Summary

Este resumo médico aborda diferentes tipos de trações, desde a manual até a esquelética e cutânea, com foco em suas aplicações em fraturas, particularmente na bacia e membros. Detalhes sobre cuidados e monitoramento de pacientes em tração são apresentados. Também cobre a anatomia e fisiologia da pele, suas funções e anexos, bem como diferentes patologias dermatológicas e queimaduras. Este é um resumo médico sobre tipos de trações e cuidados.

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Resumo de Medico 3 Trações Sistemas de tração: Imobilização prolongada; Aguardar por data cirúrgica; Tratamento conservador; Nunca aliviar tração (salvo exceções bem identificadas) A tração é uma técnica médica utilizada para exercer uma força estável em partes do corpo com o objetivo...

Resumo de Medico 3 Trações Sistemas de tração: Imobilização prolongada; Aguardar por data cirúrgica; Tratamento conservador; Nunca aliviar tração (salvo exceções bem identificadas) A tração é uma técnica médica utilizada para exercer uma força estável em partes do corpo com o objetivo de: Reduzir fraturas; Manter a posição correta dos fragmentos ósseos durante a consolidação; Imobilizar o membro enquanto ocorre a cicatrização do tecido mole; Vencer espasmos musculares; Distender ligamentos; Corrigir deformidades Contratação: Força que contraria a força da tração; A maior parte das vezes é conseguido com o próprio peso do doente Suspensão Utilização de: Armações; Cordas; Roldanas; Lonas; Pesos. Objetivo: Suspender de uma parte do corpo. A suspensão terá de ser equilibrada com pesos  Tração manual: Aplicada manualmente por um profissional de saúde para alinhar e estabilizar os ossos fraturados.  Tração esquelética: Envolve a inserção de pinos de aço diretamente no osso fraturado para aplicar a força de tração.  Tração cutânea: Utiliza adesivos ou esparadrapos fixados à pele para aplicar a força de tração.  Tração por cintas: Utiliza cintas ou faixas para aplicar a força de tração, frequentemente usada em fraturas pélvicas.  Fixadores externos: Dispositivos externos que mantêm os ossos fraturados na posição correta durante a cicatrização. Especificidades de alguns tipos de trações Fratura da Bacia A tração e imobilização por cinta pélvica (Balkan) tem como objetivo: Imobilizar a bacia em fraturas que rompem o anel pélvico ou afetam áreas que sustentam o peso do corpo; Reduzir o desvio e/ou unir fragmentos fraturados. A tração bilateral simples da bacia envolve: Ligeira suspensão em relação ao leito; O peso do doente faz a contratação; Os pesos devem ficar fora do alinhamento do leito para evitar acidentes e facilitar os cuidados de higiene. Para tratar a separação da sínfise púbica: utiliza-se uma tração com força de compressão. Os fios (cordas) são cruzados e paralelos, passando pela cinta pélvica, através de roldanas fixas na armação da cama, e ligados a pesos do lado oposto de tração. Isso ajuda a manter a compressão e a estabilização da área afetada. Para garantir a eficácia e segurança da tração pélvica, é importante vigiar: Se o ajuste é adequado à pélvis; Sinais de compressão ou zonas de pressão (cristas ilíacas, grande trocânter e cóccix); Se os pesos mantêm a tração contínua desejada; Sinais de hemorragia interna. Os fixadores externos pélvicos são utilizados em intervenções cirúrgicas para estabilizar fraturas na região pélvica. Os cuidados especiais incluem: Vigiar desvios de eixo de fixação; Vigiar zonas sujeitas a maior pressão e proeminências ósseas; Massajar e hidratar a pele frequentemente, principalmente nas proeminências ósseas; Vigiar sinais de comprometimento neurovascular ou hemorragia. Fratura de membros inferiores  Tração esquelética: Simples: Utiliza pinos inseridos diretamente no osso para aplicar a força de tração. Balanceada: Utiliza um sistema de polias e pesos para manter a tração constante e equilibrada.  Tração cutânea: Simples: Utiliza adesivos ou esparadrapos fixados à pele para aplicar a força de tração. Ligeira alteração para favorecer mobilidade (Russel): Modificação da tração cutânea simples para permitir alguma mobilidade do membro. Para a tração dos membros inferiores, é importante seguir estas diretrizes: Manter a integridade da pele; O peso do corpo do doente deve ser um fator de contratação; A colocação do fio de tração longitudinal em direção aos pés da cama deve seguir sempre em linha contínua no alinhamento da posição anatómica; Deixar espaço sob o calcanhar e sob o espaço poplíteo para evitar zonas de pressão; Vigiar zonas de pressão e proeminências ósseas. Para a tração esquelética, é importante seguir estas diretrizes: Fazer antissepsia diária dos fios metálicos; Vigiar zonas de inserção e saída de cravos; Vigiar a dor; Vigiar eventuais repuxamentos acentuados de pele. Trações cutâneas: Adesiva ou não adesiva; Utilizadas se integridade da pele e edema o permitirem Para a tração cutânea, é importante seguir estas diretrizes: Realizar a tricotomia da pele; Aplicar um produto protetor (tintura de benjoim); Aplicar fita adesiva ou tira em toda a extensão, nas faces laterais, interna e externa do segmento a tracionar, que não deve passar acima do foco da fratura; A fita adesiva ou tira não deve cobrir o maléolo; Cobrir com ligadura em espiral para reduzir edema e evitar tromboflebites profundas.  A travessa rígida deve ficar a aproximadamente 5 cm do pé, com peso suspenso através de uma roldana adaptada a um suporte fixo na cama. Não deve haver pontos de apoio ou contacto desde a travessa até aos pesos;  Este tipo de tração não permite pesos superiores a 3 a 6 kg devido ao risco de lesões cutâneas;  Valorizar as queixas do doente;  Vigiar dor, sensação de repuxamento, parestesias, sensação de frio ou calor no membro tracionado;  Vigiar a temperatura do membro;  Manter o membro em posição anatómica;  Vigiar proeminências ósseas e zonas de pressão. Fratura de fémur nas crianças O tratamento preferencialmente conservador para fraturas pélvicas em crianças inclui: Tração cutânea de Bryant (ou \"zénite\"): Utilizada em crianças até aos 2 anos. Depois dos 2 anos: Utiliza-se tração longitudinal no leito ou imobilização com aparelho gessado (espica). Contraindicações das trações cutâneas: Dermatites; Úlceras varicosas; Varizes; Necrose diabética; Fragilidade cutânea; Fraturas expostas Os fixadores externos são utilizados para tratar fraturas expostas e permitem a colocação de enxertos ósseos, seja por traumatismo ou necrose. Eles proporcionam uma fixação externamente rígida, permitindo certo grau de mobilidade. Além disso, a aplicação de uma ligeira tração no osso estimula o crescimento. Para garantir a eficácia e segurança da tração, é importante seguir estes cuidados especiais: Vigiar e manter o correto alinhamento do segmento a tracionar; Fazer antissepsia diária e cuidada das extremidades dos fios metálicos para evitar processos infeciosos. Fratura membros superior Tração esquelética do úmero: Imobilidade do foco da fratura; Tratamento conservador; Integridade da pele ou edema impedem a intervenção; Fratura no 1/3 proximal e/ou do colo do úmero; Permite mobilidade do cotovelo, punho e mão; O peso deve ser superior a 3 kg e inferior a 7 kg. Tração cutânea do úmero: Utilizada como opção à esquelética, desde que o edema e a integridade do membro permitam; Fratura no 1/3 proximal ou colo do úmero; O peso deve ser superior a 3 kg e inferior a 6 kg. Sistema tegumentar Pele: É o nosso maior órgão, com uma área média de 1.8 m² e corresponde a cerca de 16% do peso corporal. Indicador do estado de saúde, com coloração pálida na anemia, amarela na icterícia, azulada na cianose, além de temperatura e hidratação. Camadas da Pele: Epiderme: Camada formada pelo epitélio pavimentoso estratificado queratinizado, com espessura média de 0.1 mm na região palmo-plantar, podendo variar entre 0.8-1.4 mm. Derme: Camada composta por tecido conjuntivo. Hipoderme: Camada adiposa que une a pele aos órgãos mais profundos, conhecida como tecido celular subcutâneo ou panículo adiposo. Anexos Cutâneos: Derivados epidérmicos com componente dérmico, incluindo: Folículos pilosos Glândulas sebáceas Glândulas sudoríparas Unhas Funções da Pele: Proteção: A queratina protege contra o atrito e a perda de água, a melanina protege contra raios ultravioleta, e as células de defesa protegem contra microrganismos. Termorregulação: Regula a temperatura corporal através da rede vascular, glândulas sudoríparas e tecido adiposo. Excreção: As glândulas sudoríparas eliminam produtos tóxicos como ureia, amónia e ácido úrico. Sensorial: Recebe informações do meio ambiente através das células de Merkel e terminações nervosas, enviando-as ao sistema nervoso central. Metabólica: Produz vitamina D sob a ação dos raios solares e o tecido adiposo da hipoderme serve como reserva de energia. Recetores Sensoriais: Mecanorrecetores: Respondem à deformação mecânica dos tecidos. Termorreceptores: Respondem ao frio e ao calor. Nociceptores: Respondem a estímulos dolorosos. A Dermatologia é uma especialidade médico-cirúrgica que se dedica a todos os assuntos relacionados com a pele, desde o diagnóstico ao aconselhamento e tratamento dermatológico. Isso inclui situações relacionadas com cabelo e unhas. A dermatologia abrange uma ampla gama de condições, desde infeções e inflamações até doenças autoimunes e câncer de pele. Além disso, os dermatologistas também tratam problemas estéticos, como acne, cicatrizes e envelhecimento da pele. técnicas de diagnóstico e tratamento mais comuns em dermatologia: Técnicas de Diagnóstico: Observação da pele: Utiliza lupas de aumento e iluminação especial. Biópsias cutâneas: Remoção de pequena porção de pele sob anestesia local para diagnóstico anatomopatológico. Colheita de material: Pele, cabelos ou unhas para pesquisa de microrganismos (fungos ou bactérias). Provas de contacto/testes de alergia: Aplicação de adesivos com alergénios no dorso durante 2 dias para verificar reações na pele. Testes de sensibilidade à luz solar: Exposição da pele a vários tipos de luz (ultravioleta, visível ou infravermelhos) e avaliação da reação. Dermatoscopia: Observação das camadas mais profundas da pele com lupa e iluminação especial, podendo ser manual ou digital. Técnicas de Tratamento: Cirurgia Dermatológica Clássica: Remoção de lesões cutâneas, podendo incluir enxertos ou retalhos de pele. Crioterapia: Aplicação de frio (azoto líquido) para destruição de lesões benignas ou malignas. Eletroterapia: Utilização de corrente elétrica para destruir pequenas lesões de pele ou eletrocoagular vasos sanguíneos. Curetagem: Remoção de pequenas lesões superficiais com um aparelho semelhante a uma colher com bordos cortantes. Fototerapia ou Foto quimioterapia: Exposição da pele aos raios ultravioletas, isoladamente ou após aplicação de medicamentos. Terapêutica Fotodinâmica: Aplicação