Resumos de História da Comunicação PDF
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Universidade do Minho
2023
Diogo Lima
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This document is a summary of the history of communication, covering early forms like cave paintings to the development of writing systems, and the role of printing presses and later media. It covers the progression of communication through time.
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HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO Resumo Geral 2023/24 Diogo Lima Universidade do Minho, ICS, Ciências da Comunicação 1. As primeiras formas de comunicação: Os seres humanos atribuem um...
HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO Resumo Geral 2023/24 Diogo Lima Universidade do Minho, ICS, Ciências da Comunicação 1. As primeiras formas de comunicação: Os seres humanos atribuem um significado a qualquer objeto, seja natural ou cultural, a qualquer coisa relacionada com eles. À dimensão ontológica que as coisas têm, os seres humanos acrescentam uma nova dimensão, a semiótica. 1.1. 1ª forma de comunicação - pinturas rupestres: Acredita-se que as pinturas rupestres eram produzidas por ‘artistas’ e não por amadores ou principiantes. Pintavam com sofisticação e de modo gracioso, tendo um propósito social. Pensa-se que a escolha das cavernas tenha a ver com razões ligadas a sessões de iniciação dos mais novos das tribos relacionadas com os mistérios e os rituais do grupo. As cavernas seriam o equivalente das escolas ou das igrejas de outras épocas. Concluímos, então, que as gravuras rupestres sejam a forma mais antiga de comunicação que ficou de herança do passado. De facto, existiram relações comunicativas através de sons (quer os sons da natureza quer grunhidos emitidos pelo homem), contudo as primeiras formas de expressão registada são visuais e essencialmente figurativas. 1.2. O antes da Escrita: O som é efémero. Numa cultura oral, a restrição das palavras a sons determina não só os modos de expressão como também os processos de pensamento. Na ausência total de qualquer escrita, não há nada fora do pensador, nenhum texto que lhe permita produzir de novo a mesma linha de pensamento ou inclusive verificar se o fez bem ou mal. 1 1.3. A invenção da escrita foi a primeira revolução da comunicação: A história começa com a escrita, as linguagens registadas (sobre a pedra e o papiro). Só a partir daí se pode contar a história com nomes e datas… Embora confinada a elites, já que a maior parte da população vivia ainda confinada a uma cultura de expressão exclusivamente oral. A escrita aparece para substituir o papel da memória oral. Conceitos: Escrita pictográfica- Algumas coisas não podiam ser desenhadas pictorialmente. Eram necessários símbolos mais abstratos para referir coisas. As primeiras formas de escrita eram ainda muito visuais. Características: Abstrai o significado da pintura; Normalmente representavam um som; Tal como as pinturas das cavernas a escrita pictográfica também é um desenho de um objeto estilizado e simplificado para que possa ser desenhado depressa. 1.4. Os suportes de escrita: 105 a.C. Sec. XVII e XVIII Papiro Pergaminho papel Circulação Chinês do papel 3000 a.C. 800 d.C. 1.5. A geografia da Invenção da escrita: China e Egito Mundo Árabe Europa 2 1.6. Evolução da Escrita: Antes escrever era complicado. Os livros eram copiados à mão, letra a letra, palavra a palavra, frequentemente ilustrados com iluminuras, tendo sido nesta época que se produziu as mais belas obras escritas de sempre. Era um trabalho laborioso, demoroso e sujeito a erros de transcrição. A escrita é considerada revolucionária para a sociedade já que: tornou possível o armazenamento e a recuperação de grandes quantidades de informação; foi muito importante para o desenvolvimento da democracia política na Grécia; teve impacto forte na estratificação social, pois inicialmente e durante um longo período, apenas a elite tinha acesso á informação. comunidades que se fixaram, alargaram e definiram fronteiras; permitiu a junção de governos e máquinas administrativas, em fusão com sistemas clericais; permitiu elaborar acordos escritos; havia cada vez mais uma preocupação por registar, transmitir informações, ensinar e controlar; permitiu compreender os mundos paralelos e as interações do Oriente e do Ocidente, como áreas distintas e com as suas próprias especificidades; Em suma, a escrita permitiu o alagamento do Mundo inteligível, sensível e imaginável. “Da hominização á humanização”, a escrita faz de nós mais humanos, em maior relação e conexão com o Mundo. 2. A Europa pré-Gutenberg: A comunicação medieval caracterizava-se pelo contacto imediato, pelo predomínio do latim como linguagem erudita/internacional, comunicação/transporte. Fazendo parte desta cultura: Prevalência da oralidade (Importância dos poemas e dos rituais); Livros eram produtos caros reservados à elite cultural; Correspondência (cartas). 3 2.1. Fatores de mudança social: Contudo, houve uma série de mudanças que fez com que este quadro social se alterasse: Fatores de Mudança Social Centros de literacia: novos intelectuais ao lado da cultura monástica; Encontros com a herança Novas Cidades clássica; Emergência de novos grupos sociais: artesãos e burguesia mercantil. Viajam pela Europa e outras culturas, promovendo o intercâmbio de conhecimentos e ideias, juntamente com os artefactos Mercadores que vendem; Criam escolas privadas para mercadores/comerciantes (Direito, Contabilidade). Universidades criadas a partir do século XII; Entre 1300 e 1500, foram criadas mais de 50 Novos Centros de Ensino universidades; Ensino predominantemente oral. (ex: Universidade de Coimbra- 1290) 4 2.2. Papel das Universidades: Ensino como atividade tendencialmente autónoma e especializada; Criação de uma larga classe de letrados fora do espaço da cultura monástica (letrados/intelectuais que não pertenciam á elite monástica, o espalhar de conhecimento); Necessidade para a coroa de um funcionalismo de cultura especializada. 2.3. Os tradutores: Com o comércio do Oriente, chegam as obras dos Clássicos e começa o trabalho dos tradutores: - Filosofia; - Geometria (Euclides); - Astronomia (Ptolomeu); - Lógica e ética (Aristóteles). Cultura árabe também entra na Europa através dos tradutores: - Aritmética; - Medicina (Ibn Sina / Avicena – Filósofo e médico persas). França e Itália são herdeiras da Grécia e Roma antigas, Espanha como ponto de contacto das culturas cristãs e muçulmanas. 2.4. Clima Cultural: Até à Baixa Idade Média a aliança do poder espiritual e temporal e controlo da informação, do saber e das consciências (éditos, pregações …). Com o comércio, a vida intelectual cresceu a circulação da informação e complicou-se o seu controlo; Já, com as viagens e as universidades relacionou-se a informação disponível e intercambiou-se o conhecimento (intercambio cultural). Vai-se afirmando uma visão mais alargada (e menos localista, atomizada) do mundo. 