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CAP 2 e 3 manual - prova 02 (1).pdf

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57 CAPÍTULO 2 – RISCOS ESPECÍFICOS Seção 1 - Conceitos Importantes Neste capítulo será tratado a respeito de alguns riscos como líquidos inflamáveis, gases inflamáveis e pós combustíveis. Par...

57 CAPÍTULO 2 – RISCOS ESPECÍFICOS Seção 1 - Conceitos Importantes Neste capítulo será tratado a respeito de alguns riscos como líquidos inflamáveis, gases inflamáveis e pós combustíveis. Para tal, o domínio de alguns conceitos também específicos é necessário: 1. Viscosidade - é a relação entre a tensão de cisalhamento (força que atua tangencialmente a uma superfície, dividida pela área da superfície) e o gradiente de velocidade perpendicular ao plano de cisalhamento. É medida no SI em pascal- segundo (Pas). Está associada à resistência do fluido ao escoamento. Líquidos menos viscosos escoam melhor. Outra consequência além do escoamento do próprio líquido é o escoamento de bolhas pelo líquido. Líquidos mais viscosos apresentam maior resistência ao escoamento das bolhas em direção à superfície do mesmo. Não é raro que líquidos com uma viscosidade muito alta sejam pré- aquecidos para se facilitar seu escorrimento por meio de tubulações e para outros usos (uma vez que o aumento de temperatura tende a diminuir a viscosidade do líquido). No estado líquido, os materiais se adequam ao recipiente que os contém, tomando sua forma sem alterar consideravelmente o volume. No caso dos líquidos inflamáveis, existe a possibilidade de escoamento do material para os locais mais baixos. 2. Densidade – é a massa de uma amostra ou corpo divido pelo seu volume. Quando essa medida se trata de uma propriedade específica de uma substância (e não mais de um corpo) habitua-se chamá-la “massa específica”. É comum ainda que os líquidos e gases combustíveis e inflamáveis sejam expressos através de sua densidade relativa que, para os sólidos e líquidos é definida como a densidade de um corpo dividido pela densidade (ou massa específica) da água. Para os gases a densidade relativa é definida como a densidade de uma porção do gás dividido pela densidade do ar. Em todos os casos a densidade relativa é adimensional. Muitas vezes nas fichas de informação de segurança a densidade relativa de um material é expresso simplesmente pelo termo “densidade” (basta verificar se o valor é adimensional ou se tem unidade para diferenciá-los). Em geral, a densidade relativa dos líquidos inflamáveis são menores que 1 e, portanto, “flutuam” na água, quando não se misturam. Os vapores mais densos que o ar também se acumulam nas partes baixas. 58 3. Pressão de vapor - é a pressão exercida por uma substância ou mistura (a uma determinada temperatura) num sistema que contém apenas o vapor e a fase condensada (líquida ou sólida) da substância ou mistura. A pressão de vapor expressa a volatilidade do líquido. Líquidos mais voláteis têm pressão de vapor maiores. 4. Calor de Combustão - calor emitido pela combustão completa de uma unidade de massa. 5. Calor latente (ou calor de transformação) – é a energia necessária para que determinada massa de material mude de fase (fusão e vaporização), ou a quantidade de energia liberada quando determinada massa de material muda de fase (solidificação e condensação). É expresso em unidade de energia por unidade de massa. 6. Materiais instáveis ou reativos: Materiais (líquidos, sólidos ou gases) que no estado puro ou nas especificações comerciais, por efeito de variação de temperatura, pressão ou de choque mecânico, na estocagem ou no transporte, tornam-se auto reativos e, em consequência, se decomponham, polimerizem ou venham a explodir. Seção 2 - Líquidos Inflamáveis O Estado de Goiás destaca-se como um importante centro de recebimento, armazenamento e distribuição de líquidos inflamáveis (gasolina, álcool etílico e óleo diesel). Opera na cidade de Senador Canedo o Terminal da Petrobrás Transporte S.A., sendo um centro de distribuição de combustível do Oleoduto São Paulo- Brasília (OSBRA), responsável pelo transporte de óleo diesel e gasolina, oriundos da Refinaria do sistema REPLAN (Refinaria de Paulínia), em Paulínia-SP. Outro importante parque de tanques no Estado de Goiás está sob responsabilidade da Petrobras Distribuidora S.A., subsidiária da PETROBRÁS, a qual possui um terminal em Goiânia, situado no Parque Industrial no Jardim Novo Mundo. No caso do etanol, ou álcool etílico, o Estado se destaca também por ser um dos maiores produtores nacionais. Além disso, o Estado possui localização estratégica como rota de líquidos inflamáveis por meio rodoviário. 