Globalização 1 - PDF

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Universidade de Évora

José Caetano

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This presentation details the concept of globalization, exploring its historical phases, key characteristics, and impact on the global economy, including its political, social, and technological dimensions.

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REI - 24-25 (JC-3) Licenciatura em Relações Internacionais Relações Económicas Internacionais José Caetano Setembro de 2023 José Caetano – Relações Económicas Internacionais 1...

REI - 24-25 (JC-3) Licenciatura em Relações Internacionais Relações Económicas Internacionais José Caetano Setembro de 2023 José Caetano – Relações Económicas Internacionais 1 Relações Económicas Internacionais 1. Introdução 1.1. Objeto de estudo e Objetivos das “Relações Económicas Internacionais” 1.2. As Relações Económicas Internacionais no contexto da Economia Global: Caracterização processo de Globalização face à mobilidade internacional de bens, serviços e fatores José Caetano – Relações Económicas Internacionais 2 Prós e contras da interdependência económica A atual interdependência entre os países reflete a evolução ao longo do tempo (económica, política….) A interdependência traz vantagens quando estimula a especialização e a produção em larga escala, aumentando ainda a diversidade de bens e serviços disponíveis no mercado com preços menores Porém, a especialização pode ter efeitos negativos para alguns agentes e países quando estes não se adaptam à abertura e ao sistema concorrencial  A Globalização económica: corolário da interdependência José Caetano – Relações Económicas Internacionais 3 1 REI - 24-25 (JC-3) Como podemos caracterizar a Globalização?  Processo que decorre das alterações políticas e económicas a nível mundial, em especial após o final da II Guerra e depois com o final da Guerra-Fria  Incluem aspetos sociais, económicos, políticos, culturais e tecnológicos, tornando o mundo numa “Aldeia Global”  A distância física perdeu relevo enquanto determinante nas REI, pela redução de custos de transporte e comunicação  As relações e dependências entre empresas, indústrias e países tornaram-se mais intensas e complexas  Este conjunto de (inter)dependências tem provocado muitas reações negativas e oposições… José Caetano – Relações Económicas Internacionais 4 As várias Fases da Globalização 1ª Fase da Globalização (século XV ao XIX): expansão marítima europeia e mudança na estrutura social e económica, com início dos contactos comerciais O avanço da navegação entre continentes impulsionou os meios de transporte e comunicação que são as bases para a maior integração dos mercados internacionais A procura de novos mercados e e acesso a matérias- primas (especiarias), incitou a busca de novas terras e novas rotas para os vários mercados Daí resultou a formação dos impérios coloniais europeus, emergindo a globalização e o sistema capitalista mundial com a nova DIT (mercadorias, matérias-primas e escravos) José Caetano – Relações Económicas Internacionais 5 As várias Fases da Globalização 2ª fase (meados do séc. XIX até 1913) - a consolidação de impérios coloniais europeus permitiu a industrialização e surgiu o Capitalismo Industrial e depois com a expansão dos bancos originou o Capitalismo Financeiro Com o progresso industrial e a captação de recursos das colónias, desenvolveram-se os sistemas de transporte e comunicação (ferrovia, telégrafo, telefonia, automóvel, avião) O mundo ficou mais interligado, tendo na base uma integração dependente e hierarquizada no plano social … A DIT consolidou-se, enquanto os PD produziam e forneciam bens industriais, as colónias e PVD forneciam matérias primas e recursos naturais José Caetano – Relações Económicas Internacionais 6 2 REI - 24-25 (JC-3) As várias Fases da Globalização  Verificou-se uma ampla mobilidade internacional de capitais e de mão-de-obra face ao período anterior  Para regularizar os pagamentos internacionais foi criado um Sistema baseado no padrão-ouro como regime dos pagamentos internacionais e regulação macro  Surgem novas formas de regulamentação estatal no plano económico e social, em resposta aos movimentos de contestação operária (sindicalização e proteção laboral)  Persistem algumas restrições ao livre comércio de bens e serviços, sem que existam instituições internacionais para assegurar a coordenação José Caetano – Relações Económicas Internacionais 7 As várias Fases da Globalização