5 Uma cultura laica emergente ao lado da cultura monacal, mantém-se o analfabetismo generalizado da população. Contudo, a relativa lentidão de transmissão, com efeito, levava, e inclusive encorajava, à distorção das notícias. 2.5. Mudança lenta: O pensamento racional em processo de emancipação, questionado o predomínio da fé sobre a razão, a religião começa a ser questionada. A Inquisição como instrumento de repressão e de persuasão, criada em 1233, assente em: Segredo (juízes secretos); Incerteza/Medo (ninguém estava imune); Publicidade dos castigos (autos de fé). 2.6. Contexto favorável a Gutenberg: Aumenta a informação circulante e a necessidade dela; Aumenta o número de leitores (aristocracia cortesã mais culta; burguesia ávida de cultura; intelectuais saídos das – ou ligados às - universidades); Pressão para vencer as barreiras/limites inerentes à escrita à mão; Inovação da xilogravura sobretudo para ilustrações (China conhece-a desde séc. IX); Disponibilidade do papel. 3. A Imprensa: É esta invenção (com antecedentes na China) que transforma progressivamente a sociedade medieval no mundo moderno. É aqui que começa a mudança significativa da sociedade, pelo aumento da alfabetização e pela difusão crescente de conhecimento. 6 3.1. Antecedentes tecnológicos: Já se conhecia a utilização de técnicas de impressão com blocos de madeira (usadas na China desde o século VI). Para além disso, já se faziam impressões em têxteis (pergaminho) na Europa desde os anos 1100. O que também auxiliou para esse grande marco foi o método da prensa na produção de azeite e de vinho, que começou a ser utilizado. A Imprensa de Gutenberg não é uma invenção vinda do nada, não teria sido possível se não se tivesse vulgarizado a fabricação de papel, e se tivesse usado um mesmo alfabeto em toda a Europa. 3.2. Grande Revolução: Os tipos móveis de madeira não aguentavam muitas impressões e nunca chegaram, por isso, a ser adotados na Europa. Gutenberg percebeu que poderia fazer tipos de chumbo com letras, que poderiam compor-se para uma determinada impressão, sendo utilizáveis outras vezes. A grande revolução ficou ligada, então, à possibilidade de reprodução rápida, a muito baixo custo, comparativamente com os livros copiados à mão. 1454 - Ano em que Gutenberg apresenta a primeira Bíblia reproduzida a partir de tipos móveis Nos anos 1470 - já todas as grandes cidades europeias tinham empresas gráficas que trabalhavam neste sistema de imprensa. Indústrias adjacentes à nova imprensa: A fabricação de papel, a produção de tintas, o trabalho do couro (para as capas), a encadernação de livros… Explosão da produção de livros, exemplo, a Inglaterra: em 1510, 13 edições; em 1580, 219 edições; em 1800, cerca de 600 edições... 3.3. O surgimento da Imprensa: 1450 - Johann Gutenberg. 1500 - + de 250 lugares na Europa (80 Itália, 52 Alemanha e 43 França). 27 mil edições – 13 milhões de livros. Ansiedades e preocupações com a imprensa. 7 3.4. Mudanças Sociais: Uniformização (fixação das coisas pela escrita); Reorganização (mobilização social); Recolha de dados (maior facilidade de dados); Preservação / memória; Amplificação / reforço (mais informação a circular no mundo). Tudo se torna mais presente e acessível devido ao maior acesso à imprensa escrita, à palavra e consequentemente com as repercussões e as mudanças sociais que ela trouxe. Os protestantes solidificaram o seu poder graças à publicação e ampla difusão de obras que contrariavam o monopólio da Igreja Católica. Reforma As instituições também ajudaram a pôr em circulação as ideias protestante evangélicas, completando e reforçando os contactos pessoais. A impressão de livros proporcionou a difusão de notícias sobre Alargamento do descobertas, descrições sobre novas tecnologias, avanços na conhecimento medicina, novidades na astronomia e muitas outras descobertas; Surgimento de catálogos de informação bibliográfica; Maior legibilidade conduz a uma leitura rápida e silenciosa; A leitura tornou o público mais individualista, surgindo novas Na leitura formas de identidade grupal (os leitores, intelectuais). Se a imprensa manuscrita estava direcionada para a produção, imprensa mecânica está virada para o consumidor; O humanismo beneficiou muito com o papel da imprensa e com a alfabetização; As universidades passaram de um ensino essencialmente A explosão oral para um ensino ancorado na produção de textos ou livros cultural que fixam o saber; Com a maior circulação de informação, criam-se espaços de debate político e de confronto de ideias; Com a imprensa nasce o homem de letras. 8 Uma certa uniformização cultural; A reorganização das estruturas sociais; Mudanças O fim do Latim como língua universal na Europa e a sociais supremacia das línguas nacionais; Ampliação do conhecimento do mundo. 3.5. Entre o séc.XV e o séc.XVI: → Início do século XVI “ocasionais” – com informações gerais; “canards” – que publicam fait-divers (informação diversificada), publicações tendencialmente humorísticas onde predomina a crítica social; imprensa de opinião – que se esforça por ter um peso nos acontecimentos públicos, sobretudo em assuntos políticos. Apenas existiam este tipo de publicações nos países onde, nesta época, havia liberdade de expressão. Vários tipos de publicações com notícias antecederam os jornais. Eram muitas vezes lidos em casas de chá/café em voz alta para os clientes. Em 1566 apareceram em Veneza uns panfletos de parede chamados Notize Secrette. Quem quisesse ler pagava uma pequena moeda, a Gazeta. O nome ficou, daí em diante, ligado a inúmeras publicações. → Séc. XVII-XVIII: as gazetas As notícias vinham inicialmente de fontes oficiais. Os governos anunciavam o que eles queriam que as pessoas soubessem. A imprensa periódica propriamente dita só aparece a partir do século XVII. Aparecem vários títulos na Europa. O primeiro jornal, conta-se, terá sido o Nieuwe Tidingen, que se publicou em Antuérpia a partir de 1605. A Alemanha terá sido um dos países mais prósperos. Os primeiros jornais tinham uma especial abundância de notícias de notícias internacionais do que nacionais. Os governos temiam que as notícias ‘de dentro’ provocassem agitação política. 9 É também em meados do séc. XVII que aparecem os primeiros jornais dedicados à cultura. Os primeiros semanários disseminam-se a partir do centro da Europa, mais propriamente Londres, espalhando-se posteriormente nas grandes cidades dos países vizinhos, Paris, Florença, Roma. 3.6. Imprensa de opinião: Norma: tomar partido. Factos submetidos à opinião. Não há imparcialidade. Leque reduzido de áreas de tratamento: política, diplomacia, economia, religião, literatura e artes. Combate ideológico. Clientela política como eleitorado. The Daily Courant, o 1º diário inglês (11 março 1702) “Ao dirigir o Daily Courant (1702/1735), primeiro diário político do mundo, ele [Samuel Buckley] resolveu separar as notícias dos comentários, fazendo da informação dita objectiva a alma do jornal”. 3.7. O Impulso Britânico. Vigor das lutas políticas (dois partidos: Whigs e Tories); Crescimento do Comércio (informação sobre preços, disponibilidades de produtos); Maiores níveis de literacia da população; Aparecimento de referências na área do jornalismo. 