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Este documento resume conceitos de embriologia, incluindo cruzamentos interespecíficos, produção in vivo e in vitro de embriões, e métodos específicos para bovinos. Descreve os procedimentos e considerações relevantes para a produção e conservação embrionária.

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EMBRIOLOGIA Teórico -- Práticas **Cruzamentos interespecíficos naturais e experimentais** Cruzamentos interespecíficos são cruzamentos realizados entre espécies diferentes - Podem ocorrer de forma natural -- **Cruzamentos interespecíficos naturais** Ex: Cavalo X Burro Mula Porco X Javali...

EMBRIOLOGIA Teórico -- Práticas **Cruzamentos interespecíficos naturais e experimentais** Cruzamentos interespecíficos são cruzamentos realizados entre espécies diferentes - Podem ocorrer de forma natural -- **Cruzamentos interespecíficos naturais** Ex: Cavalo X Burro Mula Porco X Javali Cão X Coiote - Podem ocorrer em ambiente controlado de laboratório -- **Cruzamentos interespecíficos experimentais/ cruzamentos interespecíficos espontâneos/ quimeras/ híbridos** \- Estudar as relações genéticas e a biologia reprodutiva \- São realizados de forma a entender melhor as diferenças entre espécies, os padrões de hereditariedade e os efeitos na descendência \- São valiosos para a compreensão da evolução biológica **Produção de embriões** 1. *In vivo* -- ambiente de produção do embrião no **próprio animal** 2. *In vitro --* ambiente de produção do embrião **fora do animal** (laboratório) [Vantagens:] \- Produção de vários embriões por ano (elevada descendência), acelerando o melhoramento genético \- Transferência de embriões para recetoras permite: - Continuar atividade desportiva (égua) - Continuar a produção de embriões (não há paragem por gestação) \- Soluciona problemas de fertilidade (ex: fecundação ou implantação uterina) \- Transporte (elimina barreira geográfica) \- Recursos genéticos: melhoramento e conservação (criopreservação de embriões) *[O que devemos considerar na produção de embriões?]* - O quê? Tipo de produção (*in vivo* ou *in vitro)* - Quando? - Como? Método de produção a. Método de produção adequado b. Qualidade do embrião (*in vivo* é melhor do que *in vitro)* c. Seleção das recetoras e adequação da sincronização dadora-recetora d. Técnica e perícia do Médico Veterinário A produção de embriões é diferente em cada espécie, apesar de apresentarem princípios semelhantes, utilizam-se métodos diferentes *In vivo* uso imediato (transferência a fresco, o mais rapidamente possível) In vitro criopreservação (transferência implica descongelação do embrião, pode ser guardado por tempo infinito) A. Produção de embriões [bovinos] *IN VIVO* 1. Seleção da dadora 2. Sincronização e tratamento de superovulação 3. Inseminação artificial (dia do estro, considerado dia 0) 4. Flushing, recolha de embriões ao 7º dia (pode ser feito ao dia 6,5, geralmente não passamos o dia 7 porque o embrião pode eclodir -- não desejável) ![](media/image2.png) **Material para flushing:** Uma imagem com texto, garrafa, Equipamento médico Descrição gerada automaticamente **Método para flushing:** No campo/ vaca 1. Preparar a vaca (higiene) 2. Inserir cateter no útero para um dos cornos 3. Fazer sessões de lavagens (baixo volume) 4. No final, administrar prostaglandina (para controlar possíveis inflamações, fluxo sanguíneo, a formação de coágulos de sangue e a indução de trabalhos de parto) - Inserção do cateter (e enchimento do balão) deve permitir a passagem de fluido entre cornos uterinos - Para efetuarmos as lavagens um por um, podemos segurar ("fechar") um dos cornos ![](media/image4.png)No laboratório 5. Selecionar embriões 6. Classificar embriões 7. Lavar embriões 8. Preparar para transferência ou criopreservação - Classificação dos embriões: \- Tipo (mórula, mórula compacta, blastocisto, blastocisto expandido ou blastocisto eclosionado) \- Qualidade (de 1 a 4, sendo 1 a melhor qualidade e 4 um embrião degenerado) 9. Transferência de embrião a vacas recetoras (previamente sincronizadas) \- As recetoras são geralmente vacas de menor valor energético \- Quanto mais jovens de idade, maior taxa de sucesso (idealmente novilhas ou 1 parto) \- Transfere-se 1 embrião por recetora **Método** Campo/ vaca: - Inserção da palhinha dentro do stylet, colocação de bainha de transferência e de bainha sanitária - Bloqueio epidural - Deposição no corno uterino ipsilateral ao CL Laboratório: - Efetuar várias lavagens a cada embrião a transferir - No caso de criopreservação, as lavagens mantêm-se, mas depois deve ser seguido o protocolo de criopreservação - Preparar/ montar o embrião na palhinha de 0,25 mL *Como montar o embrião na palhinha?* 1. Acoplar com seringa para aspiração 2. Entrar ar, seguido de boa dose de meio (será a "lavagem" final da palhinha) -- não deixar tocar no algodão 3. Ar novamente, seguido de boa dose de meio com embrião 4. Ar novamente, seguido de ou duas doses separadas de meio ou uma dose de meio (preferencial) *IN VITRO* 1. Seleção da dadora 2. Sincronização e tratamento de superovulação 3. Aspiração de folículos (ovum pick-up) **Material** **Método para a aspiração de folículos** Campo/ vaca: - Bloqueio epidural - Inserção da sonda via vaginal e manualmente segurar o ovário - Aspiração de todos os folículos visíveis Laboratório: - Lavagem do tubo coletor/ filtro - Seleção de oócitos de boa qualidade 4. Seleção e maduração *in vitro* de oócitos **Material** ![](media/image7.png) **Método:** - Depois da seleção de oócitos competentes, incubação a 38ºC, 5% CO~2~ durante 22-24 horas **\ ** 5. Fertilização *in vitro* **Material** **Método:** - Incubação