Missiologia - PDF
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Willian Domingos
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This document is a study about missiology. It explores the history of missions, contributions of various cultures, and the practice and challenges involved in missionary work.
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MISSIOLOGIA IBPM Sumário 1. O Nascimento das Missões 2 2. Contribuições para a Obra Missionária 3 2.1 Contribuição Romana 3 2.2. Contribuição Grega...
MISSIOLOGIA IBPM Sumário 1. O Nascimento das Missões 2 2. Contribuições para a Obra Missionária 3 2.1 Contribuição Romana 3 2.2. Contribuição Grega 3 2.3. Contribuição Judaica 3 3. Apóstolos Missionários 4 4. A Prática de Missões 5 4.1. Plano de Ação Missionária 5 5. Campos Missionários 6 5.1. Missões Urbanas 6 5.2. Missões Nacionais 7 5.3. Missões Mundiais 7 6. Apoio aos Missionários 8 7. Consciência Missionária 8 IBPM 8. Perfil Missionário 9 8.1. Chamada Específica 9 8.2. Preparo Espiritual, Teológico e Prático 9 8.3. Vida Espiritual 10 9. Dificuldades do Missionário 10 10. Missões Transculturais 10 11. Desafios Missionários de Nosso Tempo 11 BIBLIOGRAFIA 11 Elaborado por Willian Domingos 1 1. O Nascimento das Missões A história de missões começa com a promessa de Deus de resgatar o homem caído, depois de haver pecado, quando Deus disse: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gênesis 3.15). O pecado afetou o relacionamento do homem com Deus e com o seu próximo, mas esse fato não impediu Deus de ir atrás de sua criatura para restaurar esse rompimento. Deus passa a revelar-se por meio de um pregador humano, para alcançar a outros. Aqueles que recebem a revelação de Deus tornam-se figuras centrais na história do mundo, pois, por meio deles, a vontade de Deus será conhecida. A revelação do plano salvífico de Deus no Antigo Testamento foi acontecendo de modo progressivo, mas de conteúdo determinado. Os capítulos iniciais de Gênesis são introdutórios, trazem uma visão geral da criação, da queda, do homem, com apenas um vislumbre do propósito de Deus em redimir o homem. IBPM A partir do capítulo doze, Deus torna esse plano real escolhendo um homem: Abrão. A ele, Deus prometeu: “E abençoarei os ue te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12.3). Ele reafirma sua promessa por várias vezes: “Visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra?” (Genesis 18.18); “E em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz” (Gênesis 22.18). com Abrãao, Deus estabelece uma aliança, ou concerto, por meio do qual Ele abençoaria todas as famílias da Terra. Quando nos dirigimos ao Novo Testamento para analisar a questão missionária, duas coisas nos causam surpresa: primeiro, Deus enviou seu Filho; segundo, a Igreja ficou responsável pela divulgação das boas-novas de salvação. Depois de Jesus ter estado com os discípulos por quase três anos, durante os quais, em sua companhia, eles haviam assimilado suas ideias e espirito, Ele lhes disse: “Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado” (João 15.3). Pelas palavras de Jesus, estavam sendo purificados em todos os sentidos da vida. Jesus confiou aos seus discípulos a tarefa mais extraordinária que jamais se confiou a um grupo de seres humanos: a de transformar a ordem atual, baseada na cobiça, na exploração, na inimizade, numa nova vida baseada no amor, na cooperação e na fraternidade. Essa nova vida é o Reino de Deus na Terra. Nas ordens missionárias de Jesus encontramos uma visão ampla da tarefa, que deviria: a) Alcançar até os confins da terra: (At 1.8). b) Incluir todos os povos: (Mc 16.15). c) Fazer discípulos: (Mt 28.19). d) Seguir o modelo dado pelo Mestre: (Jo 20.21). Elaborado por Willian Domingos 2 e) Contar com a presença Dele: (Mt 28.20). f) Demonstrar características do Reino: (Mc 16.16-17). g) Resultar na salvação dos homens: (Mc 16.16). 2. Contribuições para a Obra Missionária 2.1 Contribuição Romana Quando a Igreja nasceu, e durante os primeiros séculos de sua existência, o império romano dominava o mundo. As guerras foram abolidas (Pax romana), contribuindo para a propagação do evangelho. Criaram um ótimo sistema de estradas que iam a todas as regiões do império. 