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Questions and Answers
Qual das seguintes características define a hipertensão arterial resistente?
Qual das seguintes características define a hipertensão arterial resistente?
- Pressão arterial que se normaliza com a prática regular de exercícios físicos.
- Pressão arterial controlada com o uso de um único anti-hipertensivo.
- Pressão arterial que eleva-se apenas em momentos de estresse.
- Pressão arterial que permanece elevada apesar do uso de três anti-hipertensivos de classes diferentes. (correct)
Qual a relação entre a etnia afrodescendente e a hipertensão arterial sistêmica (HAS)?
Qual a relação entre a etnia afrodescendente e a hipertensão arterial sistêmica (HAS)?
- Não há relação entre etnia afrodescendente e HAS.
- A etnia afrodescendente é um fator de risco não modificável para HAS. (correct)
- A etnia afrodescendente diminui o risco do desenvolvimento da HAS.
- A etnia afrodescendente é um fator protetor contra as complicações cardiovasculares.
Qual o efeito do aumento da ativação do sistema nervoso simpático na pressão arterial?
Qual o efeito do aumento da ativação do sistema nervoso simpático na pressão arterial?
- Redução do débito cardíaco.
- Nenhuma alteração significativa na pressão arterial.
- Diminuição da pressão arterial devido à bradicardia.
- Aumento da pressão arterial devido à taquicardia e vasoconstrição. (correct)
Qual das seguintes ações NÃO faz parte do tratamento não medicamentoso para hipertensão?
Qual das seguintes ações NÃO faz parte do tratamento não medicamentoso para hipertensão?
Qual o principal mecanismo fisiopatológico da maioria dos casos de hipertensão arterial relacionado à ingestão de sódio?
Qual o principal mecanismo fisiopatológico da maioria dos casos de hipertensão arterial relacionado à ingestão de sódio?
Qual dos seguintes alimentos é recomendado na dieta DASH devido ao seu efeito hipotensor?
Qual dos seguintes alimentos é recomendado na dieta DASH devido ao seu efeito hipotensor?
Qual a recomendação para o consumo de café para indivíduos com pressão arterial elevada?
Qual a recomendação para o consumo de café para indivíduos com pressão arterial elevada?
Qual lipoproteína é responsável por transportar exclusivamente os lipídeos da dieta?
Qual lipoproteína é responsável por transportar exclusivamente os lipídeos da dieta?
Qual característica torna a lipoproteína LDL (lipoproteína de baixa densidade) aterogênica?
Qual característica torna a lipoproteína LDL (lipoproteína de baixa densidade) aterogênica?
Qual a função da lipoproteína HDL (lipoproteína de alta densidade) no metabolismo lipídico?
Qual a função da lipoproteína HDL (lipoproteína de alta densidade) no metabolismo lipídico?
Quais são os valores de referência para diagnóstico de hipertrigliceridemia em exames sem jejum?
Quais são os valores de referência para diagnóstico de hipertrigliceridemia em exames sem jejum?
Em quais situações um paciente com dislipidemia é classificado como de risco muito alto?
Em quais situações um paciente com dislipidemia é classificado como de risco muito alto?
Qual o efeito dos fitosteróis na absorção de colesterol?
Qual o efeito dos fitosteróis na absorção de colesterol?
Qual ácido graxo deve ser priorizado na substituição dos ácidos graxos saturados para o tratamento nutricional da hipertrigliceridemia?
Qual ácido graxo deve ser priorizado na substituição dos ácidos graxos saturados para o tratamento nutricional da hipertrigliceridemia?
Qual a relação entre à produção dos ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) e à atividade da enzima HMG-CoA redutase?
Qual a relação entre à produção dos ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) e à atividade da enzima HMG-CoA redutase?
Qual a principal característica do processo de aterosclerose?
Qual a principal característica do processo de aterosclerose?
Qual evento está diretamente relacionado ao Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)?
Qual evento está diretamente relacionado ao Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)?
Qual a diferença entre IAMCSST e IAMSSST?
Qual a diferença entre IAMCSST e IAMSSST?
