Tecnologia Mecânica I - Electroerosão (PDF)

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ISEL - Instituto Superior de Engenharia de Lisboa

José Manuel Simões,Ivan Galvão,Ivo Bragança

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electroerosion mechanical engineering technology manufacturing processes

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This document is a presentation on Electromagnetic Erosion(EDM). It explains fundamentals of the process, its variants, equipment, and practical examples. The author(s) of the presentation are José Manuel Simões, Ivan Galvão, Ivo Bragança. The presentation is part of a course at ISEL.

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TECNOLOGIA MECÂNICA I ELECTROEROSÃO José Manuel Simões Ivan Galvão Ivo Bragança Electroerosão Electroerosão Peças - exemplos...

TECNOLOGIA MECÂNICA I ELECTROEROSÃO José Manuel Simões Ivan Galvão Ivo Bragança Electroerosão Electroerosão Peças - exemplos Moldes e ferramentas Peça de apoio traseiro de um Formula 1 2  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Peças - exemplos Honey comb or rib shape 3  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Peças - exemplos 4  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão 5  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Enquadramento O processo de electroerosão EDM (Electrical Discharge Machining), é cada vez mais utilizado na indústria de moldes, matrizes, ferramentas de corte, etc. Sendo, actualmente, englobado no conjunto de processos de maquinagem convencional. EDM é um processo de remoção de material condutor que usa energia térmica gerada por uma descarga eléctrica. O processo pode variar desde furação, perfuração de micro-furos diâmetro de um fio de cabelo até cavidades de moldes de 60 toneladas. O processo de EDM é actualmente dos método mais utilizado para remover material sem aplicação directa de uma força mecânica de corte. 6  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Algumas Características do Processo A maquinagem é efectuada através de descargas eléctricas, cuja energia térmica associada, provoca a fusão e/ou vaporização do material. É possível a maquinagem de materiais de elevada dureza e de geometria complexa. A única restrição ao material da peça, é que seja bom condutor da corrente eléctrica. As peças obtidas não apresentam rebarba. A taxa de remoção de material é relativamente baixa, comparativamente aos processos de corte por arranque de apara, mas em contrapartida as propriedades como a tenacidade e a dureza dos materiais a maquinar não são relevantes. 7  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Variantes tecnológicas - equipamentos Existem alguns tipos diferentes de máquinas e aplicações industriais que usam o processo de EDM para maquinar peças com elevada precisão. EDM por penetração: Tipicamente utiliza-se um eléctrodo de cobre ou grafite como ferramenta; É gerada uma geometria a 3D na peça com a forma negativa do eléctrodo; O par eléctrodo/peça está mergulhado num líquido dieléctrico e separado por uma folga (gap) 8  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão EDM por penetração (cont): A peça a maquinar tem de ser electricamente condutora e a ferramenta, o eléctrodo, mergulhada no meio dieléctrico. Neste processo a ferramenta vai progressivamente ficando gravada como invertida na peça. Peça de plástico injectada EDM de penetração é muitas vezes Peça / molde designada de Sinker, Ram-Type, Die- Sinking, Conventional, Plunge ou Vertical EDM 9  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Variantes tecnológicas - equipamentos EDM por fio (WEDM - Wire Electrical Discharge Machining) : Este processo é amplamente utilizado, remove o material através de uma descarga eléctrica com um eléctrodo em fio que atravessa longitudinalmente a peça. A passagem relativa entre o eléctrodo e a peça é controlada por um sistema CNC para cortar a peça de trabalho na forma desejada. WEDM é amplamente usada para cortar punções e matrizes e muitas outras aplicações industriais. 10  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão O Processo Penetração Ferramenta Canal de Σmonodescargas Plasma Por fio Peças características Peça Monodescarga 11  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Parâmetros eléctricos U 0 Tensão Ferramenta U Desc 40 - 330 [Volts] 0,5 - 150 [Amp] Meio Canal de Gap Frontal T P Tempo [s] Dieléctrico Plasma 0,5-60 [m] t Corrente eléctrica Peça I Desc I Ioniz Tempo [s] Parâmetro Abreviatura Tensão em vazio entre o eléctrodo e a peça Uo Intensidade de corrente de ionização IIoniz Tensão entre o eléctrodo e a peça durante a descarga UDesc Intensidade de corrente durante a descarga IDesc Tempo de impulso eléctrico (Time on) T Tempo de pausa (Time off) P Tempo de duração de um ciclo, t = T + P t 12  