídos. A quantidade e o tipo de informação financeira necessária para o plano de Empreendedorismo Formação Empresarial e negócios dependem, em grande medida, do estádio de desenvolvimento da empresa e quais são os objetivos do plano. Quanto mais madura a empresa, mais dados históricos estarão disponíveis e mais completas poderão ser as demonstrações financeiras previsionais. Para uma empresa em busca de financiamento, o plano deve descrever, em termos gerais, o tipo e o montante do financiamento solicitado. 4 1. As projeções financeiras As demonstrações financeiras previsionais da empresa são o núcleo central das projeções financeiras do plano de negócios. Jorge Cunha Para uma empresa que procura uma nova ronda de financiamento, os potenciais investidores irão querer ver os balanços, as demonstrações de resultados e as Empreendedorismo Formação Empresarial e demonstrações de fluxos de caixa dos três anos anteriores, juntamente com estas mesmas demonstrações financeiras mas em termos previsionais para um horizonte de cinco anos. Para as novas empresas que procuram capital semente, a previsão de vendas, juntamente com informações sobre o custo das operações, os custos de venda e administrativos e estimativas do fluxo de caixa anual podem ser suficientes. Alguns aspectos a ter em conta na elaboração das projeções financeiras são: 5 1. As projeções financeiras Horizonte temporal: A previsão típica do plano de negócios abrange cinco anos. No mínimo, a previsão deve ser por três anos. Períodos inferiores serão Jorge Cunha insuficientes para uma avaliação do potencial da empresa por investidores e credores. Uma previsão a mais de cinco anos é considerada especulativa não Empreendedorismo Formação Empresarial e sendo de grande utilidade. Pressupostos para as previsões: Uma previsão deve representar a melhor estimativa possível sobre as operações futuras. Para permitir que um possível investidor ou credor avalie a fiabilidade dessa estimativa, os pressupostos utilizados na preparação da previsão/estimativa devem ser claros. Deve ser-se conservador/prudente. Evitar ser-se “criativo”. 6 1. As projeções financeiras Um aspecto chave da previsão é a sua consistência interna. As diferentes demonstrações financeiras devem basear-se nos mesmos pressupostos. Na Jorge Cunha medida do possível, os pressupostos devem ser apoiados em factos, pesquisas de mercado ou análises detalhadas e refletir o desempenho passado. Empreendedorismo Formação Empresarial e Análise de sensibilidade: A fiabilidade das previsões efetuadas depende da precisão dos pressupostos assumidos. Um aspeto valorizado pelos investidores é a inclusão de uma análise de sensibilidade. Esta permite identificar os pressupostos mais críticos e determinar qual seria o impacto se esses pressupostos fossem alterados. Para as start-ups, outro pressuposto crítico está relacionado com a definição de milestones importantes. P.ex.: o que aconteceria se o lançamento inicial do produto se tivesse atrasado três meses? 7 1. As projeções financeiras Preparar as projeções financeiras iniciais é um processo demorado. Corretamente feito dará ao leitor informações financeiras suficientes para avaliar Jorge Cunha o potencial da empresa. O modelo financeiro previsional desenvolvido pode ser uma ferramenta para Empreendedorismo Formação Empresarial e apoiar a gestão financeira do negócio. A precisão dos pressupostos usados pode ser refinada à medida que o negócio progride, podendo-se atualizar ou rever as projeções conforme necessário. Caso seja necessária uma nova ronda de financiamento, a atualização das projeções financeiras será uma tarfea relativamente simples. 8 2. Como os peritos financeiros avaliam as projeções financeiras Uma das primeiras coisas que os potenciais investidores examinam é se as projeções financeiras e os pressupostos em que assentam são razoáveis. Jorge Cunha Investidores experientes podem determinar isso com bastante rapidez: Margens operacionais: os investidores calculam as margens operacionais do Empreendedorismo Formação Empresarial e negócio (bem como outros indicadores) e comparam-nas com as de outras empresas do mesmo setor de atividade. Gestão de ativos: as projeções devem demonstrar a capacidade de uma correta gestão de vários elementos do ativo (e.g. saldos de tesouraria, dívidas de clientes e inventários). Valorização da empresa: os investidores frequentemente obtêm um valor aproximado para a empresa, observando os lucros previstos no final de um determinado período (geralmente três a cinco anos) e multiplicando esses ganhos 9 por um fator relevante para a indústria respetiva. 