Introdução às Empresas - Contabilidade (PDF)
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This document provides an introduction to the world of companies (empresas) and types of companies within Portuguese contabilidade (accounting) and business/management. It also details concepts like Sociedad Comercial and covers topics such as types of companies, and their characteristics, along with relevant examples and tables.
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1. Introdução O que é uma empresa? L.EGI | Contabilidade 2 Introdução Empresa: conjunto organizado de meios materiais e humanos, destinados à produção de bens ou serviços, tendo em vista atingir um objectivo comum (ex. lucro, prestação de serviços humanitários, etc.)....
1. Introdução O que é uma empresa? L.EGI | Contabilidade 2 Introdução Empresa: conjunto organizado de meios materiais e humanos, destinados à produção de bens ou serviços, tendo em vista atingir um objectivo comum (ex. lucro, prestação de serviços humanitários, etc.). 3 Empresas vs. Sociedade Comercial Sociedade Comercial: conceito jurídico ○ Conjunto de indivíduos, ou entidades coletivas, que por via do contrato de sociedade ganha personalidade jurídica (ganha direitos e deveres), distinta da dos sujeitos e ou entidades que a compõem. Empresa: conceito económico ○ Não tem personalidade jurídica por si mesma. Pode existir sociedade comercial mas não empresa? ○ Sim, se a empresa estiver inativa Tipos de Sociedades Tipo Caracteristicas Capital Firma (nome) Responsabilidade Forma de entrada Sociedade em nome coletivo Mínimo 2 sócios Não há minimo Nome (abreviado ou não) de um ou mais sócios + Ilimitada Bens ou dinheiro ou (artº 175º) " e Companhia" ou "Cia." ou "Ca." contribuição de indústria Sociedade por quotas (artº Mínimo 2 sócios (excepto Cada quota não pode ter Nome (abreviado ou não) de um ou mais sócios + Limitado ao capital social Só bens ou dinheiro 197º) se unipessoal) valor inferior a €1 "Lda." (ou "Sociedade Unipessoal de subscrito Responsabilidade Limitada")" Sociedade anónima (art.º Mínimo de 5 sócios Mínimo de €50,000 e Nome (abreviado ou não) de um ou mais sócios + Limitado ao valor das ações Só bens ou dinheiro 271º) dividido em ações. Valor "Sociedade Anónima" ou "SA" subscritas mínimo por ação: €0.01. Sociedade em Comandita Mínimo de 2 sócios Não há mínimo Nome (abreviado ou não) de um ou mais sócios + Responsabilidade mista. Sócios Sócios comanditários: bens ou (simples) (art.º 474º) "em Comandita" ou "& Comandita" comanditários: respondem dinheiro. Sócios comanditados: pelas suas entradas. Sócios indústria. comanditados: respondem ilimitadamente. Sociedade em Comandita (por Mínimo 5 sócios Não há minimo Nome (abreviado ou não) de um ou mais sócios + Responsabilidade mista. Sócios Sócios comanditários: bens ou ações) (art.º 478º) comanditários e 1 sócio "em Comandita por Ações" ou "& Comandita por comanditários: repondem pelas dinheiro. Sócios comanditados: comanditado. Ações" suas entradas. Sócios indústria. comanditados: respondem ilimtadamente. Serão as empresas todas iguais? L.EGI | Contabilidade 6 Tipos de empresas Atividade: comercial; industrial; serviços; extrativa; agrícola; silvícola; pecuária; gestora de participações sociais. Propriedade: familiar; privada; pública. Dimensão (2 de 3 critérios: trabalhadores; volume de negócios; ativo total): micro, pequena, média, grande. Zona de influência geográfica: local, regional, nacional, multinacional. Dispersão de capital: fechada; aberta. Especificidades do negócio: tecnológicas e tradicionais. Horizonte Temporal Horizonte temporal: teoricamente indefinido (going concern), no entanto, têm um ciclo de vida limitado, o qual pode ser definido em 3 fases: institucional, funcionamento, liquidação. Institucional: período em que se decide a sua criação, através da obtenção e combinação de recursos necessários para o seu funcionamento. Funcionamento: período de maior duração no qual se desenvolve a actividade da empresa. Necessidade de dividir o período em sub-períodos: ○ Períodos administrativos que coincidem com o ano civil ○ Exercício económico: parte da gestão correspondente ao período administrativo. Apresentação de demonstrações financeiras; Discutir a acção da gestão; Aprovação de contas. Liquidação: fim da actividade da empresa. 