Manual de Controle de Infecção ACES Barcelos/Esposende (PDF)

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ACES Cávado III - Barcelos/Esposende

2013

Núcleo Executivo da Comissão de Controlo da Infeção

Tags

infecções controle de infecção saúde resíduos hospitalares

Summary

Este manual fornece diretrizes sobre boas práticas em prevenção e controle de infecção no ACES Barcelos/Esposende. O documento explica como prevenir, controlar e gerenciar resíduos hospitalares, destacando as responsabilidades da equipe para a segurança e higiene nos cuidados de saúde.

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ACES Barcelos/Esposende Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO MANUAL DE BOAS PRÁTICAS EM PREVENÇÃO E CONTROLO DA INFEÇÃO Ed. 01 – 06.2013 Tipo de Docu...

ACES Barcelos/Esposende Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO MANUAL DE BOAS PRÁTICAS EM PREVENÇÃO E CONTROLO DA INFEÇÃO Ed. 01 – 06.2013 Tipo de Documento: Manual de boas práticas Designação: Manual de boas práticas em prevenção e controlo da infeção do ACeS Cávado III – Barcelos/Esposende Elaborado por: Núcleo Executivo da Comissão de Controlo da Infeção Data: junho. 2013 N.º Revisão: Data Data da Próxima Revisão outubro. 2016 Aprovado por: Diretor Executivo do ACeS Cávado III – Barcelos/Esposende Data: Imagem da capa Esta imagem de eletroscopia eletrónica mostra o número de bactérias Staphylococcus aureus que foram encontradas na superfície de um cateter retirado a um doente. A substância adesiva com aparência de tecido, visível entre as bactérias redondas, é composta de polissacarídeos, e é conhecida como biofilme. Este biofilme, que as bactérias segregam, serve de proteção contra ataques por parte de agentes antimicrobianos tais como antibióticos. Imagem retirada de: http://phil.cdc.gov/phil/. Nota: O presente manual foi elaborado, entre 01/10/2012 e 21/06/2013, cumprindo as regras do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO ÍNDICE Lista de abreviaturas e siglas........................................................................................................................................ 1 1. Introdução............................................................................................................................................................. 2 2. Como se transmite a IACS................................................................................................................................... 3 Norma n.º 1 – PRECAUÇÕES UNIVERSAIS.............................................................................................................. 6 3. Precauções Universais......................................................................................................................................... 6 3.1. Lavagem e desinfeção das Mãos..................................................................................................................... 6 3.1.1. Política da higienização das mãos............................................................................................................... 9 3.1.2. Recomendações de utilização................................................................................................................... 10 3.1.3. Procedimento da higienização das mãos.................................................................................................. 11 3.1.4. Alternativa à lavagem................................................................................................................................ 12 Norma n.º 2 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s)................................................................................. 13 4. EPI’s................................................................................................................................................................... 13 4.1. Ordem de colocação dos EPI’s...................................................................................................................... 13 4.2. Ordem de remoção dos EPI’s........................................................................................................................ 13 5. Vestuário de trabalho.......................................................................................................................................... 14 5.1. Procedimento para remoção de vestuário de trabalho contaminado............................................................. 15 6. Luvas.................................................................................................................................................................. 16 6.1. Precauções no uso das luvas......................................................................................................................... 17 6.1.1. Procedimento para colocação de luvas não-estéreis................................................................................ 17 6.1.2. Procedimento para colocação de luvas esterilizadas................................................................................ 19 6.1.3. Procedimento para retirar luvas contaminadas.......................................................................................... 21 6.1.4. Procedimento para retirar luvas de ménage contaminadas....................................................................... 22 7. Máscara.............................................................................................................................................................. 22 7.1. Máscara de proteção...................................................................................................................................... 23 7.1.1. Procedimento para colocação de máscara................................................................................................ 24 7.1.2. Procedimento para remover uma máscara................................................................................................ 26 8. Óculos de proteção............................................................................................................................................. 27 8.1. Procedimento para colocação de óculos de proteção.................................................................................... 27 8.2. Procedimento para remoção de óculos de proteção contaminados............................................................... 27 9. Observações finais............................................................................................................................................. 28 Norma n.º 3 – Gestão de Resíduos Hospitalares.................................................................................................... 30 10. Definição de Resíduos Hospitalares.............................................................................................................. 30 11. Perigos associados aos RH........................................................................................................................... 30 12. População exposta ao risco........................................................................................................................... 31 13. Classificação dos RH..................................................................................................................................... 31 13.1. RH Grupo I................................................................................................................................................. 32 13.2. RH Grupo II................................................................................................................................................ 32 13.3. RH Grupo III............................................................................................................................................... 33 13.4. RH Grupo IV.............................................................................................................................................. 34 13.5. Resíduos não valorizáveis......................................................................................................................... 34 13.6. Resíduos passíveis de valorização............................................................................................................ 35 13.6.1. P ilhas e acumuladores......................................................................................................................... 