3. O pedido de financiamento As empresas que procuram apoio financeiro devem incluir um pedido de financiamento na secção das projeções financeiras do plano de negócio. Deve ser Jorge Cunha explicitado o montante de financiamento necessário, porque é necessário e como vai ser usado. Ser consistente: Deve haver uma adequação entre o montante e o destino do Empreendedorismo Formação Empresarial e financiamento que está a ser solicitado e as projeções financeiras efetuadas. Considerar uma folga: Deve permitir algum espaço para flexibilidade, de modo a que pequenos desvios do planeado não coloquem a empresa em dificuldades de tesouraria. Estrutura do capital: Se o seu negócio já estiver em operação, explicar a estrutura de capital da empresa e o efeito sobre o financiamento esperado. Monitorar a dívida: Ao decidir sobre a combinação de dívida e capital próprio, devem ser considerados vários trade-offs. Necessidades futuras: Explicar, de forma clara e concisa, as necessidades de 10 financiamento futuras. 4. Retorno e estratégia de saída Os investidores vão querer saber qual o tipo de retorno que podem esperar para o seu investimento. Jorge Cunha Diferentes investidores têm objetivos diferentes. Retornos que poderão ser aceitáveis para instituições de crédito poderão não ser Empreendedorismo Formação Empresarial e atrativos para capitalistas de risco ou investidores em private equity ou business angels. Diferentes investidores têm prazos de investimento diferentes. Um capitalista de risco geralmente quer liquidar o seu investimento num período de tempo não muito longo, enquanto uma instituição de crédito pode querer manter um relacionamento de longo prazo. É importante pensar cuidadosamente sobre quais os planos de longo prazo e ser explícito sobre a estratégia de saída pretendida. 11 II – ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO 1. Conceito de Fluxo de Caixa A realização ou não de um projeto de investimento depende, essencialmente, da sua rentabilidade futura: Jorge Cunha Da capacidade daquele gerar receitas, num futuro mais ou menos próximo, de modo a cobrir quer as despesas de investimento quer as despesas de Empreendedorismo Formação Empresarial e funcionamento (ou exploração). Necessidade de apurar quais os fluxos financeiros anuais gerados pela exploração do projeto que devem ser comparados com as despesas realizadas. São esses fluxos anuais ao longo do período de vida do projeto de investimento que se convencionou chamar de fluxo de caixa (ou cash flow) do projeto. 13 1. Conceito de Fluxo de Caixa A rentabilidade de um projeto de investimento deverá ser caraterizada por uma medida inequívoca e independente dos critérios contabilísticos Jorge Cunha adotados pela empresa. Para aferir a viabilidade de um projeto de investimento recorre-se ao Empreendedorismo Formação Empresarial e conceito de fluxo de caixa do projeto em vez de se usar o conceito de lucro contabilístico. Corresponde à diferença entre as entradas e as saídas de fundos de caixa (ou depósitos em bancos): Entradas: provêm das receitas de exploração (ou alienação de ativos); Saídas: correspondem às despesas de investimento e às despesas de exploração. 14 2. Demonstrações financeiras previsionais Pretendem apresentar as previsões dos custos, receitas e investimentos que se esperam para o projeto no futuro: Jorge Cunha Plano de investimentos Empreendedorismo Formação Empresarial e Plano de exploração Mapa de fluxos de caixa do projeto Plano de financiamento 15 3. PLANO DE INVESTIMENTOS Descrição e escalonamento temporal dos investimentos previstos; Jorge Cunha Resulta, essencialmente, dos estudos técnicos realizados; Culmina na elaboração dos seguintes documentos: Empreendedorismo Formação Empresarial e Descritivo caraterizador dos investimentos a efectuar; Mapa-síntese dos investimentos em valor; Calendário de execução dos investimentos. 