Introdução à Ciência Política

Introdução à Ciência Política

• A palavra "política" tem origem no grego antigo, referindo-se às pólis (cidades-estado).
• Aristóteles considerava o ser humano um "animal político" (Zoon Politikon), afirmando que a política é inerente à natureza humana.
• Para Aristóteles, a política era a "Ciência Maior", e quem não se envolvia com ela era considerado "idiota".
• Aristóteles aborda a política de forma teórica, partindo da família como unidade política básica até chegar à cidade-estado.
• Ele discute a melhor forma de lei e de governo.

A Política nos Tempos de Maquiavel

• Maquiavel é considerado o primeiro a tratar a política como ciência com racionalidade própria.
• Maquiavel tratou do tema no livro "O Príncipe" e é considerado o "Pai da Ciência Política".
• Para Maquiavel, a política tem uma racionalidade própria, separada da moral cristã.
• A frase "os fins justificam os meios" encapsula uma perspectiva pragmática de que, para a manutenção do Estado e sua estabilidade, quaisquer ações, mesmo que eticamente controversas, podem ser consideradas aceitáveis. Essa abordagem levanta questões sobre moralidade e ética na política, já que implica que a eficácia e a segurança do governo podem sobrepujar princípios morais tradicionalmente respeitados.
• Os meios para a preservação do Estado abrangem uma ampla gama de estratégias e ações, que podem envolver desde a diplomacia até a força militar, além de manobras políticas e manipulação das leis. Maquiavel argumenta que o governante deve estar disposto a usar métodos eficazes, mesmo que moralmente ambíguos, para garantir a estabilidade e a continuidade do seu governo.

As Qualidades do Governante para Maquiavel

• Em "O Príncipe", Maquiavel usa metáforas e comparações para descrever como um governante deve agir.
• Maquiavel destaca Virtù, que pode ser interpretada como a habilidade, a força e a coragem que um governante deve possuir para enfrentar desafios e tomar decisões contundentes, e Fortuna, que se refere ao acaso ou à sorte, como qualidades fundamentais do príncipe. Juntas, essas características permitem ao governante navegar pelas incertezas da política.
• O governante deve ser capaz de agir como um leão e pensar como uma raposa.

Thomas Hobbes e a Política

• Thomas Hobbes, filósofo da era moderna, desenvolveu uma teoria do Estado alinhada a Maquiavel.
• Hobbes parte da premissa de que os humanos são naturalmente belicosos.
• Entende que a função do governo é evitar "a guerra de todos contra todos".
• Hobbes acreditava que o Estado civil surge da renúncia dos indivíduos ao autogoverno, transferindo esse direito ao rei.
• O Estado hobbesiano é um modelo de governo que prioriza a ordem sobre as liberdades individuais.
• Hobbes foi um dos teóricos do Estado absolutista.

A Emergência da Ciência Política: se refere ao surgimento e desenvolvimento da disciplina que estuda as estruturas de poder e governança, analisando suas dinâmicas e implicações sociais.

• A Ciência Política se consolidou como disciplina acadêmica no século XIX, em um contexto marcado por As revoluções sociais, a Revolução Francesa, que desafiou as estruturas de poder da monarquia, e a Revolução Industrial, que alterou o tecido social ao introduzir novas formas de produção e trabalho.
• Isso se deve ao filósofo francês Auguste Comte, que é amplamente reconhecido como o criador do positivismo, uma corrente de pensamento que propõe que o conhecimento deve basear-se em fatos observáveis e empíricos.
• O positivismo, desenvolvido por Auguste Comte, propõe que a evolução do conhecimento humano passa por três estágios distintos. Na fase teológica, as explicações sobre o mundo baseavam-se em crenças religiosas; a fase metafísica surgiu com abstrações filosóficas, e a fase positiva é marcada pela busca por explicações científicas e baseadas na observação.
• Na fase positiva, a sociedade estaria livre de superstições religiosas e de raciocínios filosóficos, baseando-se na ciência.
• Influenciado pelo cientificismo, o positivismo propunha a sociologia como uma ciência determinista, visando explicar os fenômenos sociais por meio de leis e regularidades observáveis, enfatizando a importância da pesquisa empírica e do método científico na análise e compreensão das dinâmicas sociais.

O Campo de Estudo da Ciência Política

• Após Augusto Comte, o estudo da Ciência Política se desenvolveu com as contribuições de Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber.
• As contribuições desses autores são fundamentais e servem de base teórica para cientistas políticos até hoje.
• Durkheim diferenciou fato natural de fato social, considerando a política um exemplo do último.
• Para Marx, o Estado é resultado da luta de classes, onde cada classe busca hegemonia.
• Weber via o Estado como fruto da progressiva racionalização da sociedade.

Análise Tríplice sobre o Estado

• A Ciência Política analisa o Estado sob três perspectivas: filosófica, sociológica e jurídica.
• A perspectiva filosófica, inspirada nas obras de Aristóteles, realiza uma análise profunda dos fundamentos do Estado, discutindo questões como justiça, autoridade política e a natureza do bem comum na organização social.
• A análise sociológica busca entender como as relações de poder se manifestam entre diferentes grupos sociais, explorando as dinâmicas de dominância e resistência, bem como as interações que moldam as estruturas sociais e a hierarquia.
• A análise jurídica do Estado considera sua estrutura e funcionamento a partir de uma perspectiva legal, enfatizando a importância das normas, direitos e deveres que regem as relações entre indivíduos e instituições dentro da sociedade.

Uma visão geral da ciência política desde suas origens na Grécia Antiga com Aristóteles, que via a política como inerente à natureza humana, até Maquiavel, considerado o pai da ciência política moderna, que a abordou com racionalidade própria.