36 13.6.2. Lâmpadas.............................................................................................................................................. 36 13.6.3. Tinteiros e Toners.................................................................................................................................. 37 13.6.4. Equipamentos Elétricos e Eletrónicos................................................................................................... 37 14. Gestão de RH................................................................................................................................................. 39 14.1. Recomendações gerais............................................................................................................................. 39 Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção i ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO 14.2. Triagem...................................................................................................................................................... 40 14.2.1. Especificidades na triagem.................................................................................................................... 41 14.3. Recolha e transporte interno...................................................................................................................... 42 14.3.1. Circuito de recolha e transporte interno de RH não perigosos (Grupo I e II)......................................... 42 14.3.2. Circuito de recolha e transporte interno de RH valorizáveis.................................................................. 44 14.3.2.1. Pilhas e acumuladores.......................................................................................................................... 44 14.3.2.2. Equipamentos elétrico e eletrónicos fora de uso (REEE) e lâmpadas florescentes.............................. 45 14.3.2.3. Tinteiros e tonners de impressoras, fotocopiadores e faxes................................................................. 45 14.3.2.4. Películas radiológicas............................................................................................................................ 46 14.3.2.5. Circuito de recolha e transporte interno de RH perigosos (Grupo III).................................................... 47 14.3.2.6. Circuito de recolha e transporte interno de RH perigosos (Grupo IV)................................................... 49 14.4. Armazenamento......................................................................................................................................... 51 14.5. Recolha e transporte externo..................................................................................................................... 52 Norma 4 – Higienização do Ambiente...................................................................................................................... 53 15. Classificação das áreas das unidades de saúde de acordo com o risco de infeção...................................... 53 16. Definições....................................................................................................................................................... 54 16.1. Limpeza..................................................................................................................................................... 54 16.2. Desinfeção................................................................................................................................................. 56 17. Detergentes e desinfetantes........................................................................................................................... 56 17.1. Detergentes............................................................................................................................................... 57 17.2. Desinfetantes............................................................................................................................................. 58 17.3. Princípios Gerais a ter em conta:............................................................................................................... 59 18. Técnica de limpeza........................................................................................................................................ 60 18.1. Princípios gerais........................................................................................................................................ 60 18.2. Limpeza de superfícies.............................................................................................................................. 60 18.3. Limpeza do pavimento............................................................................................................................... 61 18.3.1. Método manual húmido......................................................................................................................... 61 18.3.2. Método manual seco............................................................................................................................. 64 18.4. Limpeza de Instalações Sanitárias............................................................................................................ 64 19. Técnica de desinfeção para as situações de derrame................................................................................... 65 20. Materiais e equipamentos de limpeza............................................................................................................ 67 21. Higiene individual dos Trabalhadores do serviço de limpeza......................................................................... 69 22. Descontaminação e armazenamento dos materiais e equipamentos de limpeza.......................................... 70 23. Supervisão das atividades do serviço de limpeza.......................................................................................... 71 24. Formação dos trabalhadores do serviço de limpeza...................................................................................... 72 25. Obrigações e responsabilidades.................................................................................................................... 72 Norma 5 – Higienização de materiais e equipamentos.......................................................................................... 74 26. Materiais......................................................................................................................................................... 74 26.1. Recolha de materiais sujos nas diferentes unidades/regras a cumprir após utilização dos materiais....... 75 26.2. Entrega de pacotes esterilizados............................................................................................................... 76 27. Higienização dos frigoríficos........................................................................................................................... 76 27.1. Procedimentos de limpeza......................................................................................................................... 76 27.2. Conteúdo................................................................................................................................................... 77 27.3. Monitorização da temperatura................................................................................................................... 77 28. Higienização dos veículos utilizados na prestação de cuidados de saúde.................................................... 77 28.1. Procedimentos........................................................................................................................................... 78 29. Higienização da mala de transporte de RH Grupo III do domicílio................................................................. 79 Norma 6 – Prevenção de infeções........................................................................................................................... 80 Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção ii ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO 30. Prevenção de infeção nos procedimentos invasivos...................................................................................... 80 30.1. Injetáveis ou colheita de sangue................................................................................................................ 