Apostila - Aula 66 - Preparação para Concurso Público - PDF
Document Details
Uploaded by EnergyEfficientQuasimodo
null
Tags
Summary
This document is an educational guide for public contest preparation, focusing on soil aptitude and capacity for agricultural use. It covers topics such as soil use, Lepsch's concept, potential evaluation systems, and capacity use systems. It also details classifications, parameters, and levels of management.
Full Transcript
Preparação de alto nível para concurso público AULA 066 Tema: Solos: Aptidão Agrícola e Capacidade de Uso 1 Sumário Introdução......................................................................................................... 4 Uso da terra.........................................................
Preparação de alto nível para concurso público AULA 066 Tema: Solos: Aptidão Agrícola e Capacidade de Uso 1 Sumário Introdução......................................................................................................... 4 Uso da terra................................................................................................... 4 Conceito de Lepsch...................................................................................... 4 Sistemas de avaliação potencial................................................................. 5 Diferenças básicas.................................................................................... 5 Sistema de Capacidade de Uso...................................................................... 5 Grupos........................................................................................................... 6 Grupo A...................................................................................................... 6 Grupo B...................................................................................................... 6 Grupo C...................................................................................................... 6 Classes.......................................................................................................... 6 Classe I....................................................................................................... 7 Classe II...................................................................................................... 7 Classe III..................................................................................................... 7 Classe IV..................................................................................................... 7 Classe V...................................................................................................... 7 Classe VI..................................................................................................... 7 Classe VII.................................................................................................... 7 Classe VIII................................................................................................... 7 Classificação................................................................................................. 8 Níveis categóricos..................................................................................... 8 Classificação por autores............................................................................ 9 Base – mapas pedológicos....................................................................... 9 Base – método comparativo..................................................................... 9 Base – melhoramento................................................................................ 9 Sistema de polderes................................................................................ 10 Sistema de Aptidão Agrícola......................................................................... 10 Parâmetros da aptidão agrícola................................................................. 11 Níveis de manejo......................................................................................... 11 Os 3 níveis................................................................................................ 12 As 4 classes de aptidão.............................................................................. 12 Grupos de Aptidão...................................................................................... 13 2 Limitações dos parâmetros....................................................................... 