A 3ª Fase (1945-1989). Coincide com a bipolarização, com a formação de dois blocos políticos, económicos e militares (Guerra-fria) Não obstante a ameaça de conflito nuclear, registaram- se enormes avanços tecnológicos e científicos, muitos relacionados com a competição nas indústrias de defesa Afirma-se a 3ª Revolução Industrial (ou Informacional). Fortes progressos no setor da informação e transportes, consolidam informática, robótica, internet e biotecnologia Novos meios de comunicação e deslocação promoveram uma maior e mais ampla e profunda integração mundial, embora com níveis desiguais de desenvolvimento mundial José Caetano – Relações Económicas Internacionais 8 As várias Fases da Globalização  Emergem e consolidam-se as principais instituições de cooperação internacional no domínio das finanças internacionais e do comércio (regulação)  Não obstante a coexistência pacífica, o relacionamento entre modelos de organização económica distintos (Mercado e Estado) foi sempre tensa e difícil  Forte crescimento dos fluxos de Comércio, mas que não foi acompanhado com a mesma intensidade pela mobilidade de capitais e de mão-de-obra  Verificou-se forte estabilidade do Sistema Monetário Internacional até 1971, ancorado no padrão dólar-ouro José Caetano – Relações Económicas Internacionais 9 3 REI - 24-25 (JC-3) As várias Fases da Globalização A 4ª fase (pós queda do Muro de Berlim). Este evento marca o início de uma nova Ordem Mundial, acelerando e alastrando a todo o mundo o processo de Globalização A distância deixa de ser variável critica da economia, com novos sistemas de transporte e comunicação Também a variável tempo perdeu relevo devido à velocidade com que novas tecnologias surgem e são rapidamente trocadas por melhores (destruição criativa) Emerge oCapitalismo Informacional. No plano político, consolidou-se o poderio económico e militar dos EUA com alguns polos “secundários” (multipolaridade?) José Caetano – Relações Económicas Internacionais 10 As várias Fases da Globalização  Houve um reforço da liberalização do comércio internacional e consequente intensificação dos fluxos  Maior presença das empresas multinacionais, criando modalidades de sistemas de produção integrados  Elevada mobilidade internacional dos capitais (portefólio e investimento direto)  Persistiram elevadas restrições à mobilidade laboral (com aumento das migrações ilegais)  Consolidou-se uma tendência de uniformização dos modelos de desenvolvimento (economia de mercado) José Caetano – Relações Económicas Internacionais 11 Plano da Apresentação 4 REI - 24-25 (JC-3) Será a Desglobalização uma realidade?  Redução significativa dos fluxos de comércio após a crise financeira de 2007, em especial de bens intermédios (acentuada pela pandemia e Guerra)  Desaceleração do ritmo de crescimento dos fluxos de IDE, o qual coexiste com amplos processo de desinvestimento e de relocalização das empresas  Enfraquecimento das Cadeias de Valor Globais, as quais começaram a privilegiar a proximidade e fiabilidade dos parceiros e a resiliência, em vez da eficiência (reshoring, nearshoring e offshoring)  Erosão gradual do papel desempenhado pelas instituições multilaterais, privilegiando as parcerias de âmbito regional e, até, as relações bilaterais (multilateralismo cede à pressão geopolítica) José Caetano – Relações Económicas Internacionais 13 Características gerais da Globalização  Visão neoliberal sobre o funcionamento da Economia – um novo papel para o Estado (promover flexibiilzações)  Modelo económico baseado na Informação, tendo a digitalização acelerado este processo (ciberfísíca/redes)  Proliferação dos movimentos de integração económica regional, mas com profundidade e amplitudes diferentes  Domínio das estratégias de investimento no exterior e criação de cadeias globais de produção e trocas  Diversidade e sofisticação de bens e serviços (inovação)  Consolidação de produtos e de marcas globais  Competição global pelos Recursos e Mercados José Caetano – Relações Económicas Internacionais 14 Dinamizadores da Globalização Evolução tecnológica: aumentou a produtividade e diminui os custos de produção e de transporte (emerge a logística) Liberalização do Comércio e do Investimento: aumento das trocas comerciais e da capacidade de financiamento, o que promoveu possibilidades de deslocalização da produção Reforço da Competitividade Internacional: maior concorrência justifica a exigência de produção mais eficiente e racional, o que promove a sua segmentação e a emergência da DIPP Criação de instituições de carácter global que regulam os fluxos económicos de bens, serviços e fatores de produção (GATT/OMC, FMI/BM, ONU, OCDE) José Caetano – Relações Económicas Internacionais 15 5 REI - 24-25 (JC-3) As várias dimensões da Globalização Embora os vários aspetos que influenciaram e caracterizaram a Globalização no pós- Guerra tenham estado funcionalmente interligados, podemos sistematizar a análise de forma separada em….  