a 38ºC, 5% CO~2~ durante 22-24 horas dos oócitos maduros com os espermatozoides**\ ** 6. Cultura do embrião **Material** ![](media/image9.png)**Método:** - Remoção de células de cúmulos sobrantes - Incubação durante +6 a 7 dias (embrião dia 7 ou 8) **\ ** 7. Transferência de embriões a vacas recetoras (previamente sincronizadas) Uma imagem com mamífero Descrição gerada automaticamente ![Uma imagem com desenho, captura de ecrã, design Descrição gerada automaticamente](media/image11.png) B. Produção de embriões [pequenos ruminantes] *IN VIVO* - Inseminação deve ser intrauterina: O tratamento hormonal da superovulação leva à produção de excesso de atividade secretora no cérvix, o que dificulta a inseminação/ cobrição natural - Flushing de embriões é feito cirurgicamente - Transferência de embriões também é feita cirurgicamente (laparoscopia) Recolha por laparotomia ao dia: Ovinos -- 6 a 7 Caprinos -- 7 a 8 - Tal como nas vacas, as recetoras devem ser síncronas com a dadora - Transfere-se 1 a 2 embriões por recetora C. Produção de embriões [equinos] *IN VIVO* 1. Seleção da dadora e inseminação artificial (considerado dia 0) 2. Flushing recolha de embrião ao 7º dia (pode ser feito ao dia 6 -- se o objetivo é criopreservar, ou a dia 8 -- principalmente em éguas mais velhas. Não se deve exceder o dia 8 pois o embrião torna-se muito grande para passar no cateter sem risco de rutura) **Material** **Método** Campo/ vaca: - Preparar a égua (higiene) - Inserir cateter no útero (corpo, porque embrião é móvel) - Fazer sessões de lavagens (alto volume) (entre 1-8L de solução de lavado (até visualização do embrião ou liquido limpo) - Mão no reto ajuda a posicionar cateter e massagem de útero - No final, administrar prostaglandina Laboratório - Selecionar embrião - Classificar embrião - Lavar embrião - Preparar para transferência ou criopreservação NOTA: Por norma, não se faz superovulação em éguas: \- Apesar da resposta (pobre em comparação com as vacas) os oócitos não maduram corretamente e uma percentagem de embriões obtidos é baixa, não representando um sucesso de produção (vaca até 20 embriões vs. éguas até 3) 3. Transferência de embriões a éguas recetoras (previamente sincronizadas \*) - Recetoras devem ser jovens (idealmente \ - [Oócitos mediolécitos/ medioclecítico:] Oócitos com uma quantidade moderada de vitelo - [Oócitos megalécitos/ megacíticos:] Oócitos com elevada quantidade de vitelo que leva à deslocação do citoplasma associada à formação do embrião para uma pequena área no polo animal **Classificação da clivagem** (com base na abundância e distribuição de vitelo) - Clivagem holoblástica/ total: Todo o oócito se divide e os blastómeros podem ser de tamanho igual ou desigual \- [Oócitos miolécitos:] Blastómeros aproximadamente iguais (Ex: alguns cordados primitivos e mamíferos placentários) \- [Oócitos mediolécitos:] Acumulação de vitelo no polo vegetal leva ao atraso da mitose e, consequentemente a blastómeros de tamanho desigual (Ex: anfíbios) - Clivagem meroblástica/ parcial/ discoidal: \- [Oócitos megalécitos:] Mitose restrita ao polo animal onde o citoplasma é desprovido de vitelo. O vitelo acumulado no polo vegetal não se divide (Ex: peixes, répteis e aves) **Mórula** -- Massa esférica compacta de células compostas por uma camada superficial em torno de um núcleo central de células. Com origem nos dois blastómeros que se formam dividindo repetidamente, produzindo 4, 8, 16 e 32 células- \- *Gap junctions:* Complexos juncionais especiais presentes nos blastómeros que se vão comprimindo uns contra os outros, aumentando assim o contacto célula-a-célula. São importantes na [sinalização e diferenciação celulares.] **Blástula = Blastocisto** - [Trofoblasto/ Trofectoderme:] Camada epitelial de células formada a partir da massa celular interna que forma a superfície externa das membranas extraembrionárias e fixa o embrião em desenvolvimento à parede uterina - [Núcleo central de células/ Massa celular interna/ Botão embrionário/ Disco embrionário/ Embrioblasto:] Local a partir do qual o embrião se desenvolve. Permanece ligada a uma área do trofoblasto -- a camada de Rauber - [Blastocélio:] Cavidade cheia de líquido (processo ativo, por meio de bombas de sódio e potássio). Mamíferos -- armazena o vitelo, passando esta cavidade a chamar-se **saco vitelino**. Uma imagem com círculo, captura de ecrã Descrição gerada automaticamente **Hipótese "interior-exterior":** Hipótese que as células do trofoblasto estão expostas ao ambiente externo e as células da massa celular interna expostas ao [ambiente imediato fechado] (Junções estreitas entre as células trofoblásticas que formam uma barreira ao ambiente externo e só devido à sua existência é que se dá o desenvolvimento progressivo das células da massa celular interna). **Alongamento do blastocisto** O blastocisto inicia a expansão dentro da zona pelúcida, mas precisa de se libertar para avançar o seu desenvolvimento. **NOTA**: Roedores e cavalos -- a zona desintegra-se; Bovinos, ovinos e suínos -- o blastocisto "eclode" de uma zona fissurada A variação entre as espécies é evidente no crescimento e expansão do blastocisto antes da sua fixação no endométrio: - Expansão muito reduzida: Invasão do endométrio (Ex: primatas, roedores e porquinhos-da-índia) - Expansão superficial ou acentuada: Expansão acentuada do blastocisto, evoluindo de redondo a oval (Ex: Cavalos, cães, gatos e coelhos) - Expansão filiforme muito acentuada: (Ex: Bovinos, ovinos e suínos) \*Estas alterações ocorrem através da remodelação e reestruturação celular e não por um aumento da atividade mitótica. São secreções uterinas que induzem a expansão do blastocisto; esta não