8 Será que a informação de e para a empresa é toda igual? L.EGI | Contabilidade 9 Fluxos da Empresa Fluxos Reais Fluxos Monetários Fornecedores Despesas Fornecedores (mercadorias, matérias- Compras (mercadorias, matérias- primas, mão-de-obra, etc.) primas, mão-de-obra, etc.) Gastos Pagamentos Produção Caixa/Depósitos Rendimentos Recebimentos Receitas Clientes Vendas Clientes Zona Interna Fluxos Económicos 10 Fluxos da Empresa: Ópticas Financeira: movimentos com exterior. Relacionado com a remuneração dos factores e dos bens e serviços transaccionados. ○ Despesas: factos que originam obrigações a pagar, que a empresa assume, ainda que implicitamente, quando adquire bens ou serviços. ○ Receitas: factos que originam direitos a receber, que a empresa adquire quando vende bens ou serviços a um cliente, e que origina um direito de recebimento. Económica: ligado à transformação e incorporação no processo produtivo de diversos materiais, mão-de-obra, etc. ○ Gastos: associado a consumos, que correspondem a reduções do valor contabilístico da empresa. Sacrifício que a empresa tem de suportar para gerar benefícios futuros. Corresponde à componente negativa do resultado do período. ○ Rendimentos: aumento do valor contabilístico da empresa, correspondendo à componente positiva do resultado do período. Tesouraria: entradas e saídas monetárias da empresa, sendo a contrapartida dos fluxos de Receita ou Despesa. ○ Recebimentos: entrada de valores monetários para a empresa. ○ Pagamentos: saída de valores monetários da empresa. 11 Fluxos da Empresa: Exemplo Exemplo: uma empresa adquiriu em 5/11/n, 10 toneladas de cereal ao preço de 5000 u.m./tonelada, para proceder à sua moagem. A dívida resultante desta aquisição seria paga em 15/12/n. Em Novembro efectuou a moagem de 2 toneladas, sendo a farinha resultante desta moagem (1.500 kg) vendida a 10u.m./kg, em 3/1/n+1 recebendo-se o valor da venda em 10/1/n+1. Despesa : Aquisição do cereal em 5/11/n Custo/Gastos : Moagem de 2 toneladas em Novembro Proveito/Rendimento : Novembro Pagamento : 15/12/n Receita : 3/1/n+1 Recebimento : 10/1/n+1 12 Como é que podemos organizar esta informação nas empresas? L.EGI | Contabilidade 13 Evolução da Contabilidade (I) Inicialmente a Contabilidade era vista como uma técnica para a determinação: ○ Da posição devedora e credora de uma empresa em relação aos que com ela transaccionam; ○ Da composição e valor do património; ○ Dos custos dos bens e serviços vendidos; ○ Da origem e causa dos gastos e rendimentos; ○ Da natureza e importância dos resultados; ○ Das responsabilidades dos diversos agentes obrigados a prestar contas dos valores a si consignados. 14 Evolução da Contabilidade (II) Tem vindo a tornar-se num sistema de auxílio da gestão do registo histórico para a previsão. Contabilidade: ciência dos processos descritivo-quantitativos utilizados na análise, registo, interpretação e controlo dos factos de gestão. Visa quantificar tudo o que ocorre numa unidade económica fornecendo, simultaneamente, dados para a tomada de decisões de gestão. 15 Será a Contabilidade apenas aplicação de regras? L.EGI | Contabilidade 16 Evolução da Contabilidade (III) Fonte: Barth (2018), 'The Future of Financial Reporting - Insights from Research’, Abacus, Vol. 54, Issue 1, pp. 66-78. 