de medicamento na pele e irradiação com luz vermelha para destruir células específicas. Laserterapia: LASERS ablativos para destruir tecidos lesados e não ablativos para técnicas de cosmética. Técnicas de Dermocosmética: Incluem LASER, luz intensa pulsada, peelings, dermabrasão, injeções de toxina botulínica e aplicação de fillers. Patologias Infeciosas/Inflamatórias: Acne Impetigo Carbúnculo Celulite Cisto pilonidal Furúnculo Rosácea Patologias Bolhosas: Dermatite herpética Pênfigo Dermatites e Eczemas: Dermatite seborreica Dermatite de contacto Líquen simples Urticária e eritemas Eritema nodoso Radiodermatite Doenças Pápulo-descamativas: Psoríase Líquen plano Pitiríase Patologias Neoplásicas: Melanoma Carcinoma basocelular Carcinoma de células escamosas Patologias de Pigmentação: Vitiligo Melasma Secundária a Patologia Reumática e Auto-imune: Lúpus Vasculite Queimaduras são lesões dos tecidos orgânicos resultantes de trauma térmico por exposição a: Chamas Líquidos quentes Superfícies quentes Frio Substâncias químicas Radiação Atrito ou fricção Principais agentes: O fogo é o principal agente das queimaduras. A eletricidade é a mais mutilante, principalmente dos membros. A exposição ao sol pode provocar urticária solar (edema localizado acompanhado de prurido). Complicações: Imediatas: Estado de choque e paragem cardiovascular causados pela dor, perda de plasma e substâncias libertadas pelos tecidos. Tardias: Infecção da queimadura e cicatrização insuficiente que requer enxerto cutâneo. Gravidade das queimaduras: Menos de 15% da área do corpo: Queimaduras leves. Maior que 15%: Grande queimado. Mais de 40%: Pode provocar a morte. Acima de 70%: Hipóteses de sobrevivência são mínimas. Classificação das queimaduras: 1º grau: Lesões apenas da epiderme, sinais de eritema. 2º grau: Lesões da epiderme e parte da derme, sinais de eritema e flictenas. 3º grau: Lesões da epiderme e da derme, sinais de ferida aberta As queimaduras podem ser classificadas de acordo com: Agente causador: Físicos (temperatura, eletricidade, radiação), químicos (ácidos, bases, álcool, gasolina), biológicos (animais como lagarta-de-fogo, medusa, vegetais como látex de certas plantas, urtiga). Profundidade ou grau: 1º Grau: Menos graves, afetam apenas a epiderme. Pele avermelhada, quente, com sensação de calor e dor. 2º Grau: Atingem a derme, com presença de flictenas. Bastante dolorosas. 3º Grau: Destruição de tecidos mais profundos, pele carbonizada. Pode causar estado de choque. Extensão ou severidade: Baixa: Menos de 15% da superfície corporal atingida. Média: Entre 15% e menos de 40% da pele coberta. Alta: Mais de 40% do corpo queimado. Regra prática: Comparar a extensão das queimaduras pequenas ou localizadas com a superfície da palma da mão do acidentado, que corresponde a aproximadamente 1% da superfície corporal. Localização: Onde a queimadura ocorreu no corpo. Período evolutivo: Fase de evolução da queimadura. Fisiopatologia das Queimaduras: As funções normais da pele ficam reduzidas, provocando: Perda da barreira protetora contra infecções; Perda de líquidos orgânicos; Perda de calor; Destruição das glândulas sudoríparas e sebáceas; Redução do número de recetores sensoriais. A gravidade dessas alterações depende da extensão e profundidade da queimadura. Queimaduras graves apresentam duas fases distintas: Fase Hipovolémica (primeiras 24-72 horas): Deslocação do líquido intravascular para o espaço intersticial; Vasodilatação, hemoconcentração, flictenas e edemas generalizados; Oligúria, hipoproteinémia e choque hipovolémico. Fase Diurética (48-72 horas após a queimadura): Hemodiluição, aumento da diurese; Possibilidade de edema pulmonar e sobrecarga cardíaca. Cuidados Imediatos: Se a roupa estiver a arder, envolver a vítima numa toalha molhada ou fazê-la rolar pelo chão. Se a vítima se queimou com líquido fervente, despir imediatamente. Dar água para beber frequentemente. Arrefecer a região queimada com soro fisiológico ou água fria corrente até a dor acalmar. Cuidados para Queimaduras de 2º Grau: Arrefecer a região queimada com soro fisiológico ou água fria corrente. Se as flictenas estiverem intactas, não as abrir; aplicar gaze gorda e compressa esterilizada. Se as flictenas estiverem abertas, não cortar a pele; tratar como qualquer outra ferida. Transportar a vítima para o hospital. Cuidados para Queimaduras de 3º Grau: Arrefecer a região queimada com soro fisiológico ou água fria corrente. Tratar como qualquer outra ferida. Se a queimadura for extensa, envolver a vítima num lençol lavado e umedecido com soro fisiológico ou água simples. Situação grave que necessita de transporte para o hospital. O que NÃO Fazer: Não retirar pedaços de tecido agarrados à queimadura. Não abrir flictenas ou tentar retirar a pele das que abriram. Não aplicar cubos de gelo sobre a queimadura. Não aplicar outros produtos além dos referidos. Cuidados à pessoa com lesão dos tecidos moles Aqui está um resumo sobre contusões e os cuidados de enfermagem: Contusão: Lesão dos tecidos moles produzida por uma força (soco, queda, etc.). Edema é um dos sinais mais característicos. Hemorragia (equimose) na parte traumatizada devido à rotura de pequenos vasos. Hemorragia produz equimose, que muda de cor de vermelho-azulado para castanho e depois amarelo antes de desaparecer. Hemorragia abundante pode causar hematoma. Força que provoca a contusão pode causar feridas incisocontusas que necessitam de sutura. Sinais locais incluem dor, edema e alteração da coloração da área. Diagnóstico deve excluir a presença de fraturas através de raio-X. Cuidados de Enfermagem: Preparação para exames complementares. Cuidados às feridas que possam existir. Aplicação de ligadura elástica (conforme prescrito) sobre a área contundida para controlar a hemorragia e reduzir o edema. Aplicação de frio nas primeiras 24 horas (20 a 30 minutos) 4 vezes ao dia. Repouso e elevação do segmento. Administração de terapêutica prescrita (ou ensino ao doente). resumo sobre entorses: Entorse: Lesão das estruturas ligamentares que envolvem uma articulação. Ligamento: Liga duas peças ósseas numa articulação. Tendão: Parte na qual o músculo se insere no osso. Causas: Movimentos bruscos de torção que levam a estiramento ou rotura de ligamentos. Função dos Ligamentos: Dar estabilidade e facilitar a mobilidade articular. Uma vez lesionado, perde a capacidade estabilizadora. Sintomas: Semelhante às contusões, pode haver rotura de vasos sanguíneos com presença de edema e/ou equimose. Possibilidade de fraturas por avulsão, onde um pequeno fragmento ósseo é arrancado por um ligamento. Deve ser feito raio-X para despiste. Classificação das Entorses: Entorse de grau 1: Distensão ligamentar. Entorse de grau 2: Distensão ligamentar com atingimento da cápsula articular. Entorse de grau 3: Rotura do ligamento com possível arrancamento associado. Sintomatologia das Entorses: Dor em três tempos: dor inicial aguda e intensa, seguida de melhorias, reaparecendo depois. Sensação de instabilidade articular. Edema e equimose. Cuidados de Enfermagem para Entorses: Aplicação de gelo (primeiro gesto). Preparação do doente para exames complementares. Cuidados às feridas que possam existir. Imobilização. Após 48 horas, iniciar aplicação de calor húmido. Ensino ao doente sobre limitações nas atividades da vida diária (AVD) e uso de auxiliares da marcha (membros inferiores). O tempo de cicatrização da entorse depende do seu grau, geralmente ocorrendo entre a 3ª e 4ª semana, quando o doente poderá iniciar a mobilização ativa e fazer carga. um resumo sobre luxações e os cuidados de enfermagem: Luxação: Lesão em que há alteração da posição dos ossos que formam uma articulação, fazendo com que as componentes ósseas deixem de estar em contacto anatómico. Uma extremidade óssea fica \"fora da articulação\". Subluxação: Quando as superfícies articulares perdem só parcialmente o contacto. Classificação das Luxações: Congénitas Patológicas (devido a alguma doença das estruturas articulares) Traumáticas Sintomatologia das Luxações Traumáticas: Dor Mudança do contorno articular Alteração no comprimento dos membros Perda da mobilidade da articulação Cuidados de Enfermagem para Luxações: Manter a imobilização enquanto o doente realiza os exames complementares de diagnóstico. Lembrar que as luxações são emergências ortopédicas e a intervenção imediata é essencial para reduzir complicações (isquémia/necrose). A luxação geralmente produz uma deformidade visível e a redução é o tratamento indicado. O tratamento é, na maioria das vezes, uma redução fechada, que consiste em exercer uma tração sobre a articulação, com um puxão gradual e uniforme que recoloca o osso em alinhamento correto. A redução fechada é feita sob anestesia geral ou com o doente sedado para permitir o relaxamento muscular necessário ao sucesso da tração. Após a redução, a articulação deve ser imobilizada (Ligadura de Gerdy) e deve-se verificar a mobilidade, sensibilidade distal, dor e cianose. Ensinar o doente sobre os cuidados a ter relativamente à imobilização, medicação prescrita e consultas posteriores. resumo sobre rotura muscular e os cuidados de enfermagem: Rotura Muscular: Considerada como uma fratura do músculo, com alteração da continuidade anatómica e perda da potência motora, dependendo da gravidade do traumatismo. Causas: Traumatismos e torções Sobrecarga física e microtraumatismos repetidos Alterações na estrutura anatómica ou biótipo Desidratação Inatividade prolongada Frio Sintomas: Dor aguda, repentina e intensa Em casos mais graves, pode haver hematoma Classificação: 1º Grau: Fibrilares ou microrroturas 2º Grau: Fasciculares 3º Grau: Totais Cuidados de Enfermagem: Aplicação de gelo nas primeiras 48 horas Repouso desportivo durante uma semana Termoterapia, ultra-sons e massagens Exercícios isométricos Tratamento médico com anti-inflamatórios para roturas parciais Reconstrução cirúrgica para roturas extensas, dependendo da atividade profissional desenvolvida Aqui está um resumo sobre tendinites e os cuidados associados: \*\*Tendinites\*\*: \- Processo inflamatório das estruturas tendinosas, com dor como característica dominante. \*\*Classificação\*\*: \- \*\*Relativamente ao local anatómico\*\*: \- Tendinite de inserção \- Tendinite do corpo \- Peritendinite \- \*\*Relativamente à dor e função (Classificação de Blazine) \*\*: \- Grau I: Dor não impeditiva após desporto ou atividade \- Grau II: Dor no início da atividade que desaparece com o movimento \- Grau III: Dor permanente, não impedindo, mas diminuindo a capacidade \- Grau IV: Dor impeditiva/incapacitante \- Grau V: Dor + Rotura \*\*Causas das Tendinites\*\*: \- \*\*Intrínsecas\*\*: \- Desidratação, outros problemas alimentares \- Endócrinas \- Morfotipo \- Idade \- Alteração dos membros inferiores \- \*\*Extrínsecas\*\*: \- Gesto técnico dominante (ex: talhante, cabeleireiro, jogador de ténis) \- Metodologia de treino (no desporto) \- Doping, hipermusculação sem o tendão acompanhar o crescimento \- Tipo de piso \- Materiais (ex: calçado) \*\*Exames Complementares\*\*: \- Análises clínicas \- Rx simples \- Ecografia (exame de eleição) \- Diagnóstico clínico: \- Anamnese \- Exame objetivo: Inspeção, Palpação, Observação \*\*Tratamento\*\*: \- Termoterapia: Aplicação de frio (crioterapia) na fase aguda e aplicação de calor na fase sub-aguda \- Anti-inflamatórios \- Agentes físicos \- Correção postural e do calçado \- Em certos casos com indicações específicas: tratamento cirúrgico Fraturas Fratura: Uma fratura é uma quebra na continuidade do osso, definida de acordo com o tipo e extensão. As fraturas ocorrem quando um osso é submetido a uma força superior àquela que pode absorver. Podem ser causadas por golpe direto, forças de esmagamento, movimentos bruscos de torção e até mesmo por contração muscular extrema. Impacto: Apesar do osso ser a parte mais diretamente afetada, na grande maioria das vezes os músculos, as articulações e os tecidos moles também são atingidos. Os vasos sanguíneos e os órgãos internos podem ser lesados pela mesma força que causou a fratura ou pelos fragmentos ósseos da mesma. Quanto à extensão: Completa: Quando o osso quebra transversalmente em toda a sua área. Incompleta: Quando apenas uma parte do osso fraturou. Quanto à lesão que provoca nos tecidos moles: Fechadas: Quando a pele não é perfurada. Expostas: Quando há perfuração da pele. Quanto à localização anatómica dos seus fragmentos: Fratura em galho verde: Um dos lados do osso é quebrado e o outro fica apenas dobrado. Fratura transversa: A fratura é reta através do osso. Fratura oblíqua: O traço de fratura atravessa obliquamente o osso, sendo menos estável que a transversa. Fratura em espiral: A fratura forma uma \"rosca\" em torno do osso, existindo rotação do mesmo. Fratura cominutiva: Quando o osso parte em vários fragmentos. Fratura patológica: Localizada sobre uma área de doença óssea. Fratura intra-capsular: Fratura que ocorre dentro de uma articulação. Tipos de fraturas mais comuns: Fratura da rótula, ou fratura patelar Fratura oblíqua do úmero Fratura do metacarpo distal Manifestações Clínicas das Fraturas: Os sinais e sintomas das fraturas dependem do tipo e da localização. Normalmente, as fraturas são precedidas de uma história de trauma direto ou quedas. Devemos suspeitar de fraturas quando há uma história associada a alguns dos seguintes sinais e sintomas: Dor Parestesias Alteração na coloração da pele Alteração da forma do segmento ou do contorno articular Vítima que refere ter ouvido ou sentido um "estalo" Dor: É o sintoma principal na maior parte das fraturas. É intensa e contínua, diminuindo quando os fragmentos ósseos estão imobilizados. Incapacidade de movimentar o membro lesado: Sinal importante, mas pode não estar presente em algumas fraturas. Encurtamento dos membros e posições características que estes adquirem. Presença de crepitação quando se movimenta e examina o membro. Edema localizado e hematoma. Ferida: Nas fraturas expostas. Fisiologia da Consolidação das Fraturas: Formação do hematoma (A) Formação do complexo de fibrina (B) Invasão de osteoblastos (C) Formação do calo ósseo (D) Remodelação do osso (E) Tempo de Consolidação das Fraturas: Muitos fatores influenciam a velocidade da consolidação das fraturas, incluindo: Tipo de fratura Local da fratura Tipo de osso fraturado Idade do doente As fraturas dos ossos da pelve e da omoplata consolidam com maior rapidez. As fraturas das epífises, onde o osso é mais vascularizado e esponjoso, cicatrizam mais rapidamente que as fraturas das diáfises. A sustentação do peso do corpo, logo que possível, estimula a consolidação das fraturas estáveis. Tempo Médio de Imobilização Necessária para a Consolidação de Algumas Fraturas: Clavícula: 6-10 semanas Bacia: 6 semanas Corpo do fémur: 18 semanas Supracondiliana do fémur: 12-15 semanas Princípios do Tratamento das Fraturas: Cuidados ao acidentado, imobilização e transporte para o hospital. Diagnóstico. Redução. Imobilização. Reabilitação. Métodos para Obter a Redução de uma Fratura: Redução Fechada: Manipulação direta do membro afetado através de tração manual para alinhar os fragmentos ósseos. Geralmente, são necessárias duas pessoas para realizar o procedimento. O doente deve ser ligeiramente sedado para relaxar os músculos e aliviar a dor. Após a redução, é colocado o gesso e o doente deve realizar RX de controle. Redução através de Tração: Algumas fraturas podem ser tratadas através de métodos de tração. Redução Aberta ou Cirúrgica: Muitas fraturas exigem cirurgia ou redução aberta da fratura. Complicações das Fraturas: Síndrome de Embolia Gordurosa: Após uma fratura dos ossos longos ou da bacia, podem formar-se êmbolos gordurosos que, combinando-se com plaquetas, podem ocluir vasos sanguíneos de órgãos nobres. Alterações da personalidade, irritabilidade, confusão mental ou alterações na respiração devem constituir sinais de alerta. Tromboflebite e Embolia Pulmonar: Diretamente relacionados com a imobilização. Infecção: Principal causa de atraso na consolidação das fraturas. A dor e a febre são os sintomas principais, podendo haver eritema e edema. As fraturas expostas estão mais sujeitas à infecção, podendo ocorrer osteomielite. Atrasos na Consolidação, Pseudartrose e Consolidação Viciosa: Outras complicações resultam do ato cirúrgico, rejeição de material e complicações decorrentes do aparelho gessado. Síndrome de Compartimento: Complicação do traumatismo ou do aparelho imobilizador, no qual o aumento de pressão dentro de um espaço anatómico limitado compromete a circulação e a viabilidade dos tecidos comprimidos. Sinais e Sintomas: Dor espontânea intensa para uma fratura imobilizada. Dor à extensão ou flexão passiva dos dedos da mão ou pé. Edema e cianose ou palidez dos dedos da mão ou pé. Impossibilidade de movimentar os dedos da mão ou pé. Tempo de preenchimento capilar e sub-ungueal aumentado. Ausência de pulso distal. Parestesia, hipostesia ou anestesia da mão ou pé. Avaliação: Palpação Temperatura Pulsos distais Observação da coloração da pele Avaliação do edema, preenchimento capilar, sensibilidade e mobilidade. Exame Físico / História Clínica em Ortotraumatologia Avaliação: Identificar respostas humanas às situações de saúde e doença e às transições que a pessoa vive em cada momento. Efetuar diagnóstico nas alterações da atividade musculosquelética. Estratégias e Instrumentos de Avaliação: Observação: Coloração, tumefação, alinhamento, alterações da postura e da marcha. Palpação: Tumefação, dor, edema, alterações da temperatura. Medição: Perímetro, comprimento, amplitude articular, força (goniómetros, dinamómetros, fita métrica), sempre em comparação com o membro contralateral. Escalas e Índices: Dor, dependência, funcionalidade. Avaliação da Dor e Função Neurológica/Neurovascular: Sensibilidade: Parestesia, hipostesia. Vascular: Coloração, tempo de enchimento capilar, temperatura, pulsos distais História Clínica: Idade: Indicador de problemas comuns associados a determinado grupo etário. Idosos têm risco aumentado de quedas com consequências agravadas pela osteoporose, enquanto jovens têm maior risco de traumatismos devido a acidentes de viação e de trabalho. Idade/Sexo: Com o envelhecimento, o tecido conjuntivo perde elasticidade e resiliência. Há perda de massa, tónus e força muscular. Especialmente as mulheres têm perda de densidade óssea. Por volta dos 70 anos, uma mulher perdeu cerca de 50% da parte cortical periférica. Os homens têm perdas ósseas mais tarde e mais lentamente do que as mulheres. História Familiar e Psicossocial: Sistemas de suporte familiar e social Relação com os outros Eficácia para lidar com o stress Tipo de habitação (escadas, acessibilidade, barreiras arquitetónicas) Estilos de vida do doente Profissão no passado e no presente Prática de exercício físico e frequência Uso de tabaco, álcool ou drogas ilícitas Hábitos alimentares Avaliação das Atividades de Vida Diária (AVD): Banho Vestir e despir Eliminação Sono e repouso Locomoção Avaliar grau de dependência em cada AVD e a necessidade de uso de dispositivos de ajuda/compensação. Índice de Barthel Modificado: Classificação: 05-09: Grave 10-14: Moderado 15-19: Ligeiro Presença de Outras Alterações/Revisão dos Sistemas: Alergias conhecidas Medicamentos Hábitos de sono e repouso Visão e audição Peso e Índice de Massa Corporal (IMC) Comorbilidades (respiratórias, cardiovasculares, hematológicas, etc.) Internamentos anteriores Avaliação da Função Sensorial: Pesquisa do Sinal de Laségue: Quando o doente está em decúbito dorsal com os membros inferiores apoiados sobre uma superfície plana, o nervo ciático e suas raízes estão perfeitamente distendidas. À medida que se eleva o membro, o tendão fica submetido a uma tensão crescente. Esta manobra é dolorosa em indivíduos com compressão radicular ou hérnia discal ao nível de L4-L5, surgindo o sinal de Laségue à flexão até 60º. Avaliação da Função Ligamentar: Pesquisa dos Movimentos de Gaveta dos Ligamentos Cruzados: Gaveta Anterior: Possível lesão do ligamento cruzado anterior. Gaveta Posterior: Possível lesão do ligamento cruzado posterior. Terminologia da Mobilidade Articular: Flexão: Movimento que diminui o ângulo entre duas partes do corpo. Extensão: Movimento que aumenta ou alinha o ângulo formado por uma articulação entre duas partes do corpo. Abdução: Movimento lateral de um segmento do corpo com afastamento em relação à linha média. Adução: Movimento lateral de um segmento do corpo com aproximação à linha média. Rotação: Rotação de uma extremidade em torno do seu eixo, de modo a rodar a extremidade do osso até ao seu limite. Pesquisa da Amplitude Articular: A amplitude de movimento é o grau máximo de movimento de que é capaz uma articulação. Avaliação da Marcha: Tamanho do Passo: Avaliar a regularidade e a simetria dos passos. Largura da Base de Sustentação: Verificar se a base de sustentação é adequada para manter o equilíbrio. Equilíbrio: Observar a capacidade de manter o equilíbrio durante a marcha. Coordenação: Avaliar a coordenação dos movimentos durante a marcha. Postura Corporal: Verificar a postura geral do corpo durante a marcha. Auxiliares da Marcha: Bengala Muletas axilares Canadianas Andarilho Alterações Anatómicas: Cifose: Curvatura excessiva da coluna torácica. Escoliose: Curvatura lateral da coluna vertebral. Teste de Adams: Teste utilizado para detectar escoliose. Lordose: Curvatura excessiva da coluna lombar. Exames de diagnóstico Radiografia: Exame diagnóstico mais comum usado no aparelho locomotor. Usado para esclarecer a presença de um problema musculoesquelético, acompanhar a sua evolução e avaliar a eficácia dos tratamentos efetuados (RX