Sistema Cardiovascular PDF
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This document details various pathologies associated with the cardiovascular system, including coronary artery disease, heart attack, heart failure, and arrhythmias. It also covers topics like edema of the lungs, myocarditis, valve problems, high blood pressure, and peripheral artery disease, along with related physical examination methods.
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PATOLOGIAS ASSOCIADAS Doença das Artérias Coronárias As artérias coronárias alimentam o coração com sangue. Quando ficam obstruídas por placas de gordura, o fluxo sanguíneo diminui. Isso pode causar dor no peito (angina) ou, em casos mais graves, enfarte. Enfarte Agudo do Miocárdio É o famoso "a...
PATOLOGIAS ASSOCIADAS Doença das Artérias Coronárias As artérias coronárias alimentam o coração com sangue. Quando ficam obstruídas por placas de gordura, o fluxo sanguíneo diminui. Isso pode causar dor no peito (angina) ou, em casos mais graves, enfarte. Enfarte Agudo do Miocárdio É o famoso "ataque cardíaco". Acontece quando uma artéria do coração fica bloqueada, cortando o suprimento de sangue para uma parte do músculo cardíaco, que pode morrer se não for tratado rapidamente. Insuficiência Cardíaca É quando o coração não consegue bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo. Pode causar cansaço, falta de ar e inchaço, especialmente nas pernas. Disritmias São alterações no ritmo normal do coração, como batimentos acelerados, lentos ou irregulares. Algumas são inofensivas, mas outras podem ser perigosas. Fibrilhação Auricular É um tipo comum de disritmia. O coração bate de forma irregular e rápida porque as aurículas (as câmaras superiores do coração) perdem a coordenação. Edema Agudo do Pulmão É um acúmulo rápido de líquido nos pulmões, dificultando a respiração. Normalmente é causado pela insuficiência cardíaca. Miocardite É a inflamação do músculo cardíaco, geralmente causada por vírus, bactérias ou reações imunológicas. Pode enfraquecer o coração e causar sintomas como cansaço e falta de ar. Problemas Valvulares São defeitos nas válvulas do coração, que podem dificultar o fluxo de sangue. Exemplos incluem estenose (válvula estreitada) e insuficiência (válvula com vazamento). Hipertensão Arterial Também conhecida como pressão alta, é quando o sangue pressiona as paredes das artérias mais do que o normal. Pode danificar órgãos como o coração, rins e olhos. Doença Arterial Oclusiva É causada por bloqueios em artérias, frequentemente nas pernas, devido ao acúmulo de placas de gordura. Pode causar dor ao caminhar e, em casos graves, gangrena. Síndrome de Raynaud Afeta os vasos sanguíneos das mãos e pés, que se estreitam em resposta ao frio ou estresse, causando palidez, dor e formigamento. Aneurismas São dilatações anormais na parede de um vaso sanguíneo. Podem ocorrer em várias partes do corpo (como no cérebro ou aorta) e, se romperem, podem causar hemorragias graves. Perturbações Venosas Afetam as veias, como varizes (veias dilatadas e tortuosas) e trombose venosa profunda (formação de coágulos). Podem causar dor, inchaço e, no caso de trombose, ser perigosas. AVALIAÇÃO DO STATUS CARDIOVASCULAR Conceitos-Chave Avaliação do status cardiovascular envolve entender os determinantes da função cardíaca e metabólica. Débito Cardíaco (DC) - refere-se ao volume de sangue bombeado pelo coração num minuto. É dado por: DC = Volume Sistólico (VS) x Frequência Cardíaca (FC) Volume Sistólico (VS) - volume de sangue bombeado pelo ventrículo esquerdo para a aorta durante uma contração. Fatores determinantes: - Pré-carga - volume de sangue no coração antes da contração. - Pré-carga direita - pressão da veia jugular e pressão venosa central. - Pré-carga esquerda - pressão arterial pulmonar. - Pós-carga - resistência enfrentada pelo coração para bombear o sangue. - Contractilidade - capacidade do coração contrair eficientemente. Recolha de Dados e Exame Físico A avaliação inclui: - Informações sociodemográficas - dados pessoais relevantes. - Antecedentes pessoais (médicos e cirúrgicos) - histórico que pode influenciar o sistema cardiovascular. - Manifestações clínicas - sinais e sintomas observados. - Exame físico: - Inspeção - avaliar cor da pele, frequência respiratória, edema e pulsos visíveis. - Palpação - sentir impulsos cardíacos (ictus cordis), frémitos (vibrações), pulsos periféricos e tempo de preenchimento capilar. - Auscultação - escutar frequência, ritmo e sons cardíacos. Exame Físico: Inspeção Observações visuais fundamentais: - Cor da pele - pode indicar problemas de oxigenação ou perfusão (ex:. Cianose em casos graves). - Pulsos palpáveis - avaliação da força e regularidade do pulso. - Frequência e tipo respiratório - sinais de esforço ou padrão anormal. - Edema - acumulação de líquidos nos tecidos, frequentemente observado em insuficiência cardíaca. Exame Físico: Palpação Na palpação, os enfermeiros procuram: - Impulso apical (ictus cordis) - localizado na parede torácica, reflete o batimento cardíaco. Suas características variam conforme a condição do coração: - Normal - localizado no 4º ou 5º espaço intercostal esquerdo, linha médio clavicular. - Hipertrofia do ventrículo direito - desloca-se para o epigástrico ou borda esternal direita inferior (ex:. Hipertensão pulmonar ou doenças pulmonares crónicas). - Hipertrofia do ventrículo esquerdo - torna-se mais forte e sustentado, mas permanece na mesma área (ex:. HTA ou estenose da válvula aórtica). - Dilatação do ventrículo esquerdo - desloca-se para baixo e para a esquerda, com amplitude aumentada (ex:. Cardiomegalia). - Frémitos - sensação de vibração associada a turbulência do fluxo sanguíneo, podendo indicar sopros. - Pulsos periféricos - comparar simetria e força entre os membros. - Preenchimento capilar - avaliado na ponta dos dedos, normalmente abaixo de 2 segundos. Exame Físico: Auscultação Aspetos auditivos na auscultação: - Frequência cardíaca - normalmente entre 60 a 100 batimentos por minuto. - Ritmo cardíaco - regularidade dos batimentos (ex:. fibrilação auricular pode apresentar ritmo irregular). - Sons cardíacos - identificação de sopros ou abafamentos que indicam problemas estruturais ou funcionais. Importância da Vigilância de Sinais Vitais Monitorização contínua de parâmetros essenciais: - Pulso (incluindo FC) - avaliação em diferentes artérias. - Pressão arterial - identificar hipertensão ou hipotensão. - Respiração - usando oxímetro para medir saturação de oxigénio. - Temperatura corporal - alterações podem indicar infeções ou febre associada a doenças cardíacas. - Dor - presença, localização e intensidade, especialmente angina (dor torácica). Monitorização Multiparâmetros vs. Monitorização Cardíaca Diferenciação: - Monitorização multiparâmetros - inclui múltiplos sinais vitais como Fc, pressão arterial, oxigenação e temperatura. - Monitorização cardíaca - focada na FC e no traçado do ECG, usado para identificar arritmias. MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA A monitorização hemodinâmica é um complemento ao exame físico, fornecendo dados objetivos sobre: - Pressões cardíacas. - Débito cardíaco. - Oxigenação e Metabolismo. Objetivos: - Avaliar o status cardiovascular. - Identificar alterações hemodinâmicas. - Orientar intervenções terapêuticas (farmacológicas e não farmacológicas). Estado Crítico Características de doentes críticos: - Instabilidade hemodinâmica - alterações na oferta/necessidade de oxigénio, volume circulante, ou funções cardíacas ou vasomotoras (nervos simpáticos e parassimpáticos). - Consequências - disfunção orgânica, podendo levar a falência multiorgânica e morte se não tratado adequadamente. Tipos de Monitorização Hemodinâmica Não Invasiva: - Inclui métodos que não requerem a