2.2. Contribuição Grega Os romanos conquistaram os gregos, mas “os gregos conquistaram os romanos IBPM culturalmente” (poeta Horácio 65 a.C. a 8 a.C.). Os gregos deram uma contribuição inestimável para a divulgação do evangelho, pois por meio da língua grega as boas-novas de salvação foram anunciadas aos homens. 2.3. Contribuição Judaica As contribuições dos romanos e dos gregos foram fundamentais, porém mais importante que as contribuições desses dois impérios, como pano de fundo histórico, foi a contribuição dos judeus. Ainda que a Igreja tenha desenvolvido no sistema político de Roma e no ambiente intelectual criado pela mente grega, o seu relacionamento com o judaísmo foi muito mais íntimo. A partir dos tempos dos exílio babilônico, nem todos os judeus voltaram à Palestina após a libertação. Muitos se espalharam pelas terras ao redor do mar Mediterrâneo. Antes de Cristo havia numerosas comunidades judaicas estabelecidas na Pérsia, Síria, Ásia Menor, península itálica, ilhas mediterrâneas e norte da África. Não é de admirar que no período apostólico havia mais judeus habitando em terras estrangeiros do que em Israel. Essa distribuição populacional acarretada pela Diáspora exerceu um papel altamente estratégico para a rápida difusão do cristianismo. Onde eles se fixaram estabeleceram sinagogas, que serviam não apenas para cultuar a Deus de Israel, mas também para instruir o povo da Lei e nos Profetas, através da leitura assídua e devocional dos manuscritos sagrados. Essas sinagogas foram muito significativo no preparo das pessoas para as boas-novas de salvação, pois elas serviram como centro de apoio aos primeiros empreendimentos missionários, onde Paulo costumava começar seu trabalho. Elaborado por Willian Domingos 3 3. Apóstolos Missionários O cristianismo surgiu num mundo em que havia várias religiões, culturas e estruturas políticas e sociais estabelecidas. Dentro deste contexto, os primeiros missionários foram abrindo caminhos, mas ao mesmo tempo definindo seus princípios e propósitos. A primeira tarefa dos discípulos do Senhor Jesus – e a mais importante – foi definir a natureza de suas crenças perante o judaísmo. Com isso, o cristianismo logo encontrou seus primeiros conflitos, e foi desse ambiente que a nova fé teve que determinar seu relacionamento com a cultura que a cercava. Embora o império romano tenha se demonstrado, sob certos aspectos, ainda mais hostil do que Israel quanto à disseminação da fé cristã, essa oposição não se conseguiu refrear a mensagem da cruz, que velozmente atingiu corações e mentes, tanto de judeus como de gentios. No período apostólico, o Evangelho de Jesus Cristo tomou o rumo das extensas estradas romanas, assim como dos mares, e alcançou com sucesso regiões como as Gália, a Hispânia, a IBPM Bretanha e o norte da África. Ao mesmo tempo, os esforços missionários voltados para o Oriente não deixaram regiões como a Pérsia, a Armênia, a Arábia, Mesopotâmia e até mesmo a Índia sem a influência da mensagem da cruz. Eusébio de Cesareia nos conta que os apóstolos dividiram o mundo entre si, considerando todos os pontos cardeais que ficaram da seguinte ordem: “De acordo com a tradição, coube a Tomé, a região da Pártia; André recebeu a Sitia; e João, a Ásia, onde permaneceu por um tempo e morreu em Éfeso. Pedro parece ter pregado ao judeus da dispersão em Ponto, Galácia, Bitínia, Capadócia e Ásia, e no fim chegou a Roma e foi crucificado de cabeça para baixo, pois pediu para si esse sofrimento. Paulo, espalhou e Evangelho de Cristo de Jerusalém à Ilíria e por fim sofreu martírio em Roma sob Nero”. Essa divisão em regiões, conforme descrito pelo historiador, pode estar relacionada à citação de Paulo em sua Carta aos Romanos: “E desta maneira me esforcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo foi nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio...” (15.20). Citando o exemplo de Paulo, Earle Cairns acrescenta alguns detalhes sobre a mecânica da evangelização apostólica: “Paulo pensava também em termos de áreas que poderiam ser alcançadas a partir de centros estratégicos. Ele sempre começava seu trabalho numa