de controle). Utiliza habitualmente as seguintes incidências: anteroposterior, posteroanterior e lateral ou de perfil. Na requisição deve estar indicado que articulação ou segmento deve ser sujeito a RX. Em casos graves, todo o esqueleto pode ser radiografado para não passar despercebida qualquer fratura. Tomografia Axial Computorizada (TAC): Capta anomalias nas estruturas normais, muito utilizada no diagnóstico de patologias da coluna ou na avaliação da articulação da anca antes de uma artroplastia. Cuidados de Enfermagem (RX e TAC): Retirar todos os objetos radiopacos. Transferir o doente da cama para a maca ou mesa de RX/TAC segundo as técnicas de transferências entre superfícies. Explicar ao doente os procedimentos para obter a sua colaboração na posição a adotar. Realizar os posicionamentos com cuidado para não agravar a dor. Ressonância Magnética (RMN): Técnica imagiológica que produz imagens tomográficas utilizando forças magnéticas, em vez de raios X. As imagens produzidas são mais rigorosas do que as obtidas pela TAC, permitindo diferenciar os tecidos moles e visualizar órgãos, músculos, ligamentos e tumores. Os doentes devem saber que o exame não é doloroso e não exige preparação especial, mas devem remover objetos metálicos como jóias ou ganchos de cabelo. Análises Clínicas/Testes Serológicos: Enzimas Musculares Séricas (Ex: CPK-Creatinina Fosfoquinase): Elevadas na presença de doenças miopáticas (musculares). Velocidade de Sedimentação Eritrocitária: Aumento indica presença de inflamação. Hematócrito: Indivíduos com doença sistémica do tecido conjuntivo frequentemente possuem anemia. Cálcio Sérico: A imobilidade e a desmineralização do osso causam aumento do cálcio sérico. Proteína C Reativa: Usada como fator não-específico de infeção e inflamação, geralmente no diagnóstico de artrite reumatoide. Níveis de Ácido Úrico: Útil no diagnóstico e decisões relativas ao tratamento da gota. Artrocentese (Punção Articular): Método destinado a aspirar líquido sinovial, sangue ou pus através de uma agulha ou cateter introduzido na cavidade articular. Utilizada para fins de diagnóstico (exames analíticos ao líquido retirado) ou terapêutica (aliviar a pressão ou dor articular, administração intra-articular). Indicações para Artrocentese de Diagnóstico: Avaliação de artrite monoarticular Avaliação de suspeita de artrite séptica Avaliação de derrame articular Identificação de fratura intra-articular e desgaste ligamentar Identificação de artropatia cristal Indicações para Artrocentese Terapêutica: Alívio da dor por diminuição da tensão dentro da articulação Drenagem de derrame Injeção de medicamentos (antibióticos, corticosteróides, anestésicos, viscossuplementação) Contraindicações Relativas: Celulite que cobre a região da articulação Lesão cutânea ou dermatite sobre a articulação Bacteriémia conhecida Osteomielite adjacente Doente hipocoagulado Prótese articular Procedimento: Técnica invasiva que requer técnica asséptica. Preferencialmente, a articulação do joelho é escolhida para fins diagnósticos. O doente pode apresentar alguma dor durante a inserção da agulha, sendo utilizada anestesia local. Material Necessário: Cateter de bom calibre (nº 14/ nº 16) Seringa de 20cc Tubos estéreis para exames laboratoriais (se necessário) Campo estéril com janela Compressas esterilizadas Soluto desinfetante Cuvete reniforme Anestésico Ligadura elástica de 15cm Cuidados Pós-Artrocentese: Colocação de uma ligadura e, por vezes, aplicação de gelo. Evitar exercício físico por alguns dias. Uso de auxiliares da marcha para tolerar melhor a dor. Análise do Líquido Sinovial: Estudo microscópico e da composição bioquímica Cultura e identificação de microrganismos Deteção e identificação de cristais Características macroscópicas do líquido sinovial devem ser observadas no momento da colheita. Geralmente, o líquido tem cor amarelo citrino e aspecto oleoso. Alterações podem fazer o líquido aparecer turvo, com pequenos cristais ou sanguinolento (hemartrose) Artroscopia: Técnica importante de diagnóstico e terapêutica para a gestão de doenças da articulação. Indicada para o diagnóstico de doenças dos tecidos moles quando a etiologia dos sintomas é desconhecida, assim como para o tratamento de algumas patologias, geralmente após falha das medidas conservadoras. Útil no tratamento de alterações intra-articulares resultantes de trauma, doenças degenerativas, inflamatórias ou neoplásicas. Indicações para Artroscopia de Diagnóstico: Dor inexplicável, edema, rigidez, instabilidade Bloqueio e crepitação Indicações para Artroscopia Terapêutica: Lesão articular Lesões dos tecidos moles Choque pós-traumático dos tecidos moles Impacto ósseo Artrofibrose Instabilidade Fixação de fratura Sinovite Corpos livres Tendinite Osteófitos Defeitos osteocondrais Artrodese Artrite séptica Contraindicações: Absolutas: Infeção local dos tecidos moles Doença degenerativa grave da articulação Deficiente vascularização do membro Relativas: Doença degenerativa articular moderada Edema grave Vantagens: Visualização direta da articulação e exploração de cada elemento componente. Cicatriz mínima e pós-operatório rápido, reduzindo o tempo de internamento e permitindo retorno rápido à atividade profissional. Desvantagens: Método invasivo com riscos associados. Possíveis complicações como erros decorrentes da técnica cirúrgica, distrofia da rótula e infeção. Intervenções de Enfermagem Antes da Artroscopia: Explicar o procedimento ao doente e família, respondendo a dúvidas. Instruir o doente a ficar em jejum desde a meia-noite do dia anterior (exceto se realizado com anestesia local). Instrução e treino no uso de meios auxiliares de marcha (muletas canadianas). Intervenções de Enfermagem Após a Artroscopia: Proporcionar alívio da dor. Aplicação de gelo, compressão e elevação. Vigilância do penso operatório, talas e/ou ligaduras. Vigilância de sinais neurovasculares. Iniciar mobilização ativa dos outros segmentos após o retorno da sensibilidade. Mobilizar os dedos da extremidade do membro intervencionado. Efetuar os registos necessários. Cuidados Pós-Artroscopia: Avaliação das feridas cirúrgicas após uma semana, com retirada da tala e colocação de meia de compressão ou cinta suporte. Suporte do peso permitido quando tolerado (geralmente após 3 semanas para tecidos moles e 6-8 semanas para procedimentos ósseos). Fisioterapia iniciada em 2-3 semanas após a cirurgia. Atividades desportivas podem ser retomadas após 6 semanas. A pessoa com Patologia Reumática As doenças reumáticas afetam o aparelho locomotor, causando dor, limitação da mobilidade e incapacidade funcional. Embora apresentem predominantemente manifestações no sistema musculoesquelético, um subgrupo (artropatias inflamatórias) também apresenta sintomas sistémicos, tanto gerais quanto específicos de diversos órgãos ou sistemas. Anamnese: Dor articular Rigidez articular Limitação da mobilidade (ativa e passiva) Tumefação articular Fadiga Alterações na marcha Deformações ósseas e/ou articulares Lesões cutâneas Dor à pressão Outros sintomas Diagnóstico Diferencial: Realizado com base na anamnese e exame físico. Exames Complementares de Diagnóstico: Laboratoriais: Velocidade de sedimentação Proteína C-reativa Hemograma Uricémia / uricosúria nas 24h Fatores reumatóides Anticorpos antinucleares Frações do complemento HLA-B27 Imagiologia: RX antero-posterior e perfil das articulações afetadas Ecografia dos tecidos moles periarticulares Em reumatologia, a história clínica e o exame objetivo fornecem mais dados para o diagnóstico do que os exames complementares, pois a maioria deles não são específicos para estas patologias. Patologias Reumáticas: Osteoartrose Fibromialgia Doenças Reumáticas Periarticulares: Ombro Cotovelo Punho e mãos Síndrome do túnel cárpico Bursite trocantérica Bursite anserina Fasciíte plantar Raquialgias: Cervicalgia Dorsalgia Lombalgia Osteoporose Artrite Inicial Artropatias Inflamatórias: Artrite reumatóide Espondilartropatias Espondilite anquilosante Doenças Reumáticas Sistémicas: Lúpus eritematoso sistémico Gota Úrica e Outras Artropatias Microcristalinas Artrites Infantis Vasculites Sistémicas Síndrome do Túnel Cárpico: A mais frequente das síndromes de compressão nervosa periférica. Inflamação do punho ou aumento do tamanho dos tendões no túnel cárpico pode aumentar a pressão dentro do túnel e comprimir o nervo mediano. Sinais e Sintomas: Parestesias Diminuição da força muscular da mão Diminuição da sensibilidade na face palmar dos 3 primeiros dedos e metade do quarto. Sintomas frequentemente irradiam para o antebraço e braço. Teste positivo na manobra de Phalen (flexão máxima dos punhos mantida por no mínimo um minuto, desencadeando parestesias e dor). Ocorrência de formigueiro sem dor após percussão na superfície flexora do punho (manobra de Tinnel). Atrofia da iminência tenar. Tratamento: Repouso Anti-inflamatórios orais e tópicos Fisioterapia e agentes físicos Cirurgia Cuidados Pós-Operatórios: Explicar a importância da imobilização com ligadura. Avaliar presença de edema e sinais inflamatórios. Pesquisa de sinais neurovasculares. Fisioterapia. Osteoporose: A osteoporose é a mais frequente doença óssea humana, caracterizada pela redução da massa óssea e degradação da sua microestrutura, resultando na fragilização dos ossos e aumento do risco de fraturas. Como doença esquelética sistémica, pode originar fraturas em qualquer osso, mas as mais frequentes são nas vértebras (dorsais e lombares), extremidade distal do rádio e proximal do fémur. Evolui sem sintomas ou sinais até ocorrer a primeira fratura, que condiciona morbilidade, incapacidade, mortalidade aumentada (sobretudo fraturas do fémur e vértebras) e pesados encargos económicos. Diagnóstico: Densitometria óssea (DEXA). Afeta sobretudo mulheres após a menopausa e idosos de ambos os sexos. Tratamento: Objetivos: Aliviar os sintomas (dor e dificuldade de mobilização). Melhorar a qualidade de vida. Evitar/reverter a perda de osso. Prevenir fraturas. Prevenir quedas (manutenção da forma física, alerta, equilíbrio, audição e visão, redução dos obstáculos ambientais). Medicamentos: Bisfosfonatos: Inibem a reabsorção óssea, sendo os mais utilizados. Moduladores seletivos dos receptores de estrogénios (SERM\'s): Exercem ação semelhante à dos estrogénios, inibindo a reabsorção óssea. Terapêutica hormonal de substituição (THS): Administração de hormonas sexuais femininas (estrogénios, progesterona) cuja produção diminui na menopausa. Calcitoninas: Inibem a reabsorção óssea. Outros medicamentos que atuam no osso e no metabolismo ósseo. Aumento da ingestão de alimentos ricos em cálcio e vitamina D, suplementos quando necessário, e aumento do nível de atividade física complementam a terapêutica farmacológica. Recomendações Gerais: Ingestão adequada de cálcio e vitamina D para todas as