Evolução Histórica do Design

Evolução Histórica do Design

• A natureza humana permaneceu notavelmente inalterada ao longo da história, apesar das mudanças e evoluções em vários níveis.
• A busca pelas origens da capacidade humana de produzir design enfrenta a dificuldade de precisar onde e quando os humanos começaram a modificar significativamente o ambiente.
• As mãos humanas tiveram uma importância fundamental, possuindo flexibilidade para executar diversas funções, incluindo empurrar, puxar e aplicar pressão com força ou precisão.
• No início, as ferramentas serviam como extensões das mãos, ampliando sua força, delicadeza e sutileza.
• Há cerca de um milhão de anos, observou-se o uso de objetos naturais como ferramentas para complementar as habilidades manuais.
• A natureza oferece uma variedade de materiais e modelos acessíveis e preexistentes, com potencial para solucionar problemas.
• A capacidade de adaptar técnicas, formas e arranjos para diferentes objetivos e aplicações é outra característica inovadora desenvolvida há muito tempo.
• Em 1993, foi descoberto o mais antigo fragmento de tecido existente, datado de aproximadamente 7000 a.C., em Cayonu, Turquia, demonstrando a adaptação de técnicas de tecelagem de cestos.

Pré-história (40.000 a.C. a 4.000 a.C.)

• Durante este período, os humanos faziam gravuras em cavernas ou pedras, conhecidas como artes rupestres.
• As gravuras retratavam principalmente animais ou cenas da vida cotidiana e serviam como uma forma de comunicação entre gerações.
• Restos de uma casa do período Neolítico, com um fogão cavado no chão, foram encontrados na ilha principal de Orkney, Escócia, datando de aproximadamente 3.600 a.C..

Antiguidade: Egito (3.000 a.C. a 30 a.C.)

• Os egípcios demonstravam preocupação com o movimento dos corpos e a delicadeza das formas.
• Seus monumentos estavam ligados aos deuses e à morte.
• A utilização da pintura como ornamentação estendia-se não apenas aos túmulos e pirâmides, mas também às residências da classe média.
• A fertilidade do solo era enaltecida, vista como origem e base do bem-estar social.
• A partir de meados do segundo milênio a.C. começaram a aparecer cenas de hortas e jardins nas paredes das tumbas.
• Os espaços representados nas pinturas das tumbas não eram tanto espaços reais, mas jardins simbólicos onde a alma poderia refrescar-se na sua viagem para além da vida.

Antiguidade: Arte Greco Romana (1.100 a.C. a 1 a.C.)

• O realismo nas formas era valorizado.
• Artistas greco-romanos buscavam representar os seres humanos e a natureza com riqueza de detalhes.
• As artes plásticas destacavam a representação de temas mitológicos, humanos e relacionados à natureza.
• O estilo artístico era caracterizado pela busca da perfeição, originando-se não apenas das habilidades e criatividade do artista, mas também das técnicas conhecidas e empregadas.
• As pinturas eram amplamente utilizadas na decoração de palácios e templos religiosos, marcadas pelo realismo e realizadas com cores vivas.
• Na arquitetura, destacam-se a grandiosidade e beleza dos templos religiosos, palácios e construções públicas.
• A leveza do estilo jônico, marcado pelo uso de colunas, foi amplamente absorvida e replicada pelos arquitetos romanos.

Roma

• Arquitetura romana incorporou ordens gregas com um caráter monumental.
• Utilização de arcos e cúpulas, novas formas arquitetônicas.
• Aspectos ilusionistas incluem imitação de revestimentos (mármores coloridos), perspectiva ao acaso e perda de medidas áureas.

Idade Média: Gótico (1.150 d.C. a 1.520 d.C.)

• A representação da religião era feita através de conceitos verticais máximos e iluminação filtrada.
• Apresentava uma visão mais obscura e triste sobre o ser humano.
• Expressava a grandiosidade da crença em Deus, sempre indicando um plano celeste superior.

Idade Moderna: Renascimento

• Movimento cultural, artístico e político que surgiu na Itália no século XIV e se espalhou pela Europa até o século XVII.
• Inspirado nos valores da Antiguidade Clássica e impulsionado por transformações econômicas e sociais ocorridas na Baixa Idade Média.
• Racionalismo: a razão representava o caminho para o conhecimento, explicando tudo pela ciência.
• Cientificismo: o conhecimento exige demonstração através da experiência científica.
• Individualismo: o ser humano buscava afirmar a sua própria personalidade, demonstrando seus talentos, atingindo a fama e satisfacendo suas ambições, com o direito individual acima do coletivo.

Idade Moderna: Barroco (1.580 d.C.)

• Estilo artístico que floresceu entre o final do século XVI e meados do século XVIII, originário da Itália e difundido pelos países católicos da Europa e América.
• No Oriente, adquiriu uma forma modificada nas áreas protestantes, reflete incertezas entre valores antigos e novos.
• Sua retórica é marcada pelo contraste, exagero, ostentação e artifícios cênicos, buscando o mais pitoresco possível.
• O Barroco foi uma continuação natural do Renascimento, compartilhando o interesse pela arte da antiguidade Clássica, com interpretações diferentes.
• Arquitetura barroca iniciada no século XVI tornou-se presente em construções entre este período e o século XVIII.

