Perguntas TN - Nanotecnologia PDF
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Este documento apresenta perguntas sobre nanotecnologia. Aborda conceitos como nanociência, nanotecnologia, nanomateriais e suas aplicações na área médica. As perguntas são relevantes para cursos relacionados com ciência e engenharia.
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Perguntas TN T1 Definição: Nanociência e nanotecnologia A nanociência estuda, manipula e desenvolve materiais, partículas e estruturas na escala nanométrica (1 a 100 nanometros). Propriedades importantes, como as elétricas, óticas, térmicas e mecânicas, dependem como os átomos e moléculas se organiz...
Perguntas TN T1 Definição: Nanociência e nanotecnologia A nanociência estuda, manipula e desenvolve materiais, partículas e estruturas na escala nanométrica (1 a 100 nanometros). Propriedades importantes, como as elétricas, óticas, térmicas e mecânicas, dependem como os átomos e moléculas se organizam nesta escala. Estas propriedades diferem das observadas na escala macroscópica, devido à influência dos efeitos quânticos. A nanotecnologia corresponde à aplicação da nanociência, permitindo o desenvolvimento de novos materiais e componentes na escala nanométrica para produtos úteis para a sociedade. Esta tecnologia permite a criação de materiais e produtos personalizados como propriedades avançadas, novos componentes eletrónicos, medicamentos e sensores inteligentes, bem como interfaces inovadoras entre sistemas eletrónicos e biológicos. Definição: Nanomaterial (definição) De acordo com a recomendação da Comissão Europeia, um nanomaterial refere-se a um material natural, incidental ou sintético composto por partículas, seja num estado não ligado ou num estado agregado, em que uma ou mais dimensões externas estão na faixa de 1 a 100 nm para ≥ 50% das partículas. Em casos de preocupações relacionadas com o ambiente, segurança e saúde, a percentagem de distribuição do tamanho por número de partículas pode ser menor. Estruturas como dimensões inferiores a 1 nm, como os fulerenos e flocos de grafeno, devem ser consideradas nanomateriais. E materiais com uma área superficial por volume superior a 60 m2/cm3. Definição: Nanomedicina (definição e áreas) A nanomedicina é um ramo da nanotecnologia que desenvolve soluções inovadores na área da saúde. Isto inclui o uso de nanomateriais e dispositivos na escala nanométrica para melhorar o diagnóstico, tratamento e a prevenção de doenças. Um exemplo é o uso de medicamentos “inteligentes” para direcionar substâncias terapêuticas diretamente às células-alvo, reduzindo os efeitos colaterais. As principais áreas de atuação dos nanomateriais na medicina incluem diagnóstico, administração de fármacos controlada e medicina regenerativa. Uma nova área que combina terapia com diagnóstico surgiu, denominada de teranóstico. Esta tem vantagens em relação aos tratamentos tradicionais uma vez que permite avaliar o paciente antes e depois do tratamento, monitorizar a eficácia da terapia durante o tratamento e indicar ao clínico a dose mais eficiente e segura. A escala nanométrica é a escala de muitos mecanismos biológicos no corpo humano, permitindo que nanopartículas e nanomateriais ultrapassem barreiras naturais, alcancem novos locais de ação e interajam com o ADN ou pequenas proteínas, seja no sangue, órgãos, tecidos ou células. Nano em medicina: nanopartículas no diagnóstico e terapia, na superfície de implantes, materiais em dispositivos inteligentes e scaffolds para células e engenharia de tecidos. Importância da área superficial específica (e cálculos) A área superficial específica dos nanomateriais, determinada pela elevada razão superfície/volume, é fundamental, pois aumenta o contacto com o meio envolvente e, consequentemente, a interação com este. Esta característica melhora a reatividade química, a atividade catalítica e capacidade de absorvância e interação com os tecidos biológicos. Na nanomedicina, isto facilita as interações com moléculas biológicas, melhora a biodisponibilidade e acelera as reações químicas, tornando os nanomateriais altamente eficientes em aplicações como entrega de fármacos e processos catalíticos. 