Aspetos Políticos  Aspetos Tecnológicos  Aspetos Económicos  (…) José Caetano – Relações Económicas Internacionais 16 Aspetos Políticos: eventos e tendências  Fim do período de “guerra fria” e da inerente Bipolarização político-militar  Emergência de um mundo multipolar sem haver uma potência hegemónica  Desmantelamento dos regimes coloniais  Dominância da Ideologia neoliberal que se opõe ao intervencionismo económico  Criação e desenvolvimento das Organizações económicas Internacionais  Abertura política e crescimento da China  Novas Potências Emergentes José Caetano – Relações Económicas Internacionais 17 Emerge um novo modelo organizacional  A harmonização de políticas públicas e instituições:  Institucionalização progressiva de um quadro liberalizador dos fluxos comerciais e dos fatores  Desenvolvimento de padrões e de normas internacionais que regulam….  as trocas comerciais e de tecnologia  as regras de concorrência internacional  os direitos de propriedade intelectual  as questões ambientais e Direitos Humanos José Caetano – Relações Económicas Internacionais 18 6 REI - 24-25 (JC-3) Tendências no plano económico Expansão da Economia de mercado (privatização) Liberalização da circulação de bens, serviços e capitais Internacionalização da produção e consumo (ETN´s) Emergência de Blocos Regionais (Integração Económica) A tendência mais relevante foi a intensificação e diversificação dos fluxos de pessoas, bens, serviços e capitais no plano internacional Surgimento de novos atores, novas técnicas de gestão e comercialização e novos mercados (emergentes) José Caetano – Relações Económicas Internacionais 19 Aspetos Tecnológicos  Maior rapidez nos processos produtivos e de comercialização devido à crescente inovação tecnológica (reduz custos e acentua a competição)  Informação rápida e global, baseada em TIC cada vez mais sofisticadas e eficientes  Diminuição dos custos de transporte, dos custos de transação e de comunicação  Fortalecimento e diversificação dos fluxos de tecnologias e de circulação de ideias (competição global pela atração de talento, base da criatividade)  Máquina a vapor/eletricidade/computadores/redes  Navio, Comboio, Automóvel, Avião e meios autónomos José Caetano – Relações Económicas Internacionais 20 A revolução provocada pelas TIC 7 REI - 24-25 (JC-3) Custos de transporte e comunicações Globalização, Transportes e Comunicações Movimento mundial de contentores 8 REI - 24-25 (JC-3) Maiores portos mundiais (2021) 25 José Caetano, PG-GDD, Universidade de Évora, 23, setembro, 2024 José Caetano – Relações Económicas Internacionais 23/09/202425 Dinâmica dos preços nos fretes de contentores Globalização, Concorrência e Competitividade 9 REI - 24-25 (JC-3) Competitividade: marcas mais valiosas (2000-16) Marcas mais valiosas (2020) 10 REI - 24-25 (JC-3) Exemplo da Cadeias Global de Valor José Caetano – Relações Económicas Internacionais 31 Exemplo da Cadeias Global de Valor José Caetano – Relações Económicas Internacionais 32 Dinâmica da “Curva Smile” José Caetano – Relações Económicas Internacionais 33 11 REI - 24-25 (JC-3) Cadeias de Valor Globais Quem produz bicicletas a nível mundial? José Caetano – Relações Económicas Internacionais 35 Cadeia de Valor de um “Iphone” 36 José Caetano – Relações Económicas Internacionais 23/09/202436 12 REI - 24-25 (JC-3) Cadeias de Valor Globais: Boeing 787 Cadeiatecnológica dimensão de Valor de 38 um “Iphone” da Globalização José Caetano, PG-GDD, Universidade de Évora, 23, setembro, 2024 23/09/2024 Globalização e Instituições Internacionais 13 REI - 24-25 (JC-3) Acordos de Comércio Internacional Empresa: o principal ator global  A empresa foi o agente que transformou a natureza da sua atividade, quer no palno organizacional quer no seu funcionamento (internacionalização do capital)  Converteu-se verdadeiramente num ator global, ao contrário dos governos dos Estados-nação  A sociedade concedeu prioridade à tecnologia, à mecanização das unidades fabris que estimularam a descida dos preços e a diversidade dos bens, sendo as empresas que concretizaram a sua produção  O fim