Conceito de Auditoria

Conceito de Auditoria

• Etimologicamente, a palavra auditoria tem origem no verbo latino "audire," que significa ouvir.
• Um auditor é reconhecido como aquele que ouve, ou o ouvinte.
• Nos primórdios da auditoria, as conclusões dos auditores se baseavam essencialmente em informações verbais que eram transmitidas.
• Mautz e Sharaf concluíram que a auditoria é uma ciência autônoma e acessória de outras ciências que podem ter o desenvolvimento que tiverem.
• A atividade do auditor se fundamenta na dúvida, conduzindo à reflexão.
• Auditoria é um processo sistemático para obter e avaliar provas objetivamente sobre a correspondência entre informações, situações ou procedimentos e critérios pré-estabelecidos, comunicando as conclusões aos interessados (Auditing Concepts Committee).
• O processo sistemático consiste em uma sequência lógica e organizada de procedimentos.
• Há uma atitude objetiva e independente, sem preconceitos, baseada em procedimentos.
• A prova é a essência da auditoria.
• Correspondência é a medida da conformidade entre informações, situações ou procedimentos e os critérios pré-estabelecidos.
• Os critérios pré-estabelecidos são princípios contábeis ou normas de contabilidade, estabelecidos por lei, regulamentos ou contratos.
• Comunicar significa divulgar as conclusões do trabalho através de um relatório escrito, com um determinado grau de confiança.
• Os interessados são todos os que necessitam da informação do auditor, incluindo acionistas, credores, Estado, investidores, trabalhadores, devedores, etc.
• Aplica-se tanto à auditoria externa como interna.
• Auditoria é um exame ou verificação de uma dada matéria, com conformidade com regras, normas ou objetivos, conduzido por pessoa idônea, tecnicamente preparada, observando princípios, métodos e técnicas geralmente aceitas, possibilitando ao auditor formar uma opinião e emitir uma opinião/parecer sobre a matéria analisada.
• A auditoria interna é uma atividade independente e objetiva de avaliação (assurance) e consultoria, desenhada para adicionar valor e melhorar as operações de uma organização.
• A auditoria interna auxilia a organização a atingir seus objetivos através de uma abordagem sistemática e disciplinada para avaliar e melhorar a eficácia dos processos de gerenciamento de riscos, controle e governança (IPPF – IIA Global).
• Uma auditoria requer a acumulação e avaliação de evidências sobre informações para determinar e relatar o grau de correspondência entre a informação e os critérios estabelecidos.
• A auditoria deve ser realizada por pessoas competentes e independentes.
• Para uma auditoria, é necessária informação verificável e normas (critérios estabelecidos, referencial) que permitam ao auditor avaliar a informação.
• É preciso exercer a atividade com independência absoluta a fim de emitir uma opinião justa e isenta.
• Um ROC deve adotar um comportamento competente e de elevado profissionalismo em todas as circunstâncias.
• Há a comunicação das conclusões do auditor aos utilizadores no relato (opinião).

Limitações da Auditoria

• Não dá garantias de exatidão.
• Amostragem de evidências.
• Limitações de tempo e custo.
• Algumas evidências podem ser de baixa qualidade (ex: opiniões da gestão).
• Utilização de diferentes políticas contábeis (ex: custeio das saídas de inventários, métodos de depreciação).
• Falta de cuidado na execução dos trabalhos.

Alterações Fundamentais Introduzidas Pela 8ª Diretiva - Contexto

• A série de escândalos ocorrida nos EUA e na UE salientou a importância da revisão legal das contas para assegurar a credibilidade e confiabilidade das DF's, provocando prejuízos econômicos consideráveis e confirmando a urgência das iniciativas da UE a nível da revisão legal das contas.

8ª Diretiva - Caracterização

• Clarifica as obrigações dos ROC (Revisores Oficiais de Contas).
• Aborda a sua independência e código deontológico.
• Baseia-se na introdução de um controle de qualidade externo.
• Propõe uma supervisão pública sólida do setor da auditoria.
• Visa melhorar a cooperação entre as autoridades de supervisão da UE.

8ª Diretiva - Inovação

• Supervisão pública: garantia essencial da qualidade da auditoria
• Auditorias de elevada qualidade

Normas da qualidade elevada

• ética – incluindo a independência
• contínua educação inicial
• auditoria tecnica

Aplicação das normas

• Registo
• Controle de qualidade
• Investigação, disciplina, sanções

Organismo de Supervisão Pública em Portugal

• Criação do Conselho Nacional de Supervisão de Auditoria (CNSA), www.cnsa.pt, através do DL 225/2008, de 20 de novembro — revogado pela Lei 148/2015.
• O CNSA é responsável pela organização de um sistema de supervisão pública dos revisores oficiais de contas e das sociedades de revisores oficiais de contas.
• Representantes do Banco de Portugal, Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, Instituto de Seguros de Portugal, Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, e Inspeção-Geral de Finanças são integrados.

Caraterísticas da Informação Financeira

• Objetivos: informar sobre a posição financeira, as alterações nessa posição e os resultados das operações.
• A utilidade reside em ajudar investidores, credores e outros utentes a investirem racionalmente, concederem crédito e tomarem outras decisões, contribuindo para um mercado de capitais eficiente.
• Demonstrações financeiras descritas como apresentando uma imagem verdadeira e apropriada da posição financeira e do resultado das operações da empresa.
• Um resumo das características qualitativas: relevância, fiabilidade e comparabilidade, combinadas com conceitos, princípios e normas contábeis adequadas.

Importância das demonstrações financeiras

• Podem afetar a formação de capital na economia, a distribuição de capitais públicos entre empresas, influenciar o preço das ações e alterar os custos de procura de informação.

Objetivo e Objeto da Auditoria

• Objetivo: expressar uma opinião sobre a matéria analisada.
• Objeto: a "matéria analisada."
• Exemplo de objeto: auditoria financeira, que é a conformidade das DF'S com o normativo contabilístico em vigor.
• O principal objetivo de uma auditoria de demonstrações financeiras (ISA 200) é habilitar o auditor a expressar uma opinião sobre se as demonstrações financeiras foram preparadas em todos os aspetos materiais, de acordo com uma estrutura conceptual de relato financeiro aplicável.
• Etapas para o desenvolvimento dos objetivos da auditoria: compreender os objetivos e responsabilidades, dividir as DF's em classes de transações (ciclos), conhecer as asserções acerca dos saldos de contas e conhecer os objetivos das classes de transações e contas.