𝐴𝑠 4𝜋𝑟 2 𝐴𝑠 6𝑎 2 (𝑒𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎) = 4 ; (𝑐𝑢𝑏𝑜) = 𝑎3 𝑉 𝜋𝑟 3 𝑉 3 Distinção entre agregado e aglomerado Agregado: partículas fortemente ligadas ou fundidas e a área superficial externa pode ser menor que a soma das áreas superficiais das partículas individuais – ligações químicas Aglomerado: partículas ou agregados fracamente ligadas com a área superficial externa semelhante à soma das áreas superficiais individuais – ligações físicas T2 Definição de nanopartículas Uma nanopartícula é material com 3 dimensões externas entre 1 e 100 nanometros. Estas partículas podem ser compostas por metais, cerâmicos ou polímeros e apresentam propriedades distintas das observadas em escalas maiores, devido ao seu tamanho reduzido e grande área superficial específica. Forma, dimensões e composição dos nanomateriais O microscópio eletrónico de transmissão permite observar a forma e tamanho dos nanomateriais. Nanomateriais podem ter várias formas como esféricas, tubulares, foliares (planas e finas), ocas e irregulares. 0D: todas as dimensões à nanoescala; ex.: pontos quânticos, fulereno 1D: 2 dimensões à nanoescala; ex.: nanotubos e nanofibras 2D: 1 dimensão à nanoescala; ex.: nanofilmes e grafeno 3D: 0 dimensões à nanoescala; ex.: policristais Quanto à composição, os nanomateriais podem ser feitos de quatro tipos de materiais: carbono, substâncias orgânicas, substâncias inorgânicas ou compósitos. Carbono: elemento químico encontrado em organismos vivos; antioxidante, flexível e força. Orgânicas: lípidos e micelas; biocompatíveis e libertação controlada de fármacos Inorgânicas: não têm átomos de carbono. Metais, óxidos de metais e semicondutores. Compósitos: combinações de diferentes tipos de nanopartículas. Propriedades físicas e químicas que se alteram à nanoescala (dar exemplo do ouro) Cor, temperatura de fusão, estrutura cristalina, reatividade química, condutividade elétrica, magnetismo e força mecânica. Ex.: Ouro, à macroescala tem propriedades como condutividade elétrica, sem magnetismo e quimicamente inerte. Já à nanoescala apresenta perda de condutividade e torna-se magnético, explosivo e catalítico. Distinção de top-down e bottom-up (definição e vantagens/desvantagens) Top-down: decomposição do material de maior escala num material menor ou em pedaços menores, através da energia mecânica ou química. Permite a produção em larga escala e não requer purificação química. No entanto, a produção é cara e lenta; há imperfeições na superfície. Bottom-up: começa com espécies atómicas ou moleculares, permitindo moléculas precursoras aumentarem de tamanho através de reações químicas. É um processo que emita os processos biológicos; económico; permite a síntese química com parâmetros controláveis. Contudo, a produção em larga escala é difícil e necessita de purificação química. Descrever e indicar vantagens e desvantagens: moagem mecânica, nanolitografia, laser ablation, sputtering e decomposição térmica Moagem mecânica: moagem e posterior recozimento numa atmosfera inerte (evitar oxidação, contaminação) para ajustar e melhorar a estrutura cristalina. Pode ser influenciada por deformações plásticas (altera a forma), fratura (diminui o tamanho) e soldagem a frio (aglomeração) Moagem por bolas de alta energia: uma mistura de pó sujeita a colisões de alta energia entre as bolas. Surfactantes estabilizam os sistemas, promovem dispersões uniformes de óxidos de partículas e reduzem aglomerados. Diminui a energia da superfície. Nanolitografia: imprimir formas ou estruturas num material sensível à luz que seletivamente remove partes do material. Há vários processos: óticos (luz), feixe de eletrões (ilumina a superfície e transferência do padrão através de etching – lavagem com ácido muito forte - e remoção de resistência), nanoimpressão (pressionar um molde sobre o resist) e sonda de varredura. Permite fabricar uma ampla gama de estruturas e alta precisão sobre a forma e tamanho. Ablação laser: irradiação de um metal submerso numa solução química. O calor cria uma pluma de plasma que condensa e cria nanopartículas. Não necessita de agentes estabilizadores ou produtos químicos (é ecológico). Decomposição térmica: processo endotérmico em que o composto metálico é aquecido até à sua temperatura de decomposição quebrar ligações químicas. Sputtering (coating): ocorre numa câmara gasosa a baixa pressão com uma tensão alta entre dois elétrodos. O gás é ionizado, os eletrões são acelerados contra o alvo para ejetar átomos que se depositam no substrato. O recozimento subsequente altera tamanho, forma e propriedades. Descrever e indicar vantagens e desvantagens: spinning, decomposição química a vapor e pirólisis. Spinning: disco giratório