13 Aplicação em manejo................................................................................. 13 Outras Classificações de Aptidão................................................................ 15 Profundidade efetiva do solo..................................................................... 15 Impedimentos físicos.............................................................................. 15 Relevo e declive da área............................................................................. 16 Pedregosidade, matacões e rochosidade................................................. 16 Partículas maiores................................................................................... 17 Declividade x rochosidade...................................................................... 17 Resoluções e Gabarito.................................................................................. 21 3 Introdução A capacidade do planeta para suportar a sua diversidade de espécies, incluindo a humana, é grande, mas essencialmente limitada. Cada espécie possui necessidades diferentes, como os autotróficos, que produzem o próprio alimento (ex.: planta) ou heterotrófico, que precisam consumir outros organismos para se alimentar (ex.: animais). Quando a procura humana excede a disponibilidade, ou seja, quando se ultrapassam os limites ecológicos, ocorre comprometimento da saúde dos sistemas vivos da Terra. Em última instância, essas perdas ameaçam o próprio bem-estar humano. Uso da terra O uso indiscriminado das terras1, sem levar em consideração suas potencialidades e os graus de sensibilidade (fragilidade e/ou estabilidade) dos agroecossistemas é uma das principais causas da degradação dos solos, da erosão e da perda de sua capacidade produtiva. Conceito de Lepsch LEPSCH el al. (1991) comenta que o uso adequado das terras, de acordo com sua capacidade de uso, é o primeiro passo em direção à agricultura correta. Se o ser humano quer praticar uma agricultura sustentável, a primeira coisa que ele deve fazer, é respeitar a capacidade do solo. Para isso, deve-se empregar cada parcela de terra de acordo com a sua capacidade de sustentação e de produtividade econômica, de forma que os recursos naturais sejam colocados à disposição do homem para seu melhor uso e benefício, procurando, ao mesmo tempo, preservar esses recursos para as gerações futuras. 1 Solo é considerado, agronomicamente, um recurso não renovável, uma vez que durante 1 ciclo de vida humana, o mesmo não tem capacidade de se recuperar e voltar ao estágio inicial. 4 Sistemas de avaliação potencial Em termos de avaliação do potencial das terras, apesar da existência de diversos sistemas, no Brasil, os mais adotados são: 1. Sistema de avaliação da aptidão agrícola das terras (RAMALHOFILHO & BEEK, 1995) e 2. Sistema de capacidade de uso (LEPSCH et al., 1991). Diferenças básicas Enquanto o primeiro (aptidão) se baseia apenas no levantamento de fatores do meio físico (fertilidade, topografia, disponibilidade de água), o segundo (capacidade de uso) busca incorporar também variáveis socioeconômicas dentro de diferentes níveis de manejo (baixo, médio e alto nível tecnológico). Um agricultor familiar, por exemplo, não tem a mesma capacidade de explorar um solo do que um latifundiário (produz em grande escala). Sistema de Capacidade de Uso Este sistema está estruturado em: ✓ ✓ ✓ ✓ Grupos; Classes; Subclasses e Unidades. 5 Os grupos constituem categorias de nível mais elevado, estabelecidos com base na maior ou menor intensidade de uso das terras, designada, em ordem decrescente, pelas letras A, B e C. Grupos Princípio de “quem pode mais, pode menos”. Na prática, isso significa que o grupo A pode ter, por exemplo, apenas vida silvestre (menos). Ele até tem estrutura para suportar a utilização com culturas anuais (mais), mas não é obrigatório. Ele pode, ainda, ter pastagens, reflorestamento ou apenas a vida silvestre. No entanto, quando ele estiver abaixo da capacidade dele, ele está sendo sub-utilizado, portanto, está podendo menos, afinal, sua capacidade produtiva não está sendo explorada ao máximo. Grupo A São terras passíveis de utilização com culturas anuais, perenes, pastagens e/ou reflorestamento e vida silvestre. Grupo B São terras impróprias para cultivos intensivos, mas ainda adaptadas para pastagens e/ou reflorestamento e/ou vida silvestre. Grupo C São terras não adequadas para cultivos anuais, perenes, pastagens ou reflorestamento, porém apropriadas para proteção da flora e fauna silvestre, recreação ou armazenamento de água. Classes As classes de capacidade de uso são 8, convencionalmente designadas por algarismos romanos, em que a intensidade de uso é decrescente no sentido I-VIII, conforme ilustrado na figura 1 (mais adiante). 