80 31. Prevenção de infeção urinária associada ao cateterismo vesical.................................................................. 80 31.1. Recomendações........................................................................................................................................ 80 31.2. Outras medidas para a prevenção das infeções urinárias......................................................................... 81 32. Prevenção de Infeção Cirúrgica..................................................................................................................... 82 32.1. Pós-operatório - Penso cirúrgico................................................................................................................ 82 Lista de referências..................................................................................................................................................... 83 Anexo n.º 1 Política de Antisséticos, desinfetantes e detergentes da ARS Norte, I.P................................................. 86 Anexo n.º 2 Protocolo de envio de material para esterilização.................................................................................... 99 Anexo n.º 3 Registo de limpeza de equipamento...................................................................................................... 100 Anexo n.º 4 Registo de peso de Resíduos Hospitalares........................................................................................... 101 Anexo n.º 5 Ficha de limpeza e desinfeção da mala de transporte de RH do grupo III do domícilio........................ 102 ÍNDICE DE FIGURAS Fig. 1 – Cadeia de infeção das IACS............................................................................................................................ 3 Fig. 2 – 5 passos sequenciais para transmissão de microrganismos de um utente a outro.......................................... 8 Fig. 3 - Áreas frequentemente mal lavadas na lavagem de mãos................................................................................ 9 Fig. 4 – Método de lavagem de mãos......................................................................................................................... 11 Fig. 5 – Método alternativo à lavagem de mãos.......................................................................................................... 12 Fig. 6 – Procedimento para remoção de vestuário contaminado................................................................................ 15 Fig. 7 – Procedimento para colocação de luvas não-estéreis..................................................................................... 18 Fig. 8 – Procedimento para colocação de luvas esterilizadas..................................................................................... 20 Fig. 9 – Procedimento para retirar luvas contaminadas.............................................................................................. 21 Fig. 10 - Fotografias estroboscópicas mostrando a dispersão de gotículas de um espirro......................................... 22 Fig. 11 – Procedimento para colocação de máscara de proteção............................................................................... 25 Fig. 12 – Procedimento para retirar máscara contaminada......................................................................................... 26 Fig. 13 – Procedimento para colocação de óculos de proteção.................................................................................. 27 Fig. 14 – Procedimento para retirar de óculos de proteção contaminados................................................................. 28 Fig. 15 – Caracterização dos resíduos hospitalares.................................................................................................... 31 Fig. 16 – Regras de separação de resíduos por ecopontos........................................................................................ 36 Fig. 17 – Caracterização dos resíduos hospitalares.................................................................................................... 39 Fig. 18 – Acondicionamento dos RH conforme a sua classificação............................................................................ 41 Fig. 19 – Recipiente para separação de papel............................................................................................................ 43 Fig. 20 – Balde para lixo indiferenciado....................................................................................................................... 43 Fig. 21 – Contentores municipais para RH dos Grupos I e II...................................................................................... 43 Fig. 22 – Recipiente para pilhas e baterias usadas..................................................................................................... 44 Fig. 23 – Saco branco para depósito de RH do Grupo III............................................................................................ 47 Fig. 24 – Mala térmica para transporte de RH do Grupo III do domicílio para a unidade............................................ 47 Fig. 25 – Contentores herméticos verdes para armazenamento de RH do Grupo III.................................................. 48 Fig. 26 – Saco vermelho para colocação de RH do Grupo IV..................................................................................... 50 Fig. 27 – Contentores amarelos rígidos para colocação de RH do Grupo IV corto-perfurantes.................................. 50 Fig. 28 – Contentores herméticos vermelhos para recolha de RH do Grupo IV.......................................................... 50 Fig. 29 – Duplo balde e seus componentes................................................................................................................ 61 Fig. 30 – Procedimentos de lavagem com duplo balde............................................................................................... 63 Fig. 31 – Zonas do compartimento destinado à descontaminação e armazenamento dos materiais e equipamentos de limpeza........................................................................................................................................................................ 71 Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção iii ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1 – Tipo de vestuário de trabalho................................................................................................................... 14 Quadro 2 – Tipo de luvas recomendadas em função da tarefa a executar................................................................. 16 Quadro 3 – Grau de proteção das máscaras.............................................................................................................. 23 Quadro 4 – Exemplos de tipos de máscaras, finalidade e exemplos de situações recomendáveis ao seu uso......... 23 Quadro 5 – Quadro resumo para utilização de EPI’s em função das atividades......................................................... 28 Quadro 6 – Exemplos de atividades que podem implicar o uso de EPI’s................................................................... 29 Quadro 7 – Locais de produção do RH Grupo I.......................................................................................................... 32 Quadro 8 – Locais de produção dos RH do Grupo II.................................................................................................. 33 Quadro 9 – Locais de Produção dos RH Grupo III...................................................................................................... 34 Quadro 10 – Locais de Produção dos RH Grupo III.................................................................................................... 34 Quadro 11 – Exemplo de resíduos a depositar no contentor municipal...................................................................... 34 Quadro 12 – Resíduos passíveis de valorização que devem ser depositados nos ecopontos municipais................. 35 Quadro 13 – Categorias de REEE definidas e tipos de resíduos abrangidos no D.L 132/2010, de 17/12.................. 37 Quadro 14 – Classificação das áreas das unidades de saúde de acordo com o risco de infeção.............................. 53 Quadro 15 – Definição de conceitos........................................................................................................................... 