ocorre na ausência de glândulas uterinas. **Gastrulação = Formação das camadas germinativas** Conversão da blástula de camada celular única numa estrutura trilaminar: - **Camada ectodérmica externa/ Ectoderme** Forma a epiderme da pele e tecido neural - **Camada mesodérmica média/ Mesoderme** Forma os sistemas urogenital, circulatório, muscular e esquelético - **Camada endodérmica interna/ Endoderme** Forma o revestimento dos tratos gastrintestinais e respiratório A *[linha primitiva]* atua como local de iniciação para a gastrulação. As células do epiblasto migram para a linha primitiva e movem-se para o espaço entre o epiblasto e hipoblasto. Hipoblasto: O primeiro passa no processo de gastrulação é a formação de uma camada de células planas, derivadas do disco embrionário, que ocupam uma posição na sua superfície inferior Epiblasto: Restantes células da massa celular interior. Através do processo de gastrulação, é a origem de todos os folhetos germinativos cujas células irão dar origem a todos os tecidos e órgãos do embrião. As células do epiblasto migram para a linha primitiva, mudam de forma e acumulam-se por debaixo deste (**invaginação**) - [Criação da ectoderme:] Células que permanecem no epiblasto - [Criação da endoderme:] Uma vez terminada a invaginação de células do epiblasto, algumas das células deslocam lateralmente o hipoblasto - [Criação da mesoderme:] Células que ficam entre o epiblasto e a recém-criada endoderme ![Uma imagem com diagrama, captura de ecrã, design Descrição gerada automaticamente](media/image38.png) **Sinalização celular e funcionamento genético no decurso do desenvolvimento** Os eventos associados ao início da diferenciação celular, que conduzem à formação dos tecidos e órgãos e, em última análise, ao desenvolvimento de um novo membro de uma espécie, são mediados por um número relativamente pequeno de vias de sinalização altamente conservadas. Nos tecidos e órgãos, existem muitos mecanismos diferentes através dos quais os sinais podem ser transmitidos às células recetoras: - **Sinalização célula-a-célula, parácrina e autócrina:** Mecanismos de sinalização de curto alcance e que têm um papel fundamental no desenvolvimento embriológico inicial - **Sinalização à distância:** Importante para o desenvolvimento do embrião à medida que este aumenta a sua complexidade. Tipos de sinalização: +-----------------------------------+-----------------------------------+ | Sinalização parácrina | Forma de sinalização de **curto | | | alcance** que não requer contacto | | | direto entre células. | | | | | | Moléculas mensageiras segregadas | | | por uma célula chegam às células | | | vizinhas por difusão através da | | | matriz extracelular (MEC), onde | | | se ligam às células-alvo | +===================================+===================================+ | Sinalização dependente de | Forma de **curto alcance**, | | contacto/ juntácrina | requer que a célula que emite o | | | sinal esteja em contacto direto | | | com as suas células-alvo. | | | Particularmente importante | | | durante o desenvolvimento inicial | +-----------------------------------+-----------------------------------+ | Sinalização autócrina | Transmissão de sinais de **uma | | | célula para ela própria**. Papel | | | importante durante o | | | desenvolvimento embrionário | | | inicial, quando grupos de células | | | do mesmo tipo podem influenciar | | | grupos de células semelhantes | | | para seguirem uma vida de | | | desenvolvimento comum | +-----------------------------------+-----------------------------------+ | Sinalização sináptica | Sinalização de **longo alcance** | | | (Ex: neurónios). Os sinais são | | | transmitidos rápida e | | | especificamente para regiões | | | distantes do organismo em | | | desenvolvimento. Por norma | | | efeitos de curta duração | +-----------------------------------+-----------------------------------+ | Sinalização endócrina | Pode atuar em **alvos | | | distintos**. As moléculas | | | envolvidas atingem os | | | tecidos-alvo por difusão ou por | | | via hematogénica. Tipo de | | | sinalização relativamente lento | | | na indução de uma resposta. | | | Efeitos de longa duração causados | | | por um número relativamente | | | pequeno de moléculas de | | | sinalização que podem induzir | | | ativação generalizada e | | | sustentada das células-alvo | +-----------------------------------+-----------------------------------+ **Vias de sinalização** Forma de sinalização que regulam muitos processos, dependendo do estado de diferenciação celular, podem induzir: determinação do destino celular, apoptose (morte celular programada), reorganização do citoesqueleto, polaridade, adesão e migração celular [Classes de vias de sinalização:] - Sinalização dependente de contacto -- Notch e Hippo - Sinalização parácrina -- Restantes \- Wingless (Wnt) -- Originalmente encontrado em D. melanogaster. As proteínas a que dão origem ligam-se aos **recetores transmembranares Frizzled** e estão envolvidos no aparecimento dos padrões corporais, destinos celulares, proliferação e migração. Falhas nesta sinalização em mamíferos levam a problemas de desenvolvimento nos **membros, olhos, ossos e trato génito-urinário**. (**plano corporal e desenvolvimento pós-natal)** \- Gene Hedgehog -- Dão origem a uma família de proteínas que atuam como uma chave mestra (ligam-se ao recetor transmembranar Patched). O seu efeito depende do tipo e grau de diferenciação da célula e da dosagem. O gene também foi originalmente identificado em D. melanogaster (a sua mutação deu origem ao nome) Em mamíferos esta família inclui o **Sonic Hedgehog Homologue (SHH), Indian Hedgehog Homologue (IHH)** e **Desert