Psicologia Cognitiva: Perceção, Atenção e Memória - Past Paper PDF - 2024-2025

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Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa

Sandra Fernandes

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cognitive psychology perception memory cognitive science

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This document is a set of notes on cognitive psychology, including topics such as perception, attention, memory, and the different approaches to studying cognitive psychology. It also discusses modularity, and the cognitive neuroscience aspects of the field.

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Perceção, Atenção e Memória 2024-2025 Sandra Fernandes Aula teórica 03-10-2024 61 1 Psicologia Cognitiva Abordagens ao estudo da Cog...

Perceção, Atenção e Memória 2024-2025 Sandra Fernandes Aula teórica 03-10-2024 61 1 Psicologia Cognitiva Abordagens ao estudo da Cognição: 2 2 Psicologia Cognitiva e Ciências Cognitivas Estudo dos mecanismos de aquisição, processamento, armazenamento, recuperação,… da informação Ciência cognitiva computacional (modelização, simulação – programas de computador que “imitam/simulam” o funcionamento cognitivo humano)  Neuropsicologia cognitiva (Lesões cerebrais) Neurociências cognitivas (Comportamento e Imagens cerebrais) 3 3 Psicologia Cognitiva Modelização computacional Desenvolvimento de modelos computacionais com vista à compreensão da cognição humana. Um modelo computacional:  “requires the researcher to be explicit about a theory in way that a verbal theory does not” (Murphy, 2011, p.300), ou seja, mostra-nos como uma teoria pode ser especificada;  Permite-nos prever o comportamento em novas situações.  Como ocorre o processamento da informação em sistemas complexos – metáfora computacional 4 4 Neuropsicologia Cognitiva Examina os padrões de desempenho em tarefas cognitivas, em pacientes com lesões cerebrais Pressuposto de que o estudo de tais pacientes pode informar sobre o funcionamento cognitivo normal 5 5 Neuropsicologia Cognitiva Hipóteses teóricas (Coltheart, 2001) 1. Noção de modularidade (funcional) 2. Modularidade anatómica 3. Uniformidade da arquitetura funcional 4. Subtração de módulos e não adição 6 6 Modularidade Fodor (1983; 1985) O sistema cognitivo, em sentido lato, é constituído por dois conjuntos de processos:  os sistemas de entrada ou módulos (responsáveis pelo processamento inicial dos estímulos).  os sistemas centrais (responsáveis pelos conhecimentos gerais, expectativas, pensamento, resolução de problemas, etc.). 7 7 Modularidade Fodor (1983; 1985) Os módulos são encapsulados: Os sistemas centrais, ao contrário dos só têm acesso à informação que lhes é específica, sistemas modulares, não têm acesso aos conhecimentos gerais, vontades, etc. que caracterizam os sistemas não são encapsulados, específicos e centrais. obrigatórios; Argumento: Na ilusão de Müller-Lyer, o conhecimento são lentos, controlados, voluntários. explícito do comprimento dos segmentos, disponível nos sistemas centrais, não pode ser utilizado pelo sistema modular que trata da informação relacionada com o comprimento relativo de segmentos de recta. 8 8 Modularidade Fodor (1983; 1985) Propriedades dos módulos que os diferenciam dos sistemas centrais:  especificidade do domínio de aplicação: processamento da cor, da forma, dos rostos, da fala, etc.;  especificidade da arquitetura neuronal: os diferentes módulos estariam associados a mecanismos neuro-anatómicos específicos;  estrutura especificada de maneira inata: a informação contida nos módulos não tem origem na aprendizagem mas é pré-determinada de maneira inata;  desenvolvimento dependente da maturação: o módulo desenvolve- se segundo um determinado ritmo e uma sucessão de estádios pouco influenciados pelas particularidades do meio;  autonomia: o módulo não partilha os seus recursos atencionais e mnésicos com os outros sistemas;  funcionamento obrigatório e rápido que responde a uma exigência biológica e que não depende da vontade do indivíduo. 9 9 10 10 11 11 Neuropsicologia Cognitiva – Metodologia Dissociação: Simples (Machery, 2012) 12 12 Neuropsicologia Cognitiva – Metodologia Dissociação: Dupla (Machery, 2012) 13 13 Neuropsicologia Cognitiva – Metodologia Dissociação: Dupla (Machery, 2012) e.g. Perceção vs. ação Agnosia visual (e.g., DF – Lesão Ventral) vs. Ataxia ótica (e.g., RV – lesão dorsal) Goodale et al. (1994). Separate neural pathways for the visual analysis of object shape in 14 perception and prehension 14 Neuropsicologia Cognitiva: Conceitos-chave 15 15 MC shows rich motion perception despite profoundly impaired static and form vision. “(…) MC shows a dissociation between visual perception and visually guided actions (Goodale et al., 2008) and her case is likely to provide a valuable additional case of this rare dissociation (Goodale & Milner, 1992; Karnath et al., 2009).” http://realitesbiomedicales.blog.lemonde.fr/2018/09/10/les-incroyables-capacites-visuelles-dune- 16 femme-aveugle/ 16 Neuropsicologia Cognitiva 1. Impacto da lesão camuflado por estratégias de compensação 2. Extensão da lesão 3. Importância das diferenças individuais (idade, perícia, escolaridade, etc.) 17 17 Neurociências Cognitivas Estudo do cérebro, bem como do comportamento, recorrendo a técnicas de neuroimagem que variam na resolução temporal e espacial. (e.g., evidência correlacional em estudos de neuroimagem funcional; envolvimento de uma determinada área cerebral numa determinada função cognitiva com TMS – Transcranial Magnetic Stimulation) Identificação de limitações no pressuposto da especialização funcional 18 18 Neurociências Cognitivas Limitações  Falta de validade ecológica (especificidade dos paradigmas)  Dificuldades na relação entre ativação cerebral e processos cognitivos  Neuroimagem tipicamente fornece apenas evidência correlacional … 19 19 20 20 COMO PODE A PSICOLOGIA COGNITIVA AJUDAR A TER SUCESSO ACADÉMICO? CONTEÚDO PARA NÃO! CONTEÚDO PARA EXAME? UM ÓTIMO EXAME  21 OTIMIZAÇÃO DO ESTUDO (utilizar métodos eficazes para maximizar a retenção de informação e melhorar o desempenho académico) Estratégias de estudo baseadas em Aplicar essas evidência para estratégias ao melhorar a retenção e contexto académico. a compreensão de conteúdos. 