introdução de dispositivos dentro do corpo. - Exemplos - avaliação visual de sinais vitais, uso de oxímetros de pulso, medições de pressão arterial com manguitos, e a observação do estado da pele. Minimamente Invasiva: - Utiliza dispositivos que não penetram profundamente no corpo, mas fornecem dados mais detalhados. - Exemplos - capnografia e cateteres venosos periféricos. Invasiva: - Necessita de inserções de dispositivos diretamente no sistema vascular ou em cavidades corporais. - Exemplos: cateter arterial para medições contínuas de pressão arterial e cateteres de artéria pulmonar (Swan-Ganz) para monitorização do débito cardíaco. Fatores Clínicos Importantes para Monitorizar Elasticidade da pele (turgor) - pode indicar desidratação. Tempo de preenchimento capilar - normalmente menor que 2 segundos. Sinais vitais e estado de consciência - avaliados pela Escala de Coma de Glasgow. Débito urinário - fundamental para entender a perfusão renal. Balanço hidroeletrolítico - ao fim de 24 horas é calculado a entrada total de líquidos (infusões e ingestão oral) e as saídas (diurese, vómitos e drenagens) e calcula-se a diferença entre ambos. MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA BÁSICA Capnografia Monitoriza o dióxido de carbono expirado no final do ciclo respiratório (ETCO2). É um indicador direto da função respiratória e indireto do metabolismo e hemodinâmica (Ex:. Entubarão seletiva, desconexão do ventilador, embolia pulmonar e hipertermia). Valores normais: - ETCO2 - 35 a 45 mmHg - FR - 12 a 20 ciclos/minuto Fases da Capnografia: - Fase I - expiração inicial, sem O2. - Fase II - mistura do ar alveolar com o ar do espaço morto. - Fase III - representa o CO2 alveolar, sendo o ponto mais alto da curva. - Fase IV - Inspiração, com rápida queda no CO2. Alterações: - Hipocapnia - redução do CO2, geralmente associada à hiperventilação. - Hipercapnia - aumento do CO2, relacionado a insuficiência respiratória. Ondas alteradas: Cuidados com o equipamento: - Limpeza regular com álcool 70%. - Evita obstruções causadas por secreções ou condensação. ECG Clássico (Eletrocardiograma) O ECG é o registo da atividade elétrica do coração. Ele avalia ritmos cardíacos, isquemias e outras anormalidades. Componentes do ECG: - 12 derivações que observam o coração de diferentes ângulos. - Standard - derivações unipolares (aVR, aVL, aVF). - Pré-cordiais - avaliam diretamente a atividade elétrica do ventrículo esquerdo. Cuidados ao realizar o ECG: - Posição do cliente: decúbito dorsal. - Preparação: limpeza do tórax, aplicação de gel e tricotomia (se necessário). - Evitar interferências, como tocar partes metálicas durante durante o exame. Finalidade: - Avaliar o ritmo cardíaco (normal ou anormal). - Identificar possíveis bloqueios ou alterações de condução. ECG Holter (Monitorização Prolongada) O Holter é uma variante do ECG que grava a atividade cardíaca durante 24 horas. Ele é indicado para identificar arritmias que podem não ser detectadas num exame curto ou efeitos de medicações. Preparação: - Fixação adequada dos elétrodos com adesivos para evitar desconexões. - Desengordurar a pele e realizar tricotomia. - Deixar folga nos cabos para evitar tração. Orientações ao cliente: - Manter a rotina diária o mais normal possível. - Registrar sintomas num folha, como dor ou palpitações, indicando horários exatos. - Evitar banho completo e exposição a campos magnéticos. Pressão Venosa Central (PVC) A PVC é um parâmetro usado para avaliar o funcionamento do lado direito do coração. Ela mede, de forma indireta, a pressão na aurícula direita, o que dá informações sobre: - Pré-carga do ventrículo direito - quantidade de sangue que retorna ao coração. - Estado de hidratação do doente - se há hipovolémia ou hipervolémia. - Necessidade de reposição hídrica. PVC baixa - sinal de desidratação ou baixo retorno venoso. PVC alta - insuficiência cardíaca ou