3.8. A relação com o poder: Publicar jornais não era uma atividade livre. Os governos tinham maneiras de manter a imprensa na linha: Através do licenciamento (os publishers tinham que pedir uma patente real para poder publicar); Para obter a patente, era necessário concordar com a censura. Taxa/Imposto que aumentava muito os custos de publicação; Ameaça de calúnia se houvesse ofensa ao governo. 10 Daí que os jornais se publicassem no máximo uma vez por semana e com tiragens reduzidas. A Igreja já tinha publicado em 1559 o primeiro Index de Livros Proibidos. Em França, a pena de morte poderia ser aplicada a quem utilizasse material que ameaçasse atacar a religião ou mesmo pronunciar afrontas ao governo. Na Prússia, o rei proibiu a importação de todos os jornais estrangeiros. Na Áustria, 2500 editores terão sido banidos do país por um período de dois anos. Depois de um aparente entusiasmo inicial, a imprensa começou a ser fortemente reprimida e fortemente controlada, o que deixava os jornalistas muito desconfortáveis. Os mais talentosos acabam por emigrar para países menos opressores. 3.9. Revolução Francesa: Em França, antes da Revolução (1789-1799), a censura tinha uma presença muito forte, contendo a circulação de livros proibidos, de livretos antimonárquicos e inúmeros panfletos. A defesa da liberdade de imprensa foi, de algum modo, um dos símbolos da revolução. A imprensa era fundamental para difundir os ideais da revolução, especialmente em termos de direitos do Homem. Na primeira década depois da Revolução, os jornais ajudaram a consolidar os ganhos da revolução, embora também tenha conduzido a uma certa divisão em partidarismos. Seria incompreensível sem o papel que nela tiveram os jornais. Muitos atores políticos importantes tornam-se jornalistas. 3.10. Liberdade de Imprensa: 1644 – Milton, em Areopagitica, defende fundamentadamente a liberdade de imprensa “Dai-me acima de todas as outras liberdades, a liberdade para conhecer, para expressar e para argumentar de forma livre e de acordo com a minha consciência”. Papel fundamental desenvolvido por filósofos políticos, como John Locke e Rousseau em prol da liberdade de imprensa e de expressão. 11 No final do século XVIII, a Inglaterra reestrutura o sistema de censura e acaba com o licenciamento dos jornais. 1791 – A Assembleia constituinte francesa e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão proclamam a liberdade de imprensa. A Suécia torna-se o primeiro país a criar uma lei que garante a liberdade de Imprensa, em 1766 e a Noruega proclama-a na sua Constituição, de 1814. 3.11. Atraso de Portugal: No que se refere aos meios de publicação em Portugal, os jornais na segunda metade do século XVIII eram em sua maioria frívolos e não possuíam um carácter predominante político. No século XVIII, fundaram-se ao todo trinta e sete jornais. Havia grande irregularidade nas publicações, e a circulação era pequena, reduzindo-se praticamente aos assinantes. 3.12. Viragem do séc.XIX: Aparecem jornais que vão ter grande peso social. 1814 - "Times" instala impressão a vapor. 1833 - Nos EUA surge o primeiro jornal popular (penny press), o "New York Sun“. 1844 – 1ª transmissão por telégrafo (Samuel Morse). 1866 - Marinoni inventa a rotativa. 1884 – Alemão Mergenthaler inventa nos E.U. a linotype, máquina de compor. A liberdade proporcionada por: Progresso da democracia a instauração do sufrágio universal. Os progressos técnicos, no seguimento das notícias, na impressão e na difusão dos jornais. A imprensa do século XIX era aparentemente muito parecida com os primeiros jornais, mas em termos editoriais há mudanças drásticas: 12 Passa-se de longas discussões políticas para textos cada vez mais curtos, também sobre crimes e escândalos. Aqui começa a técnica da pirâmide invertida. 3.13. Penny Press: As receitas da publicidade fizeram com que fosse possível vender jornais a preços abaixo do custo de produção; Começa nos EUA e só depois, a partir de 1850, chega a Inglaterra e ao resto da Europa; O sucesso da penny press não foi automático: vender o novo conceito de jornal para uma nova audiência implicou alguma persuasão. Os consumidores não queriam comprar um jornal todos os dias e foi um desafio convencê-los dos benefícios que retirariam daí. Dois Campos Imprensa Elite Imprensa Popular Ganhou progressivamente Escrita para as massas, independência dos governos e recentemente instruídas que conquistou a estabilidade procurava ler parágrafos curtos, financeira. Os jornais deste setor grandes títulos e entretenimento constituem-se como a voz da por entre o esclarecimento opinião pública. 3.14. “Imprensa Amarela”- Sensacionalismo: ‘Yellow kid’ – tira de BD que publicavam o World (de Pulitzer) e o Journal (de Hearst) dois grandes jornais em competição nos EUA, no final do séc. XIX. Identifica um novo jornalismo: Divertimento e espetáculo mais do que a verdade; Ênfase na transgressão e menosprezo pela ética (exagero); Uso da mulher como objeto; Abuso e exploração dos fait-divers e do lado mais sórdido da existência humana. 13 3.15. Era do jornalismo: Industrialização da imprensa; Velocidade de circulação de bens e pessoas; Democratização da sociedade; Emergência da profissão de jornalista; Centralidade dos factos e das notícias; Distinção factos-opiniões; Diversificação de conteúdos; Jornalismo como campo autónomo. Entre outras. 3.16. Periodização da Imprensa em Portugal: Os primórdios, que cobririam, em termos temporais, o período que vai do séc. XVI, com as relações e as gazetas, até à revolução liberal iniciada em 1820. Mais tarde, imprensa romântica, de forte cunho ideológico, que vai até finais do século XIX. Já período da industrialização da imprensa, caracterizado por um crescente profissionalismo e por um peso cada vez maior da vertente noticiosa em detrimento da opinião. 4. O Telégrafo: 4.1. Comunicação à distância na fase pré- eletricidade: Distância e velocidade: Métodos alternativos com eficiência e maior rapidez do que seriam possíveis ao homem (com ou sem cavalo). O telégrafo ótico: 1792-3 - Inventado pelos irmãos Chappe (Claude Chappe). 1792: Chappe pede ao governo fundos para o telégrafo – negado; 1793: Chappe insiste e consegue o dinheiro; 14 4.2. Sucesso e Decadência: Em poucos anos ligava a França e estendia-se a outros países (Reino Unido, Suécia, etc.). Apropriado pelos governos, para fins militares e administrativos. Limitações: dependia de estruturas físicas movimentadas por humanos, sujeito a erros. Não funcionava de noite nem com nevoeiro e tempo mau. Durou 50 anos: foi substituído pelo telégrafo eléctrico de Morse. 