dentro de um reator com gases inertes ou nitrogénio. Um líquido precursor é injetado e a rotação do disco cria forças centrífugas que leva à fusão de moléculas e átomos. As nanopartículas são depositadas, recolhidas e secas. Deposição química de vapor (CVD): os gases entram em contacto com o substrato aquecido (temperatura importante) e ocorre reação química. Deposita-se um filme fino na superfície do substrato. NPs resistentes, alta dureza e puras. Produz substratos tóxicos e requer equipamentos especiais. Pirólise: produção de larga escala. O precursor é queimado e gera NPs (‘air classifier’)e gases residuais. Alguns usam laser ou plasma em vez da chama, para facilitar a evaporação. Processo simples, eficiente, económico e com alto rendimento. Self-assembly: blocos desordenados organizam-se espontaneamente em padrões mais organizados e complexos. Pequenos núcleos são formados quando os reagentes estão supersaturados, ou com a aplicação de calor ou campos elétricos. Os núcleos crescem por difusão, agregando átomos. Difícil de controlar o resultado e sensível a condições com pH, temperatura e outras moléculas. Interações físicas e químicas. Descrever biossíntese Abordagem ecológica e sustentável, que usa agentes biológicos como bactérias, fungos ou extrato de plantas para criar nanopartículas. Excelente estabilidade e controlo de tamanho. Para NPs inorgânicas. Comentar sobre a toxicidade das NPs Existem várias fontes de nanopartículas tanto na atmosfera (erupções vulcânicas e tráfego rodoviário), como em ambientes fechados (cera de uma vela e cigarros). Os humanos estão assim expostos a nanopartículas através da ingestão, inalação ou absorção da pele. Estas podem atingir vários órgãos através da circulação sanguínea, como os pulmões, e provocar várias doenças, como asma, bronquite, cancro, dermatite e Parkinson. As propriedades únicas dos nanomateriais, como tamanho reduzido, grande área superficial e alta reatividade, podem causar interações não desejadas com sistemas biológicos. Alguns fatores determinam o impacto tóxico dos nanomateriais como tamanho e a forma, composição química e reatividade de superfície, que pode levar à produção de espécies reativas de oxigénio em excesso. Estudos sobre a toxicidade in vitro e in vivo devem ser incluídos antes fabricação de nanomateriais. Estratégias para diminuir a toxicidade incluem o revestimento e funcionalização, que corresponde à alteração da superfície através da conjugação de compostos químicos ou biomoléculas. Para além disso, desenvolvimento de tecnologias de imagem e estudo da distribuição das nano-células no corpo, compreensão dos mecanismos de internalização celular, tempo de retenção, modelos computacionais para prever os riscos e protocolos de toxicidade padronizados, são alguns passos para aumentar a segurança dos nanomateriais. T3 Como os nanomateriais podem prevenir doenças? A nanomedicina tem um enorme potencial na prevenção de doenças, não só na deteção precoce, mas também ao atuar diretamente no ambiente biológico para evitar o seu desenvolvimento. Os nanomateriais podem ajudar de várias formas na prevenção e monitorização de doenças, através de tecnologias avançadas como sensores, biomarcadores e modalidades de imagem médica. Abaixo apresento algumas formas de como os nanomateriais podem prevenir doenças: 1. Deteção precoce e monitorização de doenças: Os sensores baseados em nanomateriais, como nanotubos de carbono, podem monitorizar biomarcadores no sangue ou outros fluídos corporais que indicam o início de uma patologia. Por exemplo, a monitorização da glicose para prevenir diabetes e lentes de contacto inteligentes que detetam cortisol, indicativo de stress. Os sensores permitem a monitorização contínua e em tempo real e, ainda, podem enviar dados diretamente para os médicos, permitindo o diagnóstico rápido e a adaptação imediata do tratamento. 2. Sequenciamento do ADN e análise genética: a nanotecnologia tem sido utilizada para acelerar o sequenciamento do ADN e identificar mutações genéticas associadas a doenças, como doenças neurodegenerativas. Através de nanopartículas, como óxido de ferro, é possível identificar rapidamente alterações genéticas que aumentam o risco de doenças ou determinar qual o medicamento mais eficaz para o tratamento. 