17 Funções da Contabilidade (I) Registo: Registar todos os factos que provocam alterações no património da empresa ➔ empresa deve munir-se de todos os documentos obrigatórios ou facultativos que a tornem apta a fornecer informações claras, concisas e a qualquer momento a todos os interessados. Controlo: permitir o exame e crítica de todas as operações realizadas pela empresa. Através do controlo dos registos podemos: ○ Apreciar se a situação económica e financeira é boa ou má; ○ Proceder a análises sobre a maneira de como os resultados foram obtidos; ○ Proceder a comparações entre os valores previstos e o que aconteceu na realidade, permitindo a administração pedir explicações aos responsáveis pelos desvios observados; ○ Comparar os valores obtidos pela empresa com os das empresas similares. 18 Funções da Contabilidade (II) Função de avaliação: ○ Conhecer, com a maior exactidão possível, os custos por que os produtos ficaram à empresa; ○ Determinar, com base nos preços de custo, os preços de venda dos produtos, de modo que se atinjam os objectivos propostos pela administração da unidade produtiva; ○ Determinar a quantidade, qualidade e valor das matérias-primas e das matérias subsidiárias a adquirir e a consumir ou das mercadorias a adquirir; ○ Analisar, comparativamente, a produtividade dos trabalhadores da empresa com a das outras empresas similares. 19 Funções da Contabilidade (III) Função de previsão: tendo por base orçamentos, elaborados a partir de dados fornecidos pela contabilidade não só da empresa mas de outras empresas. Os orçamentos podem ser: ○ Gerais: quando abrangem todos os aspectos e sectores da empresa. ○ Parciais: quando se referem apenas a determinados sectores. Orçamento de vendas: nele se prevêem a quantidade, qualidade e valor dos produtos que a empresa espera vender; Orçamento de compras: nele se prevêem a quantidade, qualidade e valor das mercadorias e das matérias-primas e subsidiárias necessárias ao bom abastecimento dos armazéns da empresa; Orçamento de produção: nele se prevêem a quantidade e valor dos produtos a fabricar, bem como os respectivos custos. Orçamento de investimentos... 20 Divisões da Contabilidade (I) Utilizadores: Interessados da informação sobre a empresa (“Stakeholders”): ○ Internos (operações internas): gestores, proprietários/investidores, colaboradores, sindicatos. ○ Externos (operações externas): fornecedores, clientes, investidores, estado, comunidade local. Contabilidade externa/financeira/geral: operações externas da empresa. Principais utilizadores são as entidades externas. Contabilidade interna: registo das operações realizadas no seio da empresa. 21 Divisões da Contabilidade (II) Período de análise: ○ Contabilidade histórica; ○ Contabilidade previsional (planeamento). 22 Importância da Contabilidade A informação financeira constitui um elemento determinante do processo de tomada de decisão; Factor essencial para o funcionamento dos mercados, principalmente mercados financeiros; As novas tecnologias estão a ter um importante impacto na forma de difusão da informação financeira, com a modificação do conceito do custo de oportunidade da informação; Há cada vez mais exigências ao nível do relato (ambiental; social; corporate governance); Permite obter a informação financeira relevante e fiável 23 Sistema de Normalização Contabilística – SNC (I) Aprovado pelo Decreto-lei n.º 158/2009, de 13 de Julho com entrada em vigor para as empresas que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2010; Obrigatoriedade de aplicação: ○ Sociedade abrangidas pelo Código das Sociedade Comerciais; ○ Empresas individuais reguladas pelo Código Comercial; ○ Estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada; ○ Empresas públicas; ○ Cooperativas; ○ Agrupamentos complementares de empresas e agrupamentos europeus de interesse económico Regras simplificadas (não ultrapassem 2 dos 3 limites): ○ Total de balanço: €500,000 ○ Total de vendas líquidas e outros rendimentos: €1,000,000 ○ Número médio de trabalhadores: 20. 