4.3. A telegrafia da fase pré-elétrica: Era um sonho antigo, Um sistema óptico (de contacto visual), mais do que escrita a distância; Baseado em estações de repetição; Com o telégrafo de Chappe conheceu uma certa expansão, sobretudo ao serviço do Estado, as únicas mensagens privadas que podiam ser ‘passadas’ eram...os números da lotaria; A rede era vista pelos seus promotores como uma forma de fortalecer o Estado-Nação; Comunicações rápidas; Críticos (apoiantes do Império) diziam que a França era grande demais para funcionar como uma república. Próximo passo - um sistema de comunicação baseado em aparelhos elétricos que emitem e recebem sinais codificados em impulsos elétricos. 4.4. Antecedentes do telégrafo elétrico: 1747-1789: Cavendish e Graham ensaiam transporte da energia elétrica. Consegue-se o uso de eletricidade estática para transporte de sinais. 1800 - Pilha de Volta. 1836 – Código Morse. Morse não foi o único a explorar o invento, mas foi o que conseguiu apoio político. “Commercial Union”- a grande empresa da telegrafia (1864 – 44.000 milhas de cabo; 1866 – cerca de 100.000) 15 1886 - Inaugura-se o 1º cabo transatlântico, ligando a América à Europa. 4.5. Impacto do telégrafo (J.Carey): Representou a rutura da comunicação e do transporte; Comunicação Reforçou o modelo e a lógica transmissivos; Influenciou o jornalismo. Facilitou o crescimento do capitalismo e do Economia imperialismo: controlo centralizado através do espaço Alterou as conceções de espaço (mercados) e de tempo; Mentalidades Criou a utopia de uma sociedade de progresso, poder e harmonia. O novo meio despertou múltiplos sentimentos e atitudes contraditórios: de recusa (poucos), de adesão incondicional (bastantes), de crença no contributo para o progresso (muitos). A chave do mistério foi a eletricidade. Para além disso, proporcionou para o recrudescimento de sonhos para a humanidade: a fraternidade universal. Tudo isto originou a ideia, antecipada, da existência de uma ‘aldeia global’. 4.6. Efeitos dos média eletrónicos: Mito Realidade Democracia e Liberdade Centralização do Poder Paz e Fraternidade Comunicação Impessoal Esclarecimento, luz Estandardização 4.7. Em suma, o telégrafo… … deu origem ao 1º monopólio industrial. …foi o terreno, juntamente com o caminho de ferro, de desenvolvimento da gestão de grandes complexos empresariais. 16 …foi o 1º produto das indústrias elétricas e das indústrias baseadas nas ciências da engenharia. … introduz fortes mudanças na natureza da linguagem e do conhecimento: novas formas de reportar (nos planos individual, familiar, social). … tende a acabar com o jornalismo ideológico e opinativo (e com a escrita baseada na conotação, na ironia, nas figuras de estilo, no comentário, análise). Linguagem reduzida ao essencial e notícia tornada mercadoria. Permite, pela 1ª vez, a efetiva separação da comunicação e do transporte: – A circulação de mensagens deixou de depender de estas serem levadas ou trazidas; – Os símbolos passaram a “viajar” sozinhos e muito mais rápidos. Induz novo modo de fazer negócio e de fazer girar a economia. Com o telégrafo e a via-férrea, o volume e a velocidade das transações originaram um sistema de relações impessoais. Inaugura a geração dos média baseados não na lógica da edição, mas na de fluxo e de rede: – Edição: supõe protótipo e, por impressão, gravação, cópias: jornal, livro, cartaz, disco, cinema. – Fluxo e rede: telégrafo, rádio, TV, telefone, internet. 4.8. Agências de informação: Empresas jornalísticas com capacidade de recolher, tratar e difundir notícias para os média [e também para os governos e outras instituições]; Nos anos subsequentes a 1820, é criada, em Nova Iorque, a agência Association of Morning Newspapers, para reunir os materiais noticiosos chegados da Europa. O telégrafo foi determinante na expansão das agências noticiosas; Surgem em articulação com a imprensa de massas. Agence France Presse (AFP): É a mais antiga das maiores agências noticiosas do mundo. Associated Press (AP): Nasce como cooperativa de jornais para antecipar as notícias vindas da Europa; 17 Reuters: Surge em Londres, em 1851 como um serviço de informação sobre bolsa e finanças United Press International (UPI); ITAR-TASS: Começou, na Rússia, assumindo um carácter de difusão dos pontos de vista da URSS. Com o desmantelamento da URSS, sucede-lhe a ITAR-TASS, que procura adquirir credibilidade junto de um público mais vasto. XINHUA: Agência oficial da China, criada em 1931. Descrita como ‘os olhos e a língua’ do Partido – o seu presidente é membro do Comité Central; 4.9. Génese de dois modelos diferentes: ➔ Reuters: orientada pelas leis do mercado (obtenção de lucro), em que a informação é mercadoria – Empresa Comercial. ➔ Associated Press: lógica cooperativa, com fins não primariamente lucrativos, orientada para as procura e partilha das notícias – Cooperação de Empresas. 4.10. Síntese geral do Telégrafo: Com o telégrafo (ótico, primeiro, elétrico, depois) estabelecem-se as características que passarão a ter todos os sistemas de comunicação modernos: Velocidade: transmissão rápida de mensagens. Comunicação em rede. Corpo técnico de operadores. Informação codificada por um sistema comum. 4.11. Aceleração das inovações técnicas e seu impacto: As posições tecno- deterministas colocam a ênfase no facto tecnológico; a visão sócio-determinista considera que as inovações técnicas decorrem das condições e necessidades sociais/políticas. 18 4.12.Do Telégrafo à Radiotelegrafia: Em 1895 o italiano Guglielmo Marconi inventa a comunicação à distância por ondas radioeléctricas. Com esta descoberta nasceu a telegrafia sem fios (T.S.F.). Do cabo ao wireless, nova vida para a telegrafia (e “inauguração” da radiodifusão e radiocomunicação). 5. O Jornalismo: 5.1. Origem do Jornalismo: Debate entre dois historiadores do jornalismo, nos EUA: será o jornalismo eterno ou típico de um período específico da história humana? Michell Stephens Michael Schudson é uma “invenção” do século XIX, O jornalismo está ligado à compreendendo o surgimento do existência da Humanidade, é tão profissional da informação e voltada antigo quanto ela. para a recolha e produção maciça do produto conhecido como notícia. Isto é, desde que o ser humano existe, há a vontade de contar histórias, e Isto é, jornalismo só começou, de facto, essas histórias são a origem das no séc.XIX. notícias. A Favor do Stephens… A Favor do Schudson.. Algo de significativo ocorreu nos Não há indivíduo nem coletividade sécs.XVIII-XIX, uma espécie de que possam subsistir se não “descontinuidade”: a invenção da puderem recorrer a qualquer “tradição do que é novo”– numa sistema de monitorização/ aviso. palavra, para a notícia. Porém, a preocupação com as notícias remonta, pelo menos, aos dos Chineses, à Àgora Grega e ao Fórum Romano, mas teve de fazer o seu (longo) 19 caminho até redundar numa função profissionalizada e pautada por uma deontologia própria. 5.2. Imprensa escrita- Fases: → Notícias pré-imprensa (Séc.XV/XVI): Folhas noticiosas avulsas. O interesse comercial era a principal motivação. Produzidas por grupos de redatores que contactavam tripulantes de navios e viajantes terrestres. → Imprensa Pré-Industrial (Séc.XVII.XVIII): As folhas manuscritas começam a dar lugar a periódicos impressos. Aos interesses comerciais juntam-se cada vez mais interesses políticos. Desde cedo se assiste ao debate sobre a liberdade de imprensa. Imprensa impulsionada pela Revolução Francesa. → Imprensa Industrial (Séc.XIX): Proliferação da imprensa de opinião. Diversificação dos géneros jornalísticos. Aumento da circulação e diminuição do preço. 