16 Euros Investimento Investimento por ano 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Propriedades de investimento Terrenos e recursos naturais Edificios e Outras construções Jorge Cunha Outras propriedades de inv estimento Total propriedades de investimento Activos fixos tangíveis Terrenos e Recursos Naturais Empreendedorismo Formação Empresarial e Edificios e Outras Construções Equipamento Básico Equipamento de Transporte Equipamento Administrativ o Equipamentos biológicos Outros activ os fix os tangiv eis Total Activos Fixos Tangíveis Activos Intangíveis Goodw ill Projectos de desenv olv imento Programas de computador Propriedade industrial Outros activ os intangív eis 17 Total Activos Intangíveis Total Investimento A generalidade dos projetos de investimento implica investimento em fundo de maneio. Este ocorre não só no início do investimento mas tende a ocorrer ao longo do período de vida do investimento. As necessidades em fundo de maneio são os montantes de fundos que a empresa necessita de aplicar para financiar o seu ciclo operacional. Para financiar o desfasamento temporal entre compras e vendas e entre Jorge Cunha pagamentos e recebimentos. O investimento em fundo de maneio representa uma saída de fundos e pode influenciar a decisão final sobre a concretização de um projecto de investimento. Empreendedorismo Formação Empresarial e Disponível Matérias-Primas Produtos e Dívidas de trabalhos em clientes curso 18 Produtos acabados As necessidades de fundo de maneio podem identificar-se com o dinheiro necessário para financiar o ciclo de exploração. Jorge Cunha Numa empresa industrial o ciclo de exploração estende-se desde a compra de matérias-primas e demais fatores produtivos, até à venda dos produtos acabados e recebimento do respetivo preço. Empreendedorismo Formação Empresarial e A duração do ciclo depende do ramo de atividade, das condições tecnológicas e comerciais de cada empresa. Uma empresa comercial compra mercadorias que armazena e vende. O seu ciclo de exploração pode ser relativamente curto. Para uma empresa no domínio da indústria transformadora o ciclo de exploração é, em princípio, mais dilatado, uma vez que a empresa compra matérias-primas e outros bens, eventualmente 19 armazenáveis, que submete a um processo de transformação para obter os produtos que vende. A noção de fundo de maneio necessário pode ser apresentada, de uma forma Jorge Cunha simples, como a soma de dinheiro que a empresa precisa para comprar matérias- primas, armazena-las, transformá-las, armazenar produtos acabados, vender e Empreendedorismo Formação Empresarial e recomeçar o ciclo até que pague aos fornecedores e receba dos clientes. Na maior parte dos casos as empresas iniciam o pagamento das suas obrigações antes de receberem dos seus clientes e isto origina saídas de caixa que só mais tarde serão compensadas. 20 As necessidades de fundo de maneio (NFM) de um projeto são calculadas a partir de: Existências- onde se incluem stocks de matéria-prima e/ou produto acabado que a empresa deve manter Jorge Cunha para garantir que não existirão roturas de fornecimento. Estas existências são financiadas pela empresa no decorrer da sua atividade. Empreendedorismo Formação Empresarial e Clientes- onde se incluem as vendas a prazo. Estimando o prazo médio de crédito concedido aos clientes, será possível determinar o montante de crédito concedido e que está a ser financiado pela empresa no decorrer da sua atividade. Reservas de tesouraria- as empresas podem manter uma conta bancária que lhes permite fazer face a necessidades imediatas, constituído esta conta com fundos da empresa. Fornecedores- onde se incluem compras a prazo. Estimando o prazo médio de crédito concedido pelos fornecedores, será possível determinar o montante de crédito obtido e constitui um financiamento à empresa no decorrer da sua atividade. 