nova área na cidade mais estrategicamente localizada e usava os convertidos para levar a mensagem às cidades e regiões adjacentes... Ele iniciava seu trabalho nos centros romanos estratégicos, indo primeiro às sinagogas, onde pregava sua mensagem enquanto fosse bem recebido. Quando surgia a oposição, ele partia para uma proclamação direta do Evangelho aos gentios em qualquer lugar que julgasse adequado... Depois de fundar uma nova Igreja, Paulo a organizava com presbíteros e diáconos, a fim de que o trabalho continuasse após sua partida. Ele procurava colocar fundamentos sólidos”. Elaborado por Willian Domingos 4 4. A Prática de Missões Quem deu origem ao movimento missionário foi o próprio Deus ao fazer de seu único filho um missionário. Jesus disse aos seus seguidores: “o campo é o mundo”; “ide por todo o mundo”; “pregai o evangelho a toda criatura”; “vós sereis minhas testemunhas até os confins da terra” etc. A Igreja nasceu como resultado de missões e foi edificada por Cristo na Terra como um povo missionário. O grande poder de Deus e a presença marcante do Espírito Santo foram decisivos para o crescimento da Igreja. O plano de Deus para resgate do mundo inclui cada cristão. Os primeiros discípulos do Senhor entenderam e praticaram a ordem do Senhor porque possuíam o poder do seu amor agonizante no coração; uma fé triunfante em Cristo; testemunho simples, corajosos, pessoal; sofrimento resignado; consagração absoluta e apaixonada; o poder celestial que vence o mundo. O Espírito Santo dirigiu o planos missionários (Atos 16.6.,9) e deu ousadia na pregação (Atos 13.46-52). IBPM Partindo da consciência da tarefa missionária ordenado pelo Senhor Jesus, cabe a cada um que foi salvo realizá-la na prática, isto é, tornar as boas-novas de salvação conhecidas a cada pessoa sobre a Terra. Deus tenciona que cada cristão faça parte de sua operação de resgate do mundo. Quando passamos a entender claramente nossa posição dentro do Reino de Deus, Ele diz: “Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir, guiar-te-ei com os meus olhos. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabrestos e freio para que não se cheguem a ti. O ímpio tem muitas dores, mas àquele que confia no SENHOR a misericórdia o cercará” (Salmos 32.8-10). Que palavra confortante, saber que quando nos entregamos totalmente ao Senhor Ele nos instruirá e ensinará o caminho que devemos seguir. Deus realizou sua parte e agora comissionou sua Igreja efetiva essa realidade para cada habitante sobre a Terra. O crescimento da população mundial e o avanço do islamismo e de outras religiões são um alerta para uma ação missionária agressiva da Igreja. 4.1. Plano de Ação Missionária Os discípulos do Senhor Jesus encaravam a salvação dos perdidos como uma questão de prioridade e começavam a testemunhar do que viram e ouviram. Por onde quer que fossem, anunciavam as boas-novas de salvação, a ponto de os judeus exclamaram: “E eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina...” (Atos 5.28). Para os primeiros discípulos, testemunhar era algo natural. Eles não olhavam para a evangelização como uma tarefa separada das atividades normais do dia a dia. Não tinham dia específico para evangelizar nem um horário determinado; evangelizar era algo diário, voluntário e Elaborado por Willian Domingos 5 não esporádico. Eles não obtinham métodos e técnicas, mas conheciam muito bem o poder e a autoridade que possuíam ao falarem em nome de Jesus. 5. Campos Missionários A missões nasceram primeira no coração de Deus, e Ele é o grande gerenciador dessa obra ousada e desafiadora. Em sua Palavra encontramos a resposta sobre o plano de Deus para o mundo. Em Mateus, Jesus disse: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações” (Mateus 28.19). Em Atos, declara: “Mas recebereis poder do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra” (Atos 1.8). O Espírito Santo foi dado para fazer dos cristãos testemunhas eficientes no mundo todo. Sendo assim, qualquer cristão pode buscar o revestimento do Espírito Santo e ser usado por Deus para levar as boas-novas, fazendo missões urbanas, nacionais ou mundiais. IBPM 5.1. Missões Urbanas As cidades hoje se tornaram