20 5.3. Evolução do Jornalismo: Ao longo do séc. XVIII, desenvolve-se uma atividade febril de difusão de notícias, vai-se configurando o que Habermas viria a denominar a “esfera pública” e a “opinião pública”. Trata-se de um “espaço” entre a esfera do Estado e a vida privada, um lugar em que estranhos se reúnem não apenas para saber/ler as notícias, mas também para as criar e juntar. A palavra journaliste nasce em França, na segunda metade do século e quem dela se reivindica é muito mal visto pelos intelectuais/filósofos da altura. Entre o Séc.Xix e o Séc.XX, jornalista mistura-se com o homem de letras. As redações ganham autonomia em relação a outros sectores da empresa jornalística. Com a necessidade de garantir economicamente a empresa jornalística, o jornal torna-se progressivamente numa mercadoria: Imprensa regional; Jornais de sátira social e política; Imprensa militar; Jornais científicos; Publicações de moda; Etc. 5.4. Opinião sobre os Jornalismo: Os Intelectuais defendiam a liberdade de expressão mais em relação aos livros (que transmitiam conhecimento) do que aos jornais (que eram literatura secundária). Em geral, o jornalista tinha uma má reputação. Resumidamente, consideravam os jornalistas tinham uma escrita sem estilo, nem poesia, que eram profissionais sem escrúpulos que se vendiam aos outros e com pouca profundidade intelectual. 5.5. Representações do Jornalismo- Quarto Poder: Conceito proposto para designar um duplo papel: Proteção – jornalista como guardião dos cidadãos, protegendo-os do abuso de poder por parte dos governos. 21 Capacitação – jornais vistos simultaneamente como veículo de informação, ferramentas vitais aos seus direitos, e voz dos cidadãos. O que conduz progressivamente ao reconhecimento do jornalismo como uma profissão específica: Generalização da liberdade de expressão e de imprensa. Aparecimento de códigos deontológicos. Primeiros trabalhos académicos sobre imprensa e opinião pública. Crescente consciência da existência de uma técnica de redação. Mais tarde, com a guerra civil e o telégrafo, na América do Norte, o termo repórter e reportagem foram banalizados na sociedade. Desde esse momento, que o jornalista foi levado pelas pessoas de forma mais séria, dando até inspiração para a criação de personagens fictícias (Homem-Aranha; Super-Homem; Tintim), que são jornalistas, e que têm aventuras inimagináveis. Em Portugal, o termo repórter é usado desde 1880, mas a reportagem não era muito praticada. 6. A Rádio: 6.1. Bell, o som e o telefone: O som custou mais do que a imagem a analisar e a transmitir; Bell, motivado pelo ensino dos surdos, alimentava a ideia de “falar pelo telégrafo”, desta forma, construiu o 1º telefone em 1876 e, menos de dois anos depois, já tinha a funcionar a primeira central para qualquer assinante e com empresa própria. 22 Para o processo das invenções, Bell alterou os seus métodos, passando a trabalhar em equipa. Mudou o paradigma de sábios solitários, para técnicos autodidatas empreendedores. Para além disso, havia uma relação direta entre o inventor e o mercado. Guglielmo Marconi constrói o seu dispositivo experimental, que visa ampliar a distância de propagação das ondas. Contudo, projetos idênticos ao seu estavam em curso em vários outros países. Mas, foi, então, em 1890 que o francês Édouard Branly inventou um aparelho que detectava ondas electromagnéticas e chamou-lhe Radioconductor, foi a partir daqui que a palavra ‘rádio’ se tornou sinónimo de comunicação. 6.2. Evolução da Rádio: Até aos primeiros anos do séc.XX, as emissões faziam-se em código morse. Com a tecnologia disponível não se conseguia modular os sons da voz. A invenção em 1906, por Lee DeForest, da válvula que permite a amplificação e modulação em amplitude da música ou voz auxiliou nesse ponto. Desta forma, Reginald Fessenden realiza no final de 1906 a primeira emissão com voz e, também, aquele que é considerado o primeiro programa radiofónico. Nos anos 20, a Rádio continua a ser um produto para as elites, uma vez que era ouvida através de recetores grandes e caros, no entanto era produzida por pioneiros e muitos amadores. Esta característica dos ouvintes pertencerem a altas classes influenciava a programação, contendo, maioritariamente, músicas clássicas e ópera. O primeiro anúncio publicitário foi realizado em 1922, nos EUA. Após a explosão do usa da Rádio, a publicidade doi, desde cedo, utilizada como uma grandiosa fonte de receitas. Nos anos 30, a rádio já era vista como uma empresa, transformada pela publicidade. 23 Com o crescer dos seus ouvintes, a rádio tornou-se mais popular, mais programas de entretenimento, implantação de horários mais alargados e uma maior intervenção do Estado (atribuição de frequências). Novos programas implicam novas profissões e uma fragmentação de funções, surgindo o Produtor, o Realizador, o Animador, o Jornalista, e entre outras. Para além disso, houve desenvolvimento técnico, na medida em que, com o fabrico em série reduziu-se os custos de recetores e o aumento da potência, pelos emissores, permitiu que os estúdios mudassem para locais separados. Verificamos a importância e a fidelidade nas rádios por parte dos ouvintes, que na leitura da obra “War of the Worlds”, num programa de uma rádio, levou ao pânico geral da população que começou a ouvir o programa a meio, surgindo o real boato de uma invasão alienígena. A Rádio estava sempre pronta a enfrentar o seu mercado específico, analisando as audiências e aperfeiçoando a publicidade. Fazendo com que: Meios artísticos perdessem público; Imprensa perdesse leitores; Correios perdessem receitas na telegrafia; Com estes efeitos, nos Estados Unidos o Estado deixa funcionar o mercado, por outro lado, na Europa opta-se pela regulação de limites à publicidade e a introdução da taxa de Radiodifusão. Ou seja, na Europa o Estado detém o monopólio da Rádio e é mais controlador. Depressa aparece este fascínio/ódio que durante muito tempo irá colorir os comportamentos dos parlamentares e dos ministros neste domínio. Por exemplo, no conjunto, as informações da BBC são consideradas imparciais e o preço a pagar por isto é que sejam extremamente austeras, se não aborrecidas. Na 2ª Guerra Mundial (Anos 40), a Rádio serve como um instrumento de poder, usando todas as suas potencialidades, como uma arma de propaganda, de manipulação, resistência e como uma fonte única de informação. Assim, a rádio torna-se ainda mais popular, afirmando-se como o principal meio de comunicação, mas também, como o principal instrumento manipulador dos Estados. Nos Anos 50, a Rádio enfrenta a sua primeira ameaça, com o surgimento da Televisão. Deste modo, a mesma procura estruturar-se, contanto com o seu novo aliado, o Transístor (1948). Para além dos recetores se tornarem mais leve e baratos, as Rádios utilizaram estratégias