24 Sistema de Normalização Contabilística – SNC (II) Entidades sujeitas ao SNC são obrigadas a apresentar: ○ Balanço; ○ Demonstração dos resultados por natureza; ○ Demonstração das alterações no capital próprio; ○ Demonstração dos fluxos de caixa pelo método directo; ○ Anexo Entidades deverão utilizar o inventário permanente 25 Sistema de Normalização Contabilística – SNC (III) Entidades Grandes Médias Pequenas Micro Balanço Demonstração de Resultados por Naturezas Demonstração de Resultados por Funções Demonstração de Fluxos de Caixa Demonstração das Alterações no Capital Próprio Anexo Relatório de Gestão 26 Como deve ser organizada/classificada a informação? L.EGI | Contabilidade 27 Estrutura Conceptual - EC Estrutura conceptual: conjunto de termos técnicos e conceitos que podem utilizar-se ao identificar e debater diferentes questões ➔ Sistema de objectivos inter-relacionados e fundamentos que podem levar a normas consistentes (FASB) 28 Objectivos das Demonstrações Financeiras Objectivos das Demonstrações Financeiras: Proporcionar informação acerca da posição financeira, do desempenho e das alterações na posição financeira de uma empresa que seja útil a um conjunto alargado de utentes na tomada de decisões económicas. 29 Pressupostos Subjacentes às DFs (I) Regime do acréscimo: os efeitos das transacções e de outros acontecimentos são reconhecidos quando eles ocorram (e não quando caixa ou equivalentes de caixa sejam recebidos ou pagos) sendo registados contabilisticamente e relatados nas demonstrações financeiras dos períodos com os quais se relacionem Continuidade: a informação deve ser prestada assumindo que um entidade é um entidade em continuidade e que continuará a operara no futuro previsível. Compreensível: a informação prestada nas demonstrações financeiras deve ser rapidamente compreensível pelos utentes. Relevância: por forma a permitir que o utente possa tomar decisões coerentes com os fins visados. ○ A informação só é relevante se permitir que terceiros avaliem correctamente os dados contabilísticos de forma a tomarem decisões fundamentadas ➔ relacionado com a qualidade da informação. 30 Pressupostos Subjacentes às DFs (II) Materialidade: se a omissão da informação ou inexatidão influenciarem as decisões económicas dos utilizadores tomadas com base nas demonstrações financeiras. Fiabilidade: a informação financeira não deve conter erros materiais nem juízos prévios que possam influenciar de forma definitiva as decisões dos seus utilizadores. Representação fidedigna: a informação deve representar fidedignamente as transacções e outros acontecimentos que ela ou pretende representar ou possa razoavelmente esperar-se que represente. Substância sobre a forma: se a informação deve representar fidedignamente as transações e outros acontecimentos que tenha por fim representar, é necessário que eles sejam contabilizados e apresentados de acordo com a sua substância e realidade económica e não meramente com a sua forma legal. Neutralidade: a informação deve ser livre de preconceitos. 31 Pressupostos Subjacentes às DFs (III) Prudência: inclusão de um grau de precaução na preparação das demonstrações financeiras, de forma a que os ativos ou rendimentos não sejam sobreavaliados e os passivos ou gastos não sejam subavaliados. Plenitude: a informação nas demonstrações financeiras deve ser completa dentro dos limites da materialidade e de custo. Comparável: a informação financeira deve ser registada de forma consistente pela empresa ao longo da sua vida pois só assim são comparáveis os dados no tempo e no espaço. 