Hedgehog Homologue (DHH)** Têm um papel central no desenvolvimento neuronal, esquelético, dos membros e dos rins; estabelecimento de padrões no músculo; ramificações dos pulmões. Estão também ligados ao desenvolvimento dos órgãos dos sentidos. (PROLIFERAÇÃO E ESPECIFICAÇÃO CELULAR) \- Gene FGSs (*fibroblast growth factors*) -- Fundamentais no desenvolvimento de membros, e do sistema nervoso, angiogénese (criação de vasos sanguíneos), estabelecimento precoce de padrões e **desenvolvimento da mesoderme**. Ligam-se a FGFRs (*fibroblast growth factor receptors*) e a ligação a múltiplos tipos em combinação com múltiplos recetores, permitem um alargado conjunto de efeitos em diferentes situações. Por consequência, a interrupção destes efeitos conduz a um conjunto alargado de anomalias do desenvolvimento \- Gene TGF-β (Tansforming growth factor- beta) -- Faz parte de uma superfamília de fatores de sinalização e inclui as *bone morphogenetic proteins* (BMPs). A descoberta original foi associada ao desenvolvimento tumoral, mas um número elevado de diferentes m oléculas estruturalmente similares foi, entretanto, descoberto (3 formas de TGF-β e 15 tipos de BMPs) e relacionado com inúmeros eventos que ocorrem no **desenvolvimento embrionário** e nos tecidos do adulto. **Regulação dos sinais durante o desenvolvimento** As vias de sinalização têm componentes moleculares e mecanismos reguladores distintos. Mas possuem várias características comuns de regulação tempo/ espacial. Durante o desenvolvimento embriológico, os sinais são transmitidos de forma linear dentro de uma célula (em contrate, adultos com múltiplas ligações convergentes e divergentes). A razão é que as alterações geradas pelos sinais durante o desenvolvimento são irreversíveis e, por conseguinte, exigem certeza absoluta na transmissão e interpretação. Morfogénio: Substância que pode especificar a via de diferenciação de uma célula em função da sua concentração no microambiente da célula-alvo [Formação do gradiente morfogénico:] O modelo predominante da sua formação é o **modelo de síntese, difusão e depuração (SDP)**. Neste modelo simples, o morfogénio é segregado no microambiente de um conjunto inicialmente homogéneo de células, distribuído por difusão e, finalmente, os seus efeitos são abolidos por uma série de mecanismos, incluindo a imobilização, a degradação e a endocitose. Uma imagem com texto, captura de ecrã, design, moda Descrição gerada automaticamente **Desenvolvimento, Crescimento e diferenciação celular** **Desenvolvimento** Processo pelo qual uma célula materna se combina com uma célula paterna dando origem a uma nova entidade genética, e como esta célula dá origem a outras, como estas se vão organizar em novas formas, criar estruturas especializadas interligadas e irão crescer **Crescimento** O crescimento pode ser descrito como o aumento físico ou como o desenvolvimento de uma forma mais simples (ou inferior) para uma forma mais complexa (ou superior) Em embriologia, no que toca a variação do tamanho, pode ocorrer: - Proliferação: Aumento do nº de células Mecanismo central no crescimento tecidular. Pode também ser encontrado em tecidos adultos como mecanismo central de reparação (Ex: Pele e trato gastrointestinal). As células estaminais são muito eficientes no mecanismo de proliferação - Hipertrofia: Aumento do tamanho das células No adulto as células musculares respondem ao treino com pesos por meio da hipertrofia e este é um dos mecanismos que leva a que o músculo se torne maior. - Acreção: Aumento do material extracelular **Diferenciação** Durante o desenvolvimento, as células tornam-se especializadas à medida que passam de um estado de [células estaminais totipotentes\*] para tipos celulares com tarefas específicas (Ex: células musculares, neuronal, epitelial, etc.) - Células estaminais: Estão na base da diferenciação e são classificadas de acordo com a sua capacidade de gerar uma ou mais linhagens celulares: \- Totipotentes -- Células com capacidade de gerar um novo individuo desde que exista suporte materno adequado. Ex: Zigoto e a sua descendência imediata, durante a fase de desenvolvimento da blástula, são células estaminais totipotentes: têm a capacidade de originar qualquer tipo celular necessário ao desenvolvimento embrionário - Células pluripotentes: Células presentes no blastocisto e capazes de originar todos os tipos celulares dos três folhetos embrionários (ectoderme, mesoderme e endoderme), incluindo células somáticas (todas menos os gâmetas) e germinais (gâmetas). Por não conseguirem gerar a trofoectoderme e, consequentemente, a placenta, não são totipotentes - Células multipotentes/ Células estaminais adultas (ASCs): São capazes de diferenciação celular em múltiplas linhagens. Especializam-se a partir das células pluripotentes durante a gastrulação e os passos de desenvolvimento embrionário subsequentes. - Células unipotentes: Só se diferenciam num único fenótipo celular Ex: Células estaminais espermatogónias **Implantação e placentação:** são eventos associados Entrada do embrião no útero -- mórula ou blastocisto jovem (dependendo da espécie) - [Implantação]: mecanismo pelo qual o embrião estabelece ligação entre o trofoblasto e o endométrio materno com vista à (futura) placentação. Este processo é gradual, ocorrendo em 3 etapas: aposição do blastocisto ou das membranas fetais ao epitélio uterino seguido por adesão do mesmo. É necessário na implantação a perda de recetores para progesterona no epitélio luminal do endométrio, e pré-sensibilidade do mesmo pelos estrógenos. Este requisito permite o desaparecimento de uma camada de mucina e outros compostos proteicos, que revestem o endométrio e que