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão O mecanismo de remoção de material 1) Iniciação e Propagação do streamer Esta fase representa a iniciação e propagação do streamer que correspondente ao momento aplicação da tensão do circuito eléctrico entre os eléctrodos até à queda tensão. Este período é conhecido como tempo de ionização, ignição td. 13  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão O mecanismo de remoção de material 2) Descarga no canal de plasma Esta fase ocorre instantaneamente logo após formação completa do streamer, e a corrente aumenta rapidamente para o valor programado. É caracterizada pela formação de um canal de plasma rodeado por uma bolha de vapor de gás. Neste período de tempo ocorre a fusão e a evaporação de uma pequena quantidade de material em ambos os eléctrodos. 14  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão O mecanismo de remoção de material 3) Colapso do canal de plasma O colapso do canal de plasma ocorre no momento que se desliga a energia eléctrica e provoca a ejecção violentamente do material. Neste momento uma parte do material derretido e vaporizado é afastado pelo fluxo do dieléctrico através do gap e é resolidificada a cratera recém formada. 15  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Eléctrodos Podem-se considerar dois grandes grupos de eléctrodos: metálicos e grafite Os cinco eléctrodos mais utilizados são: latão, cobre, tungsténio, zinco e grafite (alguns eléctrodos são combinações com outros metais para reduzir o desgaste da ferramenta e majorar a eficiência do processo: latão e zinco, cobre e telúrio, cobre tungstênio e prata). Inicialmente, o bronze foi usado como um eléctrodo, apesar de seu desgaste elevado. Mais tarde melhorou-se a relação de desgaste usando cobre e suas ligas. Contudo o baixo ponto de fusão do cobre (1085ºC) pode provocar uma taxa de desgaste elevada em relação a outros metais. 16  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Eléctrodos Estudos mostram que eléctrodos de grafite têm melhor relação entre taxa de remoção e desgaste, e muda de estado sólido para gás (3350ºC). Só a grafite permite funcionar num regime designado “zero wear”. Tungsténio tem um ponto de fusão semelhante ao da grafite, mas é extremamente difícil de maquinar. Tungsténio é usado em pré formas, geralmente como tubos e varetas para cavidades e furação de pequeno porte. A regra geral é: eléctrodos metálicos para ligas de baixa temperatura: os eléctrodos de grafite para ligas de alta temperatura. 17  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Eléctrodos Alguns sistemas incluem dispositivos para a electroerosão planetária, em que se produzem movimentos suplementares na horizontal, que são sobrepostos ao avanço na direcção vertical. Consegue-se assim erodir com eléctrodos simples formas com uma geometria complicada, como por exemplo a erosão de furos cónicos ou com reentrâncias laterais. 18  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Folga As medidas da peça que se pretendem obter por electroerosão são maiores que a medida inicial do eléctrodo. Isto é justificado pelo desgaste do eléctrodo, pela folga necessária para se dar a descarga, mas também pela estabilidade da máquina e guiamento do eléctrodo. Em geral esses valores encontram-se tabelados em função do regime de erosão (tabelas tecnológicas). O gap varia entre 0,01mm e 0,5mm, dependendo do par eléctrodo-peça, do líquido dieléctrico, da qualidade superficial exigida e da regulação do gerador. O gap frontal é determinado, controlado pelo servomecanismo/gerador que comanda a descida do cabeçote porta-eléctrodos, enquanto que o “gap” lateral é afectado pelos valores previamente regulados da duração e intensidade dos impulsos. 19  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Eléctrodos COEFICIENTES PARA CÁLCULO DE AMPERAGEM ELETRODO MATERIAL A SER MAQUINADO COEFICIENTE PARA AMPERAGEM Cobre Eletrolítico Aço 0,07 A /mm2 Grafite Aço 0,01 A / mm2 Cobre e Tungstênio Aço 0,14 A / mm2 Cobre Cobre 0,07 A /mm2 Cobre e Tungstênio Pastilha de metal duro 0,05 A / mm2 Com base na tabela é possível calcular o numero de amperes utilizado para erodir a peça, minimizando o desgaste da ferramenta 20  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Eléctrodos Durante o processo de electroerosão e devido ao desgaste, o contorno do eléctrodo vai perdendo a sua forma original em maior ou menor grau. Se o desgaste se produzisse de uma forma linear poderia ser compensado. O facto é que as quinas vivas e os cantos sofrem desgastes maiores que as superfícies devido a uma maior densidade de corrente. Para furos cegos, devido às más condições de lavagem e do desgaste mais acentuado das quinas vivas, o furo tem tendência a apresentar uma conicidade na sua parte final. Além da conicidade poderá apresentar-se um arredondamento no fundo do furo devido ao desgaste da parte frontal do eléctrodo.  