Psicologia Humanista 6ª Aula.pdf
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A Psicologia Humanista A História da Psicologia HUMANISTA A terceira força da Psicologia Meta básica = capacitar o indivíduo a agir Liberdade e Responsabilidade caminham lado a lado A abordagem valoriza a compreensão Momento de Constituição Antecedentes Históricos Início da Idade Moderna O t...
A Psicologia Humanista A História da Psicologia HUMANISTA A terceira força da Psicologia Meta básica = capacitar o indivíduo a agir Liberdade e Responsabilidade caminham lado a lado A abordagem valoriza a compreensão Momento de Constituição Antecedentes Históricos Início da Idade Moderna O termo humanismo rompe com os valores medievais. Ênfase ao estudo de pensadores clássicos greco-romanos. Características Surge o espírito de pesquisa e indagação e à valorização da importantes para o desenvolvimento da observação – os pesquisadores se desprendem dos Ciência Moderna dogmas da igreja e desenvolvem um novo método de conhecimento. Antropocentrismo Centro das preocupações; Marca do pensamento moderno. Símbolo do Renascimento e do Humanismo Deslocamento/ Movimento das atenções para o homem Descobre que os acontecimentos não se davam “graças a Deus”, mas graças à sua determinação em resolver os problemas que a vida lhe apresentava. O homem conscientiza-se de sua capacidade de atuação e modificação da realidade É um ser livre e responsável pelas suas escolhas e alterações provocadas, despojando-se, portanto, do cômodo papel de agente passivo frente ao mundo. Propostas da Psicologia Humanista resgatam: Um pouco a concepção de homem abalada pelas “crises” – compreensão do que seria o ser humano. Propostas da Psicologia Humanista resgatam: compreensão do que seria o ser humano Copérnico – séc. XVI – a terra não era o centro do universo, mas um simples ponto na imensidão do universo; Propostas da Psicologia Humanista resgatam: compreensão do que seria o ser humano Darwin – séc. XIX – mecanismo de seleção natural; Propostas da Psicologia Humanista resgatam: compreensão do que seria o ser humano Freud – séc. XX – ideia de que o homem não é “tão dono de si” ou “poderoso”, devendo reconhecer que o muito de si está além de seu próprio controle. Fatos que mudaram a forma de pensar e viver a vida 2ª Guerra Mundial (1939-1945) - Destruiu as esperanças dos que imaginavam que a 1ª Guerra Mundial (1914-1918) acabaria de uma vez por todas as guerras. Guerra Fria – confronto e competição entre EUA (capitalismo) e URSS (comunismo) - buscava provar para o mundo sua superioridade e a do modelo econômico que defendia. Charlotte Bühler - Tensão econômica, social e política vivida pelos povos de todo o mundo – novo estado de espírito – introvertido e desespero. Karen Horney e Eric Fromm – questionavam a possibilidade de confiar nessa sociedade que constrói bombas atômicas para aniquilar populações. Jovens - duvidavam dos valores da moralidade tradicional. Descobertas científicas também levantaram dúvidas a respeito de dogmas e pregações da Igreja, como a existência de Deus. Quem somos Qual é o nós, quem sou eu? significado de tudo? Qual o modo certo de viver? Jovens e adultos passam a interrogar a vida A partir dessas interrogações houve várias formas de reagir da juventude que lutou por reformas Liberdade e direitos humanos Necessidade de aperfeiçoar as experiências pessoais e sociais, procurando libertar sua criatividade e expressar suas potencialidades. Advento da Psicologia Humanista (1930-1960) Foi marcado pela guerra, luta de poder, nos quais os homens eram para o governo “apenas um” dentro dos batalhões do exército, a morte era “a vizinha” sempre presente. Parece não haver lugar para a esperança. A Psicologia Humanista surge Como uma forma de responder aos anseios da sociedade; Para resgatar a individualidade, a subjetividade, as emoções próprias e particulares de cada um. Bases Epistemológicas da Psicologia Humanista Psicologia Humanista é caracterizada por possuir ramificações, tendo cada uma delas diferentes maneiras de analisar seu objeto de estudo. Giovanetti (in Greening, 1975) divide a Psicologia Humanista em 2 grandes escolas: ESCOLA AMERICANA ESCOLA EUROPEIA Embasada em Kierkegaard, tendo Berço das principais ideias como representantes: Carl Rogers fenomenológicas e existenciais – e Rollo May; Husserl e Heidegger. Todo conhecimento é desenvolvido