atuam como uma película antiaderente que inicialmente não permitiria a aposição e adesão do embrião. O desaparecimento desta camada ocorre durante a **janela de recetividade**. Uma vez que a camada de glicoproteínas desaparece, é possível a aposição do trofoectoderma embrionária e das células epiteliais do endométrio, iniciando assim a implantação propriamente dita através da intercomunicação entre os dois tecidos. Embrião metabolicamente ativo (blastocisto eclodido- início da gastrulação) Importância da implantação: - Modulação da reatividade imunitária útero como local de tolerância privilegiada - Neovascularização vasos sanguíneos de apoio à formação da placenta - Desenvolvimento rápido do embrião organogénese - Desenvolvimento da placenta A implantação é considerada um processo gradual que genericamente se divide em cinco fases: 1. **Eclosão do blastocisto** -- rutura da zona pelúcida Se o embrião ficar preso na zona pelúcida não tem como haver implantação, assim, por ação de enzimas (estripsina) e o aumento da pressão osmótica, há a rutura da zona pelúcida e liberação do embrião. 2. **Pré-contacto/ Pré-adesão e orientação do blastocisto** -- é o contacto inicial entre as células do trofoblasto e do epitélio endometrial, bem como a orientação da massa celular interna e da trofoctoderma, que assume especial importância em espécies cuja implantação é invasiva, como em roedores e primatas. *Ocorre a aquisição de competências para implantar* 3. **Aposição** -- refere-se ao posicionamento do blastocisto numa determinada área e de uma forma específica no útero. Começa a interdigitação das vilosidades coriônicas com o epitélio luminal do endométrio. *Estabelecer de contactos celulares entre o trofoblasto e o epitélio uterino zona do disco embrionário para extremos* 4. **Adesão** -- requer sistemas de sinalização que envolvem glicoproteínas de adesão, como integrinas, selectinas e galectinas, com os seus ligantes, tanto no epitélio luminal como no epitélio trofoectoderma. *Reforço das interdigitações vilosas de origem materna e fetal* 5. **Fixação/ Invasão endometrial** -- este termo relaciona-se ao tipo de placentação e é pertinente sobretudo para aquelas espécies onde existe uma fusão entre as células do trofoblasto e do epitélio do endométrio durante a formação da placenta, ou que as células do endométrio que as rodeiam *Invasão das estruturas endometrial, num padrão espécie-específico* ![Uma imagem com cor-de-rosa, Magenta Descrição gerada automaticamente](media/image41.png) NOTA: - Sinciciotrofoblasto -- mais exterior ![](media/image43.png) [Padrões de implantação] - Implantação central ou superficial -- Blastocisto livre na cavidade uterina (Ex: carnívoros, ungulados e primatas inferiores) A vesícula embrionária ocupa uma posição central na luz do útero e, na sua relação coma a mucosa uterina, unicamente através das vilosidades coriônicas (projeções das células trofoblásticas dentro das quais crescem capilares do feto), há adesão, mas não há invasão da mucosa - Implantação excêntrica -- O blastocisto aloja-se numa prega do endométrio (Ex: castor, certos roedores (rato, ratinho/ murganho) A vesícula embrionária está inserida num canal profundo da mucosa, parcialmente isolada da luz principal - Implantação intersticial -- O blastocisto infiltra-se numa área do endométrio (Ex: mamíferos insectívoros, cobaia, primatas superiores) Produz-se a destruição do epitélio e do tecido conjuntivo do útero, de modo que a vesícula embrionária se afunda na própria lâmina muscosa e se desenvolve num espaço intersticial Uma imagem com círculo, captura de ecrã Descrição gerada automaticamente - [Placentação:] Mecanismo de formação da placenta. Quando o blastocisto atinge o útero, é inicialmente sustentado pelas secreções uterinas e após um pequeno atraso liga-se ao tecido uterino com a subsequente formação da placenta. **Placenta** -- órgão altamente diferenciado, interposto entre o organismo materno e o fetal, que permite a troca de nutrientes, gases e produtos residuais. Funciona também como um local de produção hormonal. A unidade funcional da placenta são as vilosidades corioalantóicas, as quais são projeções pequenas dos corioalantóides que se interdigitam com o endométrio uterino, cuja superfície de absorção permite essa troca. A placenta é um órgão endócrino capaz de produzir uma gama de hormônios que ajudam a controlar o ambiente uterino, favorecendo o desenvolvimento do feto, além disso possui um papel importante no momento do parto. Nas diferentes espécies a placenta tem características particulares, pelo qual existem várias classificações, de acordo com a sua posição uterina, a distribuição das vilosidades corioalantóicas e a sua histologia A placenta é constituída por: \- Uma porção fetal, originaria do saco vitelino -- córion viloso \- Uma porção materna, derivada do endométrio -- decídua basal [Estruturas membranosas que se desenvolvem a partir do zigoto (membranas fetais)] Estruturas que derivam do zigoto, mas que não contribuem para a formação do embrião O processo da implantação é gradual e prolongado e ocorre paralelamente a processos como a gastrulação e a formação de membranas extraembrionárias. As membranas são formadas a partir do trofoblasto, mesoderme e endoderme embrionários. São elas: - Vesícula/ saco vitelino -- fornece nutrientes no desenvolvimento inicial do embrião e converte-se em vestigial à medida que a gestação progride; tem origem na endoderme primitiva. É derivado do citoplasma do oócito, sendo fonte de nutrientes e, portanto, uma estrutura importante para os ovíparos. Nos mamíferos é o principal responsável pela nutrição até à formação da placenta *Endoderme