Idade Moderna: Iluminismo (1.700 d.C.)

• O Iluminismo foi um movimento intelectual do século XVIII que defendeu a razão para reformar a sociedade, buscando um conhecimento preciso da natureza para o progresso.
• Marcou o retorno das artes ao antropocentrismo, promovendo a disseminação do conhecimento através das enciclopédias.
• A valorização do conhecimento abrangente, promovendo o domínio de todas as artes.

Industrialização (Século XVIII)

• As formas adaptam-se com o tempo, aprimoram-se ou transformam-se devido tecnologia.
• Surgiram novos estereótipos adotados como modelos.
• Mudanças radicais devido à industrialização em meados do século XVIII.
• A produção em massa com processos mecanizados aumenta o número de fabricantes aumenta a concorrência.
• Há uma necessidade de variar as tendências da moda para atrair nobres e novos consumidores (burguesia e classe trabalhadora).
• Novos artistas são contratados.

Movimento Arts and Crafts (1860)

• Movimento Ingles, da segunda metade do século XIX, que defende o artesanato criativo como alternativa à mecanização e à produção em massa.
• Revaloriza o trabalho manual e a dimensão estética dos objetos industriais.
• Artistas procuram relembrar a importância do design e do artesanato.
• O estilo era similar ao medieval, mas o objetivo de tornar a arte acessível não foi atingido devido aos altos custos dos produtos artesanais.
• Perdeu força com a Primeira Guerra Mundial, mas o ideal artesanal permanece.

Art Nouveau (1890)

• Movimento que marcou a arquitetura, a cerâmica, os móveis e outras artes decorativas entre 1890 e 1920.
• Inspirado na natureza, nas formas japonesas e na inovação.
• O sentido das curvas é ascensional e entrelaçado, evocando o movimento das árvores e das chamas.
• As linhas sinuosas e assimétricas das flores e animais são características marcantes.

Escola de Glasgow (1890)

• Desenvolvimento de um novo tipo de planejamento dos edifícios, contrastando com a Arte Nova.
• A estrutura ortogonal de ferro permite maior resistência.
• Rejeição da ornamentação e volumetrias irracionais, com paredes lisas em pedra e grandes superfícies de vidro.

Futurismo (1909)

• Foi lançado por Marinetti.
• O movimento tem como base uma visão dinâmica da vida voltada para o futuro e combate o culto ao passado e à tradição.
• A arquitetura deveria refletir o espírito e o progresso da era das máquinas e buscava formas nítidas, concisas e rápidas.

Cubismo (1910)

• Escola de pintura, que se estendeu à escultura, originada por artistas Pablo Picasso, George Braque e André Lhote.
• Caracteriza-se pela decomposição e geometrização das formas naturais.

Modernismo: De Stijl (1917)

• Movimento intelectual surgido na Itália.
• Preconiza o retorno do estilo clássico na arte e na literatura.
• O ângulo reto e as três cores primárias compõem os elementos básicos da expressão.

Dadaísmo (1916)

• Procura uma desvalorização do sentido.
• Exerce uma forma espontânea e niilista em suas manifestações.
• Demonstra que não se precisava de sentido para se fazer arte, que era possível buscar outras formas de expressão artística.

Construtivismo (1919)

• Negava uma "arte pura", procurando afastar a arte da ideia de um objeto especial da criação.
• Utilização constante de elementos geométricos, cores primárias, fotomontagem e tipografia sem serifa.

Modernismo: Bauhaus (1919)

• Primava pela funcionalidade dos objetos e suas linhas simples e arte minimalista.
• A funcionalidade e o minimalismo são a base para muitos designers atualmente.

Surrealismo (1920)

• Tentativa de expressar o subconsciente do ser humano.
• Utilização do inconsciente na atividade criativa
• Combina representação, abstração e psicologia.
• Arte que se libera da razão e da lógica comum.

Art Decó (1920)

• Apresentava estruturas em camadas..
• Utilização dos princípios da aerodinâmica (streamlines) nos objetos cotidianos e nas construções.
• Cores discretas e traços sintéticos.

Pop Art (1950)

• Defendia a cultura popular, com o uso de símbolos cotidianos, opondo-se ao hermetismo.
• O movimento tinha voga na década de 1960, tendo influenciado não só as artes plásticas, como também as artes decorativas e o design.
• Objetivava que a arte se popularizasse.

Evolução Histórica (Pós 1960)

• A partir da década de 1960, a concorrência de produtos de outros países leva à necessidade de mudança e maior atenção à qualidade.
• Na década de 1980, o pós-modernismo marca um distanciamento da simplicidade geométrica do modernismo.
• O uso de novas tecnologias, como a informática e a produção flexível, possibilita a criação de produtos projetados para pequenos nichos de mercado.

Resumo sobre Design

• O artista/engenheiro romano Vitruvius (cerca de 80 - 10 AC)., destaca a importância da trindade entre teoria e prática.
• Um arquiteto deve ter interesse pela arte e pela ciência, ser hábil na linguagem, além de ter conhecimentos históricos e filosóficos. Deve obedecer a 3 categorias: solidez, utilidade e beleza.
• Vitruvius lançou as bases para um conceito do funcionalismo, que somente no século 20 foi retomado pelo mundo e que determinou o moderno no design.