Frei Luís de Sousa - Resumo

Um drama romântico que retrata um conflito histórico e explora o poder dos sentimentos fortes, em linha com o Romantismo.

De 28 de julho de 1599 até 5 de agosto de 1599, cobrindo principalmente a noite e o amanhecer.

Ato I: exposição (cenas 1-4), conflito (cenas 5-8), desenlace (cenas 9-12); Ato II: exposição (cenas 1-3), conflito (cenas 4-8), desenlace (cenas 9-15); Ato III: exposição (cena 1), conflito (cenas 2-9), desenlace (cenas 10-11).

O ambiente é alegre e harmonioso. Há luz, possibilidade de ir para o exterior e decoração luxuosa. O retrato de Manuel de Sousa Coutinho indica sua posição de destaque na casa.

D. Madalena está melancólica e insegura. Ela anseia pela felicidade, mas a assola a angústia e o medo. Também se sente destinada à morte.

D. Madalena pede a Telmo para não falar a Maria sobre o possível regresso de D. Sebastião. Ela quer proteger sua filha da dúvida que ronda sua família.

Telmo é um homem que acredita no retorno de D. Sebastião e pensa que D. Madalena cometeu um erro ao se casar com Manuel de Sousa.

Maria é uma jovem precoce, idealista e apaixonada por D. Sebastião. Ela acredita na sua volta e se opõe aos governadores castelhanos.

A relação entre Telmo e D. Madalena é diferente da relação entre um servo e seu patrão. Eles se respeitam e confiam um no outro.

Madalena sente-se culpada e perturbada pelas palavras de Telmo. Ela teme que Maria descubra a verdade sobre a história de sua família.

Maria acredita que D. Sebastião está vivo e vai voltar, enquanto D. Madalena tenta convencê-la do contrário.

O monólogo final da cena IV mostra a incerteza e a dúvida de D. Madalena: ela se pergunta se valeu a pena ter se casado com Manuel de Sousa.

Maria é frágil, doente e tem uma imaginação rica, inspirada por seu conhecimento de histórias e crenças.

Frei Jorge conta que os governadores de Lisboa vão se hospedar na casa de Manuel em Almada.

Maria considera covarde a decisão dos governadores de abandonar o povo durante a peste. Ela é patriota e defende a luta contra a tirania.

Manuel de Sousa é apresentado como um homem honrado, patriota e determinado. Ele é um líder que enfrenta as autoridades castelhanas.

D. Madalena teme que a decisão de Manuel de se mudar para o palácio de D. João traga mais desgraças para sua família.

Telmo, que representa o coro, traz a notícia da chegada inesperada dos governadores a Lisboa.

O incêndio do palácio de Manuel de Sousa é simbólico. Ele representa a destruição da casa e o fim do casamento de Manuel e Madalena.

O ambiente do palácio de D. João é sombrio e a decoração é triste, refletindo o clima de tensão e incerteza.

O retrato de D. João causa inquietação em D. Madalena e curiosidade em Maria.

Manuel revela a Maria que seu pai é o homem retratado, mas aconselha-a a se dedicar a atividades mais apropriadas para sua idade.

Manuel de Sousa afirma que o único mistério que não pode ser explicado é a fé, tentando convencer Maria a abandonar as crenças em presságios.

Frei Jorge traz a boa notícia de que os governadores perdoaram Manuel pelo incêndio do palácio.

O medo de D. Madalena aumenta quando ela fica sozinha no palácio e Frei Jorge alerta para a possibilidade de um impostor disfarçado de romeiro.

D. Madalena se aflige com a partida de Manuel para Lisboa, mesmo sendo uma viagem curta, por pressentir que algo terrível vai acontecer.

O monólogo de Frei Jorge na Cena 9 do Ato II revela seu pressentimento sobre a tragédia que se aproxima.

D. Madalena confessa a Frei Jorge que se apaixonou por Manuel de Sousa enquanto ainda era casada com D. João.

O Romeiro é apresentado como um mensageiro e sua chegada causa apreensão a D. Madalena.

A agnórise ocorre quando D. Madalena reconhece o Romeiro como seu primeiro marido, D. João.

O espaço do Ato III é a "parte baixa do palácio de D. João", sugerindo um nível inferior de existência e uma proximidade com a morte.

Manuel de Sousa se sente culpado e infeliz pelas consequências de seus atos. Ele considera o casamento um erro, mas não um crime.

Telmo hesita em revelar a quem Maria perguntou, sugerindo que ela não se interessou em saber da mãe.

Telmo sofre um grande dilema: sua fidelidade a D. João entra em conflito com o seu amor por Maria.

Telmo reconhece a voz de D. João e percebe que o antigo amo está vivo. Esta é a segunda etapa da agnórise na peça.

D. João reconhece que foi imprudente pelo seu retorno, mas sente que foi esquecido por sua família.

D. Madalena chama por Manuel e D. João pensa que ela o reconheceu. Este momento de confusão e esperança é fugaz.

D. Madalena se desespera ao ver Manuel de Sousa entrar em cena e tenta convencê-lo a não tomar o hábito.

D. Madalena aceita seu destino e se entrega à vontade de Deus, renunciando a sua felicidade por estar ao lado de Manuel.

Manuel de Sousa adota o nome de Frei Luís de Sousa ao tomar o hábito.

Maria entra na cerimónia de tomada de hábito e critica os presentes, acusando-os pela tragédia que se abaterá sobre ela.

Maria reconhece a voz de D. João e morre ao perceber que foi traída e condenada pela ilegitimidade.

A peça utiliza elementos do Romantismo, como a exacerbação dos sentimentos e a morte como fuga da realidade.

A morte de Maria, a morte psicológica de Telmo e o anonimato de D. João são elementos das tragédias clássicas.

A peça explora temas como a culpa, o amor, a morte e os problemas sociais e religiosos da época, causando uma catarse emocional nos leitores.