54 Quadro 16 – Prioridade e frequência mínima de limpeza de acordo com o risco de infeção...................................... 55 Quadro 17 – Frequência da limpeza das diferentes áreas e equipamento................................................................. 56 Quadro 18 – Periodicidade mínima de limpeza do pavimento de acordo com o tipo de área..................................... 63 Quadro 19 – Procedimentos de limpeza dos equipamentos das instalações sanitárias............................................. 64 Quadro 20 – Procedimentos a adotar nas situações de derrame............................................................................... 66 Quadro 21 – Requisitos e recomendações do material e equipamento de limpeza.................................................... 68 Quadro 22 – Classificação dos materiais.................................................................................................................... 74 Quadro 23 – Temperaturas dos frigoríficos................................................................................................................. 77 Quadro 24 – Plano de higienização dos veículos........................................................................................................ 78 Quadro 25 – Plano de higienização das malas de transporte..................................................................................... 79 Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção iv ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ACeS Cávado III – Barcelos/Esposende - Agrupamento de Centros de Saúde do Cávado III, concelhos de Barcelos e Esposende. CCI - Comissão de Controlo de Infeção. CDC - Centers for Disease Control and Prevention (Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos da América). CDP - Centro de Diagnóstico Pneumológico. DGS - Direcção-Geral da Saúde. EDCCI - Elemento Dinamizador da Comissão de Controlo de Infeção do ACeS Cávado III – Barcelos/Esposende. EEE - Equipamentos elétricos e eletrónicos. IACS - Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde. NECCI - Núcleo Executivo da Comissão de Controlo de Infeção do ACeS Cávado III – Barcelos/Esposende. OMS - Organização Mundial da Saúde. PNCI - Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infeção Associada aos Cuidados de Saúde. REEE - Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos. RH - Resíduos hospitalares. SSO - Serviço de Saúde Ocupacional do ACeS Cávado III – Barcelos/Esposende. UAG - Unidade de Apoio à Gestão do ACeS. UF - Unidade Funcional do ACeS. USP - Unidade de Saúde Pública. Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 1 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO 1. INTRODUÇÃO A Infeção Associada aos Cuidados de Saúde (IACS) é uma infeção adquirida pelos utentes em consequência dos cuidados e procedimentos de saúde prestados e que pode, também, afetar os profissionais de saúde durante o exercício da sua atividade. Este, não sendo um problema novo, assume cada vez maior importância em Portugal e no mundo. À medida que a esperança de vida aumenta e que dispomos de tecnologias cada vez mais avançadas e invasivas, e de maior número de utentes em terapêutica imunossupressora, aumenta também o risco de infeção. Estudos internacionais revelam que cerca de um terço das infeções adquiridas no decurso da prestação de cuidados são seguramente evitáveis. Os dados disponíveis no Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infeção Associada aos Cuidados de Saúde (PNCI) da Direcção-Geral da Saúde (DGS) sobre as infeções provocadas por agentes resistentes demonstram que:  30 a 40% são resultado da colonização e infeção cruzada, tendo como veículo principal as mãos dos profissionais de saúde;  20 a 25% podem ser resultado da terapêutica antibiótica sucessiva e prolongada;  20 a 25% podem resultar do contacto com microrganismos adquiridos na comunidade;  20% têm origem desconhecida. Embora não seja possível erradicar as infeções, o seu controlo é uma meta atingível através de programas concebidos pelas comissões de controlo da infeção, criadas por despacho da DGS e publicado no Diário da República n.º 246, II Série, de 23/10/1996. Deste modo, o Núcleo Executivo da Comissão de Controlo da Infeção (NECCI) do ACeS Cavado III – Barcelos/Esposende (ACeS) pretende implementar medidas de controlo da infeção com a finalidade de proteger os utentes, profissionais e a comunidade. ONECCI tem por missão dinamizar a realização de atividades conducentes à vigilância, prevenção e controlo das infeções associadas aos cuidados de saúde nas várias unidades funcionais do ACeS, contribuindo para melhorar a qualidade dos cuidados prestados pelos seus profissionais. Para atingir o pretendido, é imprescindível a existência de um Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo de Infeção, que defina um conjunto de recomendações que sirvam como instrumento de apoio às atividades diárias, nomeadamente aquelas que são, pela sua importância, suscetíveis de risco para a IACS e por forma a uniformizar procedimentos no domínio do controlo de infeção no ACeS. Este manual baseia-se nas orientações emanadas pelo Grupo Regional do Norte da Comissão de Controlo da Infeção e da DGS. O presente Manual aplica-se a todas as Unidades Funcionais (UF) do ACeS. Para uma mais fácil consulta o presente Manual será organizado em normas e fichas de procedimentos de trabalho. As normas terão carácter geral, sendo as instruções de trabalho específicas para determinadas atividades. Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 2 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO 2. COMO SE TRANSMITE A IACS  Hospedeiro  Agente Idades extremas, Infeccioso imunodeprimidos, Bactérias, vírus, má nutrição, parasitas, fungos, exposição ricketsias ocupacional  Reservatório  Porta de Entrada Ar, água, ambiente, Inalação, picada, roedores, insectos, pele lesada Homem  Transmissão  Porta de Saída Contacto direto, Fezes, sangue, indireto, vetores, via água, saliva aérea Fig. 1 – Cadeia de infeção das IACS (adaptado de Prevenção de Infeções Adquiridas no Hospital – Um Guia Prático, PNCI, 2002). Os agentes infeciosos propagam-se ao ser humano ou até aos animais através duma série de passos conhecidos por cadeia de infeção. Só poderá ocorrer infeção quando todas as seis ligações da cadeia estiverem presentes. Ao ser quebrado um dos elos da cadeia, interrompe-se o ciclo. De seguida, desenvolvem-se as caraterísticas dos seis elos da cadeia de infeção:  O agente infecioso pode ser uma bactéria, um vírus, um protozoário, um fungo ou uma ricketsia. Deve ser especialmente virulento, existir em quantidade suficiente (inoculo) e ser especialmente apto para determinados tecidos.  O reservatório é basicamente o local onde estão alojados os microrganismos Podem ser animais, insetos, o Homem, objetos, superfícies, equipamento ou virtualmente todo o meio envolvente incluindo os alimentos, água ou até o ar que respiramos.  A porta de saída é o meio através do qual os microrganismos saem do reservatório. Os agentes infeciosos podem sair através do sangue, esperma, secreções vaginais, leite materno, lágrimas, urina, fezes, expetoração, drenagem de feridas abertas, através barreira placentária, entre outros. Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 3 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO  O modo ou via de transmissão é a forma como os microrganismos se propagam de pessoa a pessoa. São várias as formas de transmissão: a) Contato: i) Direto ou contacto físico. É a forma mais frequente de transmissão. Acontece quando uma pessoa infetada ou colonizada transfere o microrganismo patogénico, causando infeção no outro. A transferência de microrganismos pode acontecer através da troca de fluidos orgânicos, por exemplo durante uma relação sexual. Outra forma direta de adquirir um microrganismo patogénico é através do sangue, expetoração, limpeza de feridas ou outros fluidos orgânicos. As mãos contaminadas são a forma mais comum de propagar as infeções. Por exemplo, o apertar as mãos pode transmitir a gripe comum ou a varicela. A lavagem das mãos previne a propagação das infeções. Numa unidade de saúde, a transmissão de microrganismos por contacto direto pode ocorrer entre utentes/doentes e o pessoal de saúde durante a execução de pensos, cuidados no domicílio, palpação ou outros procedimentos que requeiram contacto direto com o utente. ii) Indireto ou através de objetos inanimados: inclui a propagação da infeção através de bebidas ou alimentos contaminados, contato