sobrecarga de líquidos. Os valores normais da PVC variam entre 3 a 6 mmHg. - Abaixo de 3 mmHg - pode indicar hipovolémia (pouco volume sanguíneo no organismo). - Acima de 15 mmHg - sugere hipervolémia ou falência ventricuclar direita. Causas da PVC aumentada: - Hipervolémia - excesso de líquidos. - Insuficiência cardíaca direita - o coração não consegue bombear adequadamente. - Tamponamento cardíaco - pressão excessiva no coração devido à acumulação de líquido no pericárdio. - Situações de vasoconstrição periférica. - Embolia Pulmonar. - Pneumotórax hipertensivo. - Estenose da veia cava. Causas da PVC diminuída: - Hipovolémia - desidratação ou perda de sangue. - Redução da pré-carga - menos sangue retornado ao coração. A PVC pode ser avaliada de duas formas principais: - Método indireto - análise da veia jugular para estimar a pressão venosa. - Método direto - com uso de um cateter venoso central (CVC), que mede a pressão diretamente na aurícula direita. Pode ser contínuo ou intermitente. É mais preciso e normalmente usado em unidade de terapia intensiva. Os materiais necessários incluem: - Kit para medição da PVC. - Soro fisiológico para irrigação do cateter. - Material estéril para manipulação do CVC. - Régua nível para aferição. O cliente precisa estar na posição supina (deitado com a cabeça elevada entre 30º e 45º). A técnica envolve cuidados rigorosos para evitar infeções, visto que a manipulação do CVC é uma via direta para o sistema cardiovascular. EXAMES AUXILIARES DE DIAGNÓSTICO São exames realizados em doentes sintomáticos para ajudar a estabelecer um diagnóstico e em doentes assintomáticos para efetuar rastreios. Podem ser divididos em análises laboratoriais e imagiológicos. Exames Laboratoriais São usados para diagnóstico de doenças ou rastreios em clientes. Cuidados: - Preparação do cliente (ex:. Jejum). - Transporte adequado das amostras (proteção da luz e tempo de entrega). - Identificação correta do cliente. Principais análises: - Hemograma - avalia anemia, leucocitose e contagem de plaquetas. - Bioquímica - função renal, hepática, equilíbrio hidroeletrolítico e enzimas cardíacas (CK-MB e troponinas -> estas são proteínas que permitem o normal funcionamento do metabolismo celular. Quando há destruição celular este valor aumenta no sangue). Imagiologia (Exames de Imagem) Complementam o diagnóstico de doenças cardíacas e circulatórias. Raio X de Tórax É um exame de imagem que usa radiação para fornecer informações sobre: - Tamanho e forma do coração. - Posição de dispositivos médicos (ex:. cateter venoso central). - Diagnósticos diferenciais de patologias respiratórias. Indicações e Cuidados: - Antes do Exame: - Explicar ao cliente o procedimento. - Remover objetos radiopacos (relógios, piercings, colares, etc.). - Verificar sistemas de perfusão e drenagem para evitar complicações durante o exame. - Durante o Exame: - Posicionar o cliente adequadamente. - Observar o cliente e proteger-se das radiações. - Para pacientes confusos, considere elevar as grades da maca. - Contra-indicações - evitar em grávidas devido aos risco de radiação. Angiografia Exame que permite visualizar vasos arteriais coronários por meio de contraste radiopaco. Avalia obstruções nos vasos sanguíneos e define a anatomia coronária. Preparação do cliente: - Informar o cliente sobre o procedimento. - Garantir jejum de pelo menos 6 horas. - Identificar possíveis alergias ao contraste ou produtos iodados. - Prevenir lesão renal: - Hidratação oral (antes e depois do exame). - Soroterapia e medicamentos para doentes com insuficiência renal. Cuidados pós-exame: - Repouso absoluto no leito, especialmente se a punção foi feita na artéria femural. - Monitorizar: - Local da punção - risco de hemorragia ou infeção. - Temperatura, pulso e coloração do membro afetado. - Primeira micção - hidratar para evitar a lesão renal. - Sinais de alerta - hemorragia, hematoma