AULA 2-Conceitos Fundamentais TO PDF
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Politécnico de Leiria
2024
Joana Coelho
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This document is a lecture presentation on fundamental concepts in occupational therapy. It covers topics like the definition of occupational therapy, paradigms, professional models, and related topics. The information is delivered using a slide-based format, suitable for pedagogical purposes.
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Teorias e Modelos em Terapia Ocupacional I Professora Joana Coelho 2024/2025 1º ano 1º semestre Sumário 1. Terapia Ocupacional 2. Paradigmas 3. Modelos Profissionais 3.1. Modelos de Delineação 3.2. Modelos de Aplicação Considerações finais 1. Terapia Ocupacional 1. Terapia...
Teorias e Modelos em Terapia Ocupacional I Professora Joana Coelho 2024/2025 1º ano 1º semestre Sumário 1. Terapia Ocupacional 2. Paradigmas 3. Modelos Profissionais 3.1. Modelos de Delineação 3.2. Modelos de Aplicação Considerações finais 1. Terapia Ocupacional 1. Terapia Ocupacional Avaliação, tratamento e habilitação de indivíduos com disfunção física, mental, de desenvolvimento, social e outras, utilizando técnicas terapêuticas integradas em atividades selecionadas consoante o objetivo pretendido e enquadradas na relação terapeuta/utente; prevenção da incapacidade, através de estratégias adequadas com vista a proporcionar ao indivíduo o máximo de desempenho e autonomia nas suas funções pessoais, sociais e profissionais e, se necessário, o estudo e desenvolvimento das respetivas ajudas técnicas, em ordem a contribuir para a melhoria da qualidade de vida.” (Decreto – Lei n.º 564/99, de 21 de Dezembro- art. 5º) 1. Terapia Ocupacional “Avaliação, tratamento e habilitação de indivíduos com disfunção física, mental, de desenvolvimento, social e outras, utilizando técnicas terapêuticas integradas em atividades selecionadas consoante o objetivo pretendido e enquadradas na relação terapeuta/utente” Avaliação e tratamento de pessoas com qualquer tipo de disfunção (física, mental, social, desenvolvimento) através do uso de atividades significativas para o utente. 1. Terapia Ocupacional “Prevenção da incapacidade, através de estratégias adequadas com vista a proporcionar ao indivíduo o máximo de desempenho e autonomia nas suas funções pessoais, sociais e profissionais e, se necessário, o estudo e desenvolvimento das respetivas ajudas técnicas, em ordem a contribuir para a melhoria da qualidade de vida.” Uso de estratégias de prevenção (produtos de apoio ou outras) para promover a autonomia nas funções, de maneira a contribuir para a melhoria da qualidade de vida. 1.1. Ocupação 1.1 Ocupação* Ato ou efeito de ocupar ou ocupar-se; Ato de se apoderar de alguma coisa; posse; Trabalho, emprego, profissão; Atividade ou serviço em que se gasta algum tempo. *Definição pelo dicionário da língua portuguesa 1.1.Ocupação Necessidade humana básica Impedidas de participar → redução na qualidade de vida Depois de trauma ou doença → primeira preocupação → restrições nas atividades Perda de identidade, aumento de tempo livre, perda de sentimento de competência… 1.1.Ocupação Reed (1984) Fundamental na existência humana e para a saúde. Dá significado à vida Processo dinâmico → influencia, altera e muda a nível físico, psíquico, biológico e sociocultural 1.2. Objetivo Tornar a pessoa o mais independente possível na realização das suas atividades do dia a dia Produtos de apoio ou adaptações Meio familiar, social ou profissional da pessoa, aconselhando os familiares ou cuidadores Eliminação as barreiras arquitetónicas/informação e adaptação do espaço às necessidades do indivíduo 1.3. Filosofia da TO Incapacidade para a capacidade através da atividade orientada Avaliar as áreas de disfunção → desenvolver um programa estruturado de atividades para melhoria da função. Atividade é o mediador central da interação terapeuta-cliente 1.3. Filosofia da TO Cada indivíduo sofre influências do meio com que