sonoras, maior mobilidade, programas mais 24 interativos e em Direto para bater a sedução da imagem, por parte da Televisão. Nos Anos 60, este meio de comunicação é usado como um instrumento social que refletia o espírito de revolta e de inquietude, derivado dos Conflitos e das Crises que se viviam no panorama mundial. A programação reflete um leque mais variado de preferências, e um grande enfoque na informação, que tem a sua prevalência definitiva no direto. Aumenta-se a participação dos ouvintes, com os talk shows, e surge as primeiras experiências com o FM, que possibilitam melhor qualidade de som. Mais tarde, em resposta a públicos determinados, surgiram as Rádios Piratas, que eram possíveis derivado dos baixos custos, sobretudo para FM, e pela existência de amadores disponíveis e publicidade local. A primeira e mais conhecida era a Rádio Luxemburg, que emitia em AM, a partir de um barco no canal da mancha. Este ato propagou-se pelo resto da Europa, na década de 70 e chegou a Portugal ainda em 1977. Na década de 80, ocorre o grande BOOM na Rádio. Atualmente, o Estado intervém mais neste meio de comunicação - processo de licenciamento em 1989. Ao mesmo tempo, em 1984/85, atribui novas frequências aos ‘institucionais’ e cria a figura de frequências regionais. Anos 90, é o período de grande agitação em termos de propriedade das rádios locais. Em 1992 o Governo autoriza a associação livre de rádios, uma vez mais para institucionalizar o que era, nessa altura, já prática corrente. Lógicas empresariais e de grupo deixam de favorecer a aposta em projetos alternativos, preferindo ‘produtos’ mais baratos e de sucesso mais garantido. 7. Propaganda: Propaganda - semear ideias e ideais de cunho político, cívico ou religioso. A propaganda tem carácter ideológico e tem como objetivo fazer seguidores e mudar opiniões. 25 7.1. Evolução da Propaganda: Foi na Igreja Católica dos séculos XVI-XVII que o termo “propaganda” foi utilizado pela primeira vez. Isto aconteceu quando o Papa Gregório XV criou a Inquisição. Já no pós-I Guerra Mundial, o presidente Wilson apoia os estudos da propaganda como mobilizar os americanos para apoiar os esforços de guerra. Propaganda vai passar a designar o conjunto de técnicas capazes de fazer mudar a opinião pública e disseminá-la. Harold D. Lasswell, após realizar um estudo aprofundado da Propaganda, afirmou que a «propaganda é um dos mais poderosos instrumentos do mundo moderno”. 7.2. Primeiras décadas do Séc.XX: Foi a partir da Primeira Guerra Mundial que começamos a observar a propaganda sendo utilizada de forma mais ampla como uma ferramenta de guerra. Vendo o potencial da propaganda de massa em influenciar e controlar a opinião pública, Edward Bernays deu maior ênfase aos estudos da ciência e desenvolveu conceitos como: "mente coletiva" e "consenso fabricado", conceitos estes que se tornaram importantes na criação e prática da propaganda de massa a partir de então. 7.3. 2ª Guerra Mundial: Durante a Segunda Guerra Mundial os conceitos de propaganda obtiveram grande avanço. Tanto por parte do ministério da propaganda Nazi que tinha como primeiro-ministro Paul Joseph Goebbels, como pelo Comité de Guerra inglês. Nos Estados Unidos a propaganda ficou por conta do Departamento de Informações de Guerra, criado como meio de divulgação dos esforços de guerra e órgão de censura as informações. De todos os lados havia forte censura e até as correspondências particulares eram vasculhadas. Tanto os Ingleses como os norte-americanos, veiculavam propaganda preconceituosa visando instigar os soldados contra o inimigo. Certas peças de comunicação, por exemplo, retratavam os soldados japoneses e alemães 26 como pessoas sádicas, desprovidas de emoções e até estupradores (princípio da desumanização do inimigo). A propagação da ideia do inimigo não humano, incentiva o ódio e elimina responsabilidades, estimulando em consequência a prática de atrocidades. 7.4. Sete Técnicas: Carruagem’ (bandwagon): incrementar o valor acrescido de nos associarmos a algo; ‘Macete’ (card-stacking): construir uma argumentação parcial a nosso favor; Generalidades com apelo: usar palavras-chave para evocar emoções; Apelidação: chamar nomes aos adversários; Ligação ao comum: dar do líder a imagem de um homem comum aumenta a confiança e credibilidade; Testemunhos: o exemplo de uma pessoa independente é visto como mais fiável; Transferência: associar o líder a outras figuras em quem as pessoas confiam. 8. Publicidade: O termo publicidade pode ser entendido de maneira genérica como o ato de tornar público e, mais especificamente, como uma ferramenta de comunicação e marketing que tem como fim promover, utilizando os meios de comunicação nos espaços publicitários, de: Informar os consumidores; Estabelecer ligação entre produtores e consumidores; Fabricar sonhos; Conquistar o interesse e motivar para a adesão; Entre outras. Podemos dizer que, enquanto a propaganda tem cunho político, cívico ou religioso, a publicidade tem cunho comercial. 27 8.1. Evolução da Propaganda: O 1º anúncio conhecido foi um papiro egípcio com quase 3.000 anos, encontrado em Tebas. Consideramos, então, que este ato vem desde o Antigo Egipto. Também, na Roma Antiga publicavam-se anúncios oficiais ou de venda de escravos e casas, entre outros. Na Era Moderna, vários fatores de desenvolvimento contribuíram para tornar a publicidade um campo de produção autónomo, como por exemplo, as concentrações urbanas, os mercados, a tecnologia e os média. Na Época Contemporânea, podemos dividir a História da Publicidade em três momentos: 1º período (2ª metade do séc. XIX): – Domínio da publicidade gráfica – Preocupação centrada em dar visibilidade e manter presente o nome do produto. 2º período (1900-1950): – Evidencia-se a lógica da argumentação do convencimento – Papel crescente da rádio: audição vs leitura – Crescente profissionalização. 3º período (pós-1950): – Era da TV – mostrar o produto/serviço – Globalização do processo publicitário e consumo – Diversificação. Em 1950, surgiu os “MadMan”. Leo Burnett, identificava, na altura, o confronto entre duas escolas de pensamento estratégico, a Publicidade Anúncio (poster) e a Publicidade Explicação (reason-why ads). Início da “pausa higiénica” no meio da programação e início da propagação do conceito de Unique Selling Proposition (relação de maior proximidade / convencimento das virtudes do produto). Já em 1960 a audiência era mais cínica. Por volta da década de 70 surgiram conceitos, como, o posicionamento, uma imagem marca e a mística da publicidade. Nos anos 80, a publicidade tinha o intuito de apelar às emoções. As empresas tinham uma grande preocupação com o lucro e o posicionamento do produto. Apareceu, também, o Marketing Relacional (investimento na marca a longo prazo) e o Marketing de Guerrilha. Na década de 90, a marca é a rainha. A agência Young & Rubicam apresenta o seu índice Brand Asset Valuator, desenvolvido de acordo com quatro dimensões: Diferenciação; Relevância; 28 Estima; Conhecimento. Estas dimensões reforçavam a força e estatura da marca. Para além disso, apostavam numa estratégia, num impulso para o consumo e para o Marketing Viral. Nos anos 2000´s, entramos na era da tecnologia e da Internet: 9. Relações Públicas: As Relações Públicas são uma atividade profissional que surgiu na esteira da humanização do capitalismo selvagem surgido do impacto da Revolução Industrial. Esta está ligada à emergência da opinião pública e à democracia, tendo o seu papel de destaque nos Estados Unidos da América. 