idades e ambos os sexos (suplementação de 400 a 800 UI/dia só para indivíduos em risco). Prática regular de exercício físico de carga e fortalecimento muscular adequados a cada idade e sexo: Exercícios com carga: marcha, dança e aeróbica de baixo impacto. Exercícios com resistência: usando pesos livres, aparelhos ou fitas de borracha. Evitar o consumo de tabaco e, se consumir álcool, fazê-lo de forma ligeira e moderada. Manutenção dos níveis adequados de estrogénios nas mulheres de todas as idades (incluindo THS após a menopausa). Artrite Reumatóide (AR): Doença reumática inflamatória crónica que se manifesta por poliartrite simétrica aditiva, inicialmente afetando punhos, articulações MCF e IFP das mãos, MTF e IFP dos pés, e posteriormente joelhos, cotovelos, ombros, TT, ATM, coxofemorais e coluna cervical, com rigidez matinal prolongada. Etiologia desconhecida, mas fatores genéticos e imunes parecem predispor ao aparecimento da doença. Fisiopatologia: Caracteriza-se por hiperplasia e hipertrofia da membrana sinovial, infiltrada por linfócitos, plasmócitos, fibroblastos e outras células, assumindo um papel erosivo com destruição da cartilagem articular e do osso subcondral. A membrana sinovial reumatóide hiperplasiada e hipertrofiada é chamada de panus. Sinais e Sintomas: Fase Inicial: Rigidez matinal, especialmente das mãos. Artrites metacarpofalângicas. Edema em 2-3 articulações com dor à mobilização por mais de 3 semanas. Caráter bilateral e simétrico do envolvimento articular. Envolvimento das metatarsofalângicas. Dor nas MCF e IFP ao apertar a mão. Fase das Deformações: Dedos em fuso, botoeira ou pescoço de cisne. Desvio cubital dos dedos (mão em rajada de vento). Mão em dorso de dromedário. Polegar em Z. Subluxação das metatarsofalângicas. Manifestações Sistémicas: Podem ocorrer manifestações sistémicas, mas não foram detalhadas aqui. Tratamento: AINEs em dose eficaz (ex.: diclofenac, naproxeno, nimesulide, ibuprofeno, meloxicam, rofecoxib, celecoxib). Glicocorticoides. Analgésicos. Medicamentos modificadores do curso da doença: Metotrexato, Sulfassalazina, Hidroxicloroquina, Leflunomida, Azatioprina, Ciclosporina, D-penicilamina, Sais de ouro. Agentes biológicos: Proteínas (incluindo anticorpos) que bloqueiam moléculas causadoras de inflamação. Cuidados de Enfermagem: Ensino ao doente/família: Controlo do regime terapêutico e vigilância dos efeitos secundários (AINEs, corticosteróides e imunossupressores). Alternar exercício com repouso. Posicionamentos de conforto. Aplicação de calor e frio para diminuir a dor e melhorar a mobilidade articular. Lúpus Eritematoso Sistémico (LES): Doença reumática auto-imune caracterizada pelo envolvimento de múltiplos órgãos e sistemas. Evolui por surtos frequentemente separados por intervalos livres de queixas. Afeta cerca de 10.000 pessoas em Portugal, sendo mais frequente no sexo feminino na proporção de 9 para 1. O primeiro surto surge entre os 15 e os 30 anos. Etiologia: Desconhecida, provavelmente multifatorial: Infecções Fármacos Hormonas Radiações ultravioletas Terreno geneticamente favorável Produção de auto-anticorpos Formação de imunocomplexos Inflamação Imunidade celular deprimida, levando a infecções oportunistas Manifestações Clínicas: Articulares: Artrite não erosiva e raramente deformante (migratória) Artralgias sem outros sinais inflamatórios Mialgias Tenossinovites Necrose avascular Hematológicas: Linfopenia Anemia Leucopenia Trombocitopenia Dermatológicas: Alopécia Fotossensibilidade Rash malar em asa de borboleta (presente em 50% dos casos) Eritema generalizado Aftose oral Vasculite Fenómeno de Raynaud Nódulos subcutâneos Lúpus discóide Renais: Proteinúria Cilindrúria Insuficiência renal Síndrome nefrítica Cardiovasculares: Pericardite (geralmente com derrame) Fenómenos tromboembólicos Cardiomiopatia Endocardite Enfarte agudo do miocárdio Insuficiência mitral Neurológicas e Psiquiátricas: Cefaleias Depressão Mononevrite múltipla Polineuropatia AVC Convulsões Coreia Ataxia Pulmonares: Derrame pleural Fibrose intersticial Atelectasias Pneumonite Reticuloendotelial: Adenomegalias (esplenomegalia, hepatomegalia) Oculares: Queratoconjuntivite Vasculite retiniana Uveíte Tratamento: Geralmente para tratamento da sintomatologia: AINEs Analgésicos Glicocorticoides Imunossupressores e citotóxicos Cuidados de Enfermagem: Manter a integridade da pele: Evitar a exposição ao sol e outras fontes de radiação ultravioleta Uso de cremes opacos à radiação UV Cuidados com aplicação de fármacos tópicos nas lesões cutâneas Higiene cuidada Ensino ao doente/família: Controlo do regime terapêutico e vigilância dos efeitos secundários (AINEs, corticosteróides e imunossupressores) Alternar exercício com repouso Posicionamentos de conforto Aplicação de calor e frio para diminuir a dor e melhorar a mobilidade articular Medidas gerais de melhoria da qualidade de vida Gota Úrica: Doença articular inflamatória (artrite) causada pelo depósito de urato de sódio nas articulações, principalmente no hálux. Gota Primária: Alteração genética do metabolismo das purinas que leva a uma elevada produção de ácido úrico e retenção deste. Gota Secundária: Hiperprodução de ácido úrico secundária ao aumento do catabolismo das purinas, bem como a hipoexcreção de ácido úrico associada a outra doença ou como consequência da medicação. Epidemiologia: Mais frequente nos homens do que nas mulheres. Maior incidência a partir dos 50 anos. Tendência genética para desenvolver a gota úrica (85%). Afeta 2% da população mundial. Fisiopatologia: Fatores de Risco: Fatores hereditários Obesidade Consumo excessivo de álcool Dieta rica em purinas Diabetes mellitus Insuficiência renal Desidratação Acidose Deposição de cristais de urato no tecido sinovial, levando a inflamação. Presença de dor intensa, edemas e eritemas nas articulações. Lesão renal associada a litíase, como consequência da concentração de ácido úrico. Presença de tofos e depósitos de urato monosódico nos tecidos. Sintomatologia: Artrite iniciada durante a madrugada. Inflamação articular (calor, rubor, edema e dor). Afeta principalmente o hálux. Hiperuricemia (aumento dos níveis de ácido úrico no sangue). Diagnóstico: História e sintomas relatados pelo paciente. Exames laboratoriais (ácido úrico, ureia). Artrocentese para pesquisa de cristais. Verificação da presença/ausência de tofos. Tratamento e Prevenção: Tratamento: Anti-inflamatórios não esteroides. Colchicina (forma oral ou intravenosa). Corticosteroides. Repouso e imobilização da articulação afetada. Aplicação local de frio. Prevenção: Evitar álcool. Evitar alimentos ricos em purinas: Carnes: bacon, porco, vitela, cabrito, carneiro, miúdos (fígado, coração, rim, língua). Peixes e frutos do mar: salmão, sardinha, truta, bacalhau, ovas de peixe, caviar, marisco, ostra, camarão. Aves: peru e ganso. Bebidas alcoólicas. Ensino ao Doente/Família: Reconhecer sintomas precocemente. Terapêutica. Motivar o doente para possível perda de peso e modificações dos hábitos de vida. Ingestão de cerca de 2-3L de água por dia. Reduzir alimentos ricos em purinas. Controlo da hiperuricemia. Promover conforto. Repouso absoluto até a dor cessar. Cuidados ao paciente com imobilização gessada Gesso convencional: ligadura de gaze, impregnada por crinolina e com sulfato de cálcio em pó (cristais de gesso), ao entrar em contato com a água, sofre uma alteração de estado. A cristalização do gesso produz um envoltório rígido, essencial para os objetivos do tratamento Secagem: A velocidade de reação do gesso depende da temperatura da água utilizada ou da temperatura ambiente. A secagem inicia cerca de 5 minutos após ser molhado, atingindo consistência e eficácia total em 24 a 48 horas. Após aplicado, o gesso não deve ser tapado Gesso Seco: Seco Branco Brilhante Permite a transpiração Inodoro Rígido Gesso Molhado: Aspecto opaco Acinzentado Macio à percussão Odor a mofo Depois do primeiro período de secagem, o gesso não deve ser molhado, pois há risco de se fragmentar. Desvantagens do Gesso Convencional: Peso em geral Tempo de secagem Menor consistência Cuidado para não molhar Vantagens do Gesso Convencional: Custo (€) Permite mais tempo de manobra Permite gispsotomias (secção total ou parcial do gesso) Peso é fundamental em gessos pendentes Mais fácil de retirar no domicílio (se cianose, palidez, parestesias) Gesso Sintético: Composto por fibras de vidro impregnadas com resina de poliuretano em bobines. Vantagens: Secagem rápida (30 minutos). Maior consistência. Resistência à água depois de seco. Radio transparência. Desvantagens: Permite cerca de 5 minutos para execução após ser molhado. Mais dificuldade em ser retirado. Inflamável. Requer mais perícia na execução. Não permite correções posteriores. Pode ser mais agressivo, macerando a pele ou as proeminências ósseas. Por ser mais leve, pode não ser tão eficaz nos gessos pendentes. Finalidades dos Aparelhos Gessados: Embora possam ser aplicados sobre o tronco, são frequentemente utilizados nas extremidades. Imobilização Prevenção ou correção de deformidades Manutenção, apoio e proteção para realinhar um osso Promover a solidificação óssea Tipos de gesso Talas Gessadas: \"Meios gessos\" Só envolvem uma das metades do membro (anterior ou posterior) Sustentadas com ligaduras de gaze ou elásticas Gessos Fechados: Envolvimento total e circular de um membro ou parte dele Gessos Funcionais: Permitem a mobilidade articular envolvida na lesão (joelho ou cotovelo) Exemplo: Sarmiento -- perneira com apoio articulado do pé Espicas Gessadas: Correção da luxação congénita da anca (ex.: calção gessado) Tratamento de fraturas do fémur em crianças (ex.: pelvipodálico) Materiais Necessários (Sala de Gessos): Ligaduras de algodão e malha ortopédica Ligaduras de gesso Água quente (±20ºC) Luvas Colocação de Talas Gessadas: Aplicar imobilizações com talas gessadas é um procedimento de enfermagem. Escolher a ligadura de gesso e medir o comprimento da tala sobre o algodão colocado. Desdobrar a ligadura numa superfície rígida. Calçar luvas e molhar a tala em água morna, retirando o excesso de água. Colocar a tala no segmento articular, adaptando-a. Enrolar uma ligadura de pano ou elástica por cima da tala. Deixar secar durante cerca de 5 minutos. Pesquisar sensibilidade e mobilidade distal. Posicionar o membro e fazer ensinos ao doente. Complicações dos Aparelhos Gessados: Tumefação da Parte Gessada ou Dano Vascular: Pressão na extremidade gessada pode reduzir o fluxo sanguíneo, produzindo isquemia dos tecidos moles, manifestada por: Ausência de pulso Palidez ou cianose, pele fria Dor, tumefação ou edema doloroso Parestesias Dano Neural: Pressão sobre proeminências ósseas onde passam nervos pode causar: Dor persistente e localizada Parestesias Formigueiros, dormência ou sensação de pressão profunda Infecções da Pele: Podem variar