6 Classe I Terras cultiváveis, aparentemente sem problemas especiais de conservação. Classe II Terras cultiváveis com problemas simples de conservação e/ou de manutenção de melhoramentos. Classe III Terras cultiváveis com problemas complexos de conservação e/ou de manutenção de melhoramentos. Classe IV Terras cultiváveis apenas ocasionalmente ou em extensão limitada, com sérios problemas de conservação. Classe V Terras adaptadas – em geral para pastagens, e, em alguns casos, para reflorestamento, sem necessidade de práticas especiais de conservação – cultiváveis apenas em casos muito especiais. Classe VI Terras adaptadas – em geral para pastagens e/ou reflorestamento, com problemas simples de conservação – cultiváveis apenas em casos especiais de algumas culturas permanentes protetoras do solo. Classe VII Terras adaptadas – em geral somente para pastagens ou reflorestamento – com problemas complexos de conservação. Classe VIII Terras impróprias para cultura, pastagens ou reflorestamento, que podem servir apenas como abrigo e proteção da fauna e flora silvestre, como ambiente para recreação ou para fins de armazenamento de água. 7 Classificação A capacidade de uso das terras é uma classificação técnica ou interpretativa baseada no conhecimento das potencialidades e limitações das terras, considerando em especial a suscetibilidade a erosão, e informando as melhores alternativas de uso das terras. Níveis categóricos Na hierarquia da classificação existem quatro níveis categóricos divididos em três grupos (A, B, C), oito classes (I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII), quatro subclasses: “e” de erosão quanto aos riscos; “s” de solos quanto as limitações; “a” de água quanto aos excessos; “c” de clima com relação as limitações. Já as unidades, há diversas. 8 LEPSCH et al. (1983) apresentam o esquema das classes, subclasses e unidades de capacidade de uso, conforme a figura 1. Classificação por autores Base – mapas pedológicos FRANÇA (1980), recomenda o estudo da capacidade de uso das terras baseado em mapas pedológicos detalhados, semi detalhados ou reconhecimento de alta intensidade, e não nos generalizados (exploratório, reconhecimento de baixa e média intensidade). Base – método comparativo DEMÈTRIO destaca que no cálculo da nota agronômica de uma propriedade agrícola visando saber o valor da terra nua pelo método comparativo, é fundamental associar o conhecimento de capacidade de uso das terras com a localização e qualidade das estradas de acesso a propriedade. Base – melhoramento LEPSCH et. al (1983) consideram como “melhoramento menores” os de fácil alcance aos agricultores tais como a aplicação de corretivos, fertilizantes, como “melhoramentos maiores” a construção de “polders” para controle de inundação como exigidos nos projetos caros financiados por órgãos governamentais. 9 Atenção! Na classificação da capacidade de uso, os autores lembram que sempre deve-se considerar o nível de manejo médio ou alto, quando baixo não justifica uma adequada conservação dos solos. Sistema de polderes O sistema de polderes é composto por diques (muros), reservatórios, dutos e bombas. Quando ocorrem chuvas de grande intensidade, especialmente no verão, os diques fazem o trabalho de isolamento das águas: o volume intenso de águas pluviais é coletado numa espécie de piscina, que fica numa área próxima da estrutura. Questão de prova 1) (NC-UFPR – Itaipu Binacional – 2019) Com relação à capacidade de uso e planejamento conservacionista, as terras consideradas impróprias para cultivos intensivos, mas aptas para pastagens e reflorestamento, são as de: a. Classe I: solos profundos, produtivos, fáceis de serem lavrados e quase planos. b. Classe II: áreas ligeiramente inclinadas, sujeitas a erosão, ou com excesso de água no solo. c. Classe IV: terrenos com forte declividade ou com muitas pedras na superfície ou solos com problemas de encharcamento. d. Classe VII: áreas áridas, declivosas, arenosas ou pantanosas. e. Classe VIII: encostas com muitos afloramentos rochosos, terrenos íngremes montanhosos, dunas costeiras e mangues. Sistema de Aptidão Agrícola O sistema de aptidão agrícola das terras representa uma evolução em relação à classificação de capacidade de uso do solo por incorporar um componente relativo ao nível de manejo adotado. 