22 Psicologia Cognitiva | Otimização do estudo  O que fazer (estratégias) para melhorar a aprendizagem?  Como estudar?  Quando estudar? 23 24  …  Organize your time  Find a quiet place to study Optimizing Learning  Preparing for Each Class in College:  Answer comprehension questions before you read the assigned chapter Tips From Cognitive  Generate questions about the important points Psychology  Read, recite, and review Putnam et al. (2016) During Classes  Attend all your lectures  Leave your laptop at home Artigo disponível no  Write your notes instead of typing them Moodle  Obtain slides before class After Class “We suspect that most students put class out of their minds as they hustle to their next activity. This is natural. However, we strongly encourage you to come back to your classes later in the day.” 25 Prática Distribuída/Espaçada Espaçamento das sessões de estudo ao longo do tempo, em vez de concentrar todo o esforço num único momento ( como o “decorar” de véspera de exame). Por que funciona?: O espaçamento permite a consolidação do que foi aprendido, melhorando a retenção a longo prazo. Práticas que Aplicação prática: Em vez de estudar tudo de uma vez, estudar gradualmente, programando revisões periódicas de melhoraram conteúdos já aprendidos, ao longo de várias semanas. Prática Intercalada o Estudo Alternar diferentes tipos de matérias ou tópicos durante o estudo, em vez de se concentrar numa única área de conhecimento durante longos períodos (prática massiva). Por que funciona?: Ao alternar tópicos, verifica-se uma melhor adaptação a diferentes contextos, aplicando o conhecimento de formas variadas, promovendo uma compreensão mais profunda. Aplicação prática: Se estiver a estudar diferentes matérias, como estatística e “psicologia”, alternar entre estas durante as sessões de estudo, em vez de se focar apenas numa área por sessão. 26 Prática de Recuperação tentar recordar informações sem consultar o material de estudo. Testar-se a si próprio é uma das estratégias mais eficazes Por que funciona? O esforço para recordar ativamente as informações ajuda a memória de longo prazo, ajuda a Práticas que cosolidação Aplicação prática: Utilização de questionários e cartões de memória (flashcards). Tentar explicar o material sem consultar o melhoraram livro ou os apontamentos. Elaboração o Estudo envolve explicar um conceito com detalhe, ligando-o a outros conhecimentos que já possui e criando exemplos práticos para ilustrá-lo.  Por que funciona? Explicar algo pelas “próprias palavras” exige um entendimento mais profundo e ajuda a criar ligações mais significativas na memória. Aplicação prática: Durante o estudo, fazer perguntas a si próprio como "Por que razão isto é assim?" ou "Como se relaciona com algo que já sei?". Tentar ensinar o conteúdo a um colega ou criar analogias que tornem o conceito mais compreensível. 27 Organização Organizar a informação de forma lógica ajuda a melhorar a memorização e a recuperação do conhecimento. Práticas que  Por que funciona?: Organizar os conceitos em categorias ou hierarquias, ajuda a melhoraram processar e armazenar melhor a informação, criando "estruturas mentais" o Estudo mais acessíveis. Aplicação prática: Utilizar esquemas, mapas mentais ou listas hierarquizadas. Agrupar conceitos semelhantes e/ou criar categorias de acordo com a matéria. 28 29 4 estratégias testadas (laboratório e sala de aula) (Dunlosky et al., 2013) 30 O que fazer, na prática? Algumas dicas  Evitar o ”decorar” e o Estudo de Última Hora Alternativa: Comecem a estudar com antecedência, utilizando a prática distribuída. Organizem um calendário de estudo que vos permita rever o material várias vezes, espaçado no tempo. Usar Testes de Prática Não esperem pelo exame para testar os vossos conhecimentos. Criem e realizem testes ao longo do estudo - promove a prática de recuperação. Dica: No final de cada sessão de estudo, escrevam perguntas sobre o que aprenderam. Na próxima sessão, tentem responder sem consultar o material. 31 32 33 O que fazer, na prática? Algumas dicas  Fazer Intervalos Estudar durante longos períodos sem pausas pode levar a fadiga e reduzir a eficiência do estudo. Pausas curtas entre as sessões melhoram a atenção e a retenção de informação. Dica: experimentem: 25 minutos de estudo intenso seguidos de 5 minutos de pausa. Após 4 ciclos, façam uma pausa maior de 15-30 minutos (técnica Pomodoro). Evitar a Releitura Passiva Releitura passiva do material não é uma estratégia eficaz. Apesar de ser uma prática comum, não envolve recuperação ativa.  Estratégia alternativa: Em vez de reler, teste-se a si mesmo sobre o conteúdo. Tente escrever um resumo sem consultar o material e/ou explique o conteúdo a um amigo. 34 35 36

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