Distúrbios do Transporte Transepitelial

Distúrbios do Transporte Transepitelial

• Ocorrem quando a absorção de nutrientes pela mucosa intestinal é prejudicada, mesmo com a digestão funcionando adequadamente.
• As causas incluem lesões da mucosa intestinal, como na doença celíaca e na doença de Crohn, e obstrução linfática.

Doença Celíaca

• É uma doença autoimune desencadeada pelo consumo de glúten.
• O glúten, presente no trigo, centeio e cevada, ativa o sistema imune em indivíduos suscetíveis.
• A alfagliadina, um componente do glúten, é particularmente imunogênica, ativando linfócitos T e promovendo inflamação intestinal.
• A doença celíaca tem predisposição genética, associada a alelos como HLA-B8 e HLA-DR3-DQw2.
• A inflamação crônica danifica as vilosidades intestinais, responsáveis pela absorção de nutrientes, levando a deficiências nutricionais.
• A perda das vilosidades causa uma diminuição da absorção de nutrientes, levando à diarreia osmótica, que melhora com o jejum.

Obstrução Linfática

• Afeta a absorção de gorduras e vitaminas, pois o transporte pelos vasos linfáticos do intestino é comprometido.
• As causas incluem anomalias congênitas, neoplasias, traumas e doenças infecciosas como a tuberculose linfática.

Diarreia Secretória

• Ocorre devido ao aumento da secreção de água e eletrólitos pelo intestino, sem aumento da osmolaridade.
• As causas incluem problemas no íleo, infecções bacterianas (como Vibrio cholerae) e tumores como o VIPoma.
• A diarreia secretória não melhora com o jejum.

Diarreia Inflamatória

• Ocorre devido à inflamação do intestino grosso, que compromete a absorção e promove a secreção de muco, sangue e água.
• Sintomas característicos: tenesmo, escape de fezes e despertamento noturno.
• As causas incluem doenças inflamatórias intestinais como a colite ulcerativa e a doença de Crohn.

Má Digestão Intraluminal

• Refere-se à incapacidade de digerir adequadamente os alimentos no lúmen intestinal, impedindo a absorção de nutrientes.
• As causas incluem insuficiência pancreática, doença hepatobiliar e supercrescimento bacteriano no intestino delgado.

Câncer Colorretal

• O câncer colorretal é um tipo de câncer que afeta o cólon e o reto.
• A presença de linfonodos positivos indica que células cancerosas foram encontradas nos linfonodos, mas o câncer ainda não se espalhou para outros órgãos distantes.
• No estágio IV, o câncer atingiu um estágio metastático, se espalhando para órgãos distantes.

Triagem do Câncer Colorretal

• O toque retal é um exame físico simples para detectar massas ou anormalidades.
• A colonoscopia permite visualizar todo o comprimento do cólon e do reto, identificar e remover pólipos.
• A sigmoidoscopia é menos invasiva, mas limitada à parte inferior do cólon.
• O teste de sangue oculto nas fezes detecta a presença de sangue microscópico, um sinal precoce de câncer.

Metabolismo Hepático da Glicose

• A gliconeogênese é estimulada pelo glucagon, convertendo aminoácidos, glicerol e ácido lático em glicose para fornecer energia.
• A glicogênese é estimulada pela insulina, armazenando glicose na forma de glicogênio no fígado e nos músculos.
• A glicogenólise é estimulada pelo glucagon, quebrando glicogênio em glicose para manter os níveis de glicose no sangue.

Metabolismo Hepático das Gorduras da Dieta

• As gorduras da dieta são quebradas em ácidos graxos e outras moléculas durante o processo digestivo.

Ácidos Graxos

• Os ácidos graxos resultantes têm diversas rotas metabólicas possíveis:
  • Fosfolipídios e lipídios complexos: utilizados na síntese de membranas celulares.
  • Armazenamento como triglicerídeos: armazenados no tecido adiposo como reserva de energia.

β-Oxidação

• Quando há necessidade de energia, os ácidos graxos passam pela β-oxidação nas mitocôndrias, sendo quebrados em moléculas de Acetil-CoA.

Acetil-CoA

• O Acetil-CoA é um ponto central no metabolismo, podendo seguir diferentes rotas:
  • Ciclo do Ácido Cítrico: produz ATP para as células.
  • Síntese de HMG-CoA: precursor para a síntese de colesterol, sais biliares e esteroides.
  • Corpos cetônicos: servem como fonte alternativa de energia para tecidos como o cérebro e os músculos.

Síntese de Ácidos Graxos

• Em situações de excesso de Acetil-CoA e nutrientes, ele pode ser reconvertido em ácidos graxos para armazenar energia em forma de triglicerídeos.

Metabolismo Hepático da Modificação da Bile

• As aquaporinas (AQP) regulam a quantidade de água na bile.
• A gama glutamil transpeptidase (GGT) participa da quebra da glutationa em aminoácidos e outros produtos.
• O cotransportador NKCC1 move 2Cl⁻, Na⁺ e K⁺ para dentro da célula, regulando o balanço iônico e o volume celular.

Cirrose Hepática

• A cirrose é uma doença crônica que causa cicatrização e endurecimento do fígado, comprometendo sua função.
• Sintomas: fadiga, icterícia, ascite, edema, hipertensão portal, hipogonadismo e ginecomastia.
• A cirrose aumenta o risco de carcinoma hepatocelular.

Causas da Cirrose Hepática

• Consumo crônico de álcool: causa danos aos hepatócitos, levando à inflamação e à cicatrização.
• Hepatites virais: infecções crônicas por hepatite B e C causam danos hepáticos a longo prazo.
• Fármacos: o uso prolongado de medicamentos tóxicos para o fígado pode causar lesão hepática crônica.
• Obstrução biliar: condições que obstruem o fluxo biliar, como cirrose biliar primária e colangite esclerosante primária, causam danos hepáticos.

Mecanismo da Cirrose Hepática

• A cirrose se desenvolve após agressões repetidas ao fígado.
• As lesões causam inflamação e morte de células do fígado.
• A inflamação contínua ativa as células estreladas hepáticas, que se transformam em miofibroblastos e produzem colágeno.
• A deposição de tecido fibroso distorce a arquitetura do fígado, bloqueando a circulação sanguínea e isolando os hepatócitos.
• O fígado tenta regenerar-se, formando nódulos de regeneração, que não conseguem manter a função hepática normal.