32 Elementos das Demonstrações Financeiras (I) Elementos directamente relacionados com a posição financeira ○ Activos; Balanço / Posição Financeira ○ Passivos; ○ Capitais Próprios Elementos directamente relacionados com a mensuração do desempenho financeiro: ○ Rendimentos; Demonstração de Resultados ○ Gastos. 33 Elementos das Demonstrações Financeiras (II) Elementos directamente relacionados com fluxos de tesouraria ○ Recebimentos Demonstração de Fluxos de Caixa ○ Pagamentos 34 Património (I) Património: conjunto de valores heterogéneos, expressos numa mesma unidade (euros), sujeitos a uma gestão e afectos a um determinado fim. Edifícios Dinheiro Equipamentos Dívidas a receber Ferramentas Dívidas a pagar Mercadorias 35 Património (II) Activo: recurso controlado pela empresa como resultado de acontecimentos passados e do qual se espera que fluam para a empresa benefícios económicos. Passivo: obrigação presente da empresa proveniente de acontecimentos passados, da liquidação da qual se espera que resulta um exfluxo de recursos da empresa incorporando benefícios económicos Capital Próprio: corresponde ao interesse residual da empresa depois de deduzir todos os seus passivos. Equação Fundamental da Contabilidade Capital Próprio = Activo - Passivo ou Activo = Capital Próprio + Passivo 36 Património: Exemplo O património da empresa Gama, Lda em Novembro de n é constituído por: Dinheiro em cofre 100 u.m. Dinheiro depositado no Banco B 600 u.m. Letra a receber de S.Santos 250 u.m. Letra a pagar a R.Ribeiro 1300 u.m. Débito a pagar a C&C, L.da 1200 u.m. Crédito sobre o cliente A.Antunes 450 u.m. Selos do correio 0,5 u.m. Bilhetes do tesouro 400 u.m. Mobília de escritório 300 u.m. Um carro 4000 u.m. Um terreno 7000 u.m. Um edifício 12000 u.m. Mercadorias: 500 sacos de cimento a 10 u.m./cada 1500 tijolos a 0.05 u.m./cada 37 12000 azulejos a 0.060 u.m./cada Património: Exemplo Valor Activo Passivo Dinheiro em cofre 100 x Dinheiro depositado no Banco B 600 x Letra a receber de S.Santos 250 x Letra a pagar a R.Ribeiro 1300 x Débito a pagar a C&C, L.da 1200 x Crédito sobre o cliente A.Antunes 450 x Selos do correio 0.5 x Bilhetes do tesouro 400 x Mobília de escritório 300 x Um carro 4000 x Um terreno 7000 x Um edifício 12000 x Mercadorias: 500 sacos de cimento a 10 u.m/cada 5000 x 1500 tijolos a 0.05 u.m./cada 75 x 12000 azulejos a 0.06 u.m./cada 72 x Total 30247.5 2500 Capital Próprio 27747.5 38 Património: Exemplo Balanço da empresa Gama, Lda em Novembro de n Activo Activos fixos tangíveis 23300 Inventários 5147 Clientes 700 Caixa e depósitos bancários 1100.5 Total Activo 30248 Capital Próprio e Passivo Capital Próprio 27748 Fornecedores 2500 Total Capital Próprio e do Passivo 30248 39 Património: Factos Patrimoniais (I) Factos permutativos - facto que provoca uma alteração na composição do património mas não do seu valor. Factos modificativos – quando implica, para além da variação na composição, uma alteração no valor do património. Exemplos: 1. Depósito de dinheiro em caixa: 80,000u.m. 2. Venda de mercadorias, a crédito, de 30 sacos de cimento a 12,500u.m./unidade. 40 Património: Factos Patrimoniais (II) 1. Facto Permutativo ○ Caixa: -80.000u.m. ○ D.O.: +80.000u.m. Balanço da empresa Gama, Lda em Novembro de n (após facto) Activo Activos fixos tangíveis 23300 Inventários 5147 Clientes 700 Caixa e depósitos bancários 1101 Total Activo 30248 Capital Próprio e Passivo Capital Próprio 27748 Fornecedores 2500 Total Capital Próprio e do Passivo 30248 41 Património: Factos Patrimoniais (III) 2. Facto Modificativo ○ Vendas: 30*12.500u.m.=375.000u.m. ○ Custo das vendas: 30*10.000u.m.=300.000u.m. ○ Lucro: 375.000u.m.-300.000u.m.