da Guerra Fria converteu-as no elemento chave de produção de riqueza e da criação de emprego em todo o mundo (economia de mercado) José Caetano – Relações Económicas Internacionais 41 O papel dos Estados no processo de Globalização  Os Estados tiveram estratégias reativas face às condições económicas e à evolução tecnológica  A dificuldade de adaptação à internacionalização limitou fortemente a sua capacidade de atuação;  Todavia, a importância dos Estados-nação e das políticas públicas continua a ser fundamental  Papel essencial na criação de fatores cruciais para a competitividade empresarial (falhas de mercado)  Educação, infra-estruturas, regulação e políticas de concorrência, política fiscal e gastos públicos têm sido domínios fundamentais de intervenção José Caetano – Relações Económicas Internacionais 42 14 REI - 24-25 (JC-3) Síntese de aspetos positivos  A empresa transformou-se a nível organizacional e funcional. Tornou-se ator global, com estratégias produtivas e comerciais integradas (mercado global)  O fim da Guerra Fria tornou-as na chave de produção de riqueza e criação de emprego em quase todo o mundo  Paradigma técnico-económico assente na segmentação dos processos produtivos com atividades distribuídas em territórios distintos. Incremento com melhores infraestruturas de transporte e tecnologias de comunicação  Novas TIC permitem gerir em tempo real produções dispersas. Distribuem as suas atividades e a logística em função do tipo de recursos existentes.  Pressão nos Estados e gradual competição para atrair IDE José Caetano – Relações Económicas Internacionais 43 Síntese de aspetos negativos  Concorrência promove normas sociais e ambientais menos exigentes (dumping social e ambiental)  Flexibilização dos mercados laborais reduz a Proteção Social e sobe o Desemprego estrutural (Flexisegurança)  Aumentou a dualidade económica entre setores e empresas e consequente exclusão económica e social  Perda de eficácia das políticas macroeconómicas nacionais, limitando a soberania dos Estados. Papel limitado das instituições internacionais  Falta de ação comum efetiva no combate às alterações climáticas (como assegurar a transição?) - Bens Públicos Globais: quem os assegura? José Caetano – Relações Económicas Internacionais 44 Síntese de aspetos negativos Concorrência global entre países com distintos níveis de desenvolvimento, modelos sociais e de proteção ambiental com graus de exigência diferentes Maior Flexibilização dos mercados laborais, maior precaridade no emprego, menor Proteção Social e mais Desemprego estrutural Alastramento dos fenómenos típicos de Dualidade económica e maior nível de exclusão social Perda gradual de relevo das políticas de natureza macroeconómica nacional (soberania limitada) José Caetano – Relações Económicas Internacionais 45 15 REI - 24-25 (JC-3) Globalização : Alguns dilemas atuais  Comércio livre versus Protecionismo  Dumping Social e Ambiental (como definir e aplicar Padrões e Normas globais?)  Equidade versus Assimetrias no acesso ao consumo, à edução e à saúde (desigualdade)  Segurança individual e segurança dos Estados  Direitos Humanos, Democracia e livre comércio  Fundamentalismos Religiosos e conflitos Étnicos  Estamos a assistir a uma era de Desglobalização? José Caetano – Relações Económicas Internacionais 46 Respostas à Globalização: As políticas  Promover a Estabilidade Macroeconómica e resolver as falhas de mercado  Liberalizar os Mercados de bens, serviços, fatores de produção e fluxos de Capitais  Promover processos de Privatização, reduzindo o peso do Estado na economia  Melhorar o acesso aos mercados internacionais (tecnologia e logística)  Ter capacidade para fazer rápidos ajustamentos nos planos laboral, setorial e regional José Caetano – Relações Económicas Internacionais 47 Resposta à Globalização: As Instituições  Buscar mais eficiência no funcionamento da Administração Pública (lógica empresarial)  Promover a Concorrência, através de entidades gerais e setoriais  Definir regulamentação para prover infraestruturas e serviços por via privada (serviços públicos)  facilitar a adoção e difusão de normas e de standards de qualidade com novas Instituições  Flexibilizar os Sistemas Financeiros José Caetano – Relações Económicas Internacionais 48 16 REI - 24-25 (JC-3) Atividades relacionadas com a Globalização José Caetano – Relações Económicas Internacionais 49 O balanço da Globalização José Caetano – Relações Económicas Internacionais 50 17

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