10 Essa proposição é altamente adequada, pois considera uma mesma limitação pode ser mais ou menos impeditivo em função do nível tecnológico da exploração agrícola. Por exemplo, o impedimento à mecanização seria muito mais limitante à agricultura de alta base tecnológica do que ao pequeno agricultor que pratica agricultura tradicional. Da mesma forma, um impedimento relativo à fertilidade do solo seria pouco impeditivo à agricultura tecnificada, com grande emprego de capital, mas seria bem mais impeditivo para um pequeno agricultor com menor acesso a crédito. Parâmetros da aptidão agrícola O sistema de aptidão agrícola se baseia em cinco parâmetros: 1. 2. 3. 4. 5. Nutrientes; Água; Oxigênio; Mecanização e; Erosão. Inicialmente, são estimadas as limitações relativas a cada parâmetro (desvios da situação real em relação a uma situação “ideal”, isto é, sem limitações). Em seguida, estima-se a viabilidade de redução dessas limitações dentro de cada nível tecnológico de manejo. Finalmente, determina-se a classe de aptidão agrícola pela comparação das informações de limitações e viabilidade de correção com tabelas. Níveis de manejo Os níveis de manejo considerados são três, A, B e C, descritos a seguir. 11 Para cada nível de manejo: A aptidão é indicada por letras maiúsculas para aptidão boa (A, B e C); Letras minúsculas para aptidão regular (a, b e c) e; Letras entre parênteses para aptidão restrita – (a), (b) e (c). Os 3 níveis ✓ A: baixo nível tecnológico, quase não há aplicação de capital, trabalho manual ou com tração animal; ✓ B: nível tecnológico médio, modesta aplicação de capital e tecnologia para melhoramento dos solos de lavouras; ✓ C: Alto nível tecnológico, aplicação intensiva de capital e tecnologia, a maioria das operações são mecanizadas. As 4 classes de aptidão Boa; Regular; Restrita e; Inapta. Boa: Terras sem limitação para a produção sustentada para um determinado uso num determinado tipo de manejo. Restrição mínima. Regular: Limitações moderadas para a produção sustentada. As limitações reduzem a produtividade ou aumentam a necessidade de insumos. Restrita: Limitações fortes à produção sustentada. Inapta: Exclusão da produção sustentada. Esta classe não é representada por símbolos. A interpretação é feita pela ausência de letras (por exemplo, bc indica aptidão restrita nos níveis B e C e inapta no nível A). 12 As terras são classificadas em seis grupos de aptidão de acordo com o tipo de exploração. Uma gleba pode ser usada com grupos menos restritos, porém isso representa subutilização do solo (por exemplo, pastagens em terras aptas a lavouras). Grupos de Aptidão Grupos 1 a 3: terras de lavoura (se tiver pastagem → subutilização); Grupo 4: pastagens plantadas (se tiver reflorestamento → subutilização); Grupo 5: reflorestamento e pastagens naturais (se só tiver preservação → subutilização); Grupo 6: preservação da fauna e flora. Limitações dos parâmetros Finalmente, as limitações dos cinco parâmetros (nutrientes, água, oxigênio, mecanização e erosão) são agrupadas em cinco graus de desvios: 1. 2. 3. 4. 5. 0 (nulo); 1 (ligeiro); 2 (moderado); 3 (forte) e; 4 (muito forte). * Lembrando que desvio é comparação entre o real e o ideal. Aplicação em manejo Reunindo todas essas categorias, o sistema de classificação de aptidão agrícola das terras permite que uma determinada limitação possa ter importância distinta em função do nível de manejo. Por exemplo, a classe identificada como 1ABC indica aptidão boa para lavouras nos três níveis tecnológicos. Boa → Letras maiúsculas 1 → Terras para lavouras Essa aptidão boa, porém, se reflete em diferentes graus de limitação para cada nível tecnológico. 13 No nível tecnológico C (alto nível tecnológico), a aptidão boa implica em limitação 0 (nula) à mecanização; enquanto o nível A, a aptidão é boa mesmo com limitação 2 (moderada) à mecanização. Razão: no nível C o uso de mecanização é essencial para a exploração agrícola, sendo menos importante no nível de manejo A. Questão de prova 2) (CETREDE – Prefeitura de Juazeiro do Norte, CR – 2019) As classes de aptidão referem-se ao grau de intensidade com que as limitações afetam o uso das terras. Leia com atenção as afirmativas a seguir e marque (V) para as afirmativas VERDADEIRAS e (F) para as FALSAS. ( ) CLASSE BOA: terra sem limitações significativas para a produção sustentada de um determinado tipo de utilização, observando-se