Principais Doenças Ovinas

Principais Enfermidades Ovinas

• Diversas enfermidades podem afetar o rebanho ovino, incluindo as de origem infecciosa, parasitária e metabólica
• Essas enfermidades podem reduzir o desempenho produtivo ou levar à morte precoce dos animais
• Verminoses impactam a produção de carne e lã em ovinos

Principais Enfermidades dos Ovinos

• Doenças de pele: ectima contagioso, miíase, dermatobiose, verrugose
• Doenças podais: dermatite interdigital, pododermatite infecciosa, abscesso do pé, úlceras de sola, doença da linha branca
• Doenças metabólicas e reprodutivas: timpanismo, cetose, hipocalcemia
• Doenças virais: papilomatose, varíola ovina e caprina

Outras Doenças Ovinas

• Brucelose dos Pequenos Ruminantes
• Febre Aftosa
• Língua Azul (Febre Catarral Ovina)
• Peste dos Pequenos Ruminantes (PPR)
• Tremor Epizoótico/Scrapie
• Linfadenite
• Pneumonia
• Verminoses
• Mionecroses (carbúnculo sintomático e gangrena gasosa)

Parasitas

• Haemonchus contortus é o principal parasita gastrintestinal dos ovinos
• Cisticercose ovina

Verminoses

• Impactam a produção de carne e lã
• Os principais vermes são Haemonchus contortus, Trichostrongylus colubriformis, Oesophagostomum columbianum e Strongyloides papilosus
• Sinais clínicos: anemia, perda de peso, diarreia e edema submandibular ("bottle jaw")
• A resistência anti-helmíntica é um problema crescente
• Alternativas para o controle incluem o uso estratégico de anti-helmínticos, pastejo rotacionado e seleção genética de animais resistentes

Haemonchus contortus

• Este verme é o mais perigoso e com maior impacto na ovinocaprinocultura
• Pode levar a anemia profunda, edema submandibular (queixo inchado), diminuição do apetite, emagrecimento e morte, causando a hemocose
• O tratamento inclui vermífugos como Monepantel (Zolvix) na dose de 1 mL/10 kg de peso, via oral
• Uma segunda opção é a associação de Albendazol (Farmazole, Biozen), na dose de 2 mL/10 kg de peso, com Levamisol (Ripercol), na dose de 1 mL/10 kg de peso, via oral
• Uma terceira opção é a associação de Disofenol com Tetramisol (Pradoverme), na dose de 1 mL/15 kg de peso, não excedendo 3 mL, via subcutânea ou intramuscular
• Adicionalmente, pode-se administrar ferro (Ferrodex, Ferron B12 ou Vallefer) na dose de 1 mL/10 kg de peso, via intramuscular
• A prevenção é o melhor caminho, com alimentação de qualidade, rodízio de pastos, limpeza dos currais, exame de fezes (OPG) e uso de abóbora, além da consulta veterinária

Ectoparasitas

• Carrapatos, piolhos e moscas causam irritação, perda de lã e transmissão de doenças
• Métodos de controle: banhos de imersão, pour-on, pulverização, monitoramento e alternância de princípios ativos para evitar resistência

Carrapato

• A especie Boophilus microplus é um parasita comum em bovinos, que também hospeda ovinos, realizando todos os ciclos de desenvolvimento até a ovipostura
• Pode causar prurido e irritabilidade; o controle é feito com carrapaticidas

Larva de Mosca

• Dermatobiose ou berne: causada pela larva de Dermatobia hominis, que se localiza no tecido subcutâneo provocando desconforto e infecções secundárias
• Miíase ou Bicheira: causada pela larva de Cochliomyia hominivorax, que se alimenta de ferimentos, causando grande destruição tecidual
• Oestrose ou Bicho da Cabeça: causada pela larva de Oestrus ovis, que parasita cavidades nasais, causando irritabilidade, dificuldade respiratória, inflamação de mucosas, espirros e secreção nasal, gerando prejuízo econômico. Endectocidas são eficazes

Piolhos e Sarna

• Psoroptes ovis, Demodex ovis e Sarcoptes ovis podem afetar ovinos, causando irritação e prurido, levando à debilidade e até à morte em infestações graves

Doenças Bacterianas: Clostridioses

• Causadas por bactérias do gênero Clostridium, presentes no solo e trato intestinal
• As principais doenças são carbúnculo sintomático (manqueira), enterotoxemia (doença do rim polposo) e tétano
• Sinais clínicos diversos, principalmente neurológicos ou gastroentéricos, podendo levar à morte
• A vacinação é a principal forma de prevenção; alta taxa de mortalidade em ovinos não vacinados

Linfadenite Caseosa (Abscessos Contagiosos)

• Sinônimos: "Mal do caroço" ou Pseudotuberculose
• Agente etiológico: Corynebacterium pseudotuberculosis
• A transmissão ocorre através de contato direto e fômites (instrumentos de tosquia, agulhas)
• O controle envolve vacinação, higiene, isolamento de animais infectados e desinfecção de materiais
• Há formação de abscessos nos linfonodos, podendo causar dispneia e prejuízos econômicos. Recomenda-se o descarte de animais acometidos; existe vacinação