ou o local ficar pulsátil, avisar imediatamente o médico. Riscos associados: - Reação alérgica ao contraste. - Hemorragia, falso aneurisma, infeções e lesão renal. Cateterismo Cardíaco Procedimento invasivo que combina avaliação hemodinâmica e angiográfica para diagnóstico de problemas cardiovasculares. Acessos Comuns - femoral (mais utilizado), braquial ou radial (mais recente). Cuidados de Enfermagem: - Garantir repouso absoluto. - Monitorizar sinais vitais, local da punção e possíveis complicações (pseudoaneurisma, infeção e hematomas). Medicina Nuclear - Cintigrafia de Perfusão Miocárdica Exame que avalia a perfusão do músculo cardíaco, identificando áreas de necrose ou isquemia. Vantagens: - Deteta estenoses coronárias. - Ajuda a avaliar o risco de enfarte agudo do miocárdio (EAM). Como é realizado? 1ª Fase (Repouso): - Administração de radiofármaco intravenoso. - Após 40 minutos, são feitas imagens do coração. 2ª Fase (Prova de Esforço): - O cliente realiza uma caminha de passadeira. - Nova administração do radiofármaco e recolha de imagens. Nota: Radiofármacos usados não são tóxicos para os rins. DISPOSITIVOS ELETRÓNICOS CARDÍACOS IMPLANTÁVEIS Pacemaker O pacemaker monitoriza a atividade elétrica do coração e emite estímulos elétricos para corrigir ritmos lentos ou ausentes que não mantêm um débito cardíaco adequado. Tipos: - Uma câmara - elétrodo na aurícula direita, estimula e monitoriza essa região. - Duas câmaras - um elétrodo na aurícula direita e outro no ventrículo direito, permitindo sincronização entre as duas. - Três câmaras - um elétrodo na aurícula direita e um em cada ventrículo, usado na terapia de ressincronização cardíaca. Indicações: - Bradicardia sintomática. - Doença do nódulo sinusal. - Bloqueios auriculoventriculares (AV). - Fibrilação auricular com resposta ventricular lenta. Cuidados de Enfermagem Após Introdução: - Monitorizar sinais vitais e o local da incisão cirúrgica. - Garantir repouso no leito. - Verificar se o doente compreende as instruções pós-implante. Cardiodesfibrilhador Implantável (CID) É semelhante ao pacemaker, mas adiciona a capacidade de cardioversão ou desfribilhação. Ele deteta ritmos potencialmente fatais (como taquicardia ventricular ou fibrilhação ventricular) e aplica choques elétricos para corrigir o ritmo cardíaco. Tipos: - Uma câmara - elétrodo no ventrículo direito ou subcutâneo. - Duas câmaras - elétrodo no ventrículo direito e outro para sensibilidade na aurícula direita. Indicações: - Paragem cardíaca prévia (não causada por uma condição reversível). - Cardiomiopatia dilatada ou isquémica com fração de ejeção ventricular esquerda (FEVE) reduzida ( 600 mOsm/L). - Acesso vascular prolongado -Terapias com duração ≥ 6 dias. - Flebotomia frequente - Coletas repetidas de sangue ≥ 3 dias. - Acesso venoso difícil - Pacientes com padrão vascular comprometido (dificuldade na palpação e visualização). Objetivo - Melhorar o cuidado do doentes com um acesso estável e seguro para administração de medicamentos, nutrição parenteral, ou colheita de sangue. Tipos de CVC Cada um possui indicações específicas, e a sua escolha depende da necessidade clínica. Tunelizado - sob a pele Particularidades de cada tipo de CVC A remoção da sutura efetua-se após o crescimento suficiente dos tecidos (+/- 10 dias), possibilitando a cicatrização e fixação do cateter totalmente implantado. - CVC curta duração (certofix) - nunca se deve retirar a sutura. A mesma é que fixa o CVC. - PICC não são suturadis e são fixados pelo dispositivo. - Os CVC com dacron-cuff (tipo Hickman TM) - remoção do local de fixação do CVC deve ser removida aproximadamente aos 21 dias. O objetivo do dacron-cuff é encerrar o local de inserção de forma a diminuir o risco de infeção na região tunelizada. Locais de eleição para a inserção do CVC - subclávia e jugular interna. Material - superfícies lisas como o silicone desencorajam