o nível de manejo considerado. As restrições ao uso são mínimas, não reduzindo a produtividade ou os benefícios e, não aumentam a necessidade de insumos acima de um nível aceitável. ( ) CLASSE REGULAR: terras com limitações moderadas para a produção sustentada de um determinado tipo de utilização, observandose o nível de manejo considerado. As limitações já reduzem a produtividade ou os benefícios, elevando a necessidade de uso de insumos. ( ) CLASSE RESTRITA: terras nas quais as limitações são tão fortes que impedem a produção sustentada do tipo de utilização considerado. ( ) CLASSE INAPTA: terras que apresentam limitações fortes para a produção sustentada de um determinado tipo de utilização, observadas as condições do manejo considerado. As limitações reduzem consideravelmente a produtividade ou os benefícios, ou então, aumentam os insumos necessários de tal maneira que os custos só seriam justificados marginalmente. a. V-V-F-F. b. F-V-F-V. c. V-V-V-F. d. F-F-F-V. e. V-F-V-F. 14 Outras Classificações de Aptidão Profundidade efetiva do solo Na profundidade efetiva do solo, avalia-se a profundidade máxima que as raízes podem penetrar no solo, pois quanto maior a profundidade e o volume de solo explorado, maior a capacidade de absorver água e nutrientes e fornecer suporte físico às plantas. Impedimentos físicos Os impedimentos físicos ao desenvolvimento das raízes podem ser: Um aglomerado ou um maciço de rochas a pouca profundidade; Zonas de cascalhos (partículas de 2 mm a 20 mm); O lençol freático próximo à superfície; Camadas coesas subsuperficiais; Uma mudança abrupta no teor de argila em profundidade, ou ainda; O manejo inadequado do solo com o uso exagerado do arado e da grade, que é capaz de compactar abaixo da superfície, formando o denominado “pé de arado”. 15 Relevo e declive da área O relevo define as diferenças entre as formas de paisagem e a configuração da superfície terrestre sendo classificado em 4 tipos: a) As planícies → superfícies planas, formadas por rochas sedimentares, altitude até 100 m, localizadas em zonas de deposição próximas ao mar, rios ou lagos. b) Os planaltos → superfícies planas, formadas por rochas sedimentares, cristalinas ou basálticas, altitudes acima de 300 m. c) As montanhas → grandes elevações formadas por atividades naturais vulcânicas, tectônicas, falhas na crosta ou erosão. d) As depressões → superfícies planas rebaixadas, formadas pela erosão, altitude de 100 m a 500 m. Pedregosidade, matacões e rochosidade A granulometria do solo é composta de partículas com diâmetro menor do que 2,0mm; sendo: 16 As areias entre 2,0 mm - 0,05 mm; O silte entre 0,05 mm - 0,002 mm e; A argila menor do que 0,002 mm. Partículas maiores As partículas com diâmetro maior do que 2,0 mm não fazem parte do solo, são pedregosidade, classificadas como: 1. 2. 3. 4. Cascalho quando entre 2 mm - 20 mm, ou Pedras entre 20 mm - 200 mm, ou Matacões, quando maiores que 200 mm, ou Rochosidades, que são rochas que afloram ou que estão soltas na superfície, com mais de 1.000 mm (Lepsch et al., 2015). Declividade x rochosidade Graus de limitação da interação entre declividade x rochosidade e/ou pedregosidade: Nulo – áreas de relevo plano, com declive inferior a 3% e ausência de pedregosidade/rochosidade. Permitem o trabalho de todos os tipos de máquinas e implementos agrícolas de uso comum, em qualquer época do ano. Ligeiro – áreas de relevo plano, com pedregosidade/rochosidade em grau ligeiro, ou relevo suave ondulado (declive entre 3% a 8%), com pedregosidade/rochosidade em grau de limitação nulo. Permitem o trabalho de todos os tipos de máquinas e implementos 17 agrícolas de uso comum, praticamente todo o ano, mas com menor rendimento do trator. Moderado – áreas com declive entre 3% a 8%, com grau ligeiro quanto à pedregosidade/rochosidade, ou com declividade entre 8% a 13%, porém com grau de limitação nulo, quanto à pedregosidade/rochosidade. Não permitem o emprego de máquinas e implementos agrícolas de uso comum durante grande parte do ano. Forte – áreas com declive entre 0 a 3%, mas com limitação de grau moderado, para pedregosidade/rochosidade; áreas com declive entre 8% a 13%, com grau de limitação ligeiro quanto à pedregosidade/rochosidade; áreas com declive entre 13% a 20%, mas com grau nulo de pedregosidade/rochosidade. Apresentam muitas e severas restrições ao trabalho de máquinas e implementos agrícolas, mas permitem o uso de tração animal. Muito forte – Nos relevos suave ondulado e moderado, a limitação à mecanização ocorre devido à pedregosidade/rochosidade com grau moderado a muito forte. No relevo ondulado, as limitações ocorrem a partir da pedregosidade/rochosidade entre os graus ligeiro a muito forte; nos relevos forte ondulado e montanhoso com declive entre 20% a 45% e acima de 45%, respectivamente, a limitação ocorre devido às condições de relevo. A pedregosidade/rochosidade nos graus forte a muito forte, limitam o uso do solo independentemente do declive. Nesse grau de limitação as áreas são inadequadas para a mecanização em qualquer época do ano, mesmo com tração animal. 