desde micoses a necrose tecidular, manifestadas por: Cheiro desagradável Drenagem pelo aparelho gessado ou por uma janela do gesso Elevação da temperatura corporal Síndrome Compartimental: Compromete a circulação e a função dos tecidos dentro do compartimento, manifestado por: Perda de movimento Perda de sensibilidade Ausência de pulso Diagnósticos de Enfermagem: Potencial para alterações circulatórias periféricas relacionadas com a pressão, manifestadas por edema. Potencial para alterações na integridade cutânea relacionada com a compressão dos tecidos e saliências ósseas, manifestadas por sensibilidade alterada, úlceras de pressão ou necrose tecidular. Desconhecimento por parte do doente dos esquemas terapêuticos e AVD. Objetivos dos Cuidados de Enfermagem: Manter circulação adequada e despistar alterações das extremidades. Manter a integridade cutânea. Promover elevação das extremidades para facilitar circulação e favorecer retorno do edema. Exercícios de mobilização para reabilitação precoce. Intervenções para Prevenir ou Aliviar a Tumefação: Elevação do membro gessado. Pedir ao doente para exercitar os dedos. Colocar bolsas de gelo em redor do aparelho gessado (nas primeiras 24 horas após a colocação do gesso). Caso estas medidas não resultem, avisar o médico e aliviar ou substituir o gesso. Extração de Aparelhos Gessados: Utiliza-se uma serra elétrica de disco vibratório. Pode ser efetuada uma janela terapêutica (preferencialmente circular ou oval) que permite a execução de pensos ou a inspeção da pele. Depois de efetuada a janela, esta deve ser sempre fechada. Coluna vertebral O disco intervertebral é uma estrutura fibrocartilaginosa localizada entre as vértebras, funcionando como amortecedor e permitindo a mobilidade da coluna Núcleo Pulposo: Material com consistência gelatinosa que tem como função amortecer as forças de compressão. Anel Fibroso: Estrutura ligamentar que envolve o núcleo pulposo e desempenha um papel importante na estabilização da coluna Fratura da Coluna Cervical, Torácica e Lombar: Fratura da Coluna Cervical: Geralmente resulta de traumatismos de grande energia, como acidentes de carro ou quedas. Pode causar dor intensa, dificuldade de movimentação e, em casos graves, lesões neurológicas, tratamento tracção cervical por cabresto ou colete cervical. Fratura da Coluna Torácica: Comum em acidentes de alta energia e em idosos com osteoporose. Pode causar dor nas costas, dificuldade de movimentação e, se a medula espinhal for afetada, sintomas neurológicos. Fratura da Coluna Lombar: Frequentemente causada por traumas de alta energia ou osteoporose. Pode resultar em dor intensa, dificuldade de movimentação e sintomas neurológicos se a medula espinhal for afetada. Hérnia Discal: Ocorre quando o núcleo pulposo do disco intervertebral prolapsa através do anel fibroso, comprimindo estruturas nervosas próximas. Sintomas: Dor, dormência, formigamento e fraqueza muscular na área afetada. Pode causar dor no braço e mão (hérnia cervical) ou na perna e pé (hérnia lombar). Causas: Desgaste natural das vértebras, movimentos repetidos, suporte de cargas excessivas e envelhecimento. Tratamento: Inicialmente conservador, com repouso, anti-inflamatórios, analgésicos e fisioterapia. Em casos graves, pode ser necessária cirurgia O sinal de Lasègue é um teste clínico utilizado para avaliar a irritação do nervo ciático. O teste é positivo quando a elevação passiva da perna estendida do paciente, em decúbito dorsal, provoca dor na região lombar ou ao longo do trajeto do nervo ciático. Vertebroplastia: Procedimento minimamente invasivo onde cimento ósseo é injetado em uma vértebra fraturada para estabilizá-la e aliviar a dor. Cifoplastia: Semelhante à vertebroplastia, mas envolve a inserção de um balão para criar um espaço antes da injeção do cimento ósseo, ajudando a restaurar a altura da vértebra. Artrodese: Fusão de duas ou mais vértebras para eliminar o movimento entre elas, proporcionando estabilidade à coluna. Fusão Vertebral: Técnica cirúrgica que une permanentemente duas ou mais vértebras, utilizando enxertos ósseos e, às vezes, dispositivos metálicos. Laminectomia: Remoção da lâmina (parte posterior de uma vértebra) para aliviar a pressão sobre a medula espinhal ou nervos. Discectomia: Remoção de parte ou todo o disco intervertebral herniado para aliviar a pressão sobre os nervos. Nucleoplastia: Procedimento minimamente invasivo que utiliza energia de radiofrequência para reduzir a pressão dentro de um disco intervertebral herniado, aliviando a dor. A artroplastia do disco vertebral é um procedimento cirúrgico que substitui um disco intervertebral danificado por uma prótese artificial, visando manter a mobilidade da coluna e aliviar a dor. Cuidados de Enfermagem no Pós-Operatório Imediato (24H PO): Monitorização dos Sinais Vitais: Verificar temperatura, frequência cardíaca, pressão arterial e saturação de oxigênio. Avaliação do Estado Respiratório e de Consciência: Avaliar a respiração e o nível de consciência do paciente. Posicionamento Adequado: Colocar o paciente no leito de acordo com a localização da cirurgia. Balanço Hídrico: Checar e aferir as entradas e saídas de líquidos. Avaliação do Curativo Cirúrgico: Verificar evisceração, hemorragias locais, vermelhidão, etc. Controle da Dor: Administrar analgésicos conforme prescrição médica. Prevenção de Complicações: Promover a deambulação precoce e realizar a troca do curativo. Cuidados de Enfermagem 48H PO: Continuação da Monitorização dos Sinais Vitais: Verificar regularmente os sinais vitais. Avaliação do Curativo e Ferida Cirúrgica: Observar sinais de infecção, sangramento ou outras complicações. Mobilização e Exercícios: Incentivar a mobilização precoce e exercícios respiratórios. Controle da Dor: Continuar a administração de analgésicos conforme necessário. Avaliação do Estado Geral do Paciente: Monitorar a recuperação e identificar possíveis complicações. Ensino para a Alta: Orientações sobre Medicação: Explicar a importância de seguir a prescrição médica e os possíveis efeitos colaterais. Cuidados com o Curativo: Ensinar como cuidar do curativo e identificar sinais de infecção. Atividades e Restrição de Movimentos: Orientar sobre as atividades permitidas e restrições de movimentos. Dieta e Hidratação: Recomendar uma dieta equilibrada e a ingestão adequada de líquidos. Sinais de Alerta: Informar sobre os sinais de alerta que devem ser comunicados ao médico, como febre, dor intensa, vermelhidão ou inchaço. Consulta de Seguimento: Agendar e lembrar a importância das consultas de seguimento. Artroplastia da Anca: Indicações: Coxartrose Artrite reumatóide Fraturas da extremidade proximal do fémur Problemas resultantes de doenças que afetam a anca (ex.: Espondilite Anquilosante) Sintomas: Dor com ritmo mecânico, agravada ao longo do dia com movimentos e esforços, melhorando com repouso. Rigidez articular, especialmente ao iniciar movimentos e ao acordar. Crepitação ao movimentar as articulações. Diminuição da sensibilidade e mobilidade. Protuberâncias e deformações ósseas em estados avançados. Alteração do alinhamento das extremidades. Fraturas da Extremidade Proximal do Fémur: Tipos: Trocantéricas: Situadas na área limitada acima pela linha intertrocantérica e, abaixo, pelo limite distal do pequeno trocanter. Do Colo: Situadas entre a cabeça e a área trocantérica. Subdividem-se em subcapitais, transcervicais e basicervicais. Subtrocantéricas: Ocorrem no segmento entre o limite inferior do pequeno trocanter e um nível 5 cm abaixo dele. Epidemiologia: Mais frequentes em pessoas de idade avançada, especialmente mulheres devido à osteoporose. Afetam cerca de 2% da população mundial. Sintomatologia: Dor intensa. Incapacidade funcional. Encurtamento e rotação do membro afetado. Tratamento: Conservador: Uso de coletes, colar cervical ou gesso em casos de fraturas sem lesões na medula espinhal. Medicamentos: Analgésicos e anti-inflamatórios para alívio da dor. Cirurgia: Necessária em fraturas graves ou quando a medula espinhal é afetada. Pode incluir a estabilização com parafusos e barras, e a descompressão de estruturas neurológicas Prótese Total da Anca (PTA): A Prótese Total da Anca (PTA) é um procedimento cirúrgico que substitui os componentes articulares da articulação coxofemoral. Este procedimento é indicado para tratar condições como coxartrose, artrite reumatóide, fraturas da extremidade proximal do fémur e problemas resultantes de doenças que afetam a anca, como a espondilite anquilosante. Componentes da Prótese: Acetábulo: Substituído por uma peça côncava de polietileno, conhecida como componente acetabular da prótese. Colo e Cabeça do Fémur: Substituídos por uma peça com extremidade proximal esférica e uma haste preparada para ser introduzida no canal medular do fémur. Tipos de Próteses: As próteses atuais são feitas de materiais biocompatíveis, como polietileno de alta densidade, cobalto, cromo-titânio e polimetilmetacrilato. Complicações Pós-Operatórias: Infecção Rejeição Luxação da prótese A amputação é a remoção cirúrgica de uma parte do corpo, geralmente um membro, devido a trauma, doença ou cirurgia. Este procedimento é utilizado para controlar a dor ou tratar uma condição que afeta o membro amputado2. Causas Comuns: Trauma: Acidentes de trânsito, acidentes de trabalho, ferimentos por explosões, entre outros. Doenças Vasculares: Problemas circulatórios, como aterosclerose e diabetes não controlada. Infecções: Infecções graves que não respondem a outros tratamentos. Tumores: Câncer ósseo ou outros tumores malignos. Malformações Congênitas: Defeitos de nascimento que afetam os membros. Reabilitação: Próteses: Dispositivos artificiais que substituem o membro amputado e ajudam na mobilidade e funcionalidade. Fisioterapia: Exercícios e terapias para fortalecer os músculos e melhorar a mobilidade. Apoio Psicológico: Aconselhamento e suporte emocional para ajudar o paciente a lidar com a perda do membro. Espero que isso ajude! Se precisar de mais informações, estou aqui para ajudar. Tipos Congénita-- ausência total ou parcial de uma extremidade de um membro. Adquirida -- perda total ou parcial de uma extremidade de um membro por doença, trauma ou cirurgia. Reimplantação: Implica uma equipa cirúrgica multidisciplinar: Ortopedia Cirurgia vascular Neurocirurgia Só é possível quando a peça amputada é recuperada e transportada em tempo útil Níveis de Amputação: Desarticulação de Ombro: Todo o braço, do ombro para baixo, é retirado. Amputação Transumeral: Entre o ombro e o cotovelo. Desarticulação de Cotovelo: A nível de cotovelo. Amputação Transradial: Abaixo do cotovelo, podendo ser mais próxima do cotovelo ou do punho. Desarticulação do Punho: A nível de punho. Desarticulação Parcial de Mão: Amputação parcial ou completa de partes da mão e/ou dedos. Hemipelvectomia: Toda a perna é