com materiais contaminados ou objetos que contenham microrganismos patogénicos tais como solo, roupa, produtos de higiene pessoal e equipamento pessoal, utensílios vários, animais de estimação ou objetos inanimados. Numa unidade de saúde, o contacto indireto ocorre sempre que haja um contacto pessoal com um equipamento contaminado, instrumentos, roupa suja ou outros objetos contaminados. Uma das formas de transmissão indireta mais comum é através de um estetoscópio contaminado. b) Contacto por partícula: as infeções por esta via ocorrem quando um individuo inala ou contacta com um microrganismo que está suspenso no ar ou poeira, através de uma pessoa infetada que tenha tossido, espirrado, rido ou falado. Os microrganismos suspensos entram no trato respiratório quando a pessoa inala o ar contaminado. A gripe comum é normalmente transmitida desta forma. É desta forma que o Bacilo da Tuberculose (mycobacterium tuberculosis) se transmite. Pelo facto dos microrganismos transmitidos por via aérea se propagarem rapidamente, podem ser os responsáveis por grandes epidemias ou até pandemias entre pessoas suscetíveis. c) Os microrganismos patogénicos podem também disseminar-se através de um veículo, a exemplo do que acontece com a propagação da hepatite através de sangue contaminado. d) Insetos tais como pulgas, mosquitos, carraças e outros insetos transportam microrganismos patogénicos e transmitem-nos ao potencial hospedeiro através de picadas insuspeitas.  A porta de entrada é a forma de um agente infecioso encontrar um novo hospedeiro e reservatório. Os microrganismos podem entrar no corpo humano através de lesões na pele, através da mucosa dos olhos, boca ou nariz, através do aparelho digestivo por ingestão de alimentos contaminados, através do trato urinário e aparelho reprodutor através do sexo, do trato respiratório pela inalação do ar contaminado e na circulação através de lesões na pele, picadas. Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 4 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO  O hospedeiro suscetível é a pessoa ou pessoas que vão ficar contaminadas ou infetadas se as suas defesas forem deficientes. Fatores tais como a idade, carga genética, estado nutricional, higiene pessoal, níveis de stress, a presença de outras doenças, a imunodepressão, as técnicas invasivas, podem contribuir significativamente para a suscetibilidade pessoal a um dado microrganismo patogénico. Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 5 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO NORMA N.º 1 – PRECAUÇÕES UNIVERSAIS 3. PRECAUÇÕES UNIVERSAIS A Organização Mundial da Saúde (OMS) define Precauções Universais (Standard) como um conjunto de práticas de controlo da infeção que os profissionais de saúde se socorrem para reduzir a transmissão de microrganismos nos cuidados de saúde. Com o aparecimento do vírus da Sida na década de 80, os riscos para os profissionais da saúde na aquisição, quer desta doença quer de outras (Hepatite B e C, por exemplo) tornou-se mais premente. As Precauções Universais protegem profissionais de saúde e utentes do contacto com agentes infeciosos e devem ser usadas pelos profissionais de saúde independentemente do diagnóstico e do utente ser ou não portador de doença infecto-contagiosa, ou seja, devem ser usadas em todos os utentes, sempre. As Precauções Universais incluem: - Lavagem das mãos - Uso de equipamento de proteção individual geral e específico no caso de exposição a sangue, fluidos corporais, excreções, secreções (exceto suor), contacto com mucosas e/ou com pele não intacta. 3.1.LAVAGEM E DESINFEÇÃO DAS MÃOS As mãos são o principal veículo de transmissão exógena da IACS. Nunca estão livres de microrganismos, sejam eles residentes (multiplicam-se na pele e fazem parte da sua flora habitual, são importantes no controlo da flora transitória e raramente causam doença a não ser que sejam traumaticamente introduzidos nos tecidos) ou transitórios (são menos numerosos, contudo têm um elevado potencial patogénico e são facilmente transmitidos por contacto). Assim sendo, é a primeira e a principal medida para evitar a IACS. A lavagem das mãos define-se com um esfregar vigoroso de ambas as superfícies das mãos, incluindo dedos e punhos, seguida de enxaguamento com água corrente. Recomenda-se fortemente, para uma boa eficácia da medida:  Não usar qualquer objeto de adorno abaixo dos cotovelos, isto é, retirar todos os objetos de adorno das mãos incluindo pulseiras;  Não usar unhas de gel, postiças e vernizes;  Usar unhas curtas e mantê-las limpas. A transmissão de microrganismos de um utente a outro, através das mãos dos profissionais implica 5 passos sequenciais: Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 6 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO Microrganismos presentes na Sobrevivência de pele ou nas superfícies da Transmissão para as mãos microrganismos nas mãos Lavagem das mãos não unidade do doente eficaz Os profissionais de saúde Ao longo do contacto com os Mãos contaminadas/ Microrganismos presentes em podem contaminar as mãos doentes ou com as superfícies Poderá ocorre devido: áreas intactas da pele do doente: Infecções cruzadas durante as actividades contaminadas, os 100-1 milhão(ufc/cm2) (S. aureus, -Quantidade de produto Em vários surtos, foi “limpas”, com cerca de 100 - microrganismos podem P. mirabilis, Klebsiella spp insuficiente e/ou duração da demonstrado que a Acinetobacter spp.); 1.000 ufc de Klebsiella spp., - sobreviver nas mãos por higiene das mãos leva a uma transmissão de Flora transitória (ex. avaliação períodos de tempo que variam O ambiente envolvente do doente deficiente descontaminação. microrganismos entre doentes fica contaminado pelos de pulso, TA, entre 2-60 min, em função da: posicionamentos). -A flora transitória pode e pelo ambiente, ocorreu microrganismos do próprio doente, -A ausência de higienização através das mãos dos permanecer nas mãos com a especialmente por Staphylococcus das mãos; profissionais de saúde. e por Enterococcus (Não esquecer lavagem enquanto que a que a principal fonte de - Duração dos cuidados; fricção com solução alcoólica contaminação no ambiente resulta -Grau do risco de contaminação demonstrou ser mais efectiva. da descamação da pele das das mãos. pessoas presentes). Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 7 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO Fig. 2 – 5 passos sequenciais para transmissão de microrganismos de um utente a outro (adaptado de The Lancet Infectious Diseases, 2006). Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 8 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO Os locais das mãos que mais frequentemente estão colonizados e onde os cuidados com a lavagem devem ser maiores, são:  Unhas;  Zonas interdigitais;  Punhos;  Palmas das mãos. Fig. 3 - Áreas frequentemente mal lavadas na lavagem de mãos (adaptado de Taylor, 1978). 3.1.1.POLÍTICA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS Os profissionais devem lavar as mãos sempre que necessário e particularmente nos seguintes momentos:  Sempre que as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas;  Antes de:  Prestar cuidados ao utente;  Colocar as luvas;  Manusear fármacos; Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 9 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO  Inserir um dispositivo invasivo;  Manipular um dispositivo invasivo;  Preparação de medicação;  Refeições.  Depois de:  Contactar com a pele de um utente;  Contactar com fluidos corporais, excreções, secreções, pele não intacta, tecidos feridos, objetos contaminados;  Contactar com objetos/ superfícies que se encontrem na envolvência do utente;  Manusear fármacos;  Remover as luvas (as mãos são frequentemente contaminadas ao retirar as luvas e as luvas apresentam com alguma regularidade perfurações impercetíveis);  Utilizar as instalações sanitárias, mesmo que lave as mãos nas instalações sanitárias. 3.1.2.RECOMENDAÇÕES DE UTILIZAÇÃO  Os sabões líquidos e as soluções alcoólicas devem estar em embalagens de uso único;  Nas situações em que não são utilizadas embalagens de uso único, os dispensadores devem ser lavados antes de se colocar nova quantidade de produto e serem cheios apenas até dois terços da sua capacidade;  Os doseadores devem ser lavados antes de se substituir uma nova recarga;  Devem ser exclusivamente utilizados toalhetes de papel, nunca toalhas de pano. Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 10 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO 3.1.3.PROCEDIMENTO DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS Para uma adequada e eficiente lavagem das mãos devem ser cumpridos os seguintes passos: 1. Molhar as mãos com água corrente, preferencialmente, morna; 2. Retirar uma porção de sabão líquido; 3. Executar a técnica de lavagem durante 40 a 60 segundos 1. Palma com palma 2. Palma direita por cima do dorso 3. Palma com palma com os dedos esquerdo e vice versa. interligados. 4. Costas dos dedos em posição à 5. Esfregar em rotação o espaço do 6. Esfregar em rotação com os dedos palma com os dedos interligados. polegar direito com a palma juntos, na zona anterior, toda a área esquerda e vice-versa. da palma da mão esquerda e vice- versa. 7. Secar bem as mãos com toalha 8. Caso seja necessário utilizar as 9. Caso seja necessário abrir a porta, descartável de papel. mãos para fechar a torneira, utilizar depois de lavadas as mãos, poderá a toalha de papel que foi utilizada utilizar a toalha que se utilizou para para secar as mãos. lavar as mãos. Depositar a toalha de papel no balde adequado, acionado por pedal Fig. 4 – Método de lavagem de mãos (adaptado de OMS, 2009). Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 11 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO 3.1.4.ALTERNATIVA À LAVAGEM Em situações em que as mãos se encontrem visivelmente limpas pode recorrer-se ao uso de soluto alcoólico, em detrimento da água e sabão. Fig. 5 – Método alternativo à lavagem de mãos (DGS, 2009). Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 12 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO NORMA N.º 2 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI’S) 4. EPI’S A utilização de EPI’s constitui um método barreira à contaminação. Todo os trabalhadores das unidades de saúde devem usar métodos barreira adequados, no sentido de se prevenirem da exposição acidental ao sangue, secreções, leite materno, bem como a todos os líquidos orgânicos que contenham sangue visível, em todos os utentes. Os EPI’s mais utilizados são:  Vestuário de trabalho;  Luvas;  Máscaras;  Óculos. De seguida serão abordados os cuidados a ter com este EPI’s. 4.1.ORDEM DE COLOCAÇÃO DOS EPI’S A colocação dos EPI’s deverá cumprir-se a seguinte sequência: 1. Vestuário de trabalho; 2. Máscara; 3. Óculos ou viseira; 4. Luvas. 4.2.ORDEM DE REMOÇÃO DOS EPI’S Ao remover EPI’s contaminados, deve seguir-se a seguinte ordem: 1. Luvas; 2. Óculos ou viseira; 3. Vestuário de trabalho; 4. Máscara. Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 13 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO 5. VESTUÁRIO DE TRABALHO Os profissionais, de forma a proteger a pele e/ou a roupa, que prestem cuidados de saúde diretos ou efetuem procedimentos de limpeza e higienização devem normalmente usar, respetivamente, roupa de rua coberta por uma bata branca ou uma farda pessoal. Quadro 1 – Tipo de vestuário de trabalho Profissional Tipo de vestuário Especificações  Preferencialmente branca;  De material lavável;  De preferência abotoada ou atada atrás;  Que possibilite liberdade de movimentos ao profissional; Presta cuidados de saúde diretos  Farda reutilizável  Não deve ser utilizada fora das (ex. médicos, enfermeiros, técnicos  Quando necessário, avental instalações das Unidades de de diagnóstico e terapêutica) plástico de uso único Saúde ou nos locais de cafetaria, bar ou refeições dos mesmos;  Utilizado somente durante o período de trabalho;  Mudada sempre que se encontre suja ou quando necessário.  Preferencialmente branca;  De preferência abotoada ou atada Presta cuidados de saúde diretos atrás; (ex. médicos, enfermeiros, técnicos  Que possibilite liberdade de de diagnóstico e terapêutica) com  Bata descartável movimentos ao profissional; contacto com utente infetado com  Utilizado somente durante a microrganismo multirresistente duração do trabalho com o utente;  Mudada sempre que se encontre suja ou quando necessário.  De cor adequada estabelecida pelo ACeS;  De material lavável;  Que possibilite liberdade de  Farda pessoal, com modelo em movimentos ao profissional; Efetua operações de limpeza e conformidade com o  Não deve ser utilizada fora das higienização estabelecido pelo ACeS instalações das Unidades de  Quando necessário, avental Saúde; plásticos de uso único  Utilizado somente durante o período de trabalho;  Mudada sempre que se encontre suja ou quando necessário. Fonte: Centers for Disease Control and Prevention (CDC), 1998; DGS, 2007. As unidades funcionais devem colocar as fardas/batas sujas em caixas ou sacos e enviar para a lavandaria do ACeS para tratamento. Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 14 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO 5.1.PROCEDIMENTO PARA REMOÇÃO DE VESTUÁRIO DE TRABALHO CONTAMINADO Caso o vestuário de trabalho se encontre visivelmente sujo ou contaminado, o profissional deverá remove-lo, eliminando-o para contentor adequado para resíduos hospitalares do Grupo III, substituindo-o antes de realizar qualquer tarefa. 1. Desapertar botões ou cintos. 2. Puxe pela zona dos ombros e pescoço o vestuário de trabalho para baixo, pinçando com as mãos as zonas interiores ou os bordos. Puxe o exterior contaminado para baixo, fazendo com que o vestuário deslize dos braços e revirando a zona exterior para dentro. 3. Enrolar o vestuário num “embrulho”, com a parte 4. Proceder à lavagem ou desinfeção adequada de mãos. exterior no interior, e elimina-lo imediatamente em recipiente adequado para resíduos hospitalares do Grupo III. Fig. 6 – Procedimento para remoção de vestuário contaminado (adaptado de CDC, 1998). Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 15 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO 6. LUVAS Para prevenção da IACS, os profissionais devem usar luvas esterilizadas em procedimentos assépticos e cirúrgicos invasivos, em cuidados que impliquem tocar nas mucosas ou pele não integra e em cuidados a utentes imunodeprimidos ou sempre que se entenda necessário. Para proteção individual, os profissionais devem usar luvas não – estéreis nos cuidados a utentes em que exista o risco das mãos ficarem contaminadas com sangue, fluidos corporais, excreções e/ou secreções, no contacto com mucosas, e/ou objetos contaminados. Para tarefas de higienização e limpeza de instalações, superfícies e materiais deverão ser utilizar luvas de borracha adequadas à tarefa (luvas de ménage). Os profissionais devem lavar as mãos quando retiram ou mudam as luvas. As luvas devem ser mudadas: - Entre procedimentos; - Entre o contacto com uma zona contaminada e uma zona limpa, no mesmo utente; - Sempre que no decorrer de uma técnica ocorra rutura das luvas; - Sempre que no decorrer de uma técnica asséptica ocorra contaminação das luvas; - Sempre que mudem de utente. Quadro 2 – Tipo de luvas recomendadas em função da tarefa a executar Tipo de luvas indicadas Situações Exemplos  Qualquer procedimento médico  Pequenas cirurgias (remoção de sinais, remoção de Luvas esterilizadas e cirúrgico invasivo; quistos sebáceos);  Cuidados a utentes  Algaliações. imunodeprimidos. EXPOSIÇÃO DIRECTA AO UTENTE:  Contato com sangue;  Contato com membranas mucosas e com pele não  Possibilidade de íntegra; contacto com sangue,  Possível presença de organismos perigosos e fluidos orgânicos, altamente infeciosos; secreções, excreções  Situações de emergência ou epidemia; Luvas não – estéreis e objetos visivelmente  Colocação e remoção de acessos vasculares; contaminados por Derramamento de sangue; fluidos orgânicos.  Exame pélvico ou vaginal.  Embalamento de EXPOSIÇÃO INDIRECTA AO UTENTE: material esterilizado.  Esvaziamento de recipientes com fluidos orgânicos;  Manipulação/limpeza de instrumentos;  Manipulação de resíduos; limpeza de fluidos corporais. Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 16 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO Tipo de luvas indicadas Situações Exemplos Tarefas de higienização e  Higienização de pavimentos; Luvas de ménage limpeza de instalações,  Higienização de instalações sanitárias; (borracha) superfícies e materiais.  Higienização de portas e manípulos das mesmas. EXPOSIÇÃO DIRECTA AO UTENTE:  Avaliação da pressão arterial, temperatura e pulso;  Transportar o doente;  Cuidar dos olhos e pavilhões auriculares (sem secreções); Sempre que não exista  Qualquer manipulação de acesso vascular na Não necessário possibilidade de exposição ausência de extravasamento de sangue. (exceto para a sangue ou fluidos precauções de corporais, ou ambiente EXPOSIÇÃO INDIRECTA AO DOENTE: CONTATO)  Utilização do telefone; contaminado.  