18 Questão de prova 3) (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – FUNDATEC - 2022) Uma etapa importante de qualquer projeto é estabelecer uma metodologia de trabalho. Referente à avaliação da aptidão agrícola das terras, analise as assertivas abaixo, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas. ( ) O reconhecimento de diferentes padrões fisiográficos que ocorre na área é peça fundamental para identificar transecções e locá-las ao longo da topossequências na área. ( ) Uma etapa crucial é a identificação e avaliação de características da terra nas diferentes fisiografias, na qual se torna conhecimento de características do solo e do ambiente como um todo. ( ) Organização de dados e elaboração de um quadro guia permite a compilação e combinação de variáveis tomadas a fim de estabelecer prováveis limitações da área em cada ponto avaliado, permitindo determinar classes e subclasses de aptidão de uso agrícola. ( ) A elaboração de mapas é a última etapa a ser desenvolvida nesse tipo de análise, embora a observação de mapa seja uma ferramenta importante para estabelecer fatores importantes para o diagnóstico final. ( ) Dentro das classes principais de aptidão, estão informações sobre que tipo de culturas ou cultivo são as mais adequadas ao ambiente, enquanto na subclasse de aptidão, ficam estabelecidas condições de como manejar o solo naqueles ambientes. a. F-V-F-V-F. b. V-V-V-V-V. c. F-F-F-F-F. d. F-F-V-V-F. e. V-F-V-F-V. Questão de prova 4) (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – FUNDATEC -2022) Em projetos agropecuários que englobam produção de grãos, fibra, proteína animal ou fruticultura, uma etapa crucial e que, na 19 esmagadora maioria das vezes, é negligenciada pelos técnicos, é o levantamento da classificação de aptidão agrícola das terras. Referente à aptidão agrícola das terras, analise as assertivas a seguir: I. II. III. IV. Quanto maior o aumento das limitações e do rigor das práticas agrícolas conservacionistas, maior é a redução da intensidade de uso agrícola. Uma mesma característica da terra pode ser considerada na avaliação de diferentes tipos de limitações. Na classificação de aptidão das terras, são consideradas exclusivamente as características limitantes da terra que têm caráter permanente. Declividade, pedregosidade, grau de degradação, drenagem, profundidade efetiva do perfil e limitações químicas em horizontes subsuperficiais são algumas das características consideradas em levantamentos para essa natureza. Quais estão corretas? a. Apenas I e III. b. Apenas I e IV. c. Apenas II e IV. d. Apenas I, II e III. e. I, II, III e IV. Questão de prova 5) (Saneamento de Goiás – IBEG – 2013) Considerando o Sistema de Aptidão Agrícola das Terras (Ramalho Filho & Beek), as classes de aptidão agrícola são: a. Primitivo, pouco desenvolvido e desenvolvido. b. Boa, regular, restrita e inapta. c. Terras próprias para lavouras anuais ou perenes e/ou reflorestamento e vida silvestre; B: Terras impróprias para lavouras, mas apropriadas ao pastoreio e/ou reflorestamento e vida silvestre; C: Terras impróprias para lavoura, pastoreio e silvicultura, porém apropriadas para a proteção da fauna, da flora, recreação o armazenamento de água. d. I a VIII, baseadas no grau de limitação ao uso. e. Restrito, moderado, intensivo e muito intensivo. 