21 NFM = Existências + Clientes + Reservas de tesouraria – Fornecedores O ciclo de caixa abrange o período compreendido entre o desembolso inicial Jorge Cunha (pagamentos a fornecedores e trabalhadores) e o recebimento da venda do produto Se a empresa deseja minimizar o ciclo de caixa há três questões que têm de ser Empreendedorismo Formação Empresarial e claramente compreendidas e que são: A duração do ciclo operacional/de exploração, ou seja, o intervalo entre a compra, a produção e a venda; O diferimento dos pagamentos, ou seja, o intervalo entre a compra e o pagamento; O diferimento dos recebimentos, ou seja, o intervalo entre a venda e o recebimento. 22 Não se conhece nenhuma solução inteiramente satisfatória para calcular com rigor as necessidades de fundo de maneio mas podemos indicar como aproximação à formula Jorge Cunha anteriormente apresentada. Por exemplo, se são necessários 50 dias depois da encomenda para transformar as matérias- Empreendedorismo Formação Empresarial e primas em produtos acabados; se a empresa paga a 40 dias as matérias recebidas; e se, finalmente a empresa recebe as vendas a 30 dias, teremos: 40 50 80 Produto acabado Encomenda MP Pagamento MP Recebimento Ciclo de caixa = 50 + 30 – 40 = 40 dias ou 80 (recebimento) – 40 (pagamento)= 40 23 Consideremos as seguintes informações relativas a uma unidade industrial, com ciclo de produção alargado e uma empresa comercial, ciclo de produção curto. Unidade industrial Empresa comercial Vendas em euros (mensal) 50 000 50 000 Prazo de recebimentos 90 dias 90 dias Prazo de pagamentos 90 dias 90 dias Custo das ex. vendidas 40% das vendas 80% das vendas Ex. de matéria-prima 2 meses de produção - Ex. de produtos acabados 1 mês de vendas - Ex. de mercadorias - 1 mês de vendas Ciclo de produção 3 meses - Custo de produção 80% das vendas - Calcular as NFM de cada unidade Converter prazos em unidade monetárias. 24 Unidade industrial Vendas em euros (mensal) 50 000 Unidade industrial Prazo de recebimentos 90 dias Prazo de pagamentos 90 dias Custo das ex. vendidas 40% das vendas Ex. de matéria-prima 2 meses de produção Ex. de produtos acabados 1 mês de vendas Clientes = 3 x 50 000 = 150 000 € Ex. de mercadorias - Ciclo de produção 3 meses Existências MP = 2 x 0,4 x 50 000 = 40 000 € Custo de produção 80% das vendas Existências produto acabado = 1 x 0,8 x 50 000 = 40 000 € (valorizado ao custo de produção) Existências de produtos em vias de fabrico (PVF) – depende do estágio do produto assumimos 50% calculado pelo custo de produção e 50% pelo custo da MP 0,5 x 0,4 x 50 000 + 0,5 x 0,8 x 50 000 = 30 000 € 3 x 30 000 = 90 000 (ciclo de produção de 3 meses) Fornecedores = 3 x 0,4 x 50 000 = 60 000 € 25 NFM = Existências + Clientes + Reservas de tesouraria – Fornecedores NFM = (40000+40000+90000) + 150 000 – 60 000 = 260 000 € Empresa comercial Empresa comercial Vendas em euros (mensal) 50 000 Prazo de recebimentos 90 dias Prazo de pagamentos 90 dias Custo das ex. vendidas 80% das vendas Ex. de matéria-prima - Ex. de produtos acabados - Ex. de mercadorias 1 mês de vendas Clientes = =3 x 50 000 = 150 000 € Ciclo de produção - Custo de produção - Existências mercadoria = 1 x 0,8 x 50 000 = 40 000 € Fornecedores = 3 x 0,8 x 50 000 = 120 000 € NFM = Existências + Clientes + Reservas de tesouraria – Fornecedores NFM = 40 000 + 150 000 – 120 000 = 70 000 € António Baltazar Motal “Compreender e controlar o cash flow operacional nas pequenas e micro empresas” Gestão, 10 Dezembro 2006. 26 Como reduzir o investimento em NFM? redução das quantidades e dos valores em stock = > Existências aumento dos prazos de pagamento => Fornecedores diminuição dos prazos de recebimento => Clientes descontos de pronto pagamento => Clientes melhoria dos processos produtivos = > Existências NFM = Existências + Clientes + Reservas de tesouraria – Fornecedores 27 Estatísticas do banco de Portugal https://www.bportugal.pt/QS/qsweb/Dashboards Jorge Cunha Empreendedorismo Formação Empresarial e 28 Empresa: XPTO, Lda Euros Investimento em Fundo Maneio Necessário 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Necessidades Fundo Maneio Jorge Cunha Reserv a Segurança Tesouraria Clientes Inv entários Empreendedorismo Formação Empresarial e Estado * * TOTAL Recursos Fundo Maneio Fornecedores Estado * TOTAL Fundo Maneio Necessário 29 Investimento em Fundo de Maneio 4. PLANO DE EXPLORAÇÃO Descrição e escalonamento temporal de proveitos e custos anuais previstos, por forma a calcular-se o fluxo de caixa de exploração Jorge Cunha anual. Consiste, essencialmente, em elaborar orçamentos de vendas e Empreendedorismo Formação Empresarial e de despesas para períodos temporais dilatados, baseados em: - Experiência/histórico da empresa; - Coeficiente técnicos; - Outras informações. 