1. Classificação dos líquidos combustíveis e inflamáveis 59 A Norma Técnica n. 03/2014 do Código Estadual de Segurança contra Incêndio e Pânico do Estado de Goiás (Lei Estadual 15.802 de 11 de setembro de 2006) assim define líquidos combustíveis e inflamáveis: “Líquido combustível: líquido que possui ponto de fulgor igual ou superior a 37,8ºC” e “Líquido Inflamável: líquido que possui ponto de fulgor inferior a 37,8ºC”. Essa classificação coincide parcialmente com as classificações da NFPA e da ABNT (no que tange à Proteção Contra Incêndio). Parcialmente porque as Normas Técnicas do CBMGO não limitam os combustíveis à temperatura de 93ºC (nesse sentido, tratam o combustível como toda matéria susceptível de queimar). A classificação dos líquidos em inflamáveis e combustíveis, e a criação de “subclasses” ajuda na determinação dos sistemas preventivos e de combate a incêndio, além de estabelecer critérios para o seu dimensionamento. Quando o assunto é Transporte de Produtos Perigosos (ONU, Ministério do Transporte e ABNT) considera-se Inflamável os líquidos com ponto de fulgor de até 60,5oC(ensaio em vaso fechado, ou 65,6oC se o ensaio for em vaso aberto). Já para o Ministério do Trabalho (NRs 16 e 20) é inflamável o líquido que tenha ponto de fulgor inferior a 70oC, e combustível o que tem ponto de fulgor igual ou maior que 70oC e menor que 93oC. 2. Prevenção, controle e extinção das chamas Em locais onde se armazenam, produzam ou transportem líquidos inflamáveis deve-se adotar sistemas e medidas para se evitar incêndios. Esses sistemas preventivos incluem o controle de emissão de vapores, isolamento de risco, controle de vazamentos, controle de eletricidade estática, sistema de proteção contra descargas atmosféricas, etc. O combate às chamas pode ser feito de diversos modos: exclusão do combustível, abafamento (tampa ou espuma), diluição, emulsionamento, resfriamento e interrupção da reação em cadeia. O combate em líquidos inflamáveis é realizado através dos seguintes agentes extintores: água (no estado líquido); gases e vapores inertes (CO2, Nitrogênio, vapor d’água); espuma; pó químico; agentes halogenados e respectivos alternativos. 2.1 Abafamento Visa excluir o contato do combustível com o comburente. Pode ser realizado desde a interposição de um pano molhado sobre uma panela com óleo em 60 combustão (ou fechamento da mesma com a tampa) até o uso de dispositivos corta- fogo em tanques de armazenamento. Em alguns casos, os incêndios em respiradores de tanques podem ser combatidos com a adição de GLP no “espaço vapor”, quando se constata que há chamas nesse local, vislumbrando criar uma mistura rica, que promoverá a extinção das chamas. As espumas também agem prioritariamente por abafamento. 2.2 Pós Químicos Os Pós podem ser empregados em gases, líquidos e sólidos combustíveis e equipamentos elétricos energizados. Produzem como inconveniências a perda da visibilidade do ambiente onde é aplicado e dificuldade respiratória para os operadores. 