Qual o papel das troponinas cardíacas no diagnóstico do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)?
Qual o papel das troponinas cardíacas no diagnóstico do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)?
Qual a primeira medida terapêutica em casos de IAM?
Qual a primeira medida terapêutica em casos de IAM?
Qual o efeito da caquexia na Insuficiência Cardíaca (IC)?
Qual o efeito da caquexia na Insuficiência Cardíaca (IC)?
Qual a principal característica da Insuficiência Cardíaca (IC)?
Qual a principal característica da Insuficiência Cardíaca (IC)?
Qual a importância da dosagem de peptídeos natriuréticos no diagnóstico da IC?
Qual a importância da dosagem de peptídeos natriuréticos no diagnóstico da IC?
Qual característica define um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico?
Qual característica define um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico?
Qual complicação pós-AVC pode ser prevenida através do aumento da viscosidade do líquido?
Qual complicação pós-AVC pode ser prevenida através do aumento da viscosidade do líquido?
Flashcards
Hipertensão Arterial
Hipertensão Arterial
Elevação persistente da pressão arterial.
Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona
Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona
Ativação anormal que leva à vasoconstrição e aumento da reabsorção renal de sódio.
Sistema Nervoso Simpático
Sistema Nervoso Simpático
Taquicardia e vasoconstrição mediadas pela adrenalina.
Resistência à Insulina
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Dieta DASH
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Dislipidemias
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Quilomícrons
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VLDL
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LDL
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HDL
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Aterosclerose
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Doença Arterial Coronariana
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Infarto Agudo do Miocárdio
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IAMCSST
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IAMSSST
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Insuficiência Cardíaca
Insuficiência Cardíaca
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IC Aguda
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IC Crônica
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Hipertrofia do Miocárdio
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Hipoperfusão
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Caquexia
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Acidente Vascular Cerebral
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AVC Isquêmico
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AVC Hemorrágico
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Study Notes
Doenças Cardiovasculares
Hipertensão Arterial
- Doença crônica não transmissível definida por uma elevação persistente da pressão arterial.
- A pressão arterial (PA) sistólica é maior ou igual a 140mmHg e/ou a PA diastólica é maior ou igual a 90mmHg.
- Hipertensão arterial resistente ocorre quando a PA permanece acima do recomendado, mesmo com o uso de três anti-hipertensivos de classes diferentes.
- A hipertensão arterial causa alterações estruturais e funcionais em órgãos como cérebro, rins e vasos sanguíneos.
- A HAS aumenta o risco de doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca e acidente vascular encefálico.
- Aumenta os riscos isquêmicos e hemorrágicos, demência, doença renal crônica e doença arterial obstrutiva periférica.
- A etnia afrodescendente é um fator de risco não modificável para HAS.
Fisiopatologia da Hipertensão
- A ativação anormal do sistema renina-angiotensina-aldosterona leva à vasoconstrição.
- A resistência vascular causa maior reabsorção renal de sódio, aumentando o volume sanguíneo e o débito cardíaco.
- A ativação do sistema nervoso simpático, mediada pela adrenalina, aumenta a pressão arterial.
- A taquicardia eleva o débito cardíaco e causa vasoconstrição.
- A resistência à insulina aumenta a reabsorção de sódio nos rins, aumentando o débito cardíaco.
- A insulina é um hormônio natriurético que estimula a eliminação de sódio na urina.
- A menor produção de óxido nítrico reduz a vasodilatação e aumenta a resistência vascular.
Tratamento Não Medicamentoso da Hipertensão
- Controle de peso e circunferência da cintura (< 90cm para homens; < 80cm para mulheres).
- Dieta saudável, como a DASH, rica em potássio, magnésio, cálcio, fibras e baixa em gordura saturada, sódio e açúcar.
- O consumo de sódio deve ser inferior a 2g/dia.
- A ingestão de potássio deve estar entre 3,5 e 5g/dia.
- Controle do estresse é importante.
- Obesos têm 50% mais chances de apresentar PA não controlada; recomenda-se a perda de peso ponderal.