9.1. Antecedentes: Em 1641, a Universidade de Harvard dá início à primeira campanha sistemática de recolha de fundos com base numa brochura – New England’s First Fruits (Os primeiros frutos da Nova Inglaterra). Mais tarde, em 1758, o King’s College (Universidade de Columbia) faz o primeiro press release, anunciando exercícios finais de formação. A Revolução Americana motivou para o as Relações Públicas em tempos de gestão de Crise. 29 Promoção da ideia “não pagamos impostos a Londres se não tivermos voz”; Samuel Adams O massacre de Boston; Boston Tea Party. Crescimento do mercado dos jornais; Amos Kendall “Comunicação” era ainda uma realidade cara-a- cara. PT (Phineas Criação de clássicos como: - O elefante Jumbo; Taylor) - General Tom Thumb; Barnum - entre outros. A Revolução Industrial também teve uma grande influência nas Relações- Públicas, uma vez que a Indústria fazia enormes lucros, mas perdia o apoio popular e, devido a isso, os trabalhadores organizavam-se em sindicatos. Desta forma, o RP passou a ser uma função especializada na sociedade. Uma outra importante personagem, Ivy Ledbetter Lee, fundou em 1904, com o auxilio de George Parker, a terceira agência do país (‘Accuracy, authenticity, and interest’), por muitos considerado o pai das RP. Esta nova empresa defendia que o público não seria mais nem ignorado nem enganado, o público devia ser informado. Também, Edward Bernays, sobrinho de Sigmund Freud motivou para a mudança neste campo, sendo um dos maiores rivais de Ivy Ledbetter Lee. Este acreditava que as audiências podiam ser convencidas desde que as mensagens se enquadrassem nos seus valores e interesses. Criou os eventos mediáticos e promoveu a figura de porta-voz. As Relações Públicas sempre ajudaram para o desenvolvimento de uma marca, exemplo disso, sucedeu-se nos anos 30, quando a American Tobacoo, que tinha uma embalagem de tabaco verde, que não motivavam as mulheres a usá-los. Desta forma, como a mudança da cor era muito cara, arranjaram soluções para o verde “ficar na moda”, e assim se sucedeu. Já na Guatemala, as RP motivaram para o derrube do governo democraticamente eleito. Mais tarde, Arthur W. Page, instituiu na fixação das RP comum uma função de gestão, defendendo que “os negócios deviam naturalmente dizer ao público quais são as suas políticas, o que estão a fazer e o que esperam vir a fazer”. Para além disso, A.Page defendia 6 princípios das RP: 30 Dizer a verdade; Provar isso com ações; Ouvir o cliente; Gerir para amanhã; Fazer RP como se toda a empresa dependesse disso; Permanecer calmo, paciente e bem-humorado. Em 1953, Harold Burson, viria a tornar-se a primeira agência norte- americana a operar na Europa e desenvolveu a área da Comunicação de Crise. As Chaves do sucesso foram o quadro estável de funcionários dedicados, a atmosfera de grupo familiar, a criação pro-ativa de uma cultura de empresa e o posicionamento da empresa como líder no mercado. Ocorreu uma maior profissionalização, nos termos em que surgiram associações profissionais, cursos intermédios e superiores e publicações profissionais. Nos anos 50, a economia cresceu e houve a entrada das mulheres na área. As empresas encorajadas a reinvestir na ligação à sociedade passaram a ser aliados da Televisão e um importante instrumento de eleição. Já nos anos 60 e 70, as RP adaptaram-se às mudanças sociais, inserindo planeamento estratégico e de prevenção, como acresceu a responsabilidade nas estruturas empresariais. Após um tempo de crise e mudanças, como os direitos civis, a guerra nuclear e entre muito momentos históricos da época, os direitos do consumidor surgiram com a ideia das empresas como um inimigo. Atualmente, podemos verificar que a Internet e o processo de Globalização, alteraram, também, as RP. Uma vez que: a adesão à internet é mais rápida; Multiculturalidade; Necessidades Globais de Informação; Poder da viralidade online; Entre outras. 10. A Televisão: 10.1. Evolução da Televisão: Em 1883 o alemão Paul Nipkow regista uma patente de um disco com orifícios equidistantes, dispostos em espiral, graças ao qual o objeto se podia 31 subdividir em pequenos elementos que, uma vez agrupados, formavam uma imagem. Mais tarde, em 1926, John Baird demonstra perante a Academia das Ciências Britânica o invento que permite transmitir imagens (30 linhas e 5 im/s). Um ano depois, nos EUA, a companhia Bell promove a transmissão de imagens a 45 km de distância, com base no iconoscópio que Zworkin patenteara em 1923. Em 1928, a 1ª estação de TV começa a operar, nos EUA, 3 dias por semana, a 11 de Maio. No mesmo ano, a BBC lança emissão experimental, duas vezes por semana – até 1936, data em que se iniciaram as emissões regulares. A elaboração da televisão divide-se em dois processos: Mecânico Baird 1º a emitir verdadeiras imagens de TV Varrimento da imagem por um feixe de eletrões e Eletrónico Zworkin recorrendo a um tubo catódico. O segundo processo desenvolve-se quase clandestinamente, mas consegue uma definição de imagem muito superior, acabando por impor- se, em meados dos anos 30. Ao entrar nesta Nova Era da Televisão, verificamos duas tradições distintas: Comercial/ EUA Entretenimento Europa Cultural/ Política Mas também é visível grandes evoluções: Comercialização; Desregulamentação; Peso dos EUA; Preocupação com o impacto na família e na socialização. 32 10.2.Cronologia da Televisão: 1936: Primeira emissão de TV em Londres. 1939: A RCA apresenta uma demonstração na feira mundial. 1941: Primeiro anúncio (10 segundos na WNBT, Nova Iorque, 1 de julho / quatro mil aparelhos existentes – custo de 9 dólares). 1954: NBC lança o ‘Tonight Show’ – inaugura um formato que sobrevive ainda com sucesso. 1954: NBC – primeiro programa a cores. 1956: A TV abre as portas e torna-se parceira de uma revolução. Início das Emissões Experimentais da RTP. 1960: Debates Nixon / Kennedy. 1965: A NBC aposta na cor (no final desse ano quase toda a programação do canal); 1979: Surge o primeiro canal temático no cabo – ESPN. 1997: A televisão junta a maior audiência mundial de sempre – 2,5 mil milhões de pessoas viram o funeral da Princesa Diana. 2000: Primeira edição do reality-show ‘Survivor’. 