uma verdadeira selva de pedra, um campo de batalha. Não é novidade que em grandes centros urbanos morrem mais pessoas do que em alguns locais de guerra. Foi sempre destacado que o primeiro campo missionário é o local onde a igreja está localizada. Isso é verdadeiro. Antes de atravessar o mundo, a igreja precisa atravessar a rua, ou deve fazer ambas as coisas ao mesmo tempo. Mas não deve esquecer que na cidade há farto campo para missões. Crianças, jovens, estudantes, profissionais de toda espécie. Missões que trabalham especificamente em universidades o com profissionais de campos específicos são exemplos dessa visão. As favelas nas grandes cidades, os viciados em drogas, as zonas de meretrício – tudo isso deve comover o coração da Igreja e levá-la ao trabalho de evangelização. Não apenas os marginalizados, isto é, os que vivem à margem da sociedade, mas os que vivem no centro dela também são campo missionário. Quantos condomínios fechados, grandes corporações, bairros nobres têm se tornado verdadeiras fortalezas para o avanço do evangelho. É importante conhecer as cidades e seus problemas, tanto geográfica como espiritualmente. Algumas cidades têm conotação religiosa, outras, conotação esportiva, e outras, conotação financeira. Quem nelas habita conhece-as melhor. Cabe a Igreja aproveitar as oportunidades de grande eventos, grandes aglomerações e realizar a tarefa de evangelização urbana. As cidades precisam ser cheias da doutrina cristã. Hospitais, escolas, empresas, meios de comunicação, revistas, livros, programas de rádio, de TV, sites, outdoors, casa, ruas, vilas, todos precisam ouvir e receber continuamente a mensagem do evangelho. Um dos alvos da coca-cola Elaborado por Willian Domingos 6 era que ninguém precisasse andar mais de cem metros para beber um de seus produtos. Que ninguém precise andar mais de cem metros para receber a mensagem de salvação. 5.2. Missões Nacionais O crescimento do evangelho geralmente se dá de maneira desigual dentro de um determinado território. Motivos históricos, culturais e até espirituais estão por trás desse fato. A verdade é que basta olhar o nosso país como exemplo e encontrarmos regiões onde o evangelho predomina de maneira incontestável, com uma densidade demográfica de evangélicos espantosa. Em outros lugares, no entanto, há um testemunho fraco e pobre, muitas vezes não tão distantes daquele outro. A máxima de que o nativo é o melhor evangelista para os nativos é uma verdade. Ninguém entende melhor um povo do que alguém do próprio povo. Ninguém melhor para entender o indiano do que o indiano. Ninguém mais apto para evangelizar os africanos do que os africanos. O célebre missionário E.Stanley Jones, que por muitos anos trabalhou na Índia, insistia que IBPM não se devia levar a eles a igreja, mas apenas Cristo. E os próprios indianos cuidariam do restante. Isso equivale a entregar a eles mesmos a tarefa de evangelização da sua nação. Um mapa religioso com estatísticas confiáveis é um instrumento essencial para qualquer povo que ama seu país. Quais regiões são mais carentes? Quais cidades, estados, regiões possuem o menor número de crentes? Como chegar a esses lugares? O que fazer? A quem enviar? De certo modo, nunca se deve alegar que outros já estão trabalhando. A demanda é grande, e se diversos grupos se concentrarem em uma mesma área e trabalharem juntos, a tarefa se tornará mais fácil e será levada a termo bem mais rápido. 5.3. Missões Mundiais O campo é o mundo, já dissera o próprio Senhor. Foi difícil para a igreja evangélica quebrar seus limites geográficos e assumir a responsabilidade pela evangelização mundial. Hoje, mais do que nunca, ela tem procurado cumprir essa tarefa. Talvez não na velocidade necessária nem na intensidade demandada, mas a evangelização mundial tem sido levada a efeito por muitas igrejas, denominações e agências missionárias. A chamada “janela 10/40”, que já tem sido reavaliada de muitas formas, denota claramente que a Igreja está consciente do desafio de evangelização mundial. O mundo comunista sofreu um duro golpe e teve de abrir suas fronteiras para o evangelho. Alguns grupos são fontes de constantes intercessão e preocupação da