Dieta DASH
- Baseia-se principalmente em vegetais (grãos, frutas, verduras e legumes) e laticínios desnatados.
- Reduz o consumo de gordura, sal e açúcares.
- Controla a PA devido ao seu alto teor de cálcio, potássio e magnésio, que são eletrólitos com características hipotensoras.
- A dieta mediterrânea também é eficiente para tratar doenças cardiovasculares, mas tem efeitos modestos sobre a PA.
- A sensibilidade ao sódio e a sobrecarga volêmica são os principais mecanismos da HAS; a ingestão diária de sódio deve ser inferior a 2g (< 5g de sal).
- Uma dieta rica em potássio ajuda a reduzir a PA.
- A ingestão deve estar entre 3,5 e 5g/dia (encontrado em vegetais e laticínios desnatados).
Efeitos de Alimentos na Pressão Arterial
- Laticínios desnatados, ricos em cálcio, magnésio, vitamina K e proteína do soro do leite (whey protein), têm efeito hipotensor.
- Chocolates e produtos derivados do cacau contêm polifenóis, reduzindo a PA sistólica e diastólica em hipertensos.
- Café e produtos com cafeína, fontes de polifenóis, magnésio e potássio, podem apresentar efeito hipertensor agudo, mas o consumo regular leva à tolerância.
- Recomenda-se não exceder quantidades baixas a moderadas de cafeína (< 200mg).
- Vitamina D, vitamina C, alho, soja, ômega 3, suplementação de magnésio, vitaminas combinadas, chás e coenzima Q10 não possuem evidências de eficácia.
Dislipidemias
- Qualquer alteração das frações lipídicas séricas.
- Após a digestão das gorduras, os produtos da digestão são absorvidos e resintetizados em triglicerídeos, fosfolipídeos e colesterol no enterócito.
- São integrados às apoproteínas, formando o quilomícron, que transporta os lipídeos da dieta.
- Os quilomícrons são lançados na corrente linfática e alcançam a corrente sanguínea.
- A lipase lipoproteica leva ácidos graxos livres para os tecidos adiposo e muscular.
- Os quilomícrons remanescentes são metabolizados pelo fígado, que também produz colesterol e triglicerídeos endogenamente.
Lipoproteínas
- Lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL): maior conteúdo de triglicerídeos e menor quantidade de colesterol e fosfolipídeos.
- Lipoproteína de baixa densidade (LDL): formada principalmente de colesterol, tem maior potencial aterogênico, afetada facilmente pelos radicais livres e acumula-se no endotélio, formando placas de ateroma.
- Lipoproteína de alta densidade (HDL): contém apoproteína A e carreia o colesterol do endotélio para o fígado (transporte reverso do colesterol).
- A HDL protege o sistema cardiovascular.
- Níveis reduzidos de HDL aumentam o risco de eventos cardiovasculares.
Classificação das Dislipidemias
- Hiperlipidemia Isolada: aumento isolado de LDL > 160mg/dL.
- Hipertrigliceridemia Isolada: aumento isolado de TG > 150mg/dL ou > 175mg/dL sem jejum.
- Hiperlipidemia Mista: aumento do LDL e TG (valores acima dos limites).
- Considerar Hiperlipidemia Mista se TG > 400mg/dL e não HDL > 190mg/dL.
- Hipoalfalipoproteinemia: redução do HDL isolada ou em associação ao aumento do TG ou LDL.
- Homens: < 40mg/dL; Mulheres: < 50mg/dL.
Etiologia e Metas Terapêuticas
- Causas primárias: origem genética.
- Causas secundárias: estilo de vida inadequado, certas condições mórbidas e/ou medicamentos.
Metas Terapêuticas (mg/dL)
- Jejum: Colesterol total < 190; Triglicerídeos < 150; HDL > 40; LDL < 130; Não HDL < 160.
- Sem jejum: Colesterol total < 190; Triglicerídeos < 175; HDL > 40; LDL < 130; Não HDL < 160.
- LDL < 70 e não HDL < 100: risco para hemorragia intracerebral.