3. Desenvolvimento de vacinas: nanopartículas lipídicas atuam como vetores para a entrega eficaz de material genético às células (entrega mais direcionada e controlada) e ajudam a desencadear uma resposta imunológica para prevenir certas doenças. Os componentes das vacinas podem facilmente se dispersar na corrente sanguínea, diminuindo a eficácia. 4. Prevenção antibacteriana: nanopartículas de prata têm propriedades antibacterianas e podem ser usadas em implantes ou curativos, de modo, a prevenir infeções. 5. Melhoria na imagem médica: nanomateriais, como óxidos de ferro e de ouro (CT), podem ser usados melhorar a qualidade de imagem em modalidades como MRI e CT. Ao melhorar o contraste é possível observar áreas pequenas e difíceis de serem observadas, possibilitando a deteção precoce de tumores ou anomalias, sem a necessidade de aumentar a dose de radiação. Outros exemplos de NPs são as SPIONs (MRI), lipossomas com iodo (CT) para melhorar a eficácia e especificidade – o iodo não tem uma distribuição específica no corpo, é eliminado rápido e é tóxico – e NPs de luminescência que continuam a emitir luz após a excitação e NPs baseadas em Gadolinium (MRI) 6. Libertação controlada de medicamentos: os nanomateriais, como nanopartículas poliméricas, podem ser usados para criar sistemas de libertação de fármacos que previnem a evolução de doenças. Definição de biomarcadores Os biomarcadores são características mensuráveis de forma objetiva, usadas como indicadores de processos biológicos normais, patologias ou respostas a medicamentos. São a referência para avaliar condições de saúde, diagnosticar doenças e monitorizar a eficácia de intervenções terapêuticas. Exemplos incluem, a monitorização da concentração de troponina no sangue que indica obstrução dos vasos sanguíneos e previne ataques cardíacos e identificação do RNA do coronavírus com nanopartículas de ouro para identificar a presença do vírus no corpo. Consoante a aplicação, eles podem ser classificados em diagnóstico (existência da doença) e prognóstico (como a doença vai progredir), predicativo (efeito do tratamento), farmacodinâmicos, toxicológicos e parâmetros substitutos (indiretos que subsituem os principais objetivos clínicos de um estudo, como progressão tumoral). Comentário sobre o tratamento do cancro e nanotecnologia. A nanotecnologia oferece soluções inovadoras que superam algumas limitações dos tratamentos convencionais contra o cancro. Entre as principais abordagens estão: 1. Entrega direcionada de fármacos: nanopartículas, como lipossomas ou de ouro, transportam fármacos diretamente para os tumores, minimizando os danos em tecidos saudáveis. Alvo passivo: acúmulo das NPs nos tumores devido ao efeito de permeabilidade aumentada e retenção (EPR), resultante da estrutura irregular dos vasos sanguíneos tumorais e da drenagem linfática ineficiente. Alvo ativo: Ligantes nas NPs ligam-se especificamente a recetores nas células tumorais. A libertação do fármaco pode ser controlada por difusão, degradação do polímero ou estímulos externos como temperatura ou pH. 2. Imunoterapia: Nanopartículas são utilizadas no desenvolvimento de vacinas contra diferentes tipos de cancro, como tumores associados ao HPV. 3. Terapia foto térmica: devido às propriedades óticas do ouro, as AuNPs absorvem luz de comprimentos de onda específicos e convertem-na em calor. O calor induz hipertermia, que destrói células tumorais. 4. Terapia fotodinâmica: AuNPs funcionalizadas com foto sensibilizadores que geram ROS ao serem ativadas por luz – morte celular controlada. 5. Radioterapia: as AuNPs aumentam a absorção de radiação pelas células cancerígenas, devido ao seu número atómico elevado. As AuNPs apresentam biocompatibilidade, toxicidade mínima, têm uma superfície altamente adaptável, alta densidade física e coeficiente de absorção. Muitas vezes revestidas com PEG para prolongar o tempo de circulação sanguínea. T4 Definição de vidro Materiais vítreos estão inseridos nos cerâmicos. Tem uma estrutura amorfa, ou seja, os átomos estão distribuídos aleatoriamente, tem curto alcance e são isotrópicos. Forma-se pela rápida solidificação de uma substância fundida, impedindo a formação da estrutura cristalina. Apresentam propriedades como óticas (transparência, reflexão, dispersão), elétricas (condutividade), mecânicas (resistência) e biológicas (biocompatibilidade, bioatividade, degradabilidade, adesão celular e resistência à corrosão biológica). Os formadores de rede formam a estrutura fundamental do vidro por si só e os modificadores de rede formam um vidro quando combinados com um formador de rede. Métodos de fabricação