amputada, desde a pelve. Desarticulação de Quadril: A pelve permanece, mas todo o fêmur é retirado. Amputação Transfemoral: Amputação do fêmur, podendo ser mais próxima do quadril ou do joelho. Desarticulação de Joelho: Preserva o fêmur, mas retira a patela, tíbia e fíbula. Amputação Transtibial: Retirada parcial ou completa da tíbia e fíbula. Amputação do Pé: Inclui tanto amputação do tornozelo quanto de parte do pé e dedos. Cuidados Pós-Operatórios: Monitorização dos Sinais Vitais: Verificar temperatura, frequência cardíaca, pressão arterial e saturação de oxigênio. Avaliação do Estado Respiratório e de Consciência: Avaliar a respiração e o nível de consciência do paciente. Posicionamento Adequado: Colocar o paciente no leito de acordo com a localização da cirurgia. Balanço Hídrico: Checar e aferir as entradas e saídas de líquidos. Avaliação do Curativo Cirúrgico: Verificar evisceração, hemorragias locais, vermelhidão, etc. Controle da Dor: Administrar analgésicos conforme prescrição médica. Prevenção de Complicações: Promover a deambulação precoce e realizar a troca do curativo3. Complicações: Infecção: Infecção no local da cirurgia. Hematoma e Hemorragia: Acumulação de sangue ou sangramento excessivo. Trombose Venosa Profunda (TVP): Formação de coágulos sanguíneos nas veias profundas. Dor no Coto: Pode resultar de várias causas, incluindo má cicatrização ou neuromas. Problemas de Cicatrização: Cicatrização lenta ou incompleta. Neuromas: Crescimentos anormais de nervos que podem causar dor intensa. Contraturas: Formação de contraturas que limitam a mobilidade. Problemas de Ajuste com a Prótese: Desafios na adaptação à prótese. Mudanças na Postura e Marcha Traumatismo Crânio-Encefálico (TCE): Definição: Lesão no couro cabeludo, crânio, encéfalo e meninges, causada por mecanismos diretos ou indiretos. Causas Comuns: Acidentes de viação (quase metade dos casos) Quedas Agressões físicas Lesões por armas de fogo Explosões Classificação: Tipo: Abertos (com solução de continuidade) e fechados (sem solução de continuidade) Mecanismo de Ação: Direta (estáticos/dinâmicos) e indireta Morfologia: Fraturas de crânio (lineares, cominutivas, com afundamento) e lesões intracranianas (focais e difusas) Gravidade: Ligeiros (Glasgow 13-15), moderados (Glasgow 9-12) e graves (Glasgow 3-8) Lesões Intracranianas: Hematomas Subdurais (HSD): Agudos, subagudos e crônicos Hematomas Extradurais (HED): Coleção de sangue entre a tábua interna do crânio e a duramater Lesões Axonais Difusas: Perda de consciência prolongada, muitas vezes sem lesão estrutural macroscópica Edema Cerebral: Aumento do volume cerebral por aumento do conteúdo de água Cuidados de Enfermagem: Monitorização dos Sinais Vitais: Verificar temperatura, frequência cardíaca, pressão arterial e saturação de oxigênio Avaliação do Estado Respiratório e de Consciência: Avaliar a respiração e o nível de consciência do paciente Posicionamento Adequado: Colocar o paciente no leito de acordo com a localização da lesão Balanço Hídrico: Checar e aferir as entradas e saídas de líquidos Avaliação do Curativo Cirúrgico: Verificar evisceração, hemorragias locais, vermelhidão, etc. Controle da Dor: Administrar analgésicos conforme prescrição médica Prevenção de Complicações: Promover a deambulação precoce e realizar a troca do curativo3 Intervenções de Enfermagem: Promoção de ventilação adequada Controlo da pressão intracraniana (PIC) Manutenção dos sinais vitais Controlo do equilíbrio hidroeletrolítico Prevenção da infeção Restabelecimento da atividade Promoção de apoio emocional Ensino ao doente/família Instruções para a Alta: Monitorizar sintomas como sonolência, confusão, dificuldade para despertar, vómitos, visão turva, linguagem titubeante, rigidez da nuca, fuga de sangue ou LCR pelo nariz e/ou ouvidos, déficits motores nos membros e convulsões Semiologia Neurológica - Alteração do Estado de Consciência Definição de Consciência: Capacidade de nos darmos conta de nós próprios, da nossa atividade mental e do ambiente. Criação contínua e momentânea de um conhecimento mental que descreve a relação entre o organismo e objetos ou acontecimentos. Alteração do Nível de Consciência: Pode ser causada por múltiplos fatores e exige uma atuação ordenada, rápida e eficaz. Considerada uma urgência médica. Fisiologia: Ativação do córtex por substância reticular do tronco e tálamo. Interrompida fisiologicamente pelo sono e patologicamente por doenças. Formação Reticular: Agregação difusa de neurónios de tamanhos e tipos diferentes. Situa-se entre a substância branca e cinzenta do tronco encefálico. Estende-se dos níveis mais altos da medula ao diencéfalo. Conexões com o cérebro, cerebelo, hipotálamo, sistema límbico, medula e nervos cranianos. Funções da Formação Reticular: Controle da atividade elétrica cortical (sono e vigília). Controle eferente da sensibilidade (inibe ou modula a entrada de dor). Atenção seletiva voluntária e involuntária. Controle da motricidade somática. Córtex Cerebral: Parte mais superficial do encéfalo, constituída por substância cinzenta. Recebe, integra e interpreta a informação sensitiva e sensorial. Organiza comportamentos motores complexos e armazena experiências na memória. Tipos de Alteração da Consciência: Vígil: Responde imediatamente ao mínimo estímulo externo. Letárgico: Estado de sonolência ou inação, necessitando de estímulo mais intenso para acordar. Obnubilado: Indiferença aos estímulos externos, resposta minimamente mantida. Estuporoso: Acorda apenas por estímulos exteriores vigorosos e contínuos. Coma: Nem uma estimulação vigorosa consegue produzir resposta voluntária. Etiologia do Coma: Alterações no córtex cerebral (hemorragia, traumatismos, tumores, síndrome de HIC, overdoses, status epilético, infeções do SNC). Alterações no sistema reticular ativador (lesão compressiva no tronco cerebral, enfarte ou hemorragia no tronco cerebral, lesão do tálamo, depressão do sistema reticular por drogas ou substâncias tóxicas). Diagnóstico do Coma: História clínica, exploração geral e neurológica (nível de consciência, respiração, pupilas, movimentos oculares, sistema motor). Explorações complementares (analítica, imagem, eletroencefalograma, punção lombar). Cuidados de Enfermagem: Monitorização dos sinais vitais. Avaliação do estado respiratório e de consciência. Posicionamento adequado do paciente. Balanço hídrico. Avaliação do curativo cirúrgico. Controle da dor. Prevenção de complicações. Promoção de ventilação adequada. Controle da pressão intracraniana (PIC). Manutenção dos sinais vitais. Controle do equilíbrio hidroeletrolítico. Prevenção da infeção. Restabelecimento da atividade. Promoção de apoio emocional. Ensino ao doente/família. Instruções para a Alta: Monitorizar sintomas como sonolência, confusão, dificuldade para despertar, vómitos, visão turva, linguagem titubeante, rigidez da nuca, fuga de sangue ou LCR pelo nariz e/ou ouvidos, déficits motores nos membros e convulsões. Hipertensão Intracraniana (HIC): Definição: A hipertensão intracraniana é a elevação da pressão dentro do crânio, que pode resultar de um aumento no volume do tecido cerebral, sangue ou líquido cefalorraquidiano (LCR). Causas Comuns: Traumatismos cranianos Tumores cerebrais Hemorragias intracranianas Infecções do sistema nervoso central Edema cerebral Sinais e Sintomas: Cefaleias intensas Vómitos em jato Alterações pupilares Edema da papila Bradicardia Hipertensão arterial Alterações respiratórias (ex.: respiração de Cheyne-Stokes) Alterações da função sensitiva e motora Diagnóstico: Avaliação clínica e neurológica Tomografia Computadorizada (TAC) Ressonância Magnética (RM) Monitorização da pressão intracraniana (PIC) Tratamento: Medidas Gerais: Elevação da cabeceira do leito a 30º Manter a cabeça em posição neutra Controle da ventilação e oxigenação Administração de líquidos e controle metabólico Sedação e analgesia Controle da pressão arterial Medidas Específicas: Drenagem de hematomas Resseção de tumores Derivação do LCR Osmoterapia (uso de manitol) Hiperventilação controlada Uso de barbitúricos Hipotermia induzida Craniotomia descompressiva Cuidados de Enfermagem: Monitorização contínua dos sinais vitais e da PIC Avaliação do nível de consciência Manter vias aéreas permeáveis Posicionamento adequado do paciente Controle da mobilização Controle da ingestão de líquidos Avaliação e controle da drenagem ventricular Prevenção de infecções Apoio emocional ao paciente e à família Complicações: Herniação cerebral Isquemia cerebral Lesão neuronal irreversível Parada respiratória e cardíaca Acidente Vascular Cerebral (AVC): Definição: Comprometimento neurológico focal ou global que ocorre subitamente, com sintomas que persistem por mais de 24 horas ou levam à morte, sem outra causa aparente que não a de origem vascular. Tipos de AVC: AVC Isquêmico: Ocorre devido à oclusão de um vaso sanguíneo cerebral, resultando em isquemia do tecido cerebral. Subtipos: Trombótico: Oclusão do vaso a partir da parede do mesmo (placas de ateroma). Embólico: Oclusão arterial por um corpo estranho (êmbolo) em circulação. AVC Hemorrágico: Hemorragia espontânea dentro ou fora da substância do cérebro, causada por rutura de uma artéria cerebral devido à pressão arterial elevada ou patologia da própria artéria (ex.: aneurisma). Subtipos: Hemorragia Intracerebral: Decorrente da rutura de um vaso pequeno e profundo enfraquecido por hipertensão crônica. Hemorragia Subaracnoideia: Sangramento para o espaço subaracnoideo, geralmente devido à rutura de um aneurisma. Sinais e Sintomas: Fraqueza ou adormecimento de um membro ou de um lado do corpo. Desvio da comissura labial. Alteração da linguagem (fala \"enrolada\" ou dificuldade para se expressar). Perda de visão de um olho ou parte do campo visual de ambos os olhos. Dor de cabeça súbita, semelhante a uma \"pancada\", sem causa aparente, seguida de vómitos, sonolência ou coma. Diagnóstico: História clínica e exame físico. Tomografia Computadorizada (TAC) ou Ressonância Magnética (RM) para determinar a dimensão e o local da lesão e excluir a presença de hemorragia. Ecodoppler da carótida para avaliar o grau de estenose da carótida. Exames laboratoriais para detetar causas tratáveis de AVC e excluir condições que possam simular um AVC. Tratamento: Fibrinólise: Repermeabilização da artéria ocluída e reversibilidade das lesões provocadas pela oclusão arterial (alteplase) até às 4,5 horas após início de sintomas. Trombectomia: Remoção mecânica do trombo que condiciona a oclusão aguda de grande vaso até às 6 horas após início de sintomas. Endarterectomia: Tratamento cirúrgico que elimina da parede da artéria a placa de aterosclerose ou ateroma, normalizando o fluxo de sangue. Cuidados de Enfermagem: Monitorização contínua dos sinais vitais e da pressão intracraniana (PIC). Avaliação do nível de consciência e