Atenção Especial e Tratamento Nutricional
- Alto risco: aterosclerose subclínica, aneurisma de aorta abdominal, DRC (TFG < 60ml/min), pacientes com LDL > 190, DM (tipos I ou 2) com LDL entre 70 e 189 e fatores de risco.
- Muito alto risco: doença aterosclerótica significativa ou obstrução > 50% em qualquer território arterial.
- Objetivo no aumento isolado de LDL é mantê-lo dentro das recomendações ou, se acima da meta ou com presença de comorbidades, ajustar a dieta.
- Recomenda-se perda de peso de 5-10%.
- Carboidratos: 50-60%; Proteínas: 15%; Lipídeos: 25-35%.
- Gordura trans: exclusão total; Gordura saturada: < 10% ou < 7%; Fibras: 25g (6g solúveis).
- A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda evitar ácidos graxos saturados (láurico, mirístico e palmítico): carne vermelha/processada, leite/derivados integrais, coco/óleo de coco, óleo de palma, bacon e panificação rica em gordura.
- A fermentação de fibras solúveis forma AGCC (acetato, butirato e propionato) que, ao serem absorvidos, regulam a enzima HMG-CoA redutase (síntese de colesterol no fígado).
- As fibras solúveis formam um gel no intestino delgado, retardando a absorção das gorduras e o psyllium/farelo de aveia são exemplos.
- Fitosteróis diminuem a absorção de colesterol (2g reduzem o colesterol total e o LDL).
- Não há evidências para suplementação de betacaroteno/vitamina K/D/C/complexo B.
- Substituir ácidos graxos saturados por mono e poli-insaturados (óleo de canola).
- Os padrões alimentares Mediterrâneo e DASH atendem às recomendações nutricionais.
Tratamento Nutricional na Hipertrigliceridemia
- Perda de peso e redução de triglicerídeos (TG).
- Carboidratos: ajustar a ingestão dependendo dos níveis de TG (50-60% para TG limítrofe, 50-55% para TG elevado, 45-50% para TG muito elevado).
- Proteínas: 15% para TG limítrofe, 15-20% para TG elevado, 20% para TG muito elevado.
- Lipídeos: 25-35% para TG limítrofe e elevado.
- Gordura trans: exclusão da dieta. Gordura saturada: < 7% para TG limítrofe, < 5% para TG elevado.
- Fibras: 25g, preferindo as solúveis (ação probiótica).
Suplementação de EPA-DHA
-
Dosagem para TG limítrofe(0,5-1,0 g/dia)
-
Dosagem para TG elevado (1-2 g/dia)
-
Dosagem para TG muito elevado (> 2 g/dia)
-
Evitar o consumo excessivo de frutose (> 50g/dia) e reduzir a ingestão de gordura saturada (aumenta a lipogênese hepática e a secreção de VLDL).
-
A suplementação de ômega-3 é tratamento coadjuvante.
Aterosclerose e Doença Arterial Coronariana
- Aterosclerose: formação de placas de ateroma que obstruem os vasos sanguíneos.
- Doença Arterial Coronariana (DAC): consequência da aterosclerose, obstruindo as artérias coronárias e impedindo a chegada de oxigênio e nutrientes ao músculo cardíaco.
- A isquemia do músculo cardíaco causa dor no peito (angina pectoris) e pode levar ao infarto agudo do miocárdio.
Fisiopatologia da Aterosclerose
- Processo inflamatório, trombótico e progressivo.
- Formação da estria de gordura: LDL acumula na camada íntima das artérias.
- Oxidação da LDL: partículas acumuladas sofrem oxidação, originando LDL oxidada (pró-aterogênica).
- Formação de células espumosas: monócitos se diferenciam em macrófagos, fagocitam as LDL oxidadas e transformam-se em células espumosas.
- Processo inflamatório: células espumosas sofrem apoptose, causando a formação da placa e liberando citocinas pró-inflamatórias.
- Células musculares lisas proliferam e migram, formando uma capa de proteção da placa; há deposição de colágeno/elastina, formando uma casca fibrosa; as células musculares depositam cálcio na placa, aumentando a rigidez.