Melt-Quenching: fusão de materiais a altas temperaturas para obter uma matriz homogénea, seguido de um arrefecimento rápido que impede a formação de uma estrutura cristalina. O recozimento reduz tensões internas no material e melhora a durabilidade e estabilidade mecânica. Permite o controlo da composição e matéria-prima barata, mas consume muita energia e libertas gases. Sol-Gel: Transforma um percursor líquido (sol) num sólido (gel) através de reações químicas à baixa temperatura. Sol – suspensão coloidal dispersa num líquido –> Gelificação-> Gel – rede interconectada de partículas sólidas que forma uma estrutura contínua. Após a formação do gel, os solventes e catalisadores são removidos para solidificar o material. Usa temperaturas baixas, equipamento simples, manipulação da estrutura primária, alta pureza e homogeneidade e controlo do tamanho, número e forma. No entanto, as matérias-primas têm alto custo e pode haver fissuras. Os fatores relevantes são o tipo de percursor, a natureza e concentração do catalisador, efeito do pH e efeito do solvente. Deposição de vapor: deposição da composição desejada num substrato, formando uma “película de vidro”. Permite o controlo da composição química e revestimento uniforme, mas é de altos custos e tem limitação no número, tamanho e forma. Definição e fabricação dos vidro-cerâmicos Os vidro-cerâmicos são sólidos com uma fase vítrea que é preparada a partir da cristalização. Temos o arrefecimento rápido, depois o recozimento, formação do vidro, aumento da temperatura, nucleação e crescimento de cristais, arrefece-se novamente e temos o vidro-cerâmico. Método convencional: Procedimento térmico em duas etapas. É conveniente para a obtenção de vidros cerâmicos quando há uma pequena sobreposição entre a taxas de nucleação (I) e a taxa de crescimento de cristal (U). A primeira etapa consiste, num tratamento térmico a baixas temperaturas, em torno da temperatura Tg, esta etapa proporciona uma elevada taxa de nucleação, levando à formação de uma elevada quantidade de núcleos em todo o interior do vidro. A segunda etapa consiste no tratamento térmico a uma temperatura mais elevada e em torno da temperatura Tc, de forma a produzir o crescimento dos núcleos a uma taxa razoável. Método modificado: Procedimento térmico de uma etapa. É apropriado para a obtenção de vidros cerâmicos quando há uma grande sobreposição das taxas de nucleação (I) e de crescimento do cristal (U) (Tanto a nucleação como o crescimento dos cristais ocorrem a uma única temperatura). Nesta etapa única, ocorre tratamento térmico a única temperatura, ocorrendo nucleação e cristalização simultânea. Definição e aplicações do bioglass O bioglass é um vidro bioativo composto principalmente por sílica combinado com óxidos de cálcio, sódio e fósforo. É amplamente utilizado na área biomédica devido às suas propriedades únicas que promovem a regeneração óssea e a integração dos implantes nos tecidos vivos. Apresenta as seguintes propriedades: - bioatividade: forma uma camada de hidroxiapatita carbonatada quando imerso num fluido biológico, que favorece a adsorção de proteínas na superfície do implante e a integração com o osso. - osteoindutivo/osteogênico: estimula o recrutamento de células imaturas e a sua diferenciação em osteoblastos, bem como, o aumento de proliferação de osteoblastos (MgO e SrO) - osteointegração: conexão estrutural e funcional direta entre o osso vivo e a superfície de revestimento do implante. - biocompatível: não produz resposta tóxica ou imunológica com fluídos corporais. - indução angiogênica: secreção de fatores de crescimento para a formação de novos vasos. - atividade anti bacterial: o contacto do biovidro com fluídos biológicos resulta no aumento da pressão osmótica e do pH, tornando o ambiente adequado para o crescimento microbiano (ZnO) Assim, o biovidro tem muitas aplicações como revestimento de implantes, scaffolds para preenchimento ósseo, cancro ósseo, pastas dentais, biossensores, cosméticos e cicatrização. O bioglass desempenha um papel crucial em diferentes tipos de implantes. Revestimentos de implantes melhora a aderência ao tecido ósseo e acelera o processo de cicatrização, em scaffolds ósseos utilizado para preenchimento ósseo e regeneração em casos de lesões ou cirurgias relacionadas ao cancro ósseo e mesoporous bioactive glass, a alta área superficial e o grande número de poros permitem maior adsorção de biomoléculas e encapsulamento em