=75.000u.m. Balanço da empresa Gama, Lda em Novembro de n (após facto) Activo Activos fixos tangíveis 23300 Inventários 4847 Clientes 1075 Caixa e depósitos bancários 1101 Total Activo 30323 Capital Próprio e Passivo Capital Próprio 27823 Fornecedores 2500 Total Capital Próprio e do Passivo 30323 42 Rendimentos Rendimentos: são aumentos nos benefícios económicos durante o período contabilístico na forma de influxos ou aumentos de activos ou diminuições de passivos que resultem em aumentos no capital próprio que não sejam os relacionados com as contribuições dos participantes no capital próprio. Engloba: ○ Réditos: provêm do decurso das actividades ordinárias de uma empresa; ○ Ganhos: representam outros itens que satisfaçam a definição de rendimentos e podem, ou não, provir do decurso das actividades ordinárias de uma empresa. Representam aumento em benefícios económicos e com tal não são de natureza diferente do rédito. 43 Gastos Gastos: diminuições nos benefícios económicos durante o período contabilístico na forma de exfluxos ou deperecimentos de activos ou na incorrência de passivos que resultem em diminuições do capital próprio, que não sejam as relacionadas com distribuições aos participantes no capital próprio. Englobam: ○ Gastos (propriamente ditos): que resultem do decurso das actividades ordinárias da empresa e tomam geralmente a forma de exfluxo ou deperecimento de activos tais como dinheiro e seus equivalentes, existências e activos fixos tangíveis. ○ Perdas: representam outros itens que satisfaçam a definição de gastos e podem, ou não, surgir no decurso das actividades correntes da empresa. Representam diminuições em benefícios económicos e como tal não são na sua natureza diferentes de outros gastos. 44 Relações Importantes Resultado Líquido do Período t / Lucro t = Rendimentos t – Gastos t Capital Próprio t = Capital Próprio t-1 + Resultado Líquido t + Outros t Activo t = Capital Próprio t-1 + Resultado Líquido t + Outros t + Passivo t 45 Será que toda a informação deve ser registada na Contabilidade da empresa? L.EGI | Contabilidade 46 Reconhecimento dos Elementos das DF (I) Entende-se por reconhecimento o processo de incorporar nas demonstrações financeiras um item que satisfaça a definição de um elemento e satisfaça os critérios de reconhecimento estabelecidos na estrutura conceptual. Envolve a descrição desse item, sua quantificação e inclusão nos totais das demonstrações financeiras. Condições gerais de reconhecimento: ○ Se for provável que qualquer benefício económico futuro associado com o item, fluirá para, ou de, a empresa; e ○ O item tiver um custo ou um valor que possa ser mensurado com fiabilidade Um item que falhe um dos critérios de reconhecimento pode exigir divulgação nas notas, material explicativo ou em mapas suplementares. 47 Reconhecimento dos Elementos das DF (II) Reconhecimento de Activos: ○ É reconhecido no balanço quando for provável que os benefícios económicos futuros fluam para a empresa e o activo tenha um custo ou um valor que possa ser mensurado com fiabilidade. ○ Não é reconhecido no balanço quando o dispêndio tenha sido incorrido relativamente ao qual seja considerado improvável que benefícios económicos fluirão para a empresa para além do período contabilístico corrente. Reconhecimento de Passivos: ○ É reconhecido no balanço quando for provável que um exfluxo de recursos incorporando benefícios económicos resulte da liquidação de uma obrigação presente e que a quantia pela qual a liquidação tenha lugar possa ser mensurada com fiabilidade. 