e mesoderme da esplancnopleura* Extrema importância para as aves e répteis uma vez que serve de acúmulo de substâncias nutritivas **NOTA**: Dará origem às primeiras células sanguíneas e às primeiras células germinativas dos gâmetas - Amnios -- contem o líquido amniótico que está em contacto direto com o embrião e é a membrana mais interna, protege o feto, proporciona lubrificação para o parto e serve como um depósito para urina e resíduos fetais *Ectoderme e mesoderme da somatopleura* - Alantóide -- origina-se de uma evaginação do saco vitelino e é de onde surge o sistema vascular da placenta fetal. Reveste internamente o córion *Endoderme e mesoderme da esplancnopleura* - Córion -- é a membrana mais externa do embrião e, portanto, é a que entra em contacto direto com o endométrio uterino materno. Fixa-se ao útero, absorve nutrientes do útero, permite a troca gasosa materno/ fetal e produz hormônios. *Trofoblasto e mesoderme da somatopleura* A fusão do alantóide com o córion (placenta cotiledonária), carrega os vasos sanguíneos do cordão umbilical, que liga o feto com o alantóide e é um reservatório de nutrientes e resíduos ![Uma imagem com captura de ecrã, círculo Descrição gerada automaticamente](media/image45.png) Córion e Amnios Envoltórios completos Alantoide e saco vitelino Envoltórios incompletos (volume e conformação variável com a espécie. Contidos entre o amnios e o córion) **Classificação das placentas:** Existem várias formas diferentes de classificações da placenta. 1. Baseada na [natureza dos tecidos extraembrionários que contribuem para a formação da placenta], levando esta a ser classificada como: coriovitelina ou corioalantoide \- Na placenta coriovitelina, a parede do saco vitelino justapõe-se com o cório para formar uma área de trocas. Nos animais domésticos uma placenta corivitelina funcional é vista somente nos carnívoros e equinos \- Na placenta corioalantoide, considerada funcional primária em todas as espécies domésticas, é estabelecida pela fusão entre a parede do alantoide e do cório estabelecendo assim o corioalantoide. Nos suínos e ruminantes, o saco vitelino evolui 3 a 4 semanas após a conceção e nunca forma uma placenta funcional 2. Baseada na [distribuição das vilosidades/ morfologicamente]: As vilosidades que formam a interface materno- fetal podem estar distribuídas de maneira diferente ao longo da superfície dos corialantóides, pelo qual a placenta pode ser classificada como: \- Difusa: Neste tipo de placenta as vilosidades estão distribuídas ao comprimento de toda a superfície do córion (corioalantóides) de maneira uniforme. Ex: Suínos e equinos, contudo esta última espécie, as vilosidades formem estruturas mais ramificadas, que são chamadas microcotilédones \- Zonal: As vilosidades que determinam a zona de troca de nutrientes e resíduos e de ligação com o endométrio são delimitadas de forma a formar uma cintura central em torno do feto. Distingue-se também uma segunda região chamada paraplacenta, que se localiza em ambos os lados deste "cinto", e do qual a função não é inteiramente conhecida, embora sabe-se que desempenha um papel importante na troca de ferro da mãe para o feto. As extremidades laterais dos corioalantóides nestas placentas não possuem vilosidades por isso não se ligam ao endométrio. Uma terceira região é a zona transparente nas extremidades distais do córion que tem pouca vascularização, esta zona pode estar envolvida na absorção de materiais diretamente do lúmen uterino Ex: carnívoros domésticos (cão e gato) \- Cotiledonária: As vilosidades coriônicas nestas espécies são agrupadas em pequenas áreas do córion chamadas cotilédones, que se interdigitam e fundem-se parcialmente com locais delimitados no endométrio chamados carúnculas, formando, em conjunto, estruturas conhecidas como placentomas. Os placentomas, por sua vez, são altamente vascularizados e são remodelados com o progresso da gestação, ramificando-se para aumentar a superfície de troca e o fluxo sanguíneo para aumentar os requisitos do feto em crescimento. Nas zonas inter-carunculares, a placenta é ligada ao endométrio por meio de sistemas de adesão superficial que envolvem glicoproteínas Ex: ruminantes (ovinos, bovinos e caprinos) \- Discoidal: Nestas placentas, as vilosidades agrupam-se numa área circular ou oval, formando uma estrutura discoidal Ex: coelhos, roedores e primatas (incluindo os humanos) ![](media/image47.png) Uma imagem com texto, Tipo de letra, file, captura de ecrã Descrição gerada automaticamente 3. [Histologicamente]: esta classificação considera o nº de camadas de tecido que compõem a placenta e que separam a circulação materna da circulação fetal. O nº máximo 6 camadas (3 do lado fetal -- córion, tecido intersticial e endotélio do vaso sanguíneo + 3 do lado materno -- epitélio endometrial, tecido intersticial e endotélio vascular) O modo de distinguir e nomear os diferentes tipos de placenta nesta classificação é usando como prefixo a camada materna que está em contacto com o córion fetal. \- Epiteliocorial: É o menos íntimo entre os tipos de placentas. Estas placentas **conservam intactas as seis camadas** de tecido, portanto que mantêm as **circulações materna e fetal mais separadas**, e consideradas como as mais impermeáveis. Placenta adecídua (não há invasão/ alteração do endométrio) Ex: Porca, égua \- Sinepiteliocorial: Caso particular da epiteliocorial. Existe uma **erosão parcial do epitélio endometrial** e apresenta um tipo de células únicas encontrados nestas placentas denominadas células gigantes binucleadas (células grandes e com dois núcleos). Placenta parcialmente decídua (as vilosidades coriônicas entram em contacto com o teciso