Ceratoconjuntivite Contagiosa

• Doença altamente contagiosa causada pela bactéria do gênero Moraxella
• A transmissão ocorre por moscas, poeira, fômites, pastagens altas, contato direto ou ao esfregar os olhos em cochos contaminados
• Sinais: irritação, lacrimejamento, úlceras de córnea, opacidade e, em casos graves, cegueira; presença de marca escura no caminho da secreção
• Tratamento: colírios à base de cloranfenicol ou tetraciclinas, associados a anti-inflamatórios, tratamento tópico e vacinação

Dermatofitose

• Enfermidade infecciosa, zoonótica, causada pela bactéria Dermatophilus congolensis
• Ocorre com erupções cutâneas crostosas e escamosas, dermatite exsudativa, alopecia e desprendimento de pele
• O tratamento é feito com antibióticos
• A prevenção inclui isolamento, sombra, água e volumoso

Podridão dos Cascos

• Causas: bactérias Dichelobacter nodosus e Fusobacterium necrophorum
• Fatores: umidade, superlotação, falta de higiene
• Tratamento: casqueamento, pedilúvio com solução antisséptica, antibióticos (em casos graves); vacinação terapêutica e profilática
• Sinais: inflamação do tecido interdigital, claudicação, odor fétido, diminuição do consumo de alimentos e queda na produção; a doença se desenvolve em ambientes anaeróbios

Doenças Virais: Ectima Contagioso

• Zoonose altamente contagiosa que pode afetar tratadores
• Agente: vírus do gênero Parapoxvirus
• Sintomas: pústulas na boca, focinho, vulva, língua, úbere e cascos, principalmente em animais jovens

Ectima Contagioso

• Transmissão: contato direto, fômites
• Tratamento: antissépticos e pomadas cicatrizantes
• Prevenção: vacinação em áreas de alta incidência

Raiva

• Doença viral aguda, zoonose causada pelo vírus do gênero Lyssavirus
• Transmitida principalmente pelo morcego hematófago
• Causa alterações neurológicas, paralisia e morte em 7 a 10 dias
• A vacinação é obrigatória apenas em regiões endêmicas; doença de notificação compulsória

Pneumonias

• Fatores: estresse, mudanças bruscas de temperatura, ventilação inadequada
• Sinais: tosse, febre, dificuldade respiratória, corrimento nasal
• Tratamento: antibióticos, anti-inflamatórios, suporte nutricional

Manejo Profilático Geral

• Ações de rotina para reduzir prejuízos econômicos decorrentes de verminoses, enfermidades infecciosas e distúrbios metabólicos
• Inclui isolamento e quarentena, higiene e vacinação
• O casqueamento dos animais deve ser realizado para evitar crescimento excessivo e acúmulo de sujeidades
• Em média, é realizado duas vezes ao ano, com avaliação individual

Manejo Profilático

• Evitar a superlotação para reduzir contaminação e estresse
• A alimentação deve ser saudável, balanceada e adequada para fortalecer o sistema imunológico
• O método OPG (contagem de ovos por grama de fezes) auxilia na prevenção de resistência parasitária e uso adequado de antiparasitários
• Recomenda-se amostragem de 5-10% dos animais por categoria, com o método Famacha para avaliar a necessidade de vermifugação

Controle Tático

• Uso de antiparasitários em épocas de maior proliferação de larvas e ovos
• Uso de endectocidas para ectoparasitas, banhos de pulverização
• Tratamento de animais doentes com isolamento
• Rotação de pastagens e pastejo com outros animais

Plano de Vermifugação

• 1ª vermifugação: no primeiro mês do período seco ou quando as pastagens estiverem secas (final de junho ou julho)
• 2ª vermifugação: 60 dias após a primeira (final de agosto ou setembro)
• 3ª vermifugação: no penúltimo mês do período seco (final de novembro)
• 4ª vermifugação: em meados da estação chuvosa (março)

Plano de Manejo Profilático

• Aos 3 meses: vacinação contra clostridioses
• Aos 6 meses: vermifugação estratégica
• Aos 12 meses: revisão geral do rebanho
• Plano deve incluir vacinações regulares, vermifugação estratégica e revisões periódicas
• Vacina contra Raiva (se obrigatória): 1ª dose aos 4 meses, reforço após 30 dias, e reaplicação anual.
• Vacina contra Clostridioses: anual, fêmeas prenhes no último trimestre da gestação; cordeiros aos 2 meses seguido de reforço após 30 dias.
• Vacina contra Ectima contagioso, Ceratoconjuntivite infecciosa, Linfadenite caseosa, Leptospirose e Pododermatite: de acordo com ocorrência e disponibilidade, preconizar esquema com o médico veterinário.
• Vacina contra Febre aftosa: somente quando obrigatória pelos órgãos de Defesa Sanitária - em geral, apenas os bovinos são obrigados a receberem a vacina.