48 Reconhecimento dos Elementos das DF (III) Reconhecimento de Rendimentos: ○ Um rendimento é reconhecido na demonstração de resultados quando tenha surgido um aumento de benefícios económicos futuros relacionados com um aumento num activo ou com uma diminuição de um passivo e que possa ser quantificado com fiabilidade 49 Reconhecimento dos Elementos das DF (IV) Reconhecimento de Gastos: ○ Reconhecidos na demonstração de resultados quando tenha surgido uma diminuição dos benefícios económicos futuros relacionados com uma diminuição num activo ou com um aumento de um passivo e que possam ser mensurados com fiabilidade ○ Quando surjam benefícios económicos durante vários períodos contabilísticos e a associação com rendimentos só possa ser determinada de uma forma indirecta, os gastos são reconhecidos na demonstração de resultados na base de procedimentos de imputação sistemáticos e racionais. ○ Um gasto é imediatamente reconhecido na DR quando o dispêndio não produza benefícios económicos futuros, ou quando os benefícios cessem de qualificar-se para reconhecimento no balanço como um activo. ○ Quando for incorrido um passivo sem reconhecimento de um activo (ex. garantia) 50 Qual o valor pelo qual a informação deve ser registada? L.EGI | Contabilidade 51 Mensuração dos Elementos das DF (I) Mensuração: processo de determinar as quantias monetárias pelas quais os elementos das demonstrações financeiras deve ser reconhecidos e inscritos no balanço e na demonstração de resultados. Bases de mensuração que podem ser utilizadas ○ Custo histórico; ○ Custo corrente; ○ Valor realizável; ○ Valor presente; ○ Justo valor. 52 Mensuração dos Elementos das DF (II) Custo histórico: os activos são registados pela quantia de caixa, ou equivalentes de caixa paga ou pelo justo valor da retribuição dada para os adquirir no momento da aquisição. Os passivos são registados pela quantia dos proventos recebidos em troca da obrigação, ou em algumas circunstâncias (ex. imposto sobre o rendimento), pelas quantias de caixa ou equivalentes de caixa, que se espera que venham a ser pagas para satisfazer o passivo no decurso normal dos negócios. Custo corrente: os activos são registados pela quantia de caixa ou de equivalentes de caixa que teria de ser paga se o mesmo ou um activo equivalente fosse correntemente adquirido. Os passivos são registados pela quantia não descontada de caixa, ou equivalentes de caixa, que seria necessária para liquidar correntemente a obrigação. 53 Mensuração dos Elementos das DF (III) Valor realizável (de liquidação): os activos são registados pela quantia de caixa, ou equivalentes, que possa ser obtida ao vender o activo numa alienação ordenada. Os passivos são escriturados pelo seu valor de liquidação, isto é, as quantias de caixa (ou equivalentes) que se espera que sejam pagas para satisfazer os passivos no decurso normal dos negócios. Valor presente: activos escriturados pelo valor presente descontado dos futuros influxos líquidos de caixa que se espera que o item gere no decurso normal dos negócios. Os passivos são escriturados pelo valor presente dos futuros exfluxos que se espera que sejam necessários para liquidar os passivos no decurso normal dos negócios. 54 Mensuração dos Elementos das DF (IV) 1 −𝑛 Valor presente (V0) de uma quantia única: 𝑉0 = 𝑉𝑛 = 𝑉𝑛 1 + 𝑖 1+𝑖 𝑛 Valor presente (V0) de uma série de quantias: ○ quantias diferentes: 𝑉0 = σ𝑛𝑗=1 𝑉𝑗 1 + 𝑖 −𝑗 1− 1+𝑖 −𝑛 ○ quantias iguais: 𝑉0 = 𝑉 𝑖 em que, ○ i é a taxa de juro, referida ao mesmo período n; ○ n é o número de períodos; ○ Vn , Vj e V são as quantias únicas ou periódicas. 55 Mensuração dos Elementos das DF (V) Justo Valor: quantia pela qual um activo poderia ser trocado ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relacionamento entre elas. 56 Mensuração dos Elementos das DF (VI) Critério Custo histórico Justo valor Aspectos positivos Informação mais fiável Informação mais relevante Informação mais útil para a tomada de decisão Aspectos negativos Informação menos relevante Informação menos fiável 57