conjuntivo materno) Ex: ruminantes \- Endoteliocorial: Apresenta 5 camadas. Neste tipo de placenta o **córion fetal está em contacto direto com o endotélio vascular do endométrio** graças à erosão do epitélio e do tecido conectivo endometrial (tecido intersticial) durante a implantação. De modo que o intercâmbio de substâncias e resíduos só requer atravessar quatro camadas de tecidos. Placenta decídua (não existe epitélio endometrial, as vilosidades coriônicas entram em contacto com o endotélio materno) Ex: Cães e felinos \- Hemocorial: Apresenta 3 camadas. Aqui o **epitélio coriônico está intacto e entra em contacto direto com o sangue materno** em regiões onde se formam reservatórios de sangue semelhantes a poços. O intercâmbio de substâncias e resíduos entre a mãe e o feto é mais direto uma vez que é necessário atravessar apenas 3 camadas para chegar até à circulação fetal. Ex: Primatas e roedores ![Uma imagem com texto, captura de ecrã, Tipo de letra, design Descrição gerada automaticamente](media/image49.png) +-----------+-----------+-----------+-----------+-----------+-----------+ | Tecido | Epitélioc | Sinepitel | Endotelio | Hemocoria | Hemo-ndot | | | orial/ | iocorial/ | corial/ | l | elial | | | | | | | | | | Adecídua | Parcialme | Decídua | | | | | | nte | | | | | | | decídua | | | | +===========+===========+===========+===========+===========+===========+ | Materno | | | | | | +-----------+-----------+-----------+-----------+-----------+-----------+ | Endotélio |  ✓ |  ✓ |  ✓ | × | × | +-----------+-----------+-----------+-----------+-----------+-----------+ | Tc. |  ✓ |  ✓ | × | × | × | | conjuntiv | | | | | | | o | | | | | | +-----------+-----------+-----------+-----------+-----------+-----------+ | Epitélio |  ✓ | × | × | × | × | +-----------+-----------+-----------+-----------+-----------+-----------+ | Fetal | | | | | | +-----------+-----------+-----------+-----------+-----------+-----------+ | Endotélio |  ✓ |  ✓ |  ✓ |  ✓ | × | +-----------+-----------+-----------+-----------+-----------+-----------+ | Tc. |  ✓ |  ✓ |  ✓ |  ✓ | × | | conjuntiv | | | | | | | o | | | | | | +-----------+-----------+-----------+-----------+-----------+-----------+ | Epitélio |  ✓ |  ✓ |  ✓ |  ✓ |  ✓ | +-----------+-----------+-----------+-----------+-----------+-----------+ | Espécies | Suínos e | Ruminante | Cães e | Homem | Roedores | | | Equinos | s | Gatos | | | +-----------+-----------+-----------+-----------+-----------+-----------+ **Funções da placenta:** - Proteção do embrião \- Manutenção da temperatura \- Proteção contra traumatismos Líquido alantóico armazena a urina fetal \- "Air-bags" -- proteção contra choques mecânicos \- Redução do peso específico do feto, mantendo-o em suspensão ("gravidade zero") Líquido amniónico formado principalmente pelas secreções nasofaríngicas e saliva \- Mantém a temperatura fetal cerca de 1\|2º C acima da temperatura materna \- Possui propriedades bactericidas - Nutrição \- Filtração de substâncias \- Transformação de substratos \- Regulação do metabolismo materno compatibilidade \- Metabolismo fetal é muito elevado \- Substratos energéticos -- glucose/ frutose/ glicogénio - Lei de Barron: **Gradiente de concentração entre os 2 compartimentos** - Evolui ao longo da gestação - Metabolismo \- Órgão metabólico e de depósito Síntese e armazenamento de glucogénio e/ ou frutose Síntese e armazenamento de proteínas (hormonas proteicas placentárias; síntese de polipéptidos; degradação de proteínas e aminoácidos até ureia; síntese de lipoproteínas; síntese de imunoglobulinas) Maior concentração de Ca^2+^ no compartimento fetal Produz prostaciclinas regula o fluxo sanguíneo nas vilosidades Armazena ferro \- Órgão endócrino A placenta sintetiza e metaboliza muitas outras substâncias necessárias ao metabolismo fetal (Renina-angiotensina; opióides endógenos (endorfinas e encefalinas); catecolaminas; fatores de crescimento (EGF) Produção de esteroides (estrogénios e progesterona; cortisol) Produção de hormonas coriónicas (hCG e PMSG) e lactogéneos placentários - Assegura a respiração - Imunotolerância - Circulação fetal **Mortalidade embrionária** - Antes da implantação: A morte embrionária antes da implantação ocorre principalmente devido a anomalias cromossómicas - Depois da implantação: Erros na implantação -- tem grande importância, quando esta não ocorre de forma correta induz alterações na placentação. Deste modo, comprometem o desenvolvimento subsequente da vascularização do endométrio - Infeções virais ou qualquer alteração no equilíbrio da situação de tolerância criada durante a gestação ao nível do endométrio que leva a abortos. A maioria das mortes embrionárias precoces, que ocorrem na época do nascimento materno, ocorrem no momento do reconhecimento da gravidez ou do momento da implantação, sendo atribuídos à interação defeituosa entre o embrião e o endométrio **Organogénese** Fenómeno responsável pela formação dos órgãos de um animal a partir dos folhetos embrionários - Durante o desenvolvimento, o embrião passa pelas seguintes etapas: clivagem (divisão das células), segmentação (mórula e blástula), gastrulação e organogénese - [Período embrionário] -- corresponde à formação dos sistemas - [Período fetal] -- corresponde ao crescimento e maduração dos órgãos Embriologia especial: Modelagem -- período no qual as células embrionárias se organizam em tecidos e órgãos Morfogénese -- os tecidos e órgãos ganham forma [Folhetos embrionários: ] 1. Ectoderme \- Epiderme e seus anexos: pelos, unhas, glândulas \- Revestimentos: mucosas \- Sistema nervoso central e periférico: encéfalo, medula espinhal, gânglios e nervos meninges \- Recetores sensitivos \- Esmalte dos dentes 2. Mesoderme \- Derme e serosas \- Músculos: estriados e lisos \- Cartilagens e ossos \- Sistemas urogenital e circulatório (coração, vasos e sangue) 3. Endoderme \- Sistema respiratório \- Tubo digestivo \- Revestimento do tubo digestivo \- Fígado e pâncreas \- Revestimento da bexiga **Organogénese: Desenvolvimento do sistema nervoso Ectoderme** Neurulação evento fundamental da embriogénese. Leva à **formação do tubo neural**, o precursor do sistema nervoso central, incluindo o cérebro e a medula espinhal. Este sistema de órgãos é o primeiro a iniciar o seu desenvolvimento; contudo, funcionalmente este é ultrapassado pelo desenvolvimento do sistema cardiovascular, sendo este o primeiro sistema de órgãos a ganhar função A neurulação é dividida em duas fases: a. [Fase primária]: formação da placa neural na porção anterior do epiblasto, subsequentemente, as pregas neurais definem o sulco neural e o tubo neural. b. [Fase secundária]: formação da porção posterior do tubo neural, onde um cordão neural sólido desenvolve um lúmen secundariamente As extremidades anterior e posterior do tubo neural comunicam com a cavidade amniótica pelos neuróporos anteriores e posteriores que se fecham posteriormente **Formação do tubo neural** +-----------------------+-----------------------+-----------------------+ | 1. | Espessamento alongado | ![](media/image51.png | | | da ectoderme que | ) | | Placa neural | recobre o nó | | | | primitivo | | +=======================+=======================+=======================+ | 2. | Bordos laterias da | | | | placa neural que se | | | Pregas neurais | elevam, formando no | | | | centro uma depressão | | | | -- sulco neural | | +-----------------------+-----------------------+-----------------------+ | 3. | Resulta da fusão de | ![](media/image53.png | | | ambas as pregas | ) | | Tubo neural | neurais dorsalmente | | | | -- originam os | | | | primórdios do cérebro | | | | e medula espinhal | | +-----------------------+-----------------------+-----------------------+ | 4. | Formada por células | | | | laterias do tubo | | | Crista neural | neural que migram | | | | para a mesoderme | | | | adjacente (em padrões | | | | específicos consoante | | | | a região do embrião) | | | | para formarem | | | | gânglios nervosos e | | | | outros constituintes | | | | do sistema nervoso | | | | periférico e meninges | | | | (entre outros) | | +-----------------------+-----------------------+-----------------------+ \*Gânglios linfáticos/ linfonodos: Pequenas estruturas que funcionam como filtros para substâncias nocivas \*\* Meninges: Sistema das membranas que revestem e protegem o SNC (encéfalo e medula espinal) - A fusão das pregas neurais começa no meio e progride depois para as extremidades: \- Cranialmente -- extremidade cefálica: o neuroporo cranial é o primeiro a encerrar. Já se conseguem identificar as dilatações características desta extremidade. É a partir daqui que se desenvolvem as vesículas encefálicas \- Caudalemente -- o encerramento do neuroporo caudal segue-se ao prolongamento caudal da placa neural e consequente prolongamento do tubo neural, dando origem à medula espinhal *RESUMIDAMENTE:* ![](media/image55.png) **Diferenciação do tubo neural** - A extremidade cefálica do tubo neural apresenta 3 dilatações -- vesículas encefálicas primárias: 1. Prosencéfalo 2. Mesencéfalo 3. Rombencéfalo - O tubo neural apresenta 2 flexuras: 1. ![](media/image57.png)[Flexura cervical] (primeira a ser formada) -- entre o rombencéfalo e a medula espinhal 2. [Flexura cefálica] -- no mesencéfalo - O tubo neural continua a dividir-se e passam a identificar-se 5 dilatações encefálicas: 1. Prosencéfalo -- Telencéfalo \-- Diencéfalo 2. Mesencéfalo 3. Rombencéfalo -- Metencéfalo Identificam-se ainda: [- Istmo romboencefálico]: separa o mesencéfalo do rombencéfalo [- Flexura pontina]: divide o metencéfalo do mielencéfalo - O lúmen do tubo neural dá origem a 4 ventrículos (cavidades): 1. Ventrículos laterais (X2) -- cavidades do telencéfalo 2. 3º Ventrículo -- cavidade do diencéfalo 3. 4º ventrículo -- cavidade do rombencéfalo - ![](media/image59.png)Para além do mielencéfalo o lúmen estende-se para a medula espinhal como o canal central **Células do tubo neural** - Numa fase inicial, depois do encerramento do tubo neural, as células que o compõem são **semelhantes** em toda a sua extensão - As células do lúmen diferenciam-se e formam o neuroepitélio (ou camada neuroepitelial) - O neuroepitélio diferencia-se depois em neuroblasto (precursores de neurónios) que se dispõem em camada à volta do neuroepitélio -- **camada do manto** **-** [Células da glia:] têm origem nos glioblastos (diferenciam-se da camada neuroepitelial no fim da diferenciação dos neuroblastos) - Quando as células da camada neuroepitelial param de produzir tecido nervosa, diferenciam-se nas células ependimárias (revestem os ventrículos e o canal central) - O desenvolvimento do estudo do prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo é mais complexo e surgem populações mais diferenciadas de células para dar origem aos vários constituintes ![Uma imagem com esboço, desenho, diagrama, padrão Descrição gerada automaticamente](media/image61.png) - A medula espinhal mantém uma organização semelhante, identificando-se duas camadas: a. Camada do manto -- dará origem à substância cinzenta da medula (com corpos dos neurónios) b. Camada marginal -- camada mais externa da medula espinal, com fibras nervosas originadas pelos neuroblastos, dará origem à substância branca. Uma imagem com diagrama, texto, esqueleto Descrição gerada automaticamente

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