- Capilares da camada adventícia vascularizam a placa de ateroma (podem sofrer microlesões, havendo vazamento) – há atração de plaquetas e formação de tampão, reduzindo ou ocluindo a luz da artéria.
- O tratamento nutricional para pacientes com aterosclerose e DAC segue as recomendações para pacientes com dislipidemias.
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e Classificações
- Necrose do miocárdio devido ao bloqueio do fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco.
Classificações do IAM
- IAMCSST (com supradesnivelamento do segmento ST): oclusão total da artéria coronária.
- IAMSSST (sem supradesnivelamento do segmento ST): bloqueio parcial do fluxo sanguíneo.
Fatores de Risco e Diagnóstico do IAM
- Fatores de risco: tabagismo, hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes, obesidade abdominal, histórico familiar, sexo masculino, sedentarismo e estresse.
- Diagnóstico: dor torácica aguda de forte intensidade, fadiga e dispneia (falta de ar).
- Pode ocorrer também tontura, náuseas e vômito.
- O diagnóstico é confirmado pelo eletrocardiograma (ECG) e avaliação de marcadores sorológicos de lesão do miocárdio (enzimas cardíacas e conteúdos celulares).
- As troponinas cardíacas são biomarcadores específicos para o diagnóstico de IAM.
Fisiopatologia e Complicações do IAM
- Os fatores de risco para DAC favorecem o surgimento da placa de ateroma na artéria coronária.
- Essa placa pode romper e liberar substâncias pró-inflamatórias, ativando uma cascata de coagulação e formando trombos que estreitam ou ocluem o lúmen da artéria, ocasionando isquemia e necrose do miocárdio.
- A primeira medida é remover a oclusão trombótica e restaurar o fluxo sanguíneo.
- A segunda medida é controlar os fatores de risco para DAC, para evitar novos episódios de IAM.
- As principais complicações associadas ao IAM incluem angina pós-infarto, arritmia, insuficiência cardíaca, parada cardiorrespiratória e aneurisma do ventrículo esquerdo.
Dietoterapia para IAM
- Utilizar Harris e Benedict adicionada a fatores de injúria e estresse ou fórmula de bolso (20 – 30kcal/kg/dia).
- Carboidratos: 50-55%, priorizando os integrais com baixa carga glicêmica.
- Lipídeos: 25-25%, priorizando ac graxos poli e mono insaturados.
- Sódio: 2g/dia.
- Fibras: 20-30g/dia (solúveis e insolúveis).
- Fracionamento: 4-6 refeições/dia.
- Consistência adaptada às necessidades.
- Recomendação hídrica: 30ml/kg.
Insuficiência Cardíaca (IC)
- Caracteriza-se pela incapacidade do coração de bombear sangue de forma eficaz.
- IC aguda: acontece rapidamente.
- IC crônica: progressiva e persistente, necessitando de acompanhamento e tratamento contínuos.
Classificação da Insuficiência Cardíaca
-
Classe I: ausência de sintomas (assintomático).
-
Classe II: atividades físicas habituais causam sintomas (limitação leve).
-
Classe III: atividades físicas menos intensas causam sintomas (limitação moderada, confortável no repouso).
-
Classe IV: incapacidade de realizar qualquer atividade sem desconforto (sintomas no repouso).
-
Fatores de risco: IAM, HAS, diabetes, valvulopatias, envelhecimento, DAC, DPOC, obesidade, aterosclerose e dislipidemia.
-
Diagnóstico: baixo débito cardíaco e/ou congestão pulmonar, confirmado por ecocardiografia e raio-x de tórax.
-
A dosagem de peptídeos natriuréticos pode auxiliar no diagnóstico.
Fisiopatologia e Complicações da Insuficiência Cardíaca
- Lesões persistentes no músculo cardíaco comprometem a funcionalidade, diminuindo o débito cardíaco.
- Ocorre hipertrofia do miocárdio (remodelamento cardíaco).
- Ativação de mecanismos adaptativos hemodinâmicos e neuro-hormonais.