10.3. Um Bracarence nas origens da TV: Foi Adriano de Paiva de Faria Leite Brandão, um bracarense, nascido em 1847, o autor da descoberta da fórmula para a criação do sistema de transmissão de imagens à distância, que tornaria possível a criação da televisão. Inspirado pelo telefone de G. Bell, Adriano de Paiva escreve, em 1877, o artigo “A Telescopia Elétrica”, colocando a questão, se o envio da voz através de fios elétricos era já uma realidade. Apoiando-se nos trabalhos dos irmãos Siemens que estudaram as propriedades de fotossensibilidade do selénio, Adriano de Paiva propõe que se ensaie a utilização desse elemento como “placa sensível da câmara escura do telectroscópio”. O Adriano de Paiva desenvolveu a teoria e os outros, lá fora, baseados nos seus estudos, entretanto traduzidos para francês e inglês, fizeram as experiências. Por isso, ele é hoje um ilustre desconhecido. 33 10.4. Televisão em Portugal: Em 1956, sucedeu-se o início das emissões experimentais da RTP. Em 1957, depois da experiência bem-sucedida, que foi a cobertura da visita da rainha Isabel II de Inglaterra a Portugal, a RTP arranca com as emissões regulares. O primeiro telejornal foi emitido a 19 de outubro de 1959. O 2º canal – RTP2 – nasceu em dezembro de 1968 (RTP Madeira em agosto de 1972 e RTP Açores em agosto de 1975). Emissões regulares a cores a partir de março de 1980. RTP Internacional emite desde 10 de junho de 1992. SIC nasce em outubro de 1992 e a TVI em outubro de 1993. TV Cabo começa em 1994. 26 de abril de 2012 acaba a TV analógica em PT. 10.5. Promessas feitas pela Televisão: Personalização; Dados / Sugestões ‘perfeitas’; Muitos programas / audiências pequenas; Fim da publicidade tradicional / a que eu escolha e a ‘embeded’; Acabam os ‘canais’; TV em movimento. 11. A Internet: Depois da revolução elétrica, da comunicação sem fios (rádio), da revolução da imagem e da revolução digital, um novo paradigma de fluxo de informação surge. Da aldeia global à autonomização progressiva do indivíduo e à personalização da comunicação. De novo, na base desta revolução está a ideia de mudar o mundo. 11.1. O computador: Charles Babbage pensou na hipótese de uma máquina que evitasse os sucessivos erros das tabelas astronómicas, passando o resto da vida a trabalhar no projeto dessa suposta máquina. Ficou conhecido, por isso, como uma espécie de profeta e pai da era do computador. 34 Herman Hollerith conhecia os trabalhos de Babbage e criou a Tabulating Machine Company em 1896. Esta empresa realizou grandes projetos para o governo e negócios, apesar de muito úteis, estas máquinas ainda não eram computadores programáveis. A nova máquina projetada por Herman Hollerith, o “computador” de cartão perfurado, começou a trabalhar em 1890, para o recenseamento da população dos EUA. Durante a II Guerra Mundial, desenvolveram um computador que em 2 horas podia fazer o trabalho de cálculo que 100 matemáticos fariam em 1 ano. No Pós-II Guerra Mundial, Vannevar Bush, sugeriu que fosse dada prioridade a novos sistemas de informação, preconizou a criação dos computadores de secretária. Com as limitações das máquinas que usavam válvulas que aqueciam demasiado atraindo traças e com as muitas falhas de funcionamento, houve a necessidade de progredir. Consequentemente, em 1950, surge o TRADIC, o primeiro computador inteiramente baseado na tecnologia do transístor. Em 1964, surgiu o IBM 360, um modelo bem-sucedido que serviam questões de segurança e da indústria bancária. Entretanto o preço descia e outras indústrias começaram a interessar-se por esta tecnologia. Kilby, recebeu o Prémio Nobel da Física em 2000, depois Noyce e Gordon Moore na origem do chip Noyce e Moore fundam em 1968 a Intel. Em 1976, Steve Wozniak e Steve Jobs fundam a Apple, que começa a comercializar computadores em 1977. O IBM (International Business Machines Company) introduziu o primeiro modelo em 1981. Mais tarde, Bill Gates sugeriu a aliança entre a IBM e a Microsoft. Pouco tempo depois, a concorrência da Compaq, também lançou o seu primeiro computador, uma espécie de clone do modelo da IBM. Os computadores pessoais expandiram na década de 1980, mas não eram muito poderosos para tarefas complexas, como o design tridimensional ou a engenharia de simulações. Na década de 80, o computador era esperado como uma “tecnologia da liberdade”. Daí o desejo pelo computador pessoal, que deveria basear-se na interação, ou seja, deveria devolver respostas instantâneas. 35 11.2. A rede: Quando a União Soviética lançou um satélite antes dos Estados Unidos (1957), o presidente Eisenhower lançou a Advanced Research Projects Agency (ARPA). A ARPAnet (1969), responsável pelo desenvolvimento da primeira rede operacional de troca de ‘pacotes’ de informação, foi a semente a partir da qual surgiu a internet do presente. A rede funciona como uma espécie de troca de pacotes. A informação, depois de digitalizada, é desmembrada em pedaços, cada ‘pacote’ tem informação adicional sobre quem envia, quem vai receber, e ordem na sequência. Surgiu, então, um Protocolo de Comunicação, ou seja, uma descrição de regras que um aparelho digital deve usar para partilhar dados com outros aparelhos digitais. TCP/IP inclui: Endereços de internet; Nomes de domínio; Nomes de domínio de nível superior. Em meados da década de 1970 muitas nações desenvolvidas tinham já em desenvolvimento redes próprias. A maior parte delas eram de âmbito nacional. 11.3. A Web: Tim Berners-Lee, era investigador no CERN, e em 1989 inventou a World Wide Web (www), uma vez que tinha a necessidade de partilha de informação sobre as investigações em curso, para uma maior colaboração entre cientista e para o surgimento de novas ideias que se baseassem em outras dispostas. Mais tarde, Berners-Lee inventou o protocolo HTTP e o primeiro browser gráfico, não o patenteando e liberalizando para todo o mundo. Em 1991, a Web expande-se, surgindo noutras nações. Também, neste ano, instala-se o primeiro servidor fora da Europa. Em 1992, surge o primeiro browser gratuito, o Mosaic. Desde aí, muitos mais browser e servidores criaram-se e desenvolveram-se, caminhando para o que a Internet é nos dias de hoje. 36 Os conceitos-chave da Internet sempre foram: Partilha; Colaboração; Autonomia; Liberdade; Gratuitidade. Contudo, a modernidade, tem se esquecido de muitos destes conceitos bases que foram criados com o nascimento da Web. 11.4. Nova Cultura Global Digital: Apesar de toda a evolução, novos problemas surgiram, tais como: copyright, privacidade pessoal, precisão na publicação, comercialização excessiva do uso. As tendências também se alteram, e alteram o mundo no geral: Desenvolvimento de espaços sociais, nascendo a ideia de comunidades digitais (e a Wikipedia). Expansão do chamado software livre, que difunde o conceito de open source. Difusão de conteúdos na Internet que desperta para o problema da regulação da Internet. Propagação dos sistemas de comércio eletrónico. Expansão de mecanismos de recolha de dados que discute o problema da privacidade. Propagação da ideia de prosumer → o produtor e consumir de conteúdos (com implicações nas profissões da área da Comunicação) Aparecimento de ferramentas de geração automática (IA), motivaram para implicações éticas e repercussões nos mercados de trabalho. Contudo também ocorreu uma série de implicações sociais, baseado na multimodalidade, na globalização, na personalização e no controle. Muita Boa Sorte!!!! ~ Diogo Lima 37