30 Empresa: XPTO, Lda Euros Demonstração de Resultados Previsional 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Vendas e serv iços prestados Subsídios à Ex ploração Ganhos/perdas imputados de subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos Jorge Cunha Variação nos inv entários da produção Trabalhos para a própria entidade CMVMC Fornecimento e serv iços ex ternos Empreendedorismo Formação Empresarial e Gastos com o pessoal Imparidade de inv entários (perdas/rev ersões) Imparidade de dív idas a receber (perdas/rev ersões) Prov isões (aumentos/reduções) Imparidade de inv estimentos não depreciáv eis/amortizáv eis (perdas/rev ersões) Aumentos/reduções de justo v alor Outros rendimentos e ganhos Outros gastos e perdas EBITDA (Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos) Gastos/rev ersões de depreciação e amortização Imparidade de activ os depreciáv eis/amortizáv eis (perdas/rev ersões) EBIT (Resultado Operacional) Juros e rendimentos similares obtidos Juros e gastos similares suportados 31 RESULTADO ANTES DE IMPOSTOS Imposto sobre o rendimento do período RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO 5. MAPA DO FLUXO DE CAIXA DO PROJETO A partir da informação contida nos planos de investimentos e de Jorge Cunha exploração obtém-se o mapa dos fluxos de caixa do projeto (ou cash flow). Empreendedorismo Formação Empresarial e 32 Empresa: XPTO, Lda Euros Mapa de Cash Flows Operacionais 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Meios Libertos do Projecto Jorge Cunha Resultados Operacionais (EBIT) x (1-IRC) Depreciações e amortizações Prov isões do ex ercício Empreendedorismo Formação Empresarial e Investim./Desinvest. em Fundo Maneio Fundo de Maneio CASH FLOW de Exploração Investim./Desinvest. em Capital Fixo Capital Fix o Free cash-flow 33 É sobre estes FCP do projecto que serão aplicados os métodos de avaliação de projetos de investimento (e.g. VAL, TIR, PRI). 6. PLANO DE FINANCIAMENTO Deve permitir saber quais as origens e quais as aplicações dos Jorge Cunha fundos necessários à concretização de um projeto de investimento. Empreendedorismo Formação Empresarial e Exemplo esquemático de um plano de financiamento (ou mapa de origem e aplicação de fundos): 34 Empresa: XPTO, Lda Euros Plano de Financiamento 2016 2017 2018 2019 2020 2021 ORIGENS DE FUNDOS Meios Libertos Brutos Jorge Cunha Capital Social (entrada de fundos) Outros instrumentos de capital Empréstimos Obtidos Desinv est. em Capital Fix o Desinv est. em FMN Empreendedorismo Formação Empresarial e Prov eitos Financeiros Total das Origens APLICAÇÕES DE FUNDOS Inv. Capital Fix o Inv Fundo de Maneio Imposto sobre os Lucros Pagamento de Div idendos Reembolso de Empréstimos Encargos Financeiros Total das Aplicações Saldo de Tesouraria Anual Saldo de Tesouraria Acumulado 35 Aplicações / Empréstimo Curto Prazo AVALIAÇÃO III – MÉTODOS DE Formação Empresarial e Jorge Cunha 36 Empreendedorismo 1. PERÍODO DE RECUPERAÇÃO Consiste em saber quanto tempo é necessário decorrer até o Jorge Cunha projeto gerar os fluxos de caixa suficientes para se recuperar o valor investido. Empreendedorismo Formação Empresarial e T PRI = T quando CFP I t 1 t 0 37 EXEMPLO: Considere uma empresa que efetuou um investimento de € 15.000, e espera obter os seguintes fluxos de caixa anuais: Jorge Cunha Ano 1 2 3 4 5 Empreendedorismo Formação Empresarial e FCP 4000 5000 6000 6400 7000 Qual o período de recuperação do investimento? Constata-se que é de 3 anos, pois FCP1 + FCP 2 + FCP3 = Investimento inicial. 38 2. VALOR ATUAL LÍQUIDO (VAL) O VAL de um investimento corresponde à soma algébrica do valor atual de todos os fluxos de caixa anuais gerados pelo projeto, Jorge Cunha atualizados à taxa mínima de rendibilidade exigida. Os fluxos de caixa anuais devem considerar todos os pagamentos e recebimentos para um certo projecto ao longo do respectivo Empreendedorismo Formação Empresarial e período de vida. n FCPt VAL t 0 (1 i ) t FCPt: fluxo de caixa do projeto do ano t; i: taxa mínima de rendibilidade exigida (ou custo de oportunidade do capital); n: horizonte temporal de investimento. 