- Aumento de citocinas inflamatórias, peptídeo natriurético B, norepinefrina, angiotensina II, aldosterona, endotelina e vasopressina.
- A concentração elevada de TNF-alfa está associada a baixo IMC, medidas menores das dobras cutâneas e diminuição das proteínas totais plasmáticas.
- O coração aumenta a frequência de bombeamento, a força de contração e estimula os rins a conservar sódio e água.
- Quanto mais o organismo utiliza esses mecanismos, mais o músculo cardíaco é lesionado (hipoperfusão).
Sinais, Sintomas e Complicações da Insuficiência Cardíaca
- Fadiga (associada à baixa perfusão muscular).
- Dispneia (pode evoluir para ortopneia ou dispneia paroxística noturna).
- Retenção de líquidos (manifesta-se como congestão pulmonar ou edema periférico).
- Hipoperfusão (antebraços/pernas frios, sonolência, diminuição da concentração sérica de sódio e agravamento da função renal).
- Hipoperfusão dos órgãos abdominais (anorexia, náusea, sensação de plenitude, constipação, dor abdominal, má absorção, edema intestinal, hepatomegalia).
- Hipoperfusão cerebral (confusão mental, perda de memória, ansiedade, insônia, síncope e cefaleia).
- Caquexia (perda involuntária de peso corporal), agravando a IC.
Dietoterapia para Insuficiência Cardíaca
- Objetivo: fornecer energia e nutrientes adequados, minimizar a perda ponderal e recuperar o estado nutricional, além de evitar a sobrecarga cardíaca.
- A dieta deve ser fracionada de 5 – 6 refeições/dia (consistência pastosa se houver fadiga ou disfagia).
- Considerar o uso de suplementos nutricionais orais se houver perda ponderal significativa e inapetência.
- Deve ser hipercalórica, hiperproteica, normolipídica e normoglicídica.
Principais Recomendações para IC
-
Calorias: 28kcal/kg (adequado) ou 32kcal/kg (desnutrido).
-
Carboidratos: 50-55% (integrais e com baixa carga glicêmica).
-
Lipídeos: 30-35% (priorizar mono e poli-insaturados).
-
Proteínas: 5-20% (até 2g/kg/dia para desnutridos, 0,8g/kg/dia para disfunção renal).
-
Micronutrientes importantes: sódio, potássio, cálcio e magnésio (suplementar apenas se necessário); Sódio: evitar a retenção hídrica e a formação de edema.
-
Evitar alimentos ultraprocessados, embutidos, conservas, molhos prontos e enlatados.
-
Utilizar ervas aromáticas e temperos naturais para melhorar o sabor das preparações.
-
Ácidos graxos poli-insaturados: 1g/dia reduz discretamente a mortalidade por causa cardiovascular.
-
Alguns medicamentos podem favorecer a depleção de potássio, magnésio e cálcio (hipocalemia pode causar náuseas, arritmia e vômitos).
-
Restringir a ingestão de líquidos (800 a 1500ml/dia) se o paciente estiver hiper-hidratado ao fazer a prescrição hídrica.
Acidente Vascular Cerebral (AVC)
- Também conhecido como acidente vascular encefálico ou derrame: ruptura ou obstrução de um vaso sanguíneo no cérebro, impedindo a passagem do oxigênio.
- AVC isquêmico: interrupção do fluxo sanguíneo por um trombo (trombose) ou êmbolo (embolia).
- AVC hemorrágico: rompimento do vaso cerebral, com hemorragia intracraniana.
Fisiopatologia e Complicações
- A maioria dos AVEs é tromboembólica (AVC isquêmico), agravada por HAS, DM, aterosclerose e gota.
- AVC trombótico: o trombo se forma na própria artéria.
- AVC embólico: o trombo vem de outra região e bloqueia o fluxo sanguíneo.
- AVC hemorrágico: ruptura do vaso sanguíneo.
- Dificuldade para falar, compreender, engolir, enxergar e caminhar.
Fatores de Risco e Diagnóstico
- Fatores de risco: idade avançada, HAS, DM2, hipercolesterolemia, obesidade, tabagismo, etilismo e sedentarismo.