2.3 Água A eficiência da água em incêndios deve-se ao efeito refrigerador provocado pelo seu calor de vaporização (40,66 kJ.mol-1), o qual remove calor do processo de combustão e resfria o material em chamas. No entanto, a água em geral é ineficiente quando se trata de líquidos inflamáveis. Isso porque sua densidade é geralmente maior que a dos líquidos inflamáveis, indo para o fundo do recipiente que as contém antes de produzir qualquer efeito sobre as chamas. Alguns líquidos se tornam muito quentes ao queimar ou são previamente aquecidos antes de começarem as chamas (é o caso dos acidentes com óleo de cozinha), então qualquer água que seja jogada sobre eles entrará imediatamente em ebulição expulsando violentamente o líquido inflamável e promovendo maior risco a quem estiver por perto. Mesmo assim, a água pode ser usada na forma de jato (linhas manuais ou canhões monitores) ou aplicada por meio de aspersores para resfriamento e proteção de instalações a distância e encharcamento de sólidos. Na forma de neblina, pode ser usada para resfriamento de superfícies líquidas, emulsificação de óleo (já que o seu efeito é tornar a superfície do material temporariamente incombustível), proteção de pessoas, estruturas, máquinas e equipamentos, diluição (álcoois, amônia) e absorção do calor desprendido na combustão. 2.4 Halogenados: Atuam por inibição da reação em cadeia e, secundariamente, por resfriamento. São utilizados no combate a incêndio de gases, líquidos e sólidos 61 combustíveis e equipamentos elétricos energizados. Trazem o risco para os operadores de narcose e possuem alta toxicidade. Como alternativa aos halons, outros agentes gasosos podem ser usados, como o gás carbônico, agentes químicos gasosos (como inergen, nitrogênio, argon, etc). 2.5 Espumas As espumas extinguem as chamas em líquidos inflamáveis através de abafamento, da supressão da liberação de vapores do líquido combustível, da separação das chamas da superfície do combustível e do resfriamento das superfície do líquido. Ressalta-se que as espumas têm pouca ou nenhuma eficiência para gases liquefeitos, líquidos em fluxo, líquidos superaquecidos e substâncias que reagem com a água. Cada tipo de espuma é produzido com LGE específico para tal. Para consultar os tipos de espuma e a aplicabilidade de cada um deles, consulte a Seção 10 do Capítulo 1 deste Manual. Atenção deve ser dada também aos equipamentos apropriados para cada caso e para gerar cada tipo de expansão; bem como nos modos de aplicação da espuma. 2.5.1 Modos de aplicação da Espuma Superficial Normal: Câmara de espuma c/ defletor para aplicação na parte interna do costado do tanque) Figura 26 - Aplicação de espuma por meio de câmara Forçada: Aplicação diretamente contra a superfície do líquido, através de esguichos e canhões monitores 62 Subsuperficial Aplicação no fundo do tanque de combustível Figura 27 – Aplicação subsuperficial de espuma. A vazão de solução de espuma eficiente dependendo modo de aplicação para compensar as perdas por ação do vento, do fogo, do combustível e das correntes de convecção. 2.5.2 Taxas de aplicação de espuma As TAB. 5 e 6 apresentam as taxas e tempos mínimos de aplicação de espuma em tanques verticais contendo hidrocarbonetos e solventes polares (exigidos no Código Estadual de Proteção Contra Incêndio e Pânico). Tabela 5 - Aplicação de espuma em tanques verticais contendo hidrocarbonetos TAXA TEMPO MÍNIMO (min) MÍNIMA DE PRODUTOS TIPO APLICAÇÃO CLASSE I CLASSE II CLASSE III (L/min/m²) Câmara de espuma com 4,1 30 20 15 aplicação suave (Tipo I) Câmara de espuma com 4,1 55 30 25 defletor (Tipo II) Linhas Manuais ou Canhões Monitores (Tipo 6,5 65 50 45 III) Fonte: Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, Norma Técnica 25/2014 63 Tabela 6 - Aplicação de espuma em tanques verticais contendo solventes polares. TIPO TAXA TEMPO MÍNIMO MÍNIMA DE APLICAÇÃO (L/min/m²) (min) Câmara de espuma com 6,9 30 aplicação suave (Tipo I) Câmara de espuma com 6,9 55 defletor (Tipo II) Linhas Manuais ou Canhões 9,8 65 Monitores (Tipo III) Fonte: Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, Norma Técnica 25/2014 3. Fenômenos extremos 3.1 Slop Over Quando a água é aplicada diretamente sobre a superfície em chamas do líquido, ela afunda parcialmente no líquido quente e vaporiza-se, expelindo o combustível em chamas para fora do tanque. 3.2 Frothover Associado à ausência de fogo (por exemplo quando asfalto quente é adicionado a um tanque contendo água). 3.3 Ebulição Turbilhonar (Boil Over) Ebulição Turbilhonar é uma violenta projeção de gotículas em chamas do fluido combustível, devido à abrupta vaporização da água acumulada no fundo do tanque. Ocorre quando reservatórios de alguns líquidos inflamáveis apresentam uma camada de água no fundo. Em um incêndio duradouro o calor das chamas chega até a água do fundo fazendo-a mudar de fase. As bolhas então formadas empurram os fluidos em chama para fora do tanque. Durante esse evento o combustível em chamas pode ser projetado a uma distância de até dez vezes o diâmetro do tanque. Se o líquido apresenta uma variedade em sua composição (com componentes apresentando uma larga faixa de temperatura de ebulição e de variadas densidades), os resíduos mais densos da combustão descem em direção ao fundo do tanque e vão aquecendo os outros componentes no percurso, vaporizando as frações menos densas da mistura, que sobem em direção à superfície, alimentando a combustão. A camada isotérmica num líquido em chamas é conhecida como “zona quente”, e o processo de propagação da zona quente em 64 direção ao fundo do tanque é conhecido como “onda de calor”. A zona quente pode apresentar temperaturas acima da temperatura de ebulição da água, então quando a onda de calor atinge a água do fundo provoca a ebulição da água. Figura 28 - Esquema da ocorrência de ebulição turbilhonar Fonte: LAPORT, 2015 Próximo à ocorrência do fenômeno, observa-se que, conforme a temperatura da água se aproxima do ponto de ebulição, algumas bolhas de vapor se formam na interface entre o combustível e água. Elas se soltam e atravessam o fluido emergindo pela superfície como bolhas de combustível e água. A queima dessas bolhas em contato com a chama emite um som crepitante típico. São necessários para a formação da ebulição turbilhonar: a presença de água no fundo, ocorrência de um incêndio de superfície, e formação e propagação da onda de calor. O único critério matemático para definir fluidos com propensão para a ebulição turbilhonar é o índice PBO (Propensity of Boilover), proposto em 1992: 3 393 𝛥𝑇𝑏𝑜𝑖𝑙 2 𝐻𝐶 𝑃𝐵𝑂 = √[(1 − )( ) ( )] 𝑇𝑏𝑜𝑖𝑙 60 0,73 65 Onde: Tboil é o ponto médio de ebulição do hidrocarboneto, em K ΔTboil é a faixa de pontos de ebulição a partir da temperatura de 393K HC é a viscosidade cinemática do hidrocarboneto a temperatura de 393K,em CST (centistokes, sendo 100 cSt equivalente a 1 cm 2/s) Segundo esse critério, líquidos combustíveis com PBO inferior a 0,6 não apresentam risco de ebulição turbilhonar. Fatores que influenciam nas características da ebulição turbilhonar:  Composição do combustível - aumentam a probabilidade de ocorrência de ebulição turbilhonar: alta viscosidade, larga faixa de temperaturas de ebulição das substâncias que compõem a mistura, alta média da temperatura de ebulição dos componentes;  Espessura da subcamada de água;  Intensidade e duração do fogo das chamas - quanto maior for a velocidade de combustão da mistura (medida que pode ser relacionada com o ponto de fulgor da mistura), menor a intensidade da ebulição turbilhonar; por outro lado, quanto menor a velocidade da combustão, mais tempo haverá para se controlar o incêndio e evitar a ebulição turbilhonar. Nessa mesma linha, quanto maior o tanque (considerando um mesmo líquido) mais violenta será a ebulição turbilhonar, mas também mais demorado será para se chegar lá;  Condições ambientais do local. Em um cenário mais extremo, com a ocorrência de ebulição turbilhonar e consequente fratura do tanque, o fluido quente escapa cobrindo a água do dique. Rapidamente forma-se uma onda de calor nessa região dando origem a uma segunda ebulição turbilhonar que pode espalhar ainda mais o incêndio. 4. Armazenamento de líquidos inflamáveis O armazenamento de líquidos inflamáveis se dá por meio de tanques. Várias são as maneiras de se classificar os tanques. A princípio, os tanques podem ser verticais ou horizontais, dependendo da direção do eixo central dos mesmos. Quanto à pressão de trabalho, os tanques podem ser atmosféricos ou de baixa pressão. 66 Os tanques atmosféricos são projetados para operar com um espaço de gás e vapor com pressões internas que se aproximam da pressão atmosférica, acima do nível do líquido armazenado, criando assim o chamado “espaço vapor”. São normalmente construídos em aço carbono, aço liga ou outros materiais e são usados para armazenar fluidos que possua uma Pressão de Vapor substancialmente menores que a pressão atmosférica. Normalmente são protegidos por sistema de alívio e vácuo que devem manter e controlar a diferença de pressão entre o espaço vapor e a pressão externa, menor que 0,5 kg/cm 2 para garantir a sua operacionalidade e integridade quanto a possíveis falhas. Já os tanques de baixa pressão são projetados para operar a pressão entre 0,05 e 1,05 Kg/cm2. Tais tanques são usualmente construídos de aço carbono e usados para o armazenamento de fluidos mais voláteis. Os dois tipos mais comumente empregados são semi-esferoidal e esferoidal, projetados para resistirem à pressão que se desenvolve no interior do tanque, sem dispositivos ou meios capazes de alterar seu volume interno. Para isso tais tanques são providos de válvulas de segurança a fim de evitar que a pressão ultrapasse os valores admissíveis. Figura 29 - : Tanque semi-esferoidal Fonte: COSTA, 2011 67 Figura 30 - Tanque esferoidal Fonte: COSTA, 2011 Em relação ao nível do terreno, os tanques são classificados em:  Tanques elevados são aqueles que se acham acima do solo, sustentados por qualquer tipo de estrutura;  Tanques de superfície são aqueles que estão com sua base diretamente apoiada sobre a superfície do terreno;  Tanques semienterrados - são aqueles que estão, em parte, abaixo do nível do solo;  Tanques subterrâneos - são aqueles que se acham sob a superfície do terreno. Os tanques atmosféricos verticais podem ser classificados em:  Tanques de Teto Fixo: São tanques onde o teto é diretamente ligado à parte superior do costado. O suporte do teto pode ser feito exclusivamente pelo costado (tetos autoportantes, utilizados em tanques de pequeno diâmetro) ou por uma estrutura interna de perfis metálicos (tetos suportados, mais comuns). Ainda como subdivisão, os tetos podem ser cônicos, curvos ou em gomos. Tanques de teto fixo apresentam, intencionalmente, uma fraca junção teto-costado, pois no caso de uma sobrepressão interna ocasionada por explosão ou situação similar, esse design permite que o teto de solte do costado antes que as laterais colapsem. Outra característica relevante é a 68 presença de respiradores, que permitem troca de ar com o exterior durante operações de carga e descarga, equalizando a pressão. Por isso, expõe a superfície do líquido para o espaço de vapor do tanque, produzindo perdas significativas na evaporação do produto. Isso aumenta a possibilidade de formação de um combustível a partir da mistura de gás no espaço de vapor para determinados produtos petrolíferos mais voláteis. Por esta razão, reservatórios de teto fixo em refinarias são geralmente utilizados para produtos com pressões de vapor menor que 1,5 psi. Os tanques com teto fixo precisam de um “respiro” que possa ser aberto quando o tanque recebe ou envia líquidos. Este dispositivo de abertura é chamado de válvula de pressão e vácuo e tem a finalidade de proteger o tanque contra pressurizações ou vácuo. Figura 31 - Tanque de teto fixo.  Tanques de Teto Flutuante Externo: Tanques onde o teto encontra-se flutuando diretamente sobre o líquido armazenado e se movimenta de acordo com os períodos de esvaziamento ou enchimento desses e reduzem as perdas do produto em consequência da evaporação. São utilizados flutuadores localizados ao longo do perímetro do teto e/ou no seu centro, com necessidade de um sistema de vedação eficiente por todo seu perímetro para evitar a fuga de vapor e de drenagem de águas pluviais que não podem se 69 acumular sobre o teto. São utilizados com o objetivo de minimizar as perdas por evaporação devido às movimentações do produto. Figura 32 - Tanques de teto flutuante externo.  Tanques de Teto Flutuante Interno: Trata-se de um tanque com teto flutuante coberto por um teto fixo permanente. Ele contém tanto a vedação que evita a fuga de vapores como os respiradores (característicos do tipo teto fixo). Cobertura geodésica de gomos de Alumínio Pode ser colocado em tanque de teto flutuante externo ou como o próprio teto fixo do tanque. A adequação do projeto de um tanque de teto flutuante externo, para cobertura de domo alumínio, consiste em colocar o domo sobre o tanque, que passa a funcionar como um tanque com teto fixo e flutuante interno, ao se aproveitar o teto flutuante externo existente. É necessário instalar a ventilação periférica, suficiente para garantir uma atmosfera, acima do teto, abaixo do limite de inflamabilidade. Para o tanque de teto flutuante, a cobertura geodésica dispensa o sistema de drenagem da água da chuva, diminui riscos de centelhamento (o alumínio tem condutividade 700% maior que o do aço), além do que o domo produz a proteção de “gaiola de Faraday”, dissipando eletricidade estática e efeitos de descarga elétrica. Figura 33 - Cobertura Geodésica. 70 5. Emergências com líquidos inflamáveis Situações anormais podem ocorrer na manipulação, transporte de armazenamento de líquidos inflamáveis, tais como vazamentos, incêndios, explosões, ebulição turbilhonar, slop over e frothover. Os vazamentos podem ocorrer por enchimento excessivo, ruptura de tanque, falhas de operação, etc. Os incêndios podem estar ou não relacionados com vazamentos e podem ocorrer a partir do contato do líquidos inflamável com fontes de ignição tais como chamas, superfícies aquecidas, fagulhas, centelhas e arcos elétricos. A situação global do incêndio deve ser avaliada. Quando acionada, a primeira guarnição de Bombeiros deve procurar saber o maior número de informações possíveis: se há vítimas, qual o líquido inflamável envolvido no sinistro, e qual o volume armazenado/em transporte; qual o volume de líquido vazado (e para onde o produto vazou); tipo e dimensões do tanque (teto fixo, flutuante, etc); quantidade de tanques vizinhos e a distância deles (ou, no caso de acidente rodoviário, qual o local do acidente: próximo a casas, fluxo da via, relevo, cursos d’água para onde o líquido possa escorrer, etc); risco à vida (necessidade de retirar pessoas da vizinhança); recursos de disponíveis (LGE, aplicadores e canhões monitores, sistema de resfriamento, número de brigadistas e recursos como ambulâncias, EPIs, etc). Todas essas informações devem ser criteriosamente confirmadas no local do sinistro. De posse de todas as informações captadas, faz-se necessária uma intervenção cuidadosa e articulada. O planejamento e a organização do atendimento ao sinistro devem ser meticulosos, levando-se em conta a implementação do Sistema de Comando de Incidentes (SCI). O correto estabelecimento do SCI pode garantir uma comunicação integrada, trabalho por objetivos, atribuição de funções, dentre outros, dos quais podem ser dependentes o sucesso da atuação. A aproximação e estabelecimento do Posto de Comando (e colocação das viaturas) deverá ser realizados a uma distância segura, considerando a direção do vento, o material envolvido no sinistro e a magnitude do evento, considerando as áreas de isolamento conforme a Ficha de Informações de Segurança (FISPQ) do produto em questão, e evitando áreas baixas em relação ao acidente para onde possa haver derramamento/vazamento do líquido em chamas, e acúmulo de vapores/gases inflamáveis ao nível do solo. Deve-se ter a preocupação de manter- se longe da propagação da fumaça e vapores inflamáveis. Toda aproximação deve ser realizada com o uso de EPI completo, específico para combate a incêndio (roupa de aproximação, balaclava, capacete de combate a 71 incêndio) e emprego de EPRA (se necessário), certificando-se da existência de uma rota de fuga alternativa antes de se aproximar do espaço sinistrado. Caso haja vítimas, adentre com uma linha de proteção e retire-as para atendimento em local seguro. Deve ser feita a avaliação considerando as seguintes características dos produtos dos tanques:  Produto envolvido;  Possibilidade de Ebulição Turbilhonar, “slop over” e “frothover”;  Volume do produto no tanque;  Nível de água no tanque;  Volatilidade dos produtos;  Toxicidade dos produtos. Para monitorar o risco de Ebulição Turbilhonar considere as características do líquido em questão e verifique a propagação da onda de calor, dirigindo um jato d'água na lateral do tanque incendiado, abaixo do nível do líquido, e observe onde a água vaporiza-se imediatamente; atente-se para o som (chiado) peculiar que geralmente precede uma explosão. Se possível, efetue ações de drenagem do tanque e evite o acúmulo de água decorrente do combate (aplicação direta de jatos de água sobre o líquido em chamas e aplicação de espuma sobre líquidos superaquecidos). Observe também a condição do teto do tanque, do costado, das tubulações e dos sistemas de combate a incêndio; verifique a possibilidade de esvaziamento do tanque se a extinção for difícil, além da necessidade de resfriamento de superfícies expostas às chamas Coordene, com o pessoal de operação, as operações de parada de bombeio (cessar o recebimento de líquido no tanque em chamas), início de bombeio (para transferência do líquido do tanque em chamas para outros tanques), a parada dos misturadores, etc. 6. Modos de operação aplicáveis 6.1. Modo de Operação Passivo – Adotado quando há falta de recursos (equipamentos, pessoal, agentes extintores, etc) apropriados para o combate e há um risco associado a qualquer ação defensiva. Nesse caso, a chance de extinção é remota e a área precisa ser evacuada devido a possibilidade da ocorrência de ebulição turbilhonar ou por outra razão de risco. 72 6.2. Modo de Operação Defensivo – Adotado quando há impossibilidade de se obter recursos, mas não há risco para o pessoal. Nesse caso, a chance de extinção é remota e a área não precisa ser evacuada. Utilizada também como fase de preparação para o modo de operação ofensivo para preservar a integridade do sistema de espuma, por exemplo. É ação desse tipo de estratégia priorizar o resfriamento dos equipamentos vizinhos que estão em contato direto com as chamas. Usam-se táticas apropriadas para o resfriamento de equipamentos sujeitos somente ao calor de radiação (com testes nas superfícies aquecidas para verificar a formação de vapor d'água). Para proteção dos tanques vizinhos deve-se considerar as distâncias entre os tanques e direção dos ventos, a existência de tanque sem espaço vapor inflamável e tanque com produto de baixo ponto de fulgor. 6.3. Modo de Operação Ofensivo – Adotado quando existem suficientes facilidades de combate a Incêndio (espuma, equipamentos, pessoas, água, etc). Deve-se considerar a taxa de aplicação de espuma, as condições de vento, a possibilidade de ocorrência de “slopover”, extinção de fogo na bacia, extinção de múltiplos incêndios e controle de incêndio (redução da área em chamas). Seção 3 - Gases Inflamáveis Gases são materiais que estão em um estado em que não apresentam forma, tamanho ou volume (expandem até ocupar todo o recipiente que os contém). À medida que são aquecidos promovem um aumento de volume dos recipientes que os contém. Quando gases comprimidos se expandem, sua temperatura cai (é comum verificar o congelamento de recipientes e mangueiras em locais que apresentam essa expansão). Por outro lado, o processo de compressão aumenta a temperatura do sistema, sendo comum verificar o aquecimento de cilindros nos casos como no enchimento de recipientes para mergulho. Vapores são substâncias no estado gasoso que, no entanto, seriam sólidos ou líquidos em condições normais de temperatura e pressão. A maioria dos gases são mais densos do que o ar (ou mais pesados que o ar - para os gases ambos os termos podem ser usados), embora exceções comuns incluem o acetileno, o hidrogênio e o metano. Como esses gases se resfriam ao se expandirem, podem ir em direção ao solo inicialmente, mas depois eles vão subir. Os gases que são mais leves do que o ar podem acumular-se sob estruturas em níveis elevados a menos ventilado. Gases mais densos irão acumular em níveis

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