a colonização bacteriana. Certofix Tipo Hyckman Tipo Implantofix Tipo Implantofix (Agulhas de Hubber) Tipo Implantofix (Agulhas de Hubber ou intrastick) Tipo Port PICC Tipo PICC Bionectores Considerações Gerias para a Utilização de CVC - A manipulação do CVC deve seguir técnicas assépticas para prevenir a introdução de microorganismos. Isso inclui o uso de materiais esterilizados, exceto a bata e a máscara. - Em casos de cateteres com múltiplos lúmens, o material utilizado deve ser individualizado; compressas e seringas não devem ser compartilhadas. - Se houver necessidade de colheita de amostras, as perfusões em curso devem ser interrompidas para evitar resultados falsos. Materiais Utilizados Uso de conectores de pressão neutra: - Estes conectores são recomendados em todas as manipulações do CVC, pois reduzem o risco de refluxo de sangue e obstrução do lúmen. - Não são usados em colheitas de hemocultura, que devem ser realizadas diretamente do lúmen do cateter. Seringas adequadas: - Para manusear o CVC, utilize apenas seringas de 10 ml ou maiores, pois seringas menores podem gerar pressões excessivas que comprometem a integridade do cateter. Após colheita de sangue ou infusões prolongadas: - Lavar o lúmen com soro fisiológico (SF) (20 ml), para manter o cateter limpo e funcional. - Usar técnica rigorosa para garantir que resíduos de medicamentos ou sangue sejam completamente removidos do cateter. Desinfeção das conexões: - Utilize solução antisséptica, preferencialmente clorexidina a 2% em álcool. - O processo consiste em realizar fricção nas superfícies por 15 segundos. - Deixe o local secar completamente antes de conectar qualquer dispositivo. Técnicas Assépticas na Manipulação Técnica asséptica geral: - Antes de conectar, desconectar ou manipular o CVC: - Lavar as mãos com solução alcoólica ou sabão. - Utilizar luvas estéreis. - Garantir que todos os dispositivos estejam completamente desinfetados antes de uso. Trocas regulares: - Substituições de materiais conectados ao CVC: - Conexões, válvulas, tampas e prolongadores devem ser trocados regularmente: - A cada 96 horas ou conforme a recomendação do fabricante. - Sistemas de infusão lipídica devem ser usados por no máximo 12 horas. - Sistemas para transfusões devem ser trocados após 4 horas de uso. Métodos de Lavagem do Lúmen Técnica Push-Pause: - Método utilizado para a limpeza do lúmen do cateter. - O procedimento é realizado injetando: - ≥10 ml de soro fisiológico em pequenas pulsões consecutivas (impulsos rápidos e pausados), o que ajuda a remover resíduos e prevenir obstruções. Técnica de Pressão Positiva: - A pressão positiva é aplicada clampando o cateter imediatamente antes da remoção da seringa. - Esse processo impede que o sangue reflua para o lúmen e cause obstruções. Administração de Nutrição Parental Lúmen dedicado: - Em cateteres de duplo ou triplo lúmen, é obrigatório reservar um deles exclusivamente para a nutrição parenteral. - O lúmen deve ser claramente identificado para evitar o uso inadequado. Vias de infusão: - Cateteres de curta duração devem privilegiar o uso do lúmen distal para nutrição parenteral. - Não se deve usar a mesma via de infusão para administrar soluções diferentes ao mesmo tempo. Uso de torneiras rotativas: - Não se recomenda o uso de torneiras devido ao alto risco de contaminação e aumento das chances de infecção. Descontaminação do CVC Pontos de acesso: - Sempre realizar desinfecção antes de manipular tampas, prolongadores e conexões. - O processo de descontaminação deve ser feito com: - Clorexidina 2% em álcool 70%, utilizando fricção durante pelo menos 15 segundos. - Após o processo, é necessário deixar a área secar completamente antes de conectar novos dispositivos. Conectores usados na comunidade: - Não se deve reutilizar conectores de origem não hospitalar ou de uso múltiplo. Estes devem ser descartados e substituídos previamente