Escrever nos registos do doente, administração de medicação oral;  Colocação de aparelhos de ventilação não invasiva e cânulas de oxigénio;  Deslocação da mobília do doente. Fonte: DGS, 2009. 6.1.PRECAUÇÕES NO USO DAS LUVAS Na utilização de luvas, os profissionais deverão ter em atenção que: - Não devem usar-se como 2ª pele; - Quando se rompem devem ser retiradas, as mãos lavadas e calçadas outras luvas; - O uso de luvas não substitui a necessidade de higienizar as mãos; - Antes e após o seu uso deve lavar-se as mãos; - Não devem ser utilizadas para apertar botões de elevador, atender telefones/telemóveis ou tocar maçanetas de portas ou janelas. 6.1.1.PROCEDIMENTO PARA COLOCAÇÃO DE LUVAS NÃO-ESTÉREIS Escolha luvas adequadas ao seu tamanho de mão. Antes da colocação das luvas, proceda a uma lavagem e desinfeção adequada das mãos. Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 17 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO 1. Retire a luva da embalagem original. 2. Toque apenas numa zona restrita da luva, correspondente ao punho (no bordo superior do manguito). 3. Coloque a primeira luva até ao fim. 4. Retire a segunda luva com a mão desprotegida e toque apenas na superfície restrita da zona do punho. 5. De forma a evitar tocar na pele do braço com a mão 6. Quando enluvadas, as mãos não deverão tocar em enluvada, vire a superfície exterior da luva a colocar nos nenhum material ou superfície para além dos que dedos fletidos da mão enluvada, permitindo assim a definidos para o uso das luvas. colocação da luva na segunda mão. Fig. 7 – Procedimento para colocação de luvas não-estéreis (adaptado de OMS, 2007). Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 18 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO 6.1.2.PROCEDIMENTO PARA COLOCAÇÃO DE LUVAS ESTERILIZADAS Escolha luvas adequadas ao seu tamanho de mão. Antes da colocação das luvas, proceda a uma lavagem e desinfeção adequada das mãos. 1. Após realizar a lavagem correta das mãos, abra a 2. Segure nas abas e abra os dois lados que revestem embalagem de luvas sobre uma superfície limpa a uma as luvas, conforme a figura acima. altura confortável para sua manipulação. As luvas estão dispostas corretamente à sua frente, encontrando a luva da mão direita está à sua direita, e a luva da mão esquerda à sua esquerda (maioria dos fabricantes). 3. Prepare-se para calçar a luva na mão dominante. 4. Introduza os dedos da mão dominante, calmamente, Com sua mão não-dominante, segure a luva pela face procurando ajustar os dedos internamente. Realize interna da luva. Enquanto estiver sem luvas, segure esta etapa da melhor maneira possível, mas não se apenas pela face onde a luva irá entrar em contato com preocupe se os dedos ficaram mal posicionados dentro sua pele, ou seja, face interna. da luva. Continue o procedimento mesmo com os dedos posicionados de forma errada (ao corrigir a posição dos dedos, pode provocar a contaminação da luva). Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 19 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO 5. Introduza os dedos até que a sua mão entre 6. Após a colocação da luva na mão dominante, com a completamente na luva, segurando-a sempre pela face mão dominante (enluvada), segure a outra luva pela interna da luva face externa (ou seja, por dentro da dobra existente). Esta dobra existente no punho da luva, servirá de apoio para segurar a luva, sem que se corra o risco de contaminar a luva, mesmo que imperceptivalmente. Lembre-se que com uma luva estéril na mão dominante, não podemos tocar em lugares que não sejam estéreis, sejam eles a nossa pele, superfícies ou objetos ao nosso redor. 7. Segurando sempre pela dobra do punho da luva, 8. Siga esta etapa, até introduzir toda a mão não- introduza calmamente sua mão não-dominante na luva, dominante na luva. à semelhança do realizado na primeira luva, mas agora, com a cautela de não tocar com a luva na pele da mão não-dominante ou em locais não estéreis. 9. Havendo a necessidade de posicionar os dedos corretamente, ou de melhorar o encaixe da luva, faça-o com ambas as luvas, evitando manipular a luva na região dos punhos caso esta não possua as dobras de segurança. Fig. 8 – Procedimento para colocação de luvas esterilizadas (adaptado de http://pergunteparaaenfermeira.blogspot.pt) Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 20 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO Nota: Caso a embalagem de luvas traga apenas 1 unidade, após a lavagem e desinfeção de mãos, abra as duas embalagens e coloque sobre uma superfície limpa e a altura confortável para sua manipulação e só depois proceda de acordo com o procedimento acima descrito. 6.1.3.PROCEDIMENTO PARA RETIRAR LUVAS CONTAMINADAS A utilização de técnicas de remoção adequada de luvas contaminadas são essenciais para prevenir a propagação de agentes patogénicos de luvas para superfície da pele. Devem cuidadosamente ser seguidos os seguintes passos: 1. Com a mão não dominante, pince a luva da mão 2. Puxe para baixo, permitindo que a luva se dobre de dominante perto do topo. Evite que a superfície externa dentro para fora enquanto sai. Mantenha a luva que das luvas toque no pulso. retirou na mão ainda enluvada. 3. Agora insira os dois primeiros dedos de sua mão sem 4. Puxe para baixo até ao fim, permitindo que a luva se luva sob a borda da luva ainda colocada. Evite tocar na dobre de dentro para fora enquanto sai. Continue a superfície exterior da luva ou dobra-la contra o pulso. puxar até a luva a retirar envolva completamente a luva já retirada e a sua superfície interna sem contaminação se encontre voltada para fora. Coloque as luvas em local adequado e proceda à lavagem e desinfeção adequada das mãos. Fig. 9 – Procedimento para retirar luvas contaminadas (adaptado de http://smart-nurse.blogspot.pt) Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 21 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO 6.1.4.PROCEDIMENTO PARA RETIRAR LUVAS DE MÉNAGE CONTAMINADAS As luvas tipo ménage poderão estar contaminadas com produtos químicos resultantes das operações de limpeza ou desinfeção. Assim sendo, ao remover estas luvas deverão ser seguidos os seguintes procedimentos: 1. Antes de retirar as luvas, lave primeiro as luvas com detergente como se estivesse a lavar as mãos; 2. Com a mão não dominante, pince a luva da mão 3. Puxe para baixo, permitindo que a luva se dobre de dominante perto do topo. Evite que a superfície externa dentro para fora enquanto sai. das luvas toque no pulso. 4. Repita o mesmo procedimento para a outra luva. 5. As duas luvas deverão ficar do avesso (interior da luva para dentro, exterior da luva para fora). 6. Depois de retiradas, verificar da necessidade de lavagem da parte interior da luva (devido a transpiração, mau cheiro ou outro). 7. Pendurar as luvas do avesso, seguras pelos dedos para escorrer e secar. 7. MÁSCARA A prevenção da inalação de aerossóis e gotículas mais pequenas implica a utilização de precauções adicionais, nomeadamente máscara/respirador de partículas, pelos profissionais de saúde que efetuem ou ajudem em manobras potencialmente geradoras de aerossóis (intubação, broncoscopia, cirurgia, entre outros). Fig. 10 – Fotografias estroboscópicas mostrando a dispersão de gotículas de um espirro (a) e como esta dispersão é atenuada por uma máscara de algodão (b) (Journal of The Royal Society Interface, 2009). Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 22 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO 7.1.MÁSCARA DE PROTEÇÃO Embora seja dado o termo genérico de “máscaras”, estes EPI’s podem ser muito diferentes na sua conceção e no seu propósito em função dos filtros que lhes são aplicados. Os filtros empregues nas máscaras classificam-se em:  Mecânicos – proteção de pós e partículas, distinguem-se pela cor branca, letra P e o número de acordo com o seu poder de retenção: o P1 – poder de retenção normal para partículas sólidas, o P2 – alto poder de retenção para partículas sólidas e líquidas, o P3 – máximo poder de retenção para partículas sólidas e líquidas,  Químicos – protegem de gases e vapores químicos classificados por letra, cor e o número indica o poder de retenção (1, 2 ou 3).  Combinados (mecânicos e químicos) – protegem simultaneamente gases e partículas, distinguem-se pela combinação de letras, números e cor. (por exemplo, o filtro A2P3 tem retenção alta de vapores orgânicos e poder de retenção máximo de partículas sólidas e líquidas). Quadro 3 – Grau de proteção das máscaras N.