na Uma possível base epistemológica S relação Observa Obj das Psicologias Humanistas Contexto histórico Husserl – criador da Fenomenologia Criticava o naturalismo das ciências humanas, ou melhor, uma tendência em denominar todos os fenômenos como materiais, toda realidade como física. Criticava o “psicologismo”, que era uma tendência em reduzir tudo, a processos mentais. Para ele não há verdade independente do processo psíquico e sua organização. Para Husserl o conhecimento era possível através De uma redução fenomenológica por parte do sujeito que conhece, ou seja, um despojar-se de todas as suas pré-concepções. *Não conhecemos a realidade em si, mas apenas a representação que dela fazemos, o fenômeno. Para Husserl o que o sujeito conhece refere-se Àquilo que apreendeu do objeto a partir de sua vivência e pressupostos. A redução fenomenológica é colocada como o único e imprescindível meio de se chegar à “essência” (“coisa em si”/ “coisa mesma”) do objeto e não apenas à sua “aparência”, isto é, como se mostra a uma determinada consciência um determinado objeto. Para entender esta concepção precisamos compreender a ideia de consciência intencional. Relação sujeito-objeto: Consciência intencional Refere-se uma relação na qual o sujeito constitui o objeto, sendo a consciência sempre consciência de alguma coisa e o objeto sempre um objeto para uma consciência. Todo o conhecimento está no sujeito e nas suas significações: Pois o que ele vê, percebe e significa, a sua relação com o objeto não pressupõe uma existência independente deste em relação ao sujeito que o percebe, mas, ao contrário, é como se o objeto existisse a partir da maneira que o sujeito o percebe. A terceira força, em oposição à Psicanálise e ao Behaviorismo 1ª FORÇA: BEHAVIORISMO: ênfase no ambiente e no comportamento. Negação da mente e da consciência. Determinismo ambiental. 2ª FORÇA: PSICANÁLISE: segue os modelos explicativos e causais, acrescido do estudo hermenêutico. Determinismo psíquico. Produto intelectual da Psicologia Humanista: 1º lugar - dá ênfase à CONSCIÊNCIA; 2º lugar - Considerava que a vida humana possui uma dinâmica na qual, em cada fase, o ser humano deve alcançar um grau de realização, de forma que o homem é entendido como processo e evolução. Produto intelectual da Psicologia Humanista: 3º lugar: Preocupação em entender a vida humana em sua totalidade e o homem enquanto um ser uno. 4º lugar: o resgate das possibilidades humanas – a valorização de sua força de vontade, de sua razão, sua liberdade de escolha e compreensão, de sua responsabilidade pessoal, de aspectos da experiência humana, como o amor, o ódio, o medo, a esperança, a felicidade, o bom humor, a afeição e o sentido da vida – e a consideração da pessoa no contexto da família, do trabalho e dos ambientes sociais. Os Precursores teóricos da Psicologia Humanista Abraham Maslow Carl Rogers A Psicologia da auto-atualização 01/04/1908 08/06/1970 (EUA) Abraham Maslow Abraham Maslow, considerado o pai espiritual da Psicologia Humanista, viveu em Nova York num período em que a cidade era um estimulante centro intelectual. Durante a 2ª Guerra Mundial Maslow se deu conta da reduzida contribuição da Psicologia no que se referia a solução dos problemas mundial. Preocupou desenvolver uma abordagem que pudesse ser usada como instrumento de promoção de bem- estar psicológico e social. Influência Teórica Psicanálise: buscava compreender o patológico; Antropologia: influência cultural no comportamento; Gestalt: influência sobre a cognição e criatividade - insight. Estudou uma amostra de 18 pessoas saudáveis e criativas (Abraham Lincoln, Thomas Jefferson, Albert Einstein, Jane Adams, William James, Spinoza entre outros) e que conseguissem utilizar, da melhor forma possível, seus talentos, capacidades e potencialidades. Principais conceitos Auto-atualização: Atualizar-se significa realizar-se – no sentido de ganhar/criar formas a partir do seu potencial – ser o máximo que posso ser. Somente ter o potencial não adianta, é preciso colocá- lo em AÇÃO e assumir a responsabilidade pelas ESCOLHAS (AUTÊNTICAS). Maslow, refere-se ao “uso e exploração plena de talentos, capacidades, potencialidades, etc., levando a uma grande realização”. Principais conceitos Para o Humanismo, quanto mais consciência eu tenho de mim, torno-me mais sensível ao meu potencial interno. Maslow definiu uma