39 EXEMPLO: Uma empresa pretende efectuar um investimento no valor de 400 mil euros, o qual deverá gerar os seguintes fluxos de caixa anuais (FCP) nos próximos 4 anos: Jorge Cunha Anos 0 1 2 3 4 Empreendedorismo Formação Empresarial e FCP -400 100 150 200 200 Determine o VAL deste investimento, sabendo que a empresa exige uma rendibilidade mínima para os seus investimentos de 15% ao ano. 40 Anos FCP 1/(1 + i)t FCP atualizado FCP acumulado 0 -400 1 -400 -400 1 100 0.8696 86,96 -313,04 Conclui-se Jorge Cunha 2 150 0.7561 113,42 -199,62 que o VAL 3 200 0.6575 131,5 -68,12 deste projeto Empreendedorismo Formação Empresarial e é de 46,24 4 200 0.5718 114,36 46,24 mil euros. A regra de decisão é a seguinte: – Se VAL > 0, aceita-se o projeto; – Se VAL = 0, pode aceitar-se o projeto, mas…; 41 – Se VAL < 0, rejeita-se o projeto. 3. TAXA INTERNA DE RENDIBILIDADE (TIR) Critério de avaliação de projetos muito apreciado na prática por poder ser comparada à taxa de rendibilidade mínima exigida. Jorge Cunha Trata-se de determinar a taxa de juro para a qual o VAL é nulo: Representação gráfica do cálculo Empreendedorismo Formação Empresarial e n CFPt 0 t 0 (1 TIR ) t O cálculo da TIR não é direto. Implica a utilização de uma folha de cálculo ou máquina de calcular científica. 42 O critério de decisão quanto à aceitação ou rejeição de um projeto de investimento passa por comparar a TIR com a taxa de rendibilidade mínima exigida: Jorge Cunha – Se a TIR > i, aceita-se o projeto; – Se a TIR = i, pode aceitar-se o projeto, mas…; Empreendedorismo Formação Empresarial e – Se a TIR < i, rejeita-se o projeto. Para o exemplo anterior a TIR é igual a 19,96% / ano. 43 IV – FONTES DE FINANCIAMENTO Formação Empresarial e Jorge Cunha 44 Empreendedorismo O financiamento do projecto trata das operações necessárias para assegurar ao projecto os recursos necessários. Os projectos de investimento são constituídos por bens e serviços que possuem uma contrapartida financeira. Jorge Cunha Existem diferentes formas de financiar um projecto de investimento. Empreendedorismo Formação Empresarial e Assumem particular importância as formas de financiamento de médio e longo prazo. É com base neste tipo de financiamento que são financiadas, em grande medida, as despesas de investimento associadas a um projecto. O objectivo deste tipo de financiamento é fazer face à despesa de investimento em capital fixo. 45 1. CAPITAL SOCIAL O capital social compreende os fundos ou bens que os Jorge Cunha proprietários puseram à disposição da empresa inicialmente. No caso de sociedades por quotas o capital social é representado por quotas. Empreendedorismo Formação Empresarial e No caso de sociedades anónimas, o capital social é representado por acções. Se os montantes inicialmente colocados à disposição da empresa pelos sócios são suficientes para a fase de arranque, com o desenvolvimento e crescimento da mesma pode vir a revelar-se necessária uma nova injecção de meios de forma a adequar a 46 estrutura financeira da empresa. 2. PRESTAÇÕES SUPLEMENTARES DE CAPITAL É uma forma de financiamento semelhante ao aumento do Jorge Cunha capital social. Neste caso os sócios são chamados a efectuar prestações Empreendedorismo Formação Empresarial e suplementares de capital. Tem a vantagem de o reembolso do capital ser possível, dentro de certas condições, por deliberação dos sócios. 47 3. AUTO-FINANCIAMENTO É constituído pelos meios financeiros obtidos e retidos na empresa. Jorge Cunha O auto-financiamento deve: Empreendedorismo Formação Empresarial e – Permitir o reembolso de dívidas de médio/longo prazo; – Assegurar a manutenção da actividade produtiva da empresa; – Garantir o crescimento da empresa. 48 Vantagens do recurso ao auto-financiamento: – Inexistência de custos de emissão; – Permite uma maior flexibilidade na tomada de decisões de Jorge Cunha investimento; – Reforça a imagem e a segurança da empresa. Empreendedorismo Formação Empresarial e Desvantagens do auto-financiamento: – Pode frustrar as expectativas dos accionistas/sócios quanto à distribuição dos lucros; – Pode encorajar investimentos desnecessários. 