Igreja. O mundo islâmico talvez seja o principal deles. Independentemente de quais sejam os desafios, a própria globalização tem de certo modo facilitado a visualização e a aplicação de estratégias. O fato de muitos povos não terem sequer uma tradução das Escrituras tem trazido uma sensação de incômodo nos corações. Elaborado por Willian Domingos 7 Assim, cada vez mais a Igreja foi percebendo a extensão da tarefa. A igreja protestante especificamente despertou com William Carey para evangelizar as nações, trabalhando nas regiões litorâneas. Mais tarde, Hudson Taylor sentiu-se impulsionado a penetrar na grande China, fundando a Missão para o Interior da China, que viria a despertar outros a penetrar no continente africano e em outras terras. Por fim, veio a conscientização dos chamados “povos não alcançados”, grupos humanos que viviam em países e regiões onde o evangelho estava presente, mas não chegará até eles. Dessa forma, cada vez mais o evangelho a todas as nações e a cada criatura tem se tornado uma preocupação permanente de muitos. 6. Apoio aos Missionários Colocar um missionário em determinado campo já é um desafio. Sustenta-lo ali é um desafio ainda maior. Pode ser muito traumático para um missionário ou sua família estar em um local distante de sua comunidade e familiares, sob pressões econômicas e espirituais para as quais não IBPM estavam preparados. Mesmo os chamados “fazedores de tendas”, isto é, profissionais que trabalham no país ao qual foram enviados para se manterem e ao mesmo tempo pregam o evangelho, precisam de suporte contínuo para concluir sua missão. Essa sustentação envolve pelo menos três pontos principais, com os quais a agência ou igreja precisa se preocupar: ⮚ Oração ⮚ Comunicação ⮚ Sustento Financeiro 7. Consciência Missionária Desenvolver no meio do povo de Deus uma consciência missionária é tarefa tanto da igreja como das agências. Existem muitos meios para ensinar ao povo a importância desse ministério. Caso a igreja não receba constantemente informação e exortação nesse sentido, perderá, sem dúvida, seu ardor e não poderá ser culpada disso. Devem-se usar todos os meios possíveis para isso. Em meio a um ambiente repleto da ideia de missões, fica bem mais fácil lançar a semente. O apelo será prontamente respondido, seja para ir, orar ou contribuir, pois o solo já foi preparado de antemão. Alguns grupos chegam a fazer das missões sua principal razão de existência. Um grande exemplo que temos na história eclesiástica é o da igreja Morávia, surgida na primeira metade do século XVIII, que foi uma grande potência missionária de sua época. A cada cinquenta e oito membros, um era enviado como missionários. Muitos irmãos moravianos chegaram a se vender como escravos para ter a oportunidade de pregar o evangelho em outras Elaborado por Willian Domingos 8 nações. Se eles conseguiram tanto com muito menos recursos, o que não pode realizar a Igreja hoje, que dispõe de tantos meios? Dentre os recursos enviados para divulgar e ensinar missões, podemos citar: ⮚ Conferências Missionárias ⮚ Cultos Missionários ⮚ Escola Dominical ⮚ Cursos Teológicos ⮚ Periódicos ⮚ Internet 8. Perfil Missionário Estar na função errada pode ser não só contraproducente, mas até traumático para uma pessoa. No caso do missionário, isso é uma verdade incontestável. Embora seja obrigação da IBPM igreja fazer chamados constantes para que vidas se entreguem a missões, é também sua obrigação selecionar os que responderam, verificando sua adequação à tarefa. Alguns itens precisam ser verificados, não há necessidade esperar a avaliação de uma agência missionária, embora esta tenha por obrigação fazê-la. Um pouco de sinceridade e bom senso serão muito úteis ao candidato para responder à questão: eu tenho um chamado missionário? Vejamos alguns características. 