º Grau de proteção 1 Normal 2 Alto 3 Máximo Fonte: NP EN 143:2000. Quadro 4 – Exemplos de tipos de máscaras, finalidade e exemplos de situações recomendáveis ao seu uso Tipo de máscara Finalidade Utilização A finalidade da máscara é reduzir a introdução de Máscara Descartável FFP1 partículas infeciosas no ar ambiente, pela pessoa - Pequenas cirurgias; que está a usar a máscara. A máscara é projetado - Trabalho com utentes para capturar gotículas que são expelidas pelo imuno-comprometidos; usuário quando ele/ela fala, espirra ou tosse. No - Proteção de doente entanto, as máscaras devido à sua construção, infecioso que expira, fala, não selam firmemente a face do usuário e não espirra, e/ou tosse no quarto Máscara Descartável FFP2 impedem a inalação de pequenas partículas que em presença de um possam ser transmitidas por um utente por trabalhador da saúde (caso expiração, tosse, ou determinados procedimentos da FFP3). médicos. Além disso, a eficiência de filtração de máscaras varia muito entre os modelos. Máscara Descartável FFP3 c/ Válvula Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 23 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO Tipo de máscara Finalidade Utilização A finalidade é proteger o utente, reduzindo a concentração de contaminantes inalados. Num - Esterilização; ambiente hospitalar, esses contaminantes podem - Procedimento laboratoriais; vir de processos que utilizam produtos químicos Semi-Máscara c/ Filtros perigosos, atividades de limpeza e manutenção. Integrados A1P3 Fonte: NP EN 136:1999. 7.1.1.PROCEDIMENTO PARA COLOCAÇÃO DE MÁSCARA 1. Proceda a uma lavagem e desinfeção adequada das 2. Retire a máscara de proteção da embalagem e verifique mãos. se não existem orifícios ou rasgos em ambos os lados da máscara. Faixa ajustável Frente (colorida) Trás (lado branco fica em contato com o rosto) 3. Verifique qual é o topo da máscara. O lado da máscara 4. Determine qual é o lado da frente da máscara. O lado que tem uma faixa flexível é a parte superior e destina-se colorido da máscara é geralmente à frente, enquanto o a moldar-se à forma do seu nariz. lado branco deve tocar no seu rosto. Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 24 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO 5. Siga as instruções de colocação para cada tipo de máscara que se encontra a usar. a. Máscara facial com encaixe da b. Máscara facial com atilhos: c. Máscara facial com elásticos: orelha: Segure a máscara pelos fios Segurando pelos 2 atilhos superiores, Segure a máscara na sua mão com a da orelha. Colocar um laço em torno traga a máscara para o seu nível de faixa flexível na ponta dos dedos, de cada orelha. nariz e coloque os laços sobre a coroa permitindo que os elásticos estejam da sua cabeça e prenda os dois pendurados livremente abaixo da atilhos com um laço. Em seguida, mão. Traga a máscara para o seu pegue nos atilhos de baixo e prenda nível do nariz e puxe as duas alças com um laço na nuca do seu pescoço. sobre a sua cabeça para que repousem sobre a coroa da sua cabeça. Puxe a alça inferior para que ela repouse na nuca do seu pescoço. 6. Ajuste a faixa flexível ao osso do nariz. Puxe a parte 7. Ajuste bem a máscara às faces e sob o queixo. inferior da máscara sobre a boca e queixo. No caso de máscara com válvula, realize uma verificação de ajuste tapando a válvula:  Inspire – a máscara deve entrar em colapso;  Expire – verifique se à perda de ar em torno do rosto. Fig. 11 – Procedimento para colocação de máscara de proteção (adaptado de CDC, 1998).  Enquanto a estiver a usar, evite tocar a máscara com as mãos. Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 25 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO  Sempre que se toca numa máscara usada — por exemplo, ao retirá-la ou lavá-la — é necessário limpar as mãos, lavando-as com água e sabão ou desinfetando-as com uma solução alcoólica.  Substitua as máscaras quando ficam húmidas. Após uma utilização prolongada, as máscaras podem ficar húmidas. Nessa altura, devem ser substituídas por uma máscara nova ou por uma máscara limpa e seca. 7.1.2.PROCEDIMENTO PARA REMOVER UMA MÁSCARA Parta do princípio que a parte da frente da máscara está contaminada. Toque apenas nos atilhos, fios ou elásticos da máscara. 1. Siga as seguintes instruções em função do tipo de máscara que se encontra a usar. a. Máscara facial com encaixe da b. Máscara facial com atilhos: c. Máscara facial com elásticos: orelha: Segure em ambos os fios da Desaperte primeiro os atilhos de Levante primeiro o elástico de baixo, orelha, levante-os e remova a baixo e depois os atilhos de cima. Ao elevando-o acima da cabeça. máscara. desapertar os atilhos de cima, afaste Lentamente, faça, depois o mesmo a máscara da cara à medida que os com o elástico de cima, inclinando ao atilhos ficam mais soltos. mesmo tempo o tronco para a frente e retire a máscara. 2. Elimine a máscara propriamente. As máscaras 3. Após a remoção de uma máscara, é necessário descartáveis devem deitar-se fora após uma única higienizar as mãos, lavando-as com água e sabão ou utilização. Depois de retiradas, as máscaras devem ser desinfetando-as com uma solução alcoólica. colocadas em recipiente adequado para resíduos hospitalares do Grupo III. Fig. 12 – Procedimento para retirar máscara contaminada (adaptado de OMS, 2007). Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 26 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO 8. ÓCULOS DE PROTEÇÃO Devem ser usadas quando se preveem salpicos com sangue ou nas situações de aplicação de desinfetantes para prevenir lesões ou contaminação oculares em situações de salpicos ou de vapores. Na seleção de óculos de proteção, as seguintes caraterísticas deverão ser tidas em conta:  Devem-se ajustar confortavelmente sobre e ao redor dos olhos;  Os óculos pessoais de correção visual não são um substituto dos óculos de proteção;  Preferencialmente, os óculos deverão possuir tratamento anti embaciamento pois melhora a visibilidade na utilização, sobretudo se for utilizado em conjunto com máscara de proteção. 8.1.PROCEDIMENTO PARA COLOCAÇÃO DE ÓCULOS DE PROTEÇÃO 1. Coloque os óculos em posição sobre os olhos e seguros 2. Caso seja necessário a utilização de viseira de na cabeça usando as hastes. proteção, posicione-o sobre o rosto e prenda com banda ajustável. Ajuste confortavelmente. Ajuste confortavelmente. Fig. 13 – Procedimento para colocação de óculos de proteção (adaptado de CDC, 1998). 8.2.PROCEDIMENTO PARA REMOÇÃO DE ÓCULOS DE PROTEÇÃO CONTAMINADOS 1. Segure as hastes com as mãos sem luvas. Levante 2. No caso de viseira de proteção, segure as hastes com longe do rosto. as mãos sem luvas. Levante longe do rosto. Coloque no recipiente designado para reciclagem ou Coloque no recipiente designado para reciclagem ou eliminação. eliminação. Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 27 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO 3. Após a remoção é necessário limpar as mãos, lavando-as com água e sabão ou desinfetando-as com uma solução alcoólica. Fig. 14 – Procedimento para retirar de óculos de proteção contaminados (adaptado de CDC, 1998). 9. OBSERVAÇÕES FINAIS Após retirar um EPI, deverá ser efetuada uma lavagem e desinfeção adequada das mãos. Caso as mãos fiquem visivelmente contaminadas durante a retirada de EPI´s, deverão ser lavadas as mãos antes de continuar a remover os restantes EPI’s. Quadro 5 – Quadro resumo para utilização de EPI’s em função das atividades EPI Atividades que justificam o seu uso Usar quando tocar em sangue, fluídos corporais, secreções, excreções, material Luvas contaminados, membranas mucosas e pele não intacta. Usar durante procedimentos e atividades de atendimento ao utente, quando é Farda de trabalho previsível o contato da roupa com pele exposta com sangue / fluidos corporais, secreções ou excreções. Usar durante a prestação de cuidados de saúde diretos com contacto com utente Bata descartável infetado com microrganismo multirresistente Usar durante as atividades de atendimento ao utente que possam gerar Máscara e óculos ou viseira projeções ou respingos de sangue, fluidos corporais, secreções ou excreções, facial lavagem de material cirúrgico Fonte: CDC, 1998. Manual de Boas Práticas em Prevenção e Controlo da Infeção 28 ACES Ba r c e l o s / Es p o s e n d e Agrupamento de Centros de Saúde COMISSÃO DE CONTROLO DA INFEÇÃO Quadro

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