49 4. CAPITAL DE RISCO Forma de financiamento consubstanciada na participação no capital próprio das empresas apoiadas. Jorge Cunha O objecto das SCR consiste na procura e apoio de oportunidades de investimento capazes de gerar valor Empreendedorismo Formação Empresarial e acrescentado e de proporcionar rendibilidade aos investidores, justificando a aplicação de capitais através da aquisição de acções e quotas de empresas com potencial de expansão e viabilidade. As participações assumem, geralmente, um carácter temporário e minoritário. 50 Vantagens deste tipo de financiamento: – O empresário tem a oportunidade de desenvolver um projecto financiado por fundos permanentes; – As SCR não têm como objectivo controlar as empresas Jorge Cunha participadas; – O empresário tem um forte apoio na reorganização e/ou reestruturação da empresa nas áreas administrativa, económica, Empreendedorismo Formação Empresarial e financeira e fiscal; – O empresário poderá garantir a salvaguarda da sua posição, aquando da saída da SCR; – Na fase de arranque das actividades, é uma forma de financiamento que não exige o pagamento de encargos financeiros; 51 – As SCR partilham com o empresário o risco do negócio. 5. SUPRIMENTOS Correspondem a empréstimos dos sócios à sociedade. Jorge Cunha Pode haver ou não lugar a pagamento de juros. Empreendedorismo Formação Empresarial e 52 6. CRÉDITO BANCÁRIO Constitui a forma de financiamento intermediado mais comum. Os intermediários financeiros são empresas (bancos) que efectuam a captação de poupanças e sua posterior aplicação sob a forma de concessão de crédito aos agentes económicos. Jorge Cunha Uma operação de crédito traduz-se na realização de uma prestação de capital pelo mutuante e numa contraprestação (única ou Empreendedorismo Formação Empresarial e múltipla), diferida no tempo, pelo mutuário, envolvendo a assumpção de risco pelo mutuante que espera obter, no futuro, o reembolso do capital mutuado. Elementos definidores de uma operação de crédito: – Montante; – Prazo; – Taxa de juro; – Destino da aplicação; 53 – Garantias. 7. LOCAÇÃO FINANCEIRA (LEASING) O leasing é uma operação de financiamento a crédito. De acordo com a legislação, o leasing é definido como o contrato pelo qual uma das partes se obriga a conceder à outra o gozo temporário Jorge Cunha de uma coisa adquirida ou construída por indicação da segunda parte, à qual assiste o direito de a adquirir num prazo e por um preço definidos no próprio contrato. Empreendedorismo Formação Empresarial e Objecto: – Bens móveis para uso profissional ou empresarial (leasing mobiliário); – Bens imóveis para utilização produtiva (leasing imobiliário). Participantes: – Efectuado por uma sociedade de locação financeira (locador); – Em benefício de uma empresa (locatário). 54 Modo de funcionamento: – Aquisição: o locador adquire o bem a financiar ou fá-lo construir por sua conta, tendo em vista a operação e seguindo os requisitos técnicos indicados pelo locatário; – Utilização: o locador, mantendo a propriedade do bem, coloca-o à Jorge Cunha disposição do locatário que assume todos os riscos e encargos por um período fixo de tempo (vida económica do bem ou período Empreendedorismo Formação Empresarial e fiscal de amortização), período esse em que se escalonam os pagamentos a efectuar pelo locatário, que dizem respeito: À amortização do preço de aquisição; Aos encargos financeiros; À margem de lucro do locador. – Resolução: no fim do período, o locatário dispõe de uma opção de compra por um preço igual ao valor residual do bem previamente 55 estabelecido. Vantagens do recurso ao leasing: – Financiamento total ou quase a cem por cento e a médio ou longo prazo para os investimentos pretendidos; – É de fácil acesso e simples em termos processuais; Jorge Cunha – Dá uma resposta rápida às solicitações; – Permite ultrapassar certas dificuldades de concessão de crédito do Empreendedorismo Formação Empresarial e mercado financeiro; – Defende a empresa dos riscos de obsolescência tecnológica dos equipamentos; – Evita a prestação de garantias reais. Desvantagens: – Não fornece a propriedade do bem durante o período contratual; – Impossibilita a denúncia unilateral do contrato. 56