8.1. Chamada Específica Todo crente foi chamado por Deus para produzir frutos em sua obra, mas isso não quer dizer que esses frutos serão no campo missionário. Excelentes pastores, evangelistas e mestres poderiam sufocar seu chamado se se enredasse no campo missionário. O contrário também seria verdadeiro: bons missionários seriam péssimos pastores ou mestres. Não basta ter vontade; é preciso ter um chamado específico para missões, caso contrário a experiência pode ser muito frustrante. A empolgação juvenil pode facilmente ser confundida com vocação. As formas do chamado de Deus para cada um variaram de tempos em tempos e de luar para lugar. Aqueles que aceitaram o desafio com uma convicção inabalável de estar cumprindo uma incumbência divina venceram os piores momentos e não retrocederam. 8.2. Preparo Espiritual, Teológico e Prático Só o chamado não basta, assim como não basta à ferramenta ter sido preparada para determinado trabalho. É necessário afiá-la e torná-la adequada, por meio do uso e de constante manutenção. Assim com o músico nato precisa de instrução e treino, o missionário chamado por Deus também precisa ser talhado para sua tarefa. Elaborado por Willian Domingos 9 8.3. Vida Espiritual Os missionários precisam ter vida com Deus. Ser cheios do Espírito Santo, pois as próprias circunstâncias o exigem. Vida de oração, de consagração e de disciplina cristã mais desenvolvida é algo sem o qual ele nada conseguirá. 9. Dificuldades do Missionário Como todas as listas, esta também não é exaustiva. Alguns confrontos, porém, são bem conhecidos. Saber de antemão alguns desafios que enfrentará permite que o missionário se prepare intimamente para eles, o que torna mais fácil vencê-los. ⮚ A própria chamada ⮚ Recursos Financeiros ⮚ Mudança IBPM ⮚ Família ⮚ Relacionamentos com outros 10. Missões Transculturais Existem mais de 220 países no mundo, e fazer com que a Palavra de Deus seja pregada em cada um deles já é um desafio muito grande. Todavia, o desafio da Igreja é na verdade ainda maior. O apóstolo João viu “uma multidão, a qual ninguém podia contar, de toas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos” (Ap 7.9). Tribos, povos e línguas é uma especificação muito maior do que simplesmente nações. Existem pelo menos 16.750 grupos étnicos e definidos como ocultos, os chamado povos não alcançados. Cada vez mais os pensadores de missões se conscientizam de que o trabalho missionário deve se concentrar sobre esses grupos. Se quisermos atingir o alvo de “cada criatura” estabelecido em marcos 16.15 será necessário alcançar esses grupos, que muitas vezes estão dentro de nações ou mesmo de regiões bem evangelizadas. Os grupos indígenas no Brasil são um bom exemplo. Olhando por este prisma, o grande desafio são as missões transculturais, isto é, a pregação do Evangelho em culturas diferentes da nossa. Não se trata apenas de um deslocamento geográfico em direção a algum lugar, mas de um deslocamento que inclui mudança de comportamento, de formas de pensamento, de padrões. Missões transculturais envolvem, entre outras coisas: ⮚ Diferenças Culturais ⮚ Choque Cultural Elaborado por Willian Domingos 10 ⮚ Adaptação ⮚ Liderança Nativa 11. Desafios Missionários de Nosso Tempo Os especialistas em missões acreditam que a evangelização do mundo é uma tarefa realizável. Isso não quer dizer que seja fácil ou que estejam sendo realizada no momento. Apenas querem dizer que com comprometimento e ações corretas é possível levar o evangelho a cada pessoa da Terra antes da volta do Senhor. Dentre os desafios a serem vencidos para atingir esse alvo, temos: ⮚ A Apatia da Igreja ⮚ Carência de Obreiros ⮚ Recursos Financeiros IBPM ⮚ Grandes Religiões Mundiais ⮚ Secularismo ⮚ Os Países Hostis ⮚ As Barreiras Culturais e Linguísticas ⮚ A Cultura Pós-Moderna ⮚ O Crescimento Populacional ⮚ A Janela 10/40 o Este conceito, muito utilizado em missões, estabelece uma região entre os paralelos 10 e 40 que concentra diversas nações do norte da África, Oriente Médio e Asia. Nessa região estariam os países mais populosos e menos evangelizados do planeta, e muitos estão dominados pelo islamismo, sem qualquer abertura para a atuação de missões. Uma verdadeira fortaleza contra o Reino de Deus. Tanto o trabalho de intercessão quanto o de ações missionárias têm visado essa região, conscientes do desafio que ele representa ao cristianismo e à Grande Comissão. BIBLIOGRAFIA a) FALCÃO, Márcio – Curso de Teologia Básico – Ed. RIDEEL b) DE PAULA, Oséas Macedo – Manual de Missões – Ed. CPAD Elaborado por Willian Domingos 11