antes da utilização. Heparinização Procedimento: - A heparinização do CVC deve ser realizada em situações específicas ou quando recomendado. - Sempre deve ocorrer após lavar o lúmen com SF (≥10 ml) para evitar mistura de soluções. Situações dispensáveis: - Em pacientes hospitalizados sem complicações que exijam a retirada e recolocação contínua do CVC, a heparinização geralmente não é necessária. Descarte do sistema: - Após a retirada definitiva do cateter, o sistema de perfusão deve ser descartado. Manutenção Periódica do CVC A manutenção do cateter é recomendável em períodos que não ultrapassem as 4 semanas. Penso ao CVC Técnica asséptica na realização do penso: - Garantir local de inserção limpo e sem sangue. - Limpar o local de inserção com técnica asséptica e aplicar CHD a 2% em álcool, seguindo as normas do fabricante de CVC. Registar hora e data do penso. - Mudar o penso sempre que se verifique uma das seguintes condições: - Penso visivelmente sujo, com sangue ou descolado da pele. - Penso com compressa - até 48 horas após a sua realização. - Penso transparente - 7 dias após a sua realização. Complicações ao CVC - Cardíacas - arritmias. - Torácicas - pneumotórax e enfisema SC. - Venosas - hematoma, trombose venosa e embolia. - Arteriais - laceração. - Neurológicas - traumatismo do plexo braquial. - Mecânicas - migração do catéter e compressão do catéter. - Infeção. - Obstrução. PENSO AO LOCAL DE INSERÇÃO DO CVC Procedimento: ✓ Identificar o doente, evitando erros. ✓ Explicar o procedimento ao doente, ou reforçar. Permite dotar o doente do conhecimento sobre o procedimento, dando o seu consentimento e colaborando no mesmo. ✓ Proceder à lavagem higiénica das mãos e colocar a máscara, avental ou bata, de modo a prevenir risco de infeção. ✓ Garantir a desinfeção do carro ou tabuleiro de apoio ao material esterilizado com álcool a 70º, para prevenir a contaminação do material. ✓ Preparar todo o material necessário e equipamento e transportá-lo para junto do doente. Economizar tempo. Muitas vezes esta ação pode ser realizada previamente à entrada na enfermaria/quarto do doente. ✓ Material - máscara cirúrgica, avental ou bata, luvas limpas, kit de penso simples, compressas esterilizadas 5x5 cm (só quando fazemos penso com compressa) / 10x10 cm, álcool 70º, soro fisiológico 0,9% (pertence a técnica limpa), solução asséptica com chlorexidina (faz a lavagem) a 2% em álcool a 70º, película transparente esterilizada de poliuretano de alta permeabilidade com compressa ou sem compressa, protetor cutâneo (cavillon, secura, ou similar - em caso de estar ruborizada), remover de adesivos e sacos de resíduos. ✓ Isolar o doente, de modo a manter a privacidade. ✓ Posicionar o doente de acordo com o local de acesso - se o CVC estiver nas veias jugulares e subclávias, deve posicionar-se em decúbito dorsal ou sentado , com a cabeça voltada para o lado contrário à manipulação. Se o CVC estiver na femural posicionar o doente em decúbito dorsal. Isto permite um melhor acesso ao CVC e evitar a contaminação. ✓ Proceder à desinfeção higiénica das mãos, para prevenir risco de infeção. ✓ Abrir o Kit penso e dispor nele, com técnica asséptica, todo o material esterilizado necessário. Permite facilitar o acesso ao material e prevenir risco de infeção. ✓ Retirar o penso com luvas limpas, de forma cuidadosa para não deslocar o CVC, mantendo a segurança do CVC. ✓ Observar a existência de hipersensibilidade, rubor, tumefação ou exsudados. (No caso de apresentar exsudado pode haver indicação de efetuar zaragatoa). Despistar possível infeção. ✓ Remover com Sterillium (ou similar) resíduos da película adesiva, se necessário. Prevenir maceração da pele. Evitar acumulação de resíduos. Evitar contaminação. ✓ Retirar as luvas e lavar as mãos. Prevenir contaminação. ✓ Efetuar a desinfeção higiénica das mãos e calçar luvas de procedimento. Prevenir o risco de infeção.