do estado respiratório. Posicionamento adequado do paciente. Controle da mobilização e da ingestão de líquidos. Avaliação e controle da drenagem ventricular. Prevenção de infecções. Apoio emocional ao paciente e à família3. Complicações: Herniação cerebral. Isquemia cerebral. Lesão neuronal irreversível. Parada respiratória e cardíaca Meningite: Definição: A meningite é uma inflamação das meninges, as membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por vírus, bactérias, fungos ou parasitas2. Tipos de Meningite: Meningite Viral: Causada por vírus como enterovírus, vírus Epstein-Barr e vírus do herpes. É mais comum no verão e em pessoas a partir dos 15 anos. Meningite Bacteriana: Mais grave que a viral, causada por bactérias como Neisseria meningitidis, Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae2. Meningite Fúngica: Comum em pessoas com sistema imunológico comprometido, associada a fungos como Cryptococcus sp. e Coccidioides sp. Meningite Eosinofílica: Rara, causada por parasitas como Angiostrongylus cantonensis, transmitidos por lesmas, caracóis e caramujos. Meningite Asséptica: Inflamação das meninges sem causa infecciosa, podendo ser causada por câncer, lúpus, reação a drogas ou traumatismo craniano3. Sinais e Sintomas: Febre alta Dor de cabeça intensa Rigidez no pescoço Náuseas e vômitos Fotofobia (sensibilidade à luz) Confusão mental Convulsões Em bebês: choro constante, fontanela saliente, dificuldade para acordar, membros flácidos ou rígidos2. Diagnóstico: História clínica e exame físico Punção lombar para análise do líquido cefalorraquidiano (LCR) Tomografia Computadorizada (TAC) ou Ressonância Magnética (RM) Exames laboratoriais para identificar o agente causador2. Tratamento: Meningite Viral: Geralmente, tratamento de suporte, como repouso, hidratação e analgésicos. Em alguns casos, antivirais podem ser necessários. Meningite Bacteriana: Antibióticos intravenosos e, em alguns casos, corticosteróides para reduzir a inflamação2. Meningite Fúngica: Antifúngicos específicos. Meningite Eosinofílica: Tratamento antiparasitário e suporte. Complicações: Surdez Deficiências neurológicas (encefalite, convulsões, - da capacidade de reabsorção do LCR, hemiparesias) Hidrocefalia Epilepsia Em casos graves, pode levar à morte. Prevenção: Vacinação contra agentes causadores, como Haemophilus influenzae tipo B, Neisseria meningitidis e Streptococcus pneumoniae2. Higiene adequada e evitar contato com pessoas infectadas O sinal de Kernig é positivo quando a elevação passiva da perna estendida do paciente, em decúbito dorsal, provoca dor na região lombar ou ao longo do trajeto do nervo ciático O sinal de Brudzinski é positivo quando a flexão do pescoço do paciente em decúbito dorsal provoca a flexão involuntária dos joelhos e quadris Agente etiológico mais comum Adultos: Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis, bacilos gram-negativos. Crianças: Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae. Recém-nascidos: Staphylococcus aureus, Haemophilus influenzae, Neisseria meningitidis, bacilos gram-negativos (E. coli, Klebsiella) Lesões Medulares: Definição: Lesão na medula espinhal é qualquer tipo de dano causado à medula, seja em suas células internas ou em seus nervos. Pode resultar em comprometimento neurológico permanente. Causas: Acidentes de automóvel Quedas Ferimentos por arma de fogo ou faca Choque elétrico Trauma direto no rosto, pescoço, cabeça, peito ou costas Mergulhos em águas rasas Lesões desportivas3. Fisiopatologia: Lesão Primária: Resulta do impacto direto sobre o tecido nervoso, causando danos axonais imediatos. Pode ser causada por trauma, compressão, estiramento ou laceração da medula. Lesão Secundária: Envolve processos celulares e moleculares que ocorrem após a lesão primária, incluindo inflamação, edema, isquemia e necrose do tecido nervoso Lesões Medulares: Avaliação Clínica: No Local do Acidente: Reconhecimento de lesões e prevenção de lesões adicionais no transporte. Considerar a presença de lesão da coluna vertebral e manter a imobilização até definição diagnóstica. Anamnese: Presença de traumatismo cranioencefálico (TCE), intoxicação alcoólica, lesões múltiplas, traumas faciais e acima da clavícula aumentam a probabilidade de fratura da coluna vertebral. Exame Físico (ATLS): Sem Lesão Medular: Dor local (com ou sem irradiação para os membros), incapacidade funcional, espasmos nos membros. Com Lesão Medular: Respiração diafragmática, priapismo, presença de reflexos patológicos. Exame Neurológico: Perda de resposta aos estímulos dolorosos abaixo do nível da lesão, incapacidade de realizar movimentos voluntários nos membros, alterações no controle de esfíncteres. Choque Neurogênico: Queda de pressão arterial (PA), bradicardia, paralisia flácida, perda dos reflexos espinhais, perda sensorial abaixo do nível da lesão. Função Motora: Avaliação dos dermátomos e força muscular (escala de 0 a 5), sensibilidade e reflexos Tetraplegia: Perda da função motora e/ou sensitiva dos segmentos cervicais, resultando em diminuição da força nos membros superiores, tronco, membros inferiores e órgãos genitais2. Paraplegia: Perda da função motora e/ou sensitiva dos segmentos lombares e sacrais, preservando a função dos membros superiores. O tronco, membros inferiores e órgãos pélvicos podem ficar comprometidos4. Plegia: Termo que se refere à ausência de movimento, sinônimo de paralisia. Pode afetar um ou mais membros, como hemiplegia (um lado do corpo), monoplegia (um membro), triplegia (três membros) e tetraplegia (quatro membros)6. Nível Neurológico: Avaliado através do exame neurológico, é o segmento mais caudal da medula espinhal que apresenta funções sensitiva e motora normais em ambos os lados. Tipo de Lesão: Lesão Completa: Ausência de sensibilidade e função motora abaixo do nível neurológico da lesão. Lesão Incompleta: Preservação parcial das funções motoras e/ou sensitivas abaixo do nível neurológico da lesão. Concussão Medular: Medula é gravemente sacudida ou comprimida, sem alterações patológicas permanentes. Contusão Medular: Compressão com hemorragia e edema na medula. Laceração Medular: Rotura da medula com lesão e compressão. Transecção Medular: Rotura completa ou não da medula espinal com perda da função neurológica abaixo do nível da lesão Tratamento Inicial: Imobilização: Manter a coluna vertebral imobilizada para evitar lesões adicionais. Estabilização da Coluna: Pode ser necessária cirurgia para estabilizar a coluna vertebral. Manutenção da Pressão Arterial: Assegurar um fluxo sanguíneo adequado para a medula espinhal. Manutenção da Oxigenação: Monitorar a respiração e garantir uma ventilação adequada. Sonda Nasogástrica: Utilizada para prevenir íleo paralítico e iniciar a alimentação precocemente. Cateterismo Vesical: Para monitorar e controlar a função urinária. Regulação Térmica: Monitorar a temperatura corporal devido à paralisia vasomotora. Cuidados com a Pele: Prevenir úlceras de pressão e outras complicações cutâneas. Tratamento Cirúrgico: Descompressão: Remoção de fragmentos ósseos ou hematomas que comprimem a medula espinhal. Fusão Vertebral: Estabilização da coluna vertebral através da fusão de vértebras. Reabilitação: Fisioterapia: Exercícios para manter a mobilidade articular, fortalecer os músculos e prevenir complicações. Terapia Ocupacional: Adaptação das atividades diárias para promover a independência. Cuidados Respiratórios: Exercícios respiratórios para prevenir complicações pulmonares. Prevenção de Complicações: Cuidados com a pele, prevenção de trombose venosa profunda e hipotensão postural. Complicações: Insuficiência Respiratória: Monitorar e tratar problemas respiratórios. Trombose Venosa Profunda: Prevenir a formação de coágulos sanguíneos. Úlceras de Pressão: Prevenir e tratar lesões cutâneas. Hipotensão Ortostática: Monitorar e tratar quedas de pressão arterial ao mudar de posição. Dor: Avaliar e tratar a dor. Espasticidade: avaliar e tratar a hipertonia muscular Prognóstico Funcional das Lesões Medulares: Tetraplegia até C5: Locomoção com cadeira de rodas motorizada. Adaptações nos membros superiores para autocuidado. Tetraplegia de C6 a T1: Locomoção com cadeira de rodas convencional Possibilidade de dirigir carro adaptado. Paraplegia: Prognóstico de independência funcional completa para todas as atividades. Lesões na coluna torácica não têm bom prognóstico de marcha. Lesões na coluna lombossacral podem desenvolver marcha com auxílio. Quanto mais baixa a lesão, menor a necessidade de auxiliares Complicações Típicas do Traumatismo Vertebro-Medular (TVM): Choque Medular: Perda temporária de todas as funções neurológicas abaixo do nível da lesão. Insuficiência Respiratória: Comprometimento da função pulmonar, especialmente em lesões acima de T6. Trombose Venosa Profunda (TVP): Formação de coágulos sanguíneos devido à imobilidade. Úlceras de Pressão: Lesões na pele e tecidos subjacentes devido à pressão prolongada. Hipotensão Ortostática: Queda da pressão arterial ao mudar de posição, devido à ausência de tónus muscular. Dor: Dor neuropática e dor associada à imobilidade. Espasticidade: Aumento do tónus muscular e reflexos exagerados. Bexiga Neurogénica e Disfunção Intestinal: Problemas no controle da micção e evacuação A reeducação vesical envolve cateterismos intermitentes para drenagem da bexiga, restrição hídrica e manobras de percussão suprapúbicas para estimular a micção. O objetivo é esvaziar a bexiga adequadamente e prevenir complicações como infecções urinárias e cálculo. Para favorecer a readaptação psicossocial, ensine a utilização dos meios auxiliares de marcha e das atividades de vida diária (AVD). Promova programas de adaptação doméstica e social, e informe o paciente sobre alternativas para uma atividade sexual satisfatória. Um programa de reabilitação física intensivo também é essencial Doença de Parkinson: Definição: A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa, progressiva e crónica do sistema nervoso, que afeta principalmente os neurónios dos gânglios basais. A deficiência de dopamina é uma das principais causas dos sintomas. Epidemiologia: Afeta cerca de 6.2 milhões de pessoas em todo o mundo. Manifestações Clínicas: Clássicas: Tremor, rigidez, bradicinesia/acinesia, instabilidade postural, alterações da marcha e do equilíbrio. Secundárias: Fácies inexpressivo, problemas da visão, problemas da fala, atrofia e fraqueza muscular, alterações respiratórias, alterações nutricionais, osteoporose, alterações circulatórias, contraturas de deformidade, zonas de pressão. Tratamento: Farmacológico: Anticolinérgicos, antivirais, levodopa, agonistas da dopamina. Cirúrgico: Descompressão, fusão vertebral. Reabilitação: Fisioterapia, terapia ocupacional, cuidados respiratórios, prevenção de complicações

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