Colocação Pronominal PDF

Summary

Este documento analisa a colocação pronominal na língua portuguesa, explorando diferentes regras gramaticais e exemplos práticos. O texto discute aspectos como a suavização do imperativo, próclise, mesóclise e ênclise, utilizando exemplos de diferentes autores e contextos para ilustrar esses conceitos.

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL ÍNDICE 1. COLOCAÇÃO PRONOMINAL.............................................................................................3 A suavização do Imperativo.....................................................

COLOCAÇÃO PRONOMINAL ÍNDICE 1. COLOCAÇÃO PRONOMINAL.............................................................................................3 A suavização do Imperativo............................................................................................................................................. 3 Próclise......................................................................................................................................................................................6 Mesóclise..................................................................................................................................................................................8 Ênclise........................................................................................................................................................................................8 1. Colocação pronominal Vamos ao estudo da Colocação Pronominal lendo um poema de Oswald de Andrade. Pronominais “Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro.” O poema modernista de Oswald (1890-1954) reflete uma das questões mais basilares do estudo de uma Língua: a gramática descreve ou prescreve? Ora, vejamos a regra gramatical que prescreve: no caso da frase ser iniciada por um verbo, o pronome virá a seguir. Apesar da gramática prescrever que devemos dizer: Dê-me, usualmente utilizamos a forma “Me dá”. Podemos concluir que a regra gramatical que prescreve a ênclise nos verbos que iniciam frase não é comumente utilizada na língua falada. Além disso, está no exemplo o fenômeno em que se verifica a forma como os brasileiros, em sua grande maioria, utilizam os pronomes pessoais (em geral, com exceção de alguns locais de Santa Catarina e do Maranhão). A suavização do Imperativo Quando há um pedido, solicitação ou ordem, a forma verbal prescrita é o modo Imperativo. No entanto, culturalmente, na língua falada, para a maioria dos falantes, o uso do imperativo soa pouco cortês, demasiadamente impositivo, de maneira que, para suavizar o pedido, é utilizado o modo infinitivo. Em vez de “Dê-me”, fala-se “Me dá”. Sempre respeite as regras gramaticais nos textos em que se exige a norma padrão. Não é pro- blema ter linguagem coloquial, mas é problema não saber quando deixar de aplicá-la. www.trilhante.com.br 3 Presente Infinitivo eu dou tu dás ele dá nós damos vós dais eles dão Imperativo Afirmativo -- -- dá tu dê ele demos nós dai vós deem eles Tal como Oswald de Andrade, outro notório literato brasileiro incorreu no famoso tema da colocação pronominal como enredo de suas tramas. Em “O colocador de pronomes” de Monteiro Lobato, há uma declaração de amor em um bilhete dado por um rapaz sua à pretendente: “Amo-lhe”. O pronome oblíquo “lhe” é substituto dos objetos indiretos, ou seja, é usado para os casos de o verbo demandar preposição, enquanto os pronomes “o”, “a”, “os”, “as” e suas variações “lo”, “la” são usados para objetos diretos, ou seja, verbos que não demandam preposição. Estaria então em desacordo com a norma culta o bilhete? O verbo amar é transitivo direto. Mas, ele pode ser também direto preposicionado, e, neste caso, leva preposição (amo a alguém)! Faz-se este uso quando se fala em amar a Deus, por exemplo. O bilhete do rapaz, então, estaria correto? Se sua escolha foi a de preposicionar o verbo amar, o bilhete está correto. Ao invés de dizer “amo-a”, que seria equivalente a “amo você”, ele escolheu dizer “amo a você”, escrevendo “amo-lhe”. www.trilhante.com.br 4 Há, entretanto, controvérsias (e veja que na gramática também pode haver divergência doutrinária!). Muitos consideram o uso do lhe com o verbo amar errado mesmo, e fica aqui a sugestão de adotar esta visão, já que é mais segura. Aqui se confirma isto. Vejamos a diferença dos pronomes em exemplos práticos: Dá e ele tanto gosto correr no parque... - Dá-lhe tanto gosto correr no parque...; Diga à moça que o lanche está sendo servido - Diga-lhe que o lanche está sendo servido; Não sei como não vi o cachorro fugindo - Não sei como não o vi fugindo; O que você gostaria de ver? - O que lhe gostaria ver?; O falante que domina a língua portuguesa, não deverá ter muitos problemas para utilizar a colocação pronominal. O que devemos observar nas colocações pronominais são suas nuances normativas que prescrevem regras nem sempre consolidadas no entendimento comum. www.trilhante.com.br 5 Estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos em relação ao verbo: 1. Próclise: antes do verbo. Ex.: Não me mandaram as flores 2. Mesóclise: No meio do verbo. Ex.: Oferecer-te-ei um mundo de ilusões. 3. Ênclise: depois do verbo. Ex.: Deram-lhe uma chance. Próclise Com partícula negativa (Não, Nunca, Jamais, Nada, Ninguém, Nenhum, Nem, De Modo Algum) Nunca te vi. Jamais se preocupe comigo. Niguém se tocou da gafe. Com Advérbios Aqui se come muito bem. Desde ontem me sinto muito feliz. Já se passou algum tempo. Ainda se considera feliz.. www.trilhante.com.br 6 Com pronome relativo Essa é a turma de que me orgulho. Essa sala é o lugar onde se encontram os melhores alunos. A moça à qual me referi está alí. Com pronome indefinido Alguém me disse que ela virá hoje. Todos lhe disseram mentiras. Algo me diz que isto está errado. Com conjunção subordinativa Como me perguntou a verdade, não menti. Para te fazer feliz, não é preciso muita coisa. É que, quando se trata disto, eu tenho facilidade. Aja conforme a professora lhe sugeriu. Quando há a construção: Em + gerúndio Em se tratando de futebol, não tenho time. Prefiro os europeus, em se falando de cinema. Quando há a construção: Preposição + Infinitivo Não costumo gritar para me fazer entender. Preciso de alguém para me ajudar. Em orações: Interrogativa: Você pode me acordar às 22:40? www.trilhante.com.br 7 Exclamativa: Queria tanto te ver hoje! Optativa (exprimem desejo): Deus te abençoe. Futuro do Futuro do presente Pretérito Eu Amarei Amaria Tu Amarás Amarias Ele/Ela Amará Amaria Nós Amaremos Amaríamos Vós Amareis Amaríeis Eles/Elas Amarão Amariam Mesóclise Verbo no futuro do pretérito Convencê-lo-ia a aceitar minha oferta, se isso fosse do meu interesse. Verbo no futuro do presente Pintar-me-ão a cara quando passar no vestibular. Desde que não haja palavra atrativa (fatores de próclise) Não lhe diria, para não machucá-lo. Ênclise No início do período (Não se inicia frase com pronome oblíquo átono) www.trilhante.com.br 8 Vive-se hoje de modo diferente do que previam os filmes de ficção do passado. Sabe-se muito pouco da vida particular dele. Gerúndio Saiu de casa chutando-me a canela. O FMI emprestou dinheiro para o Brasil impulsionando-o em direção à falência. Depois de pausa (sinais gráficos) O conde vê, corre, atira-se também. Após o ocorrido, resta-nos esperança. Verbo no infinitivo impessoal A intenção era auxiliá-lo Para que enganar-me? Verbo no imperativo “Conhece-te” é uma utopia, porém mais aceitável porque contém também a maldade. Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo... www.trilhante.com.br 9 www.trilhante.com.br 10 A palavra “que” SEMPRE será atrativa! www.trilhante.com.br 11 COLOCAÇÃO PRONOMINAL www.trilhante.com.br /trilhante /trilhante /trilhante

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