hierarquia de necessidades que a pessoa deveria satisfazer para se tornar auto-atualizada Só é possível através do outro, pois é este que provê e satisfaz as necessidades primárias da outra O que é o Crescimento Psicológico? pessoa, possibilitando que se auto- realize. Para Maslow, o crescimento somente ocorre quando o indivíduo satisfaz de forma bem sucedida as necessidades mais elevadas da sua vida. Enquanto não resolve suas necessidades inferiores, não há possibilidade de auto atualização. A busca de necessidades elevadas é índice de saúde psicológica. As neuroses e desajustamentos psicológicos seriam causados pela privação de algumas destas necessidades básicas. A Perspectiva centrada na Pessoa 1902-1987 (EUA) Interessa-se pela formação religiosa; 1945 – Funda o Centro de Carl Rogers Descobriu a Psicologia como Aconselhamento na uma área na qual poderia Universidade de Chicago. ajudar as pessoas fora do 1951 – publica “Terapia âmbito religioso; Centrada no Cliente”. Influências Teóricas Desenvolve sua teoria a partir de sua experiência clínica; Não segue nenhuma escola específica; Teve contato com a teoria existencialista de Buber e Kierkegaard; Zen-Budismo. O cliente é responsável pelas mudanças A pessoa seria, para ele, responsável pelas mudanças que deveriam acontecer em sua vida, sendo capaz de alterar consciente e racionalmente seus pensamentos e comportamentos indesejáveis, de forma a torná-lo desejáveis para si. Pressuposto fundamental: “as pessoas usam sua experiência para se definir” O indivíduo tende sempre a dar atenção somente ao perigo imediato e as experiências seguras e agradáveis, ignorando a totalidade de estímulos que o rodeia. Conceitos Principais Self: é aquilo que observa/percebe/tem atenção sobre as coisas. Baseia-se em experiências passadas, estimulações presentes e expectativas futuras. Não é uma entidade estável. Self ideal: refere-se ao conjunto de características que o sujeito gostaria de ter. É uma estrutura móvel. A distância entre o self e o self ideal indica desconforto, insatisfação e dificuldades neuróticas. A aceitação de si tal como é na realidade é marca de saúde mental. Conceitos Principais Congruência e Incongruência: Congruência: refere-se à concordância entre experiência – consciência da experiência – comportamento (como me expresso). Incongruência: refere-se às diferenças entre experiência – consciência da experiência – comportamento (comunicação). Ex: estou com fome: tenho a sensação – tomo consciência da fome e falo “estou com fome” Repressão Tomada de Consciência Inautenticidade Experiência Comunicação Tendência à auto-atualização Defende que cada pessoa possui uma tendência inata para atualizar as capacidades e potencialidades do eu (tendência atualizante), desenvolvendo uma teoria da personalidade: a atualização do eu. O impulso para a auto-atualização é inato, mas pode ser ajudado ou prejudicado por experiências infantis e pela aprendizagem. Cada pessoa guarda em si um impulso para ser competente, capaz, completa e auto-atualizada. A auto-atualização – é o nível mais alto da saúde psicológica Atitudes básicas do Terapeuta Compreensão Empatia Percepção e compreensão do mundo e dos sentimentos do outro como se fossem seus, sem jamais esquecer, porém, o fato de que não são seus. Congruência Refere-se ao fato de ser acessível a ambos os sujeitos da relação os sentimentos vivenciados, tornando-os possível de serem comunicados – o terapeuta precisa ser genuíno/verdadeiro. Consideração Positiva Incondicional É a aceitação afetuosa e positiva do outro e seu mundo. Aceitar o outro com todas as suas características; Aceitar o outro sem reservas, sem preconceitos; O não julgamento do outro. Levar em consideração que o outro está em processo; é um ser em construção. É fundamental a Percepção do outro O outro deve perceber conscientemente essas considerações que permeiam a relação, pois somente o sentimento de cumplicidade poderá levá-lo à transformação e ao conhecimento. O outro é o possibilitador de qualquer forma de conhecimento e transformação, porém é apenas o próprio sujeito que pode perceber o processo e fazê-lo acontecer. Referência: ROSA, E.Z.; KAHHALE, E.M.P. Psicologia humanista: uma tentativa de sistematização da denominada terceira força da psicologia. In: KAHHLE, E. M. P. (org). A diversidade da psicologia: uma construção teórica. São Paulo: Cortez, 2002.