sistemas terapêuticos. Nos implantes dentários, a elevada razão área superficial/volume (As/V) do bioglass facilita a osteointegração e melhora a adesão do implante ao osso, promovendo a cicatrização e reduzindo complicações pós-operatórias. Materiais de impantes: met - metais: aço inoxidável (baixa resistência à corrosão) e titânio (alta resistência ao desgaste e biocompatibilidade) - cerâmicos: zircónia (falta de ductilidade, mas biocompatível e estabilidade de corresão). - polímeros: PMMA (propriedades mecânicas inferiores, mas excelente processabilidade). O bioglass nos implantes promove a osteointegração, integrando-se estrutural e funcionalmente ao osso, reduz o desgaste, melhora a resistência à fadiga e aumenta a biocompatibilidade, potencializa propriedades superficiais, como a adsorção de proteínas e o contato celular, graças à sua rugosidade e alta As/V. Propriedades de um implante: modulo de elasticidade comparável com o osso, resistência à tração e compressão para evitar fraturas, alta resistência à cedência e fadiga para prevenir fraturas sob cargas cíclicas, ductilidade e dureza para diminuir o desgaste. Tensão superficial e carga superficial capacidade de um liquido se espalhar pelo implante e adsorção de proteínas, rugosidade da superfície aumenta a área de contacto e biocompatibilidade. O biovidro 45S5, é caracterizado por ser osteogénico, osteocondutivo, osteointegrador, bioativo e biocompatível e apresentar uma elevada atividade antibacteriana. O seu princípio de funcionamento baseia-se na troca de iões com meio, levando à migração do cálcio e do fosfato, formando assim uma camada superficial. Esta camada vai interagir com algumas células circundantes, que posteriormente, ao serem cristalizadas, iram diferenciar-se em osteoplastos. Por fim, é ainda possível adicionar propriedades ao biovidro introduzindo na sua rede, determinados iões. Por exemplo, a incorporação de iões de zinco, prata e cério, atribuem propriedades antibacterianas; a adição de magnésio tem um efeito positivo no metabolismo ósseo e a utilização de estrôncio promove a osteogénese. T5 Defnição de biossensores (exemplos) Fornece informações específicas quantitativas ou semi-quantitativas ao usar um elemento de reconhecimento biológico, que está em contacto direto com um elemento transdutor. Analito (substância que se quer detetar) -> Biorecetor (enzimas, células, aptamers, ADN e anticorpos; bio-reconhecimento) -> Transdutor (converte num sinal mensurável) -> Leitura/Comunicação de dados -> Exibição do sinal Um biorecetor deve ser seletivo, sensível, linear, reprodutível para as mesmas condições e estável. Características dos biossensores essenciais Affordable – Sensitive – Specific – User-friendly – Rapid and Robust – Equipment free – Deliverable Definição de eletrónicos transientes Tecnologia com capacidade de se dissolver totalmente ou parcialmente, desintegrando-se a taxas controladas através de processos físicos e químicos. Biocompatível; Biodegradável (decomposto por organismos vivos); Bioresorbilidade (sem qualquer resposta anormal do corpo e desintegram-se por reações metabólicas e hidrolíticas) Brain electronic implants Brain-Computer Interface: Comunicação direta entre a atividade elétrica do cérebro e um dispositivo externo. Aplicados mais em doenças neurodegenerativas. EEG (menos invasivo e baixa resolução espacial e temporal); superfície do cérebro (+SNR e registos estáveis); Dentro do cérebro (SNR e o ambiente neuronal deteoram-se com o tempo) Detetar sinais de neurónios individuais e em conjunto; registo de grandes áreas; elevada resolução espacial, estimulação elétrica mínima para provocar uma resposta, estimulação focal e excelente biocompatibilidade, conformidade mecânica e estabilidade. Deep Brain Stimulation: implante de elétrodos em áreas do cérebro. Os elétrodos produzem impulsos elétricos que afetam a atividade cerebral para tratar condições médicas, os efeitos são reversíveis e podem ser controlados. No entanto, há risco de hemorragia cerebral, infeção e problemas de fala e visão. T6 Referir aspetos éticos em nanomedicina Toxicidade Tecnologia implantável Privacidade dos dados Relação médico-paciente Custo elevado vs. Benefício Acessibilidade Privacidade mental A rápida evolução da nanomedicina e nanotecnologia levantam mais questões do que respostas. Ética, privacidade, legalidade e impacto social são temas centrais que demandam diálogo contínuo e regulamentação claras.