- Diagnóstico: déficit neurológico súbito.
Sintomas comuns
- Diminuição ou perda de consciência, confusão mental, distúrbios auditivos, alteração cognitiva, tontura, dor de cabeça intensa, perda de equilíbrio e/ou coordenação.
Complicações Pós-AVC
- Pneumonia aspirativa, trombose venosa profunda, fadiga, edema das extremidades, déficit do condicionamento cardiorrespiratório e úlceras de pressão.
- Recomenda-se IMC < 25 em mulheres, Razão CQ < 0,92 em homens, evitar diabetes, hipertensão arterial e colesterol elevado
- Recomenda-se consumo diário de frutas frescas, consumo de flavonoides, consumo de peixe / óleo de peixe e colesterol HDL alto
Alterações Comuns e Intervenções
- Déficit de atenção ou concentração: direcionar verbalmente o paciente, deixar alimentos/líquidos visíveis e disponíveis.
- Combatente, joga comida: identificar o agente provocador e remover, usar pratos inquebráveis, dar um alimento por vez.
- Ingere coisas não comestíveis: remover objetos não comestíveis.
- Ingere muito rápido: oferecer volumosos que exigem mastigação, usar colher/copo menor.
- Ingere muito devagar: atender primeiro para permitir mais tempo, usar pratos térmicos.
- Esquecido ou desorientado: seguir rotinas simples, fornecer um ambiente constante, minimizar as distrações, limitar as escolhas.
- Esquece de deglutir: dizer ao paciente para engolir, golpear a laringe para cima.
- A disfagia (dificuldade de deglutição) contribui para mau prognóstico, aumentando os riscos de desnutrição e internações.
Recomendações da ESPEN para Disfagia em Pacientes Pós-AVC
- Aumentar a viscosidade do líquido.
- Utilizar texturas modificadas e líquidos espessados para disfagia crônica.
- Pacientes com disfagia apresentam risco aumentado de desnutrição, desidratação e pneumonia, devendo ser monitorados.
- Em casos graves, introduzir via alternativa de alimentação.
Prevenção de Doenças Cardiovasculares
- Não há evidências para suplementação de vitaminas/minerais para prevenção primária ou secundária.
- Suplementação de ômega-3 marinho (2-3g/dia) pode ser recomendada para hipertrigliceridemia grave.
- Pelo menos duas refeições à base de peixe por semana são recomendadas.
Alimentação Cardioprotetora
- Recomendada para pessoas com sobrepeso, obesidade, HAS controlada, DM2 compensada, dislipidemias e doenças cardiovasculares.
- Grupo verde: alimentos cardioprotetores (consumo diário), como verduras, frutas, legumes, leguminosas, leite/iogurte desnatados.
- Grupo amarelo: alimentos in natura, minimamente processados (consumo moderado), como pães, cereais, tubérculos cozidos, castanhas e óleos vegetais.
- Grupo azul: alimentos a serem consumidos em pequenas quantidades (consumir pouco), como carnes, laticínios, ovos e doces caseiros.
- Grupo vermelho: alimentos a serem evitados, como congelados/desidratados prontos, embutidos, doces industrializados, biscoitos/salgadinhos de pacote e refrigerantes.
- Açúcar e sal são temperos e utilizados nas preparações culinárias.
- Café e chá contêm substâncias cardioprotetoras, mas não há consenso sobre seus mecanismos.
Orientações sobre Alimentação Cardioprotetora
(Manual de Orientações sobre Alimentação Cardioprotetora (2018))
- Comer com regularidade e atenção.
- Fazer, no mínimo, três refeições/dia, priorizando o café da manhã.
- Evitar beliscar alimentos processados e ultraprocessados nos intervalos entre as refeições.
- Priorizar alimentos frescos.
Distribuição de Nutrientes
- Carboidratos: 50-60%,
- Proteínas: 10-15%,
- Lipídeos: 25-35%
- Gordura saturada: até 7%,
- Sal: até 5g/dia.
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