20 Resoluções e Gabarito Questão 1 A alternativa A está errada, pois as terras da Classe I podem ser empregadas para culturas anuais sem problemas aparentes de conservação do solo. A alternativa B está errada, pois as terras da Classe II são aptas a culturas anuais, apresentando problemas simples de conservação de solo. A alternativa C está errada, pois as terras da Classe IV, apesar dos sérios problemas de conservação do solo, podem ser ocasionalmente cultivadas com culturas anuais. A alternativa D está correta, pois as terras da Classe VII, apesar dos problemas complexos de conservação do solo (declividade acentuada, pedregosidade, erosão laminar severa, erosão em sulcos frequentes, baixa permeabilidade) podem ser exploradas com pastagens e reflorestamento. A alternativa E está errada, pois as terras da Classe VIII são inaptas para o uso agrícola. Questão 2 A primeira alternativa está correta, pois a aptidão BOA implica em restrições mínimas à produção sustentada A segunda afirmativa está correta, pois a aptidão REGULAR implica em limitações moderadas para a produção. A terceira afirmativa está errada, pois a classe RESTRITA indica fortes limitações à produção, mas não a ponto de impedi-la. A quarta afirmativa está errada, pois a classe INAPTA indica limitações tão fortes que impedem a produção sustentada. Questão 3 Fotointerpretação: - Identificação e delimitação das áreas homogêneas quanto aos padrões fisiográficos. Nesta fotointerpretação usa-se principalmente o relevo e a tonalidade fotográfica, para delinear superfícies geomórficas 21 homogêneas (topos, encostas, planícies), onde diferentes classes de solos devem ocorrer e/ou características ambientais que definirão a aptidão de uso das terras nela encontradas. - Locação de transecções aos diferentes padrões fisiográficos e locação de pontos para inspeção à campo. Metodologia de trabalho. 1° Etapa Fotointerpretação ou percorrimento preliminar da área - identificação dos diferentes padrões fisiográficos da área - representar estes padrões sobre a base cartográfica. 2° Etapa Identificação e locação de pontos de observação e descrição das características da terra. Æ solos, relevo, drenagem, pedregosidade, degradação, complexidade do terreno, riscos de inundação, etc. 3° Etapa Tabulação dos dados obtidos a campo identificação das características das terras que representam limitações ao uso agrícola. 4°Etapa Estabelecimento do QUADRO-GUIA organização das classes de limitações de forma a permitir todas as combinações possíveis e definição das classes e subclasses do sistema baseia-se em: informações sobre resultados de pesquisa, informações técnicas da região e experiência dos agricultores. 5° Etapa Mapeamento definitivo - percorrimento da área para: identificação e mapeamento das classes e subclasses de aptidão de uso com auxílio do QUADRO-GUIA. Sendo assim todas as afirmativas são verdadeiras. 22 Questão 4 O sistema de aptidão agrícola se baseia em cinco parâmetros (fatores permanentes): 1. 2. 3. 4. 5. Nutrientes; Água; Oxigênio; Mecanização e; Erosão. Inicialmente, são estimadas as limitações relativas a cada parâmetro (desvios da situação real em uma relação a uma situação “ideal”, isto é, sem limitações). Em seguida, estima-se a viabilidade de redução dessas limitações dentro de cada nível tecnológico de manejo. Finalmente, determina-se a classe de aptidão agrícola pela comparação das informações de limitações e viabilidade de correção com tabelas. Portanto, todas as afirmativas são verdadeiras. Questão 5 As opções C e D não pertencem às classes de aptidão agrícola, mas sim do Sistema de Capacidade de Uso (SCU). Os níveis de manejo considerados são três, A, B e C, descritos a seguir. Para cada nível de manejo, a aptidão é indicada: - Por letras maiúsculas: aptidão boa (A, B e C); - Letras minúsculas para aptidão regular (a, b e c) e - Letras entre parênteses para aptidão restrita – (a), (b) e (c). - Ausência de letra para inapta. A: baixo nível tecnológico, quase não há aplicação de capital, trabalho manual ou com tração animal; (ex.: agricultura familiar) 23 B: nível tecnológico médio, modesta aplicação de capital e tecnologia para melhoramento dos solos e lavouras. C: alto nível tecnológico, aplicação intensiva de capital e tecnologia, a maioria das operações são mecanizadas (ex.: commodities). As terras são classificadas em seis grupos de aptidão de acordo com o tipo de exploração. Uma gleba pode ser usada com grupos menos restritivos, porém isso representa subutilização do solo (por exemplo, pastagens em terras aptas a lavouras). Finalmente, as limitações dos cinco parâmetros (nutrientes, a água, oxigênio, mecanização e erosão) são agrupados em cinco graus de desvios: Grupos 1 a 3: terras de lavoura. Grupo 4: pastagens plantadas. Grupo 5: reflorestamento e pastagens naturais. Grupo 6: preservação da fauna e flora. 0 (nulo); 1 (ligeiro); 2 (moderado); 3 (forte) e; 4 (muito forte). Sendo assim, a resposta correta é a B. Gabarito Questão Alternativa correta 1 d 2 a 3 b 4 e 5 b 24