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Meio Dieléctrico Ambos os eléctrodos são submersos no fluido dieléctrico. A maioria dos fluidos dieléctricos de qualidade são inodoros, mas existem alguns que produzem um odor, geralmente significa que a qualidade não é elevada. Todos os fluidos EDM tem uma elevada rigidez dieléctrica. Rigidez dieléctrica é importante, enquanto um alto valor de força é necessária, muito alto iria forçar uma abertura menor e pode levar a um maior desgaste dos eléctrodos. Rigidez dieléctrica = (Tensão do circuito em aberto) / (Dimensão do plasma) 22  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Meio Dieléctrico As funções do líquido dieléctrico são as seguintes: Limitar ao mínimo o canal de descarga de modo a aumentar a densidade de energia, o que equivale a concentrar a descarga numa superfície reduzida; Remover as partículas erodidas através de um processo de lavagem evitando curto-circuitos que podem levar a fusão superficial da peça; Evacuar os compostos resultantes da decomposição do líquido dieléctrico; 23  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Meio Dieléctrico As funções do líquido dieléctrico são as seguintes (cont.): Refrigerar suficientemente a peça de modo a evitar tanto quanto possível alterações metalúrgicas significativas e alterações dimensionais dos eléctrodos. Evitar a entrada de ar e por conseguinte qualquer oxidação na altura da descarga. Descargas serem distribuídas uniformemente por toda a ferramenta 24  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Tipos de lavagem 25  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Circuitos eléctricos Circuito de Relaxação, RC Rotary Impulse Generator (RIG) Gerador de tubos de vácuo Gerador de transístor Gerador com feedback 26  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Circuitos eléctricos Impulso quadrado (isofrequency) Isopulse 27  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Polaridade Influência da polaridade Directa Inversa A polaridade é um parâmetro importante e deve ser considerada em conjunto com outros parâmetros operacionais, principalmente com as propriedades do par de materiais e o tempo de impulso. Polaridade inversa Polaridade directa 28  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Capacidade erosiva ou débito Vw 29  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Capacidade erosiva ou débito Vw 30  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Desgaste da ferramenta O desgaste aumenta com : A intensidade da corrente (excepto na grafite que diminui, em consequência dos fenómenos relacionados com o regime “Zero Wear/No Wear" do eléctrodo) A diminuição da duração do impulso. Por outro lado, intervalos entre descargas pequenos (aumento da relação cíclica) originam desgastes relativos mais pequenos. Os desgastes típicos dos eléctrodos de cobre electrolítico (99,9% puro) são: Desbaste - 1 a 5% Semi-acabamento - 5 a 10% Acabamento - 10 a 15% 31  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Vantagens e limitações Vantagens Maquinagem de materiais duros Ausência de esforços mecânicos sobre a peça Formas complexas, pequenas e precisas Baixa rugosidade superficial Não produz rebarbas Limitações Geralmente o débito é pequeno em relação à maquinagem convencional Maior consumo de energia Desgaste do eléctrodo interfere na precisão 32  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Características da superfície da peça Cada combinação material-processo é única e dependendo do estado metalúrgico do material e da densidade energética durante o processo podem surgir diversos efeitos. Assim cada processo opera com diferentes intensidades/densidades energéticas quando se pretende, por exemplo, fazer um desbaste ou acabamento. 33  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Electroerosão Electroerosão Características morfológicas das superfícies Tipicamente, a zona termicamente afectada apresenta três camadas distintas: - Camada branca – camada refundida, formada por partículas de metal fundido que se redepositaram na superfície da peça. Esta camada em peças de aço, pode ter maior dureza do que o material de que é originária; - Camada intermédia dura - camada de material que fundiu, mas que não se separou do material base e que aí permaneceu como uma camada refundida; - Camada intermédia macia - camada de material recozido, o qual apresenta menor dureza do que o material de que é originária. A profundidade da zona termicamente afectada pode variar entre 2 m e 0,4 mm. 34  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I Dúvidas? Questões? Até à próxima aula!  Licenciatura em Engenharia Mecânica / Tecnologia Mecânica I

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