UC Terapia Ocupacional em Reabilitação Física - Síndromes Miofasciais PDF

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Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto

2024

Rita Martins

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physical therapy miofascial syndromes imobilization biomechanics

Summary

This document discusses the biomechanical alterations caused by immobilisation, focusing on muscular, connective tissue, and osteoarticular levels. It also examines circulatory alterations and the impact of immobilization on the body. Including aspects such as muscle atrophy, reduced blood flow, and the formation of blood clots. The presentation touches upon prevention of side effects during immobilisation, techniques for intervention, and related information.

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UC Terapia Ocupacional em Reabilitação Física Rita Martins - [email protected] Síndromes Miofasciais e Alterações Biomecânicas devido a Imobilização 2024-2025 Alterações Biomecânicas por Imobilização...

UC Terapia Ocupacional em Reabilitação Física Rita Martins - [email protected] Síndromes Miofasciais e Alterações Biomecânicas devido a Imobilização 2024-2025 Alterações Biomecânicas por Imobilização A nível Muscular Infiltração de tecido Alteração do número Supressão sanguínea e Perda de miofibrilha e conjuntivo, redução do de sarcómeros em nervosa, com aumento diminuição do tamanho peso líquido muscular e séries, com diminuição da taxa metabólica das fibras musculares da capacidade de gerar de força muscular força Alterações na relação Diminuição do tempo comprimento-tensão, de contração (músculo Atrofia muscular, por por alteração do Síndromes miofasciais com menor resistência desuso “comprimento ótimo” à fadiga das fibras musculares Rita Martins | 2024-2025 2 Alterações Biomecânicas por Imobilização A nível do Tecido Conjuntivo Proliferação do tecido Aumento da densidade Alteração da conjuntivo - regulação de área de tecido reorganização do tecido da produção de fatores conjuntivo (após 2 dias) de crescimento e a intramuscular síntese de colágeno Redução da quantidade Aumento da de água e GAG, degradação e síntese do tornando o tecido colágeno sem alteração menos elástico e mais na sua concentração frágil Rita Martins | 2024-2025 3 Alterações Biomecânicas por Imobilização A nível Osteoarticular Desequilíbrio significativo entre a formação e a reabsorção Mineralização óssea (relação óssea, resultando na entre os minerais e a matriz Degeneração gradual da diminuição da massa óssea em orgânica não calcificada) parece cartilagem relação ao volume (diminuição permanecer inalterada drástica de carga mecânica) Diminuição da produção de líquido sinovial e/ou formação de aderências nos tecidos articulares e/ou presença de edema – Rigidez articular Rita Martins | 2024-2025 4 Alterações Biomecânicas por Imobilização A nível Circulatório Redução do fluxo Acumulação de fluídos sanguíneo (a contração Risco de formação de nos tecidos, originando muscular é um coágulos sanguíneos, edema – aumenta a importante impulsor do por estase sanguínea pressão dos vasos e retorno venoso) compromete o fluxo Outras alterações Aumento do risco de autonómicas: resposta Síndromes trombose venosa vasomotora, eficiência compartimentais profunda (TVP) cardíaca e pressão arterial Rita Martins | 2024-2025 5 Alterações Biomecânicas por Imobilização As adaptações musculares em resposta à imobilização são Estudos apontam que há diminuição influenciadas pela posição em que o das propriedades mecânicas após 2/3 músculo é imobilizado. Geralmente, a semanas de imobilização. Por outro posição de encurtamento é a que lado, há estudos que mostram que provoca maiores adaptações do algumas dessas adaptações já podem tecido, quando comparada à posição ser observadas entre 1 e 7 dias. neutra ou de alongamento. Rita Martins | 2024-2025 6 Consequências da Imobilização Rigidez/diminuição de amplitude articular Fraqueza/encurtamento/atrofia/menor resistência muscular Presença de fibrose e aderências Edema (vascular/ linfático) Menor densidade óssea Dor Rita Martins | 2024-2025 7 Síndromes Miofasciais Disfunção neuromuscular local que se caracteriza por apresentar áreas sensíveis em bandas musculares tensas ou contraturadas. Dor localizada de origem muscular, que pode gerar dor Dor musculoesquelética em regiões afastadas (irradiação) Contratura muscular localizada, Um ou vários pontos de gatilho que origina limitação parcial da - Nódulos fibrosos miofasciais extensibilidade desse músculo (trigger points) pela dor ao tentar estiramento Rita Martins | 2024-2025 8 Síndromes Miofasciais Em termos epidemiológicos, é uma patologia que atinge em maior número a população feminina, com idades compreendidas entre os 30-50 anos. Os músculos mais afetados são: os músculos da região cervical posterior, o esternocleidomastóideo, o trapézio, os músculos levantadores da escápula e os músculos posturais do tronco. Estima-se que a prevalência da dor músculo-esquelética identificada como dor miofascial localizada é muito elevada, variando entre 28 a 65%. Rita Martins | 2024-2025 9 Síndromes Miofasciais - Causas Alterações sistémicas, endócrinas ou nutricionais - existe maior propensão dos doentes com hipotiroidismo desenvolver dor miofascial, bem como a hipoglicemia também agrava a dor. Maus hábitos posturais Movimentos repetitivos Alterações do sono (sono não reparador) e Fadiga Alterações neurológicas - compressão nervosa ou envolvimento nervoso periférico Treinos intensos Fatores psicossociais - Stress e Tensão Rita Martins | 2024-2025 10 Síndromes Miofasciais A Síndrome Miofascial caracteriza-se por ser um quadro de dor regional, que deve ser diferenciado de quadros dolorosos gerais e focais. A fibromialgia é um quadro de dor generalizada, caracterizada pela existência de pontos sensíveis típicos. Embora sendo duas patologias distintas, muitas vezes se confundem, talvez por porque se podem associar. Rita Martins | 2024-2025 11 Fáscia É dividida em fáscia superficial e Camadas de tecido conjuntivo fáscia profunda, formando A fáscia superficial encontra-se A disfunção na fáscia pode resistentes e elásticas, que assim uma única estrutura com imediatamente abaixo da pele, prejudicar o desempenho envolvem todo o corpo humano várias camadas interligadas, enquanto a profunda envolve musculoesquelético, diminui a e são altamente inervadas. como uma rede unitária músculos, nervos e vísceras. amplitude de movimento, tridimensional. Rita Martins | 2024-2025 12 Trigger Points Nódulos dolorosos de tecido muscular degenerado, que origina dor local e dor irradiada; pequenos focos hiperirritáveis circunscritos em músculos esqueléticos e fáscias, frequentemente localizados em bandas tensas. Caracterizam-se por: Em qualquer músculo- Sensibilidade local Único ou múltiplos esquelético Padrão típico de dor Principal causa de dor irradiada miofascial Rita Martins | 2024-2025 13 Intervenção Principal objetivo: inativação ou libertação dos TrPs e restituição do comprimento normal do músculo. Estadio inicial: os mecanismos de alívio da dor são feitos através de programas de MFR (abordagem não invasiva, através da utilização de eletroterapia (TENS - estimulação elétrica transcutânea e ultra-sons), massagem, reeducação neuromuscular e alongamentos (com crioterapia). Estadio avançado: os mecanismos de alívio da dor são por injeção de TrP (abordagem invasiva utilizando punção seca (baseada na inativação do TrP por um estímulo mecânico direto) ou infiltração de substância, nomeadamente anestésico local. Nos últimos anos tem sido utilizada a aplicação de toxina botulínica. Rita Martins | 2024-2025 14 Técnicas Miofasciais Libertação Miofascial Técnica de massagem que aplica pressão em alguns pontos do corpo e ajuda a relaxar e alongar os músculos, para que haja maior liberdade entre o músculo e a fáscia. Rita Martins | 2024-2025 15 Tipos de Técnicas Miofasciais Técnicas como fricção, deslizamento, compressão, alongamento, percussão e vibração. Manual Instrumentos de uso profissional para aliviar a sobrecarga sobre a mão do terapeuta e também para Instrumentos alcançar áreas em que a mão não consegue alcançar. Rita Martins | 2024-2025 16 Técnicas Miofasciais Stretching Alongar músculos e ligamentos Força lenta e gradual para não haver reação de proteção dos tecidos (reflexo miotático) Técnica passiva Rita Martins | 2024-2025 17 Técnicas Miofasciais Realização da letra J no sentido da restrição (após avaliação efetuada inicialmente). Para realizar a técnica faz-se uma contra pressão Técnica Superficial - tensionando o tecido, o dedo indicador reforçado Deslizamento em J pelo dedo médio faz o movimento em J (repetidamente) no sentido da restrição. Coloca-se as mãos cruzadas sobre a área de intervenção, transfere-se o peso do corpo para as Técnica Profunda – mãos para originar o movimento tridimensional (afundar e tensionar) e aguarda-se a resposta Mãos Cruzadas tecidular da fáscia. Para terminar a técnica diminui-se lentamente os parâmetros iniciais e retira-se as mãos do corpo. Vídeo de apoio: https://www.youtube.com/watch?v=5r3UV31oyPI Rita Martins | 2024-2025 18 Técnicas Miofasciais – Trapézio Vídeo de apoio: https://www.youtube.com/watch?v=_c3-GsYby7c Rita Martins | 2024-2025 19 Referências Bibliográficas: Adstrum, S., Hedley, G., Schleip, R., Stecco, C., & Yucesoy, C. (2017). Defining the fascial system. J Bodyw Mov Ther, 21(1):173-177. http://dx.doi.org/10.1016/j.jbmt.2016.11.003 Afonso, C., & Jacinto, J. 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