interage; Desenvolve as suas competências no desempenho de diferentes papéis/atividades/ocupações; TO adapta regras das atividades de modo a melhorar ou criar oportunidades de participação → indivíduo encontre o bem-estar e qualidade de vida; Melhorar o desempenho Definir e compreender a terminologia Paradigma Modelo profissional Modelo de delineação/ quadro de referência Modelo de aplicação / abordagens terapêuticas 2. Paradigmas 2. Paradigma Origem grega Modelo ou padrão Estrutura conceptual Permite explicação e investigação de fenómenos Um paradigma altera-se através de exigências ambientais 2. Paradigma Thomas Kuhn (1970) Paradigma é uma conquista científica universalmente reconhecida que modela temporariamente problemas e soluções para praticantes Adequadamente “aberto” para permitir a exploração de soluções para uma variedade de problemas 2. Paradigma Barker (1992) Aprendido, adquirido e incorporado através da experiência; Informação filtrada; O paradigma irá revelar problemas que não pode resolver: catalisador para uma mudança. 2. Paradigma Kielhofner (1997) Paradigma é o núcleo cultural da disciplina e fornece identidade profissional Como os profissionais vêem a prática Orienta perguntas, soluções e objetivos de prática 2. Paradigma Visão do mundo ou “mito fundador” de uma comunidade científica particular, num momento preciso da sua história, que serve de modelo de referência e inaugura uma nova tradição na disciplina Pressuposto filosófico, matriz, teoria Consenso partilhado das crenças fundamentais da profissão 2. Paradigma Ocorre mudança quando… uma disciplina abandona uma visão do mundo por outra; surge uma revolução; surge uma reestruturação conceptual drástica. 2. 1 Paradigma - Desenvolvimento 1) Fase pré-paradigma – surgem várias abordagens de pensamento para resolver o mesmo problema 2) Paradigma – pensamento “vencedor” 3) Crise – nem todos os problemas podem ser resolvidos desta maneira 4) Resolução – reorganização do novo pensamento (revolução científica) 2.2.1 Paradigma da Ocupação (1900-1940s) Definido por… pessoas com diferentes características participam em ocupações - "normalizaram" o comportamento Ocupação - fenómeno central de interesse 2.2.1 Paradigma da Ocupação (1940-1950s) CRISE A profissão está sujeita à pressão da medicina para fornecer evidências científicas para sua prática. 2.2.2 Paradigma Mecanicista (1950s-1970s) Modelo médico (reducionista) substitui "ocupações" Corpo e mente - parte distintas A especialização é uma tendência popular Perda - compromisso com o desempenho ocupacional Ganho - novos dispositivos de assistência, tecnologia, técnicas; integração sensorial; etc 2.2.2 Paradigma Mecanicista(1950-1970s) CRISE O reducionismo foi inadequado para o tratamento de doenças crónicas Os TOs manifestam insatisfação por uma perda de identidade profissional e unidade 2.2.3 Novo Paradigma Emergente (1980S) Paradigma Social da ocupação Visão holística da natureza ocupacional dos humanos Prática centrada no cliente, incluindo envolvimento ativo e empowerment 2.2.4 Evolução dos Paradigmas Corpo e mente Comportamento O ser humano precisa como partes distintas de um ocupacional e de se manter ocupado desempenho todo 3. Modelos em Terapia Ocupacional 3. Modelos em Terapia Ocupacional “The only way of knowing where we are going is knowing where we have come from” (Llobera 1998, p.74) 3.1 Modelo Profissional Construção teórica ou proposição focada na ocupação que foi desenvolvida especificamente para explicar o processo e a prática da TO Representação abstrata da prática Apresenta teorias ou ideias numa forma esquemática (tabelas, diagramas) muitas vezes demonstrando as inter-relações entre as partes num todo 3.1 Modelo Profissional Um Modelo Profissional da Terapia Ocupacional é aquele que descreve de uma forma global o papel e a prática da TO. 3.1 Modelo Profissional “Representação simplificada da estrutura e conteúdo de um sistema que descreve ou explica determinada informação ou relações e integra elementos da teoria e da prática” (Creek, 2003 p.55) 3.1 Modelo Profissional “Visa compreender as múltiplas dimensões importantes da experiência única de cada cliente e traz uma compreensão sofisticada para apoiar as questões de vida que cada cliente enfrenta na prática” (Forsyth and Kielhofner, 2006) 3.1 Modelo Profissional Como se desenvolve… Desenvolvimento de ferramentas Ideias conceptuais iniciais para a prática (instrumentos de avaliação, ex.) Refinamento das ideias Aumento da base de evidência conceptuais (investigação) Verificação externa do modelo e Investigação ferramentas 3.1 Modelo Profissional Modelo Modelo de Canadiano de Ocupação Desempenho Humana e (Kielhofner) Envolvimento Ocupacional Modelo Australiano Modelo de Kawa de Desempenho Ocupacional* 3.2 Modelo de delineação Uma ideia conceptual ou teoria desenvolvida fora da profissão mas que é aplicável na prática da TO; Corpo organizado de conhecimento, princípios e resultados de investigação que formam a base conceptual de um aspeto particular da prática 3.2 Modelo de delineação Apoiam os modelos e trazem com eles conhecimentos adicionais; LIGAM A TEORIA À PRÁTICA 3.2 Modelo de aplicação Formas e meios de por a teoria em prática Implementação dos modelos de delineação Técnica específica Isolada ou em conjunto com outras técnicas Uma abordagem vai determinar como uma atividade é orientada Modelos de delineação Modelos de aplicação Neuro-desenvolvimento Integração sensorial Bobath PNF Rood Biomecânico AVD Atividades graduadas Abordagem compensatória Reabilitação AVDs, trabalho e lazer Abordagem compensatória Modelo funcional de reabilitação cognitiva Reabilitação cognitiva Modelo do défice cognitivo de Allen Psicodinâmico Psicodrama (Moreno) Psicoterapia de grupo Musicoterapia Cognitivo-comportamental Treino de competências sociais 3. Modelos em TO QUAL É O MAIS APROPRIADO E RACIOCÍNIO CLÍNICO! (PENSAR EM QUE CIRCUNSTÂNCIAS? NÃO APENAS ATUAR) 3. Modelos em TO Modelo Profissional – qual usar? Temos que os usar como um mapa para nos guiar durante o processo de avaliação e tratamento Limitam as possibilidades e foca a mente numa determinada direção 3. Modelos em TO Duas maneiras de usar os modelos profissionais e de delineação: como uma lente conceptual como uma ferramenta 3. Modelos em TO Usado como lente conceptual Selecionado no início Muitas vezes antes do doente entrar no serviço Mais usado quando as patologias são homogéneas Nestes contextos, muitas vezes a teoria torna-se tão integrada na prática que quase “desaparece” 3. Modelos em TO Usado como ferramenta Usado num setting mais variado É necessário usar uma abordagem mais ampla Recolhemos informação primeiro e depois escolhemos a “ferramenta” para delinear o nosso plano de tratamento Pode ser difícil no início Torna-se mais fácil com experiência 3. Modelos em TO Seleção da teoria Depende dos conhecimentos profissionais Experiência profissional e pessoal Contexto Não devemos tentar ajustar o utente à teoria, mas a teoria ao utente! A escolha da “lente” ou “ ferramenta” apropriada depende do raciocínio clínico 3. Modelos em TO – Raciocínio clínico Raciocínio clínico O processo de tomada de decisão sistemática, com base num quadro de identificação profissional, utilizando tanto dados objetivos como subjetivos acumulados durante o processo de avaliação” (Willard and Spackman, 1994) 3. Modelos em TO – Prática reflexiva Importante para ajudar a refletir sobre intervenção → o que corre bem e o que corre mal Manter um diário pessoal Discutir casos com colegas Criar uma pasta Reflexões de intervenções Certificados de cursos e reflexão do que foi aprendido 3. Modelos em TO – Prática reflexiva É a qualidade e a eficácia do raciocínio clínico que diferencia o novato dos profissionais com mais experiência. Exercício Bibliografia Duncan, E (2006) Foundations for practice in Occupational Therapy. 4th Edition. London: Churchill Livingstone